Hospital

02/07/2023 15:45h

Até o momento, R$200 milhões já foram enviados para os estados que elaboraram o plano estadual

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Pernambuco é o segundo estado com maior lista de espera por cirurgias eletivas, de acordo com o Ministério da Saúde. São cerca de 100 mil cirurgias paradas na lista de espera. 

Apesar de não ser urgente, a cirurgia eletiva é necessária. E há algumas que precisam ser realizadas com maior rapidez, devido ao risco de complicações.

O Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas (PNRF), instituído por meio da Portaria GM/MS nº 90, de 3 de Fevereiro de 2023, tem como finalidade ampliar a realização de cirurgias eletivas em todo o país —  bem como reduzir a fila de exames e consultas especializadas.

O objetivo principal do programa é aumentar a realização de cirurgias eletivas em todo o país e também reduzir a espera por exames e consultas especializadas. O PNRF terá duração de um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano. Para o ano de 2023, estão destinados R$600 milhões e a distribuição desse recurso será feita com base na estimativa populacional de cada estado do país, de acordo com os dados do IBGE referentes a 2021.

Até o momento, já foram repassados R$200 milhões  os estados que elaboraram o plano estadual. Dentre esse total, R$9 milhões já foram enviados a Pernambuco com o intuito de reduzir parte da lista de espera. 

Cada estado estabeleceu as cirurgias prioritárias, de acordo com a realidade local. Entre elas estão: vasectomia, hernioplastia inguinal (bilateral), laqueadura tubária, facoemulsificação c/ implante de lente intraocular dobrável, entre outras. 

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22/12/2022 19:30h

O texto direciona recursos do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social para financiar o piso salarial nacional da enfermagem no setor público

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O Congresso nacional aprovou, nesta quinta-feira (22), a  Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 42/2022, que viabiliza o pagamento do piso nacional de enfermagem. A proposta já havia sido aprovada pelo Senado Federal na terça-feira (20)

A PEC direciona recursos do superávit financeiro de fundos públicos e do Fundo Social para financiar o piso salarial nacional da enfermagem no setor público; além de entidades filantrópicas e de prestadores de serviços, com um mínimo de atendimento de 60% de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). 

A conselheira nacional de saúde, Francisca Valda, que representa a Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), destaca que a promulgação foi uma grande conquista para todos os trabalhadores da área. “Este ato de promulgação da emenda constitucional conclui um processo longo de reparação de uma dívida histórica, com 60% dos trabalhadores da área da saúde que estão no campo da equipe de enfermagem”, afirma.

Atualmente, o piso salarial muda de acordo com o órgão e cidade. De acordo com a Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), quase metade dos profissionais de enfermagem (45%) recebiam salários abaixo de dois mil reais. 

Segundo a Cofen, o Brasil conta hoje 670.852 enfermeiros, 1.608.131 técnicos e 447.407 auxiliares. além  de 354 parteiras. Desse total, cerca de 1.221.734 profissionais empregados são contabilizados pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

No dia 4 agosto deste ano foi sancionada a Lei 14.434 que fixa um piso salarial de  R$ 4.750 para enfermeiros. E de R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e de R$ 2.375 para auxiliares e parteiras. 

Um mês após a aprovação da lei, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou a suspensão temporária, questionando as fontes de custeio, já que poderia ser insuficiente para o pagamento desses salários.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), Elissando Noronha, agora não existem mais motivos para que o STF mantenha a suspensão do piso de enfermagem. “Mais uma vez, a Câmara e o Senado reafirmaram o seu compromisso com a nossa categoria e formaram unanimidade em defesa das nossas prerrogativas. O piso salarial precisa estar no contracheque o mais rápido possível”, afirma.

O assessor de comunicação do Coren-DF, Laércio Tomaz, enfatiza a urgência de ver o piso concretizado no próximo mês. “A gente espera que já em janeiro de 2023 o pagamento do piso já esteja nos contracheques dos profissionais e a gente consiga de uma vez por todas  erradicar os salários miseráveis que ainda afeta uma grande parte da categoria”, afirma.

Segundo Tomaz, com a pandemia e os novos desafios enfrentados na saúde pública brasileira foi possível entender que o papel da enfermagem brasileira faz jus ao pagamento do novo piso salarial, que também promoverá desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil.

A enfermeira Andressa Magalhães, de 27 anos, trabalha em um hospital público em Guarujá, cidade paulista,  afirma que essa é uma vitória para a classe. “Eu vi que foi aprovado e acho que estava mais do que na hora, porque existe muito subemprego. Enfermeiro, técnico, auxiliar, ganhando muito mal, salários que não são compatíveis. Infelizmente aceitam porque precisam ou porque precisam de experiência”.

Segundo defendeu, o enfermeiro é como o coração do hospital, com grandes responsabilidades e sobrecarga, e por isso, precisa ser valorizado.

Impactos financeiros

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para cumprir o novo piso será necessário  incremento orçamentário anual de R$ 4,4 bilhões para os municípios. E R$ 1,3 bilhão  para os estados e R$ 53 milhões para a União.

O texto afirma que o valor destinado às despesas correntes e valores transferidos pela União aos fundos de saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, ficará fora do teto de gastos da União,  Além disso, fica estabelecido um período de transição para contabilizar o piso nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

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04/09/2022 18:05h

O atendimento inclui vítimas de agravos de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica e psiquiátrica

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Muitas pessoas conhecem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o SAMU, mas não sabem exatamente em que situação devem ligar para o 192. O atendimento inclui vítimas de agravos de natureza clínica, cirúrgica, traumática, obstétrica, pediátrica e psiquiátrica. 

O diretor do SAMU-DF, Victor Arimateia, explica que o atendimento é pré-hospitalar, com o objetivo de chegar o mais rápido possível em casos de urgência e emergência.

“São situações que envolvem problemas cardiorrespiratórios, intoxicação, queimaduras graves, casos de agressão física, traumas, acidentes automobilísticos, crises hipertensivas. São situações que demandam algum tipo de intervenção imediata, estabilização e remoção para a Unidade de Saúde mais próxima. Ali, tenho profissionais habilitados para fazer a classificação do atendimento e encaminhamento para o médico regulador, que, de fato, vai fazer o atendimento, entender a gravidade de forma rápida, sucinta e objetiva, e tomar a decisão de qual o melhor recurso que deva ser encaminhado ao paciente”, pontua. 

O serviço oferece orientações a distância, regulação médica e o envio de unidades móveis tripuladas com equipes capacitadas. Os veículos podem ser ambulâncias, motolâncias, ambulanchas e aeromédicos. 

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As Centrais de Regulação recebem chamadas a qualquer hora do dia, para atendimento em domicílios, vias públicas ou unidades de saúde. Mas, nem sempre haverá necessidade de deslocamento de uma viatura até o local, como detalha Victor Arimateia.

“É importante as pessoas compreenderem que a Central de Regulação é preparada, com profissionais especializados para realizar o atendimento e entender se aquela situação realmente demanda atendimento, qual o tipo que demanda, e fazer, a partir daí, todo o acionamento da cadeia de unidades móveis. A população deve entender quando a solicitação não vai necessariamente demandar o acionamento de uma viatura”, destaca. 

Quando acionar o serviço do SAMU 192?

  • Problemas cardiorrespiratórios;
  • Intoxicação exógena e envenenamento;
  • Queimaduras graves;
  • Trabalhos de parto em que haja risco de morte da mãe ou do feto;
  • Tentativas de suicídio;
  • Crises hipertensivas e dores no peito de aparecimento súbito;
  • Acidentes ou traumas com vítimas;
  • Afogamentos;
  • Choque elétrico;
  • Acidentes com produtos perigosos;
  • Suspeita de infarto ou AVC (alteração súbita na fala, perda de força em um lado do corpo e desvio da comissura labial são os sintomas mais comuns);
  • Ferimento por arma de fogo ou arma branca;
  • Soterramento ou desabamento com vítimas;
  • Crises convulsivas;
  • Outras situações consideradas de urgência ou emergência, com risco de morte, sequela ou sofrimento intenso.

Quando não acionar o serviço do SAMU 192?

  • Febre prolongada;
  • Dores crônicas;
  • Vômito e diarreia;
  • Cólicas renais;
  • Dor de dente;
  • Troca de sonda;
  • Corte com pouco sangramento;
  • Entorses;
  • Transportes inter-hospitalares de pacientes de convênio;
  • Transporte para consulta médica ou para realizar exames;
  • Transporte de óbito.
  • Em situações sem características de urgência ou emergência, ou em urgências de baixa complexidade, o paciente pode ser atendido na Unidade Básica de Saúde mais próxima.
     
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27/12/2021 10:30h

Recurso deve fortalecer secretarias na retomada desses procedimentos, impactados pela pandemia de Covid-19

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Portaria do Ministério da Saúde, publicada no último dia 22 de dezembro, estabeleceu o repasse de R$ 243 milhões a Estados e ao DF para a retomada das cirurgias eletivas nos hospitais da rede pública. 

Cirurgias eletivas são aquelas agendadas em data facultada pelo paciente ou cirurgião.

Os recursos serão em parcela única para o Bloco de Manutenção das Ações e Serviços Públicos de Saúde - Grupo de Atenção Especializada (MAC). O ministério utilizou o critério de proporcionalidade populacional. 

São Paulo (R$ 53 milhões), Minas Gerais (R$ 24,4 milhões), Rio de Janeiro (R$ 19,9 milhões) e Bahia (R$ 17,2 milhões) receberão as maiores quantias. A distribuição desses recursos para os municípios ficará a cargo de deliberação de cada Comissão Intergestores Bipartite.


Segundo representantes dos secretários estaduais e municipais de saúde, esse dinheiro irá "fortalecer" as secretarias no reestabelecimento desse tipo de procedimento, prejudicado pela pandemia de Covid-19. Em nota conjunta, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) afirmaram que o cenário "demandou a organização da rede voltada para a pandemia, assim como pela escassez na oferta de insumos e medicamentos para atendimentos aos procedimentos eletivos". 

Apenas em Minas Gerais, Secretaria de Estado de Saúde estima que cerca de 370 mil cirurgias eletivas estejam na fila.

Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) apontam que a pandemia inviabilizou ou adiou 2,8 milhões de cirurgias eletivas em 2020. Procedimentos como a cirurgia de catarata, hérnia, vesícula, varizes e postectomia estão entre os mais afetados. 

Para o vice-presidente do CFM, Donizetti Giamberardino, ainda vai levar tempo para que os atendimentos eletivos sejam normalizados. “Vai ser necessário, além de 2022, para nós recuperarmos todos esses atendimentos, todo acompanhamento e monitoramento das doenças prevalentes, toda realização de diagnósticos em câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial”.
 

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08/11/2021 19:25h

Programa Melhor em Casa completa 10 anos e está ampliando o número de equipes para atender às crescentes solicitações de pacientes que preferem ficar junto aos familiares.

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Pacientes que estão internados em hospitais, mas que têm condições de continuar o tratamento em casa, podem contar com o Programa Melhor em Casa, do Ministério da Saúde. O programa completou 10 anos e está ampliando o número de equipes para atender às crescentes solicitações desses pacientes que preferem ficar junto aos familiares. Até o momento, mais de 500 mil pacientes receberam cuidados em casa.

Como parte das comemorações pelos 10 anos do programa, o Ministério da Saúde realizou uma apresentação para  mostrar os dados do programa em um evento que ocorreu no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (08). Durante a apresentação, o ministro comentou a importância de ações como essa para a população. “É um programa muito abrangente, é uma política de saúde, portanto, é um direito de todos e um dever do Estado. O SUS é obrigado a prover políticas sociais e econômicas e será através de políticas públicas como essa que nós vamos melhorar a vida dos brasileiros”, avaliou. 

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Desde o início do programa, o Ministério da Saúde repassou quase R$ 3,5 bilhões para a iniciativa - recursos que serviram para dar apoio aos 732 municípios participantes do programa, o que corresponde a cerca de 40% da população brasileira coberta por esse tipo de atendimento. Além disso, nos últimos cinco anos foram realizados mais de 14 milhões de atendimentos, desde a coleta de sangue até a colocação do ventilador mecânico (aparelho que ajuda o pulmão a funcionar). 

A coordenadora geral da Atenção Domiciliar do Ministério da Saúde, Mariana Borges, explica como funciona o programa Melhor em Casa. “O Melhor em casa faz essa desospitalização, tira de dentro do hospital, o que propicia a rotatividade daquele leito para outras pessoas que precisam mais, que têm estado de saúde mais grave e evita, também, a permanência exagerada que leva muitas vezes a pegar infecção hospitalar. Então, o paciente vai antes para casa, a equipe acompanha ele à residência quantas vezes forem necessárias, o leito hospitalar é rodeado e ainda há uma economia de recurso em cima disso”, destacou.

Atualmente o programa conta com 11.715 profissionais que trabalham diretamente nas visitas aos pacientes. Os profissionais se dividem em equipes que trabalham 12h por dia, durante os sete dias da semana e têm fluxos organizados com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais locais, servindo como apoio a qualquer tipo de intercorrência apresentada por um desses pacientes em acompanhamento.

O encaminhamento do paciente ao Melhor em Casa deve ser feito por profissionais dos hospitais, UPAs ou Unidades básicas de Saúde (postos de saúde) que identifiquem no paciente o perfil e a necessidade do programa, que está presente no Distrito Federal e em 25 estados do País - apenas Roraima não oferece esse tipo de atendimento. 

Para aperfeiçoar o atendimento dos profissionais de saúde no campo da Atenção Domiciliar, o Ministério da Saúde mantém parceria com a Universidade Aberta do SUS (UNASUS) e outras oito universidades, onde é realizado um programa de qualificação à distância especializado em Atenção Domiciliar.

Cuidados durante a pandemia

O programa Melhor em Casa não parou de funcionar durante a pandemia da Covid-19, mas mudou a forma como as equipes realizam o monitoramento diário dos pacientes - agora por telefone. Apesar disso, os atendimentos presenciais que exigiam procedimentos foram mantidos para não prejudicar os tratamentos dos pacientes. Outro ponto importante é que algumas equipes passaram a colher o teste RT-PCR e, nos pacientes recuperados do coronavírus, intensificaram as reabilitações respiratória, funcional, nutricional e psicológica.

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15/07/2021 12:40h

Apenas 3 estados e o DF estão na zona de alerta crítico, diz Fiocruz

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O avanço da vacinação continua a reduzir a internação de pacientes com Covid-19 em unidades de terapia intensiva (UTIs) no país e, pela primeira vez desde dezembro de 2020, nenhuma unidade da federação está com mais de 90% desses leitos ocupados. O dado consta do Boletim Observatório Covid-19, divulgado nesta quarta (14) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo os pesquisadores da instituição, a vacinação tem feito diferença e traz reflexos positivos ao quadro pandêmico à medida que é ampliada.

O boletim mostra que quatro unidades da federação permanecem na zona de alerta crítico, com mais 80% dos leitos ocupados. A pior situação é a de Santa Catarina (82%), seguida por Goiás (81%), Paraná (81%) e Distrito Federal (80%).

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O relatório destaca ainda que os indicadores de incidência e mortalidade da Covid-19 no país estão em queda pela terceira semana seguida. Apesar disso, a pandemia mantém patamares altos, com média de mais de 46 mil novos casos e 1,3 mil óbitos diários nos últimos sete dias.
 

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Saúde
17/06/2021 04:00h

Só nos quatro primeiros meses deste ano na UTI de queimados, 17 das 41 admissões foram por acidentes envolvendo a substância.

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A pandemia de Covid-19 fez com que aumentasse o uso de álcool, tanto líquido quanto em gel, no ambiente doméstico. Isso fez com que subisse também o número de queimaduras graves causadas pelo inflamável, questão que tem preocupado a equipe da Unidade de Tratamento de Queimados do Hospital João XXIII, em Minas Gerais, um dos centros de referência no País para esse tipo de atendimento.
 
Os dados de admissão em enfermaria e em terapia intensiva, em 2020 e 2021, demonstram a gravidade das queimaduras causadas por álcool. Só nos quatro primeiros meses deste ano, a unidade recebeu 138 pacientes, sendo 40 por queimaduras causadas por álcool, quase 30% das internações. Já na UTI de queimados, nesse mesmo intervalo de tempo, 17 das 41 admissões foram por acidentes envolvendo a substância. Ou seja, mais de 40% das internações graves, neste ano, ocorrem em razão da má utilização do produto.
 
Segundo a cirurgiã plástica e coordenadora do serviço, Kelly Danielle de Araújo, os acidentes domésticos mais comuns acontecem com crianças.  No caso do álcool, há diversos casos em que a criança higieniza as mãos e coça os olhos logo em seguida, o que pode causar queimadura química na córnea. Ela alertou como prevenir isso. “Dentro de casa não precisa ter álcool, a Anvisa já emitiu uma nota que água e sabão são eficazes para lavar as mãos e os saneantes comuns de limpeza também resolvem a limpeza”, disse. 

 

Mais da metade das queimaduras atendidas no Hospital João XXIII, considerando tanto os casos graves quanto os que nem sempre exigem internação, são causadas por contato com líquidos muito quentes, as chamadas escaldaduras. Em 2020, dos 1.537 atendimentos a queimados na unidade, 922 foram em decorrência desse tipo de acidente. Desse total, 181 foram com crianças de 0 a 11 anos.

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Com o isolamento social, a precaução deve ser aumentada. O cirurgião plástico e presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), José Adorno, destacou que em grande maioria esses acidentes podem ser evitados.  “Evitar que as crianças fiquem na cozinha ou perto do fogão. Os idosos que também são acometidos porque vão lidar com situações de preparo de alimentos e acaba acontecendo acidentes. Então há uma série de medidas que é importante que todos entendam, que é importante ter essa consciência para que se evite as queimaduras”, afirmou.

Junho laranja

Promovido pela Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), o Junho Laranja visa à conscientização da população e das autoridades quanto à prevenção de acidentes com queimaduras. Neste ano, o tema da campanha é “Álcool e fogo: mantenha distanciamento. Contra queimaduras, a prevenção é a vacina”. 
 
De acordo com a organização, no Brasil, são cerca de 150 mil internações por ano em razão de queimaduras. Desse total, em média, 30% são crianças. Prédios públicos estão sendo iluminados com a cor laranja em razão da data, entre eles, o Hospital João XXIII, Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII) e o Hospital Maria Amélia Lins (HMAL). 

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Saúde
26/05/2021 03:00h

Quadro pode representar um sinal de alerta, tendo em vista que o glaucoma é a principal causa de cegueira evitável

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No Brasil a procura por exames para detecção precoce de glaucoma sofreu uma queda significativa e o motivo pode estar relacionado aos receios impostos pela pandemia da Covid-19. Levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) revela que essa redução chegou à marca de 30%. O quadro pode representar um sinal de alerta, tendo em vista que a enfermidade é a principal causa de cegueira evitável.

Essa atenção é destacada no mês em que é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, em 26 de maio. A médica oftalmologista, Keila Prado, entende que essa redução causa uma preocupação, já que o glaucoma é uma doença que, quanto mais cedo for diagnosticada, melhor serão os resultados do tratamento.

“É importante o isolamento e se ter os cuidados, mas as consultas de rotina não podem deixar de ser feitas. Os médicos têm tomado bastante cuidado com a higienização dos consultórios e diminuído o número de pacientes agendados, o que reduz mais a chance de ter aglomeração. É preciso ter cuidado, mas não podemos negligenciar essa visita periódica ao médico”, considera.

Ainda de acordo com o CBO, “quase 1,6 milhão de exames com essa finalidade diagnóstica deixaram de ser feitos somente no Sistema Único de Saúde (SUS)”. O conselho revela, ainda, que, pelo menos 6,7 mil procedimentos cirúrgicos que poderiam reverter e tratar a doença, também deixaram de ser feitos no ano passado.

Jatobá Queiroz, de 49 anos, reforça a importância de se procurar exames para detecção precoce de glaucoma. Ele conta que perdeu a visão total por consequência da doença quando tinha 21 anos de idade. Para o morador de Brasília, as pessoas não podem relaxar quanto a essa questão, pois o glaucoma pode se tornar um problema maior quando menos se espera.

“O glaucoma é muito silencioso. Ele vai dia após dia destruindo o nervo óptico, impedindo a oxigenação, e quando a gente se dá conta, já está sem enxergar completamente. Infelizmente o glaucoma é traiçoeiro e os cuidados não podem ser deixados para depois”, relata.

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Queiroz também diz que, apesar da limitação, tem levado uma vida tranquila. Ele consegue fazer as atividades do dia com certa destreza, com ajuda de ferramentas que facilitam a mobilidade. Apesar disso, ele chama a atenção para a necessidade de o poder público voltar mais os olhos para políticas que facilitem a vida das pessoas com deficiência.

“Em relação ao poder público, fica a expectativa de que a gente consiga acessibilidade no dia a dia para caminhar nas calçadas, que tenha mais rampas de acesso, enfim, mais acessibilidade. De resto, é só agradecer a Deus por tudo e continuar a caminhada”, pontua.

Dados apontados pela entidade também mostram que essa baixa prejudicou a análise de possíveis casos novos da doença. A situação provoca atraso no tratamento e o acompanhamento de casos confirmados, que exigem monitoramento para evitar o agravamento.

Situação por região

Ao se considerar os números do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS, o CBO destaca que em todas as regiões do Brasil foi notada redução na quantidade de exames preventivos para glaucoma. No estado de São Paulo, por exemplo, foram 348,6 mil exames a menos. Já na Bahia, a diminuição ficou em 202,4 mil exames, enquanto no Rio Grande do Sul o registro foi de 122,5 mil exames a menos.

Em termos percentuais, a queda foi maior nos estados do Amazonas e Piauí, onde a baixa foi de 67%. No Acre, por sua vez, o recuo foi de 64%. O estudo aponta também que nas capitais a quantidade de exames sofreu queda em 542.238. O resultado representa uma redução de 33%, na comparação com 2019.

O que causa glaucoma?

O glaucoma é uma doença causada, principalmente, pela elevação da pressão intraocular. Esse aumento provoca lesão no nervo óptico e, consequentemente, acarreta comprometimento da visão.

A médica oftalmologista, Karla Caetano, explica que não há prevenção contra o glaucoma. No entanto, ela afirma que é possível evitar a cegueira decorrente da doença.

“Quem faz o tratamento precocemente e o acompanhamento adequado, pode evitar a cegueira. Os pacientes que precisam de uma atenção maior são os com idade acima de 40 anos, também os que têm histórico familiar de glaucoma, os que fazem uso de colírio corticoide prolongado ou com traumas oculares”, destaca a especialista.

Outra causa possível da doença é alteração no fluxo sanguíneo que nutre o nervo óptico. Quando esse nervo não é bem nutrido de sangue por determinado motivo, aos poucos ele pode ir perdendo suas funcionalidades.

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Saúde
11/04/2021 00:00h

O Brasil possui cerca de 4 mil profissionais na área de infectologia e em alguns municípios eles não existem

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Desde o início da pandemia do novo coronavírus a sociedade passou a necessitar, ainda mais, de médicos infectologistas. É perceptível que esses profissionais ganharam um espaço merecido não só na mídia, mas até mesmo de reconhecimento e respeito na sociedade.

O Brasil possui cerca de 4 mil profissionais em infectologia, número pequeno quando comparado a especialidade em pediatria, que possui mais de 43 mil profissionais. Os dados são do estudo em Demografia Médica no Brasil 2020 realizado pela Universidade de São Paulo (USP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM).

Com a baixa de especialistas no mercado e a grande demanda durante o período da pandemia, alguns municípios não possuem profissionais da área na rede de saúde pública. Como é o caso de Goianésia, em Goiás. A vereadora Salete Carrilho (MDB), solicitou à prefeitura a contratação de médico infectologista para o município, pois, segundo ela, a cidade sofre com aumento de casos de hanseníase, leishmaniose, sífilis e Covid-19. Além disso, quem necessita desse atendimento precisa se locomover até Goiânia (GO).

“Muitas vezes a comunidade precisa buscar atendimento na capital [Goiânia] em busca de tratamento com infecto. Então existe esse deslocamento que causa dificuldade e desconforto aos pacientes”, diz. 

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O Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Julival Ribeiro, destaca que é fundamental a necessidade de ter um especialista na área em todos os hospitais. “É fundamental que todo hospital tenha um infecto, pois ele tem uma gama de afazeres, como tratar hepatite, AIDS, infecção bacteriana grave, entre outros. Além disso, ele coordena o controle de infecções, avalia o paciente e decide o melhor tratamento.

O município de Pirassununga (SP), possui três infectologistas para atender a demanda de 76 mil habitantes. Sendo dois na prefeitura e somente um no único hospital da cidade, o Santa Casa de Misericórdia. 

Apesar da pequena quantidade de profissionais, o prefeito de Pirassununga, Milton Dimas Tadeu, diz que a orientação desses especialistas é fundamental para tomar as medidas corretas no que diz respeito a Covid-19 e demais doenças. “Indiscutivelmente os infectologistas são imprescindíveis para tocar essa área da saúde, tanto no município, quanto no hospital.  São eles que fazem, através de pesquisas e estudos, os protocolos de atendimento aos pacientes”, elogia. 

Os médicos infectologistas ganharam maior notoriedade no tratamento contra a Covid-19, mas esses profissionais trabalham contra uma lista longa de enfermidades.  Eles atuam na identificação, prevenção, tratamento e controle de doenças infecciosas. Além de auxiliar, também, em imunizações. 



Julival Ribeiro relembrou a importância do trabalho dos infectologistas durante a descoberta da AIDS e no constante tratamento. “Ainda não temos a cura, mas como foi importante o apoio da infectologia na prevenção e tratamento da AIDS, esse é um exemplo muito importante aqui no Brasil em relação a esse problema”, destacou o representante da SBI.

Trabalho em destaque na capital federal

A infectologista Ana Helena Germoglio vem ganhando destaque pelo seu trabalho em Brasília (DF). Com 16 anos de carreira, a profissional se formou na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em janeiro de 2005, e no mês seguinte do mesmo ano foi para a capital federal assumir a residência médica em infectologia.  

Atualmente ela atua no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN-DF), referência no tratamento da Covid-19 na capital, também em um hospital particular e em sua própria clínica. Além disso, é professora de pós-graduação em controle de infecção hospitalar. 

A escolha da profissão veio de uma inspiração muito pessoal, a mãe de Ana Helena também é infectologista. Ela conta que desde criança acompanhava a mãe trabalhando no hospital. “Até hoje lembro bem dela me ensinando sobre a área, sinais típicos de crianças com escarlatina [doença bacteriana rara]. E hoje, mesmo estando em cidades distantes, eu em Brasília e ela em João Pessoa, formamos uma grande dupla de infectologistas”, afirma.



Ana Helena conta que a rotina profissional mudou bastante com a pandemia do novo coronavírus, e por isso, teve que abrir mão de momentos da vida com os filhos. “Tento fazer com que eles entendam, ainda são crianças, mas espero que assim como entendi a minha mãe, no futuro eles possam me entender e, se Deus quiser, terão orgulho de mim como tenho da minha mãe.”

Para a médica, o que mais mudou na profissão foram as demandas por celular. Ela explica que mesmo com toda a facilidade tecnológica, alguns casos não podem ser tratados de forma virtual. Mas que, orientar os colegas de profissão, se tornou muito mais fácil. 

Ana Helena diz que a especialidade ganhou muito mais destaque e as pessoas passaram a entender melhor o trabalho dos infectologistas. “Nunca antes se falou tanto em infectologia como hoje, todos os olhos do mundo se voltaram a essa especialidade. Mesmo sendo uma das áreas menos valorizadas no setor médico”. Segundo ela, a especialidade trata doenças negligenciadas e permeia por muitos segredos e intimidades dos pacientes, por isso, é menos comum as pessoas falarem que vão ao infectologista. 

Para ela, a área possui três grandes desafios: cuidar dos pacientes sem um tratamento sabidamente eficaz, proteger os colaboradores da saúde e tentar da melhor forma possível orientar corretamente a população. “Se eu pudesse escolher novamente, mais uma vez eu escolheria a infectologia.”

Neste domingo (11/04) é comemorado o dia do infectologista. O Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro parabeniza todos os profissionais pelo trabalho prestado à sociedade, principalmente durante a pandemia de coronavírus.

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09/04/2021 00:00h

Novo boletim da Fiocruz aponta colapso no sistema de saúde brasileiro. Taxa de letalidade aumentou de 3,3% para 4,2% em abril

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O Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 divulgado, nesta terça-feira (6), pela Fiocruz, aponta que ao longo da última semana o Brasil bateu recordes no número de óbitos causados pelo coronavírus. A sobrecarga dos hospitais, principalmente observada pela ocupação de leitos de UTI, se mantém em níveis críticos. 

Dezenove estados e o Distrito Federal se encontram com taxas de ocupação superiores a 90%. São eles: Rondônia, Acre, Amapá, Tocantins, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul (106%), Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal.

Em contrapartida, entre os dias 29 de março e 5 de abril, cinco estados apresentaram redução nas taxas de ocupação de leitos de UTI adulto no SUS. Roraima (de 62% para 49%), Amapá (de 100% para 91%), Maranhão (de 88% para 80%), Paraíba (de 84% para 77%) e Rio Grande do Sul (de 95% para 90%). Assim, Roraima saiu da zona de alerta intermediário para fora da zona de alerta, e a Paraíba da zona de alerta crítico para a zona de alerta intermediário, juntando-se ao Amazonas (75%). 



Na última pesquisa realizada pela Fiocruz foi observado um novo aumento da taxa de letalidade, de 3,3% para 4,2%. A instituição aponta que o resultado pode ser consequência da falta de isolamento social, capacidade de diagnóstico correto e oportunamente aos casos graves, somado à sobrecarga dos hospitais. No final de 2020, este indicador estava em torno de 2%. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil chegou a marca de 336.947 óbitos em decorrência da doença.

O coordenador do Observatório Fiocruz Covid-19, Carlos Machado, destaca que a abertura de novos leitos é necessária, mas que medidas para evitar o contágio são mais eficientes, pois o país se encontra no limite das equipes que estão na linha de frente há mais de um ano. “É preciso usar as medidas de prevenção que são o fortalecimento da atenção primária para evitar que os casos se agravem, conectados também com a vigilância para o isolamento e quarentena. Tudo isso associado às medidas de bloqueio são fundamentais agora para reduzir a carga sobre os hospitais”, pontua.

A aposentada de 76 anos, Elena Gomes, é uma das tantas brasileiras que aguardam um leito de UTI. Durante tratamento para trombose em um hospital do Distrito Federal, a aposentada contraiu o vírus da Covid-19. Mas, por não haver vaga, teve que se cuidar em casa. Na sexta-feira (2) Elena teve piora nos sintomas e foi encaminhada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No domingo (4), a aposentada já necessitava de intubação.

A ocupação de leitos de UTI no Distrito Federal chegou a 99% e, assim como Elena, outros 263 pacientes aguardam uma vaga em leito na capital, de acordo com o painel InfoSaúde. Diante disso, o representante comercial Antônio Carlos Gomes, filho da aposentada, fez um apelo público com faixas próximo a UPA em que a mãe se encontra internada para pedir ajuda. “Ela precisa dessa UTI para ontem. Peço para a UPA me fornecer o relatório médico para entrar com pedido judicial na defensoria pública e eles me tratam com descaso. Estou desesperado, fico o dia inteiro tentando ajuda e não consigo”, diz. 

Além do pedido de socorro, o representante comercial também fez uma homenagem à mãe. “Era aniversário dela e quis fazer algo para minha mãe ainda em vida. Fiquei das 6h às 18h com as placas pedindo ajuda, mas ninguém apareceu.”



O Ministério da Saúde autorizou a reabilitação de 4.418 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto do SUS para assistência às pessoas com infecção pela Covid-19. De acordo com as portarias publicadas pela pasta (472, 478, 499, 501), esses leitos voltam a ter financiamento federal de custeio a partir das competências de fevereiro e de março de 2021. Apenas o estado de São Paulo habilitou leitos de UTI Pediátrico para Covid-19.

Os valores mensais somam quase R$ 212,5 milhões e serão transferidos pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) no bloco de custeio aos Fundos de Saúde dos Estados e dos Municípios. Esses valores equivalem ao incentivo financeiro diário de R$ 1,6 mil para cada leito.

Reabertura de hospitais de campanha

Com a alta demanda de pacientes que precisam de tratamento para o coronavírus, estados e municípios optaram por reabrir os hospitais de campanha. O governo do Ceará, por exemplo, já iniciou a montagem no município de Sobral, anexo ao Hospital Regional Norte. 

Serão 60 novos leitos de enfermaria exclusivos para atender pacientes com a Covid-19 e todas as unidades são construídas com recursos do governo cearense. O estado já entregou à população outras unidades de campanha nos municípios de Fortaleza, São José, Sertão Central e Messejana. 

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O governo do Distrito Federal prometeu entregar três novos hospitais de campanha na primeira quinzena de abril. Cada hospital deve ter 100 leitos de UTI para infectados com a Covid-19 em estado grave.

Na semana passada, a Secretaria de Saúde do DF publicou o edital para contratação emergencial da empresa que vai gerir os novos hospitais de campanha. Caberá à contratada oferecer serviços de gestão integrada de leitos hospitalares, com suporte ventilatório pulmonar e terapia renal substitutiva beira-leito.

Para implantar uma unidade de saúde temporária o município deve observar alguns critérios elencados na Portaria 1.514/2020, como buscar outras estratégias para ampliação da oferta de leitos; priorizar a estruturação e ampliação dos leitos clínicos e de UTIs, exclusivos para pacientes da Covid-19, em unidades permanentes e já existentes; considerar a contratação de leitos clínicos e de UTI na rede de saúde privada, entre outros. 

O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire, acredita que a mobilização dos municípios pode diminuir os casos da Covid-19. “Esperamos que os estados e cidades que tiveram o maior cuidado nesse momento em proteger e aplicar as medidas restritivas, principalmente as de isolamento social, tenham uma virada positiva no mês de abril.”

Hospitais em 35 dias

Para que o processo de construção de hospitais de campanha seja mais ágil, prefeituras estão investindo em empresas privadas que entregam a obra em 35 dias. A startup Brasil ao Cubo trabalha com essa agilidade e já construiu hospitais em tempo recorde no Distrito Federal, São José dos Campos, Porto Alegre, São Paulo e Rondônia.

O Hospital de Retaguarda em São José dos Campos, por exemplo, teve um custo de R$12,9 milhões, sendo 4,5 milhões da prefeitura do município e o restante de empresas parceiras. Inicialmente foi construído para auxiliar no enfrentamento da pandemia e, futuramente, vai se tornar Pronto Socorro do Hospital Municipal. 

A ideia da empresa é elevar a capacidade de produção para auxiliar nesse período que o país enfrenta e que as estruturas montadas possam ser usadas pela população no pós-covid.

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