Energia solar

07/09/2023 00:51h

Implementação do 5G, crescimento das vendas de veículos elétricos e maior facilidade para aquisição de baterias de armazenamento são alguns dos fatores que fazem a busca por energia solar crescer

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A energia solar fotovoltaica já corresponde a 15% da matriz energética brasileira, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) de agosto. Desde 2012, o setor já movimentou mais de R$ 159 bilhões em novos investimentos e gerou quase 980 mil empregos.

A expectativa do mercado é que o número de sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil siga crescendo. A implementação da quinta geração de internet móvel, o 5G, o crescimento das vendas de veículos elétricos e a maior facilidade para aquisição de baterias de armazenamento energético são alguns dos fatores que podem impulsionar esse movimento.

A vice-presidente da Associação Brasileira da Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Bárbara Rubim, explica que a implementação do 5G, por exemplo, gera uma demanda maior por energia  elétrica, o que motiva a busca pela energia solar pelas companhias.

“As empresas de telefonia vão gastar entre 150 e 180% mais energia elétrica com a implantação do 5G, então um aumento de um gasto, de um custo tão significativo quanto de energia elétrica, vai fazer com que essas empresas busquem ainda mais soluções para baratear esse custo fixo que ela tem, tão representativo como o da energia. E aí se voltar para formas como a da energia solar sem dúvida alguma é uma solução que já é buscada pelas indústrias de telefonia  —  e tende a se intensificar ainda mais”, destaca.

Outro fator que pode colaborar para o crescimento do setor é a maior facilidade para aquisição de tecnologias de armazenamento energético. Isso gera mais flexibilidade no uso da energia solar, como explica a vice-presidente da Absolar, Bárbara Rubim.

“Quando a gente combina essas tecnologias  consegue ter mais flexibilidade para fazer uso dessa geração que é oriunda do sol, então flexibilidade para a gente usar essa energia no horário que seja mais conveniente, como a noite ou mesmo no horário em que a tarifa da distribuidora é mais cara. Flexibilidade nas instalações, a gente tem a possibilidade de fazer instalações em locais em que a rede não consegue sustentar aquele sistema, a rede da distribuidora — ou mesmo em locais em que a rede da distribuidora não está disponível ou é muito precária”, afirmou.

Além da procura por empresas, muitos consumidores têm buscado usar a fonte alternativa de energia e observado os benefícios. É o caso do funcionário público Paulo Maia, morador de Águas Claras, no Distrito Federal, que contou com a empresa É Energia Solar para instalar o sistema em sua residência. Sua motivação foi a busca por uma fonte alternativa de energia  —  e o retorno do investimento se dá a médio e longo prazo, com a economia na conta de luz.

Economia do consumo

“A diferença é imediata, assim que foi habilitado pela concessionária de energia a conta já veio praticamente zerada, às vezes vem 1 real, 2 reais. Por enquanto, como tenho gerado mais energia do que o consumo, então está praticamente zerada a minha conta de energia”, explicou.

Segundo dados da Absolar, os estados que possuem maior geração distribuída de energia solar são São Paulo e Minas Gerais, com 13% da potência instalada, seguidos por Rio Grande do Sul, com 10%.
 

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31/08/2023 14:45h

Atualmente, Mato Grosso do Sul é o nono estado do Brasil em geração de energia solar

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Até agosto deste ano, a geração própria de energia solar atingiu 881,7 MWh (megawatss/hora) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Mato Grosso do Sul, ou seja, cerca de 113.955 unidades consumidoras atendidas pela tecnologia fotovoltaica no Estado.

De acordo com segundo da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), compilados pela equipe de coordenação de estatísticas da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), apenas na potência o crescimento supera os 88%.

E segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), no país já são mais de 3 milhões de unidades consumidoras atendidas pela tecnologia fotovoltaica no Brasil.

Além disso, o volume em geração própria de energia solar no País ultrapassou a marca de 23 gigawatts (GW). O país ainda possui cerca de 2,1 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Desde 2012, foram cerca de R$115,8 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 690 mil empregos acumulados no período, espalhados em todas as regiões do Brasil, e representam uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 30,2 bilhões.

Energia menos agressiva ao meio ambiente

O especialista em energia fotovoltaica, Nicola Brandão explica por que a energia fotovoltaica é menos agressiva ao meio ambiente.

“A energia solar é tida como uma energia renovável não poluente. Apesar da nossa matriz energética hoje ser predominantemente hídrica, nos períodos de escassez hídrica, de pouca chuva, você acaba sendo obrigado a acionar as fontes térmicas, que são provenientes de combustível fóssil. Então quando a gente opta por contribuir com a geração solar, fotovoltaico, uma usinas fotovoltaica, você desonera essa necessidade, consegue ter um resguardar um pouco as fontes hídricas  —  e consegue manter mais elevado os reservatórios, como se a ponte solar ela funcionasse como uma bateria que ajudasse a manter os reservatórios mais cheios”.

Além disso, Brandão ainda afirma que o investimento em energia solar é um investimento que traz benefícios econômicos a longo prazo, por se tratar de uma energia mais barata. 

“A gente sabe muito bem que a energia aumenta anualmente. Ela aumenta até mais do que a inflação. Então você está pagando a preço de hoje em torno de R$0,24, uma pequena usina para uma residência pequena. E enquanto hoje você pagaria para concessionária R$0,90 com bandeira, você tem um custo ainda maior e esse valor vai só aumentar ao longo dos anos. Então uma vantagem muito grande, principalmente em relação à economia”, conclui

Atualmente, Mato Grosso do Sul é o nono estado do Brasil em geração de energia solar, enquanto Campo Grande é a terceira cidade entre todos os municípios brasileiros.

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28/07/2023 04:45h

Segundo diretor-executivo do Conselho Mundial de Energia, Nelson Fonseca, é preciso implantar mudanças para evitar que mais custos possam recair sobre o consumidor

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Discutida já há vários anos, a modernização do setor elétrico precisa avançar no Brasil. Na avaliação do diretor-executivo do Conselho Mundial de Energia e professor da PUC-MG, Nelson Fonseca, enquanto a modernização regulatória não chega, a migração dos consumidores regulados para o mercado livre implica na transferência de custo para os pequenos consumidores.

“Nós temos um desafio muito grande, que é atualizar o modelo institucional do setor elétrico. Nós precisamos trabalhar nesse modelo que foi construído em 2004. Precisamos introduzir mudanças para evitar que todos os custos das mudanças que vêm sendo implantadas recaiam sobre o consumidor cativo de energia elétrica. Nós temos que evitar que a dona de casa, o consumidor residencial, o pequeno comércio acabe pagando a conta”.

A declaração foi feita durante o workshop “Principais desafios para o novo modelo do setor elétrico” realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira (26). Durante o evento, foram debatidos os principais desafios enfrentados pelo setor, sugestões de aprimoramento do modelo do setor elétrico e os principais projetos de lei em tramitação sobre o tema.

Na visão do diretor do Conselho Mundial de Energia, uma das soluções para esse entrave é separar as atividades de distribuição e comercialização de energia.

“Uma das formas de fazer isso é nós separarmos a atividade da distribuidora, que nós chamamos de fio da energia. É nós arranjarmos uma solução para os encargos setoriais. Esses encargos setoriais são responsáveis por 90% do que o consumidor paga e a gente conseguiria reduzir 14% na conta de energia elétrica, se nós trabalhássemos esses encargos”, explica.

O professor fez ponderações aos subsídios cobrados na conta de luz. Um deles é a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que paga o combustível das usinas a óleo diesel nas regiões que não são interligadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Já a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) inclui várias finalidades, como o incentivo às fontes renováveis e o subsídio para consumidores de baixa renda.

“Nós achamos que esses subsídios são meritórios, porém eles deveriam ser pagos pelo contribuinte, pelo pagador de impostos, e não pelo consumidor de energia elétrica”, afirma.

Mudanças na legislação

Durante o workshop foram abordados os principais projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. Dentre eles, o mais debatido foi o PL 414/2021, que trata da modernização e expansão do setor elétrico. Na visão de Nelson Fonseca, a aprovação do projeto de lei solucionaria os principais problemas enfrentados pelo setor.

“O PL 414, no meu ponto de vista, é uma forma de resolver grande parte desses problemas que eu citei. O PL 414 endereça soluções para esse tipo de problema. Então, eu acho que a gente deveria dar um estímulo para obter um engajamento maior do Poder Executivo na aprovação desse projeto”, disse.

Para o gerente de Energia da CNI, Roberto Wagner, é urgente uma regulação bem feita para que o setor funcione melhor.

“As mudanças têm acontecido, têm sido muito rápidas, como o caso da geração distribuída, dessas novas energias como eólica e solar, que estão entrando muito forte e precisam de um tempinho para arrumar a casa. O setor só tem a ficar mais forte e vai ser um dos setores destaque, principalmente destaque do ponto de vista ambiental. O Brasil tem uma das matrizes mais renováveis do mundo e tende a ficar cada vez mais renovável e limpa. E isso vai ser sempre por um diferencial, uma vantagem para o Brasil”, afirma. 

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06/07/2023 20:45h

Objetivo do projeto é ampliar a oferta de energia renovável no estado

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Na Bahia, os municípios de Tanque Novo e Caetité contam com um investimento de R$ 1,15 bilhão no Complexo Eólico Tanque Novo que conta com um total de 40 aerogeradores distribuídos em 7 parques eólicos, com capacidade instalada total de 180 Megawatt (MW). O investimento está sendo feito pela CGN Brasil Energia.

Nos primeiros 3 meses de 2023, a energia eólica produzida na Bahia representou 34,25%. Trata-se da maior geração desse tipo no Brasil. A energia solar gerada foi de 19,72%, a segunda maior do país. As informações são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Em 2012, a maior parte da energia da Bahia era proveniente da fonte hídrica 59% e a contribuição de 36% da energia térmica, era majoritariamente movida a biomassa. Nos dias de hoje, a situação é diferente: 65% da energia do estado vem de fonte eólica devido aos 227 parques de energia eólica, em funcionamento no estado.

De acordo com o governo da Bahia, estão previstos 176 novos parques eólicos, que injetarão investimentos privados de R$ 24 bilhões e preveem gerar mais de 89 mil empregos em toda a cadeia produtiva na construção dos parques, fazendo a Bahia ultrapassar 10 gigawatts (GW) em potência instalada.

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09/06/2023 14:40h

O lançamento aconteceu na Semana do Meio Ambiente, que discutiu o tema “Sustentabilidade nos hospitais: em busca do ESG

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A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) lançou o projeto da primeira usina solar de um hospital de Goiás, no Hospital Centro Norte Goiano (HCN), em Uruaçu. O lançamento aconteceu na Semana do Meio Ambiente, que discutiu o tema “Sustentabilidade nos hospitais: em busca do ESG”.

Para a vice-presidente da Absolar, Bárbara Rubim, a energia solar é uma das formas mais rápidas para se gerar a própria energia, tanto por usinas de grande porte quanto de pequeno porte.

“Essa expansão da fonte solar, que já é a segunda colocada na matriz elétrica brasileira em termos de capacidade instalada, beneficia não só o meio ambiente, mas também o desenvolvimento econômico do nosso país.”

O HCN foi o segundo hospital público do Brasil com sistema de monitoramento de “utilities”, com painel de controle para acompanhar o consumo de água e energia. A unidade ainda tem implantadas ações para maior sustentabilidade ambiental, como:

  • uso racional de água;
  • eficiência energética;
  • gerenciamento adequado de resíduos sólidos;
  • criação de indicadores socioambientais;
  • cálculo da pegada de carbono e da emissão de gases de efeito estufa dos hospitais. 

Todas essas ações têm o intuito de mitigar a pegada de carbono (total de emissões de gases de efeito estufa) da unidade, promovendo a saúde dos usuários com maior qualidade de vida e bem-estar, mas também cuidando da saúde do planeta.
 

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06/06/2023 04:30h

Com muito sol e bons ventos, estado produziu o primeiro hidrogênio verde certificado da América do Sul. TechHub instalado no Complexo Portuário de Suape será importante polo de produção do H2V

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Pernambuco recebeu o primeiro certificado de produção em larga escala de hidrogênio verde (H2V) na América do Sul. Concedida pela empresa alemã TÜV Rheinland, referência mundial em certificação, a avaliação atestou a produção de hidrogênio verde e neutro em carbono dentro da cadeia de distribuição de hidrogênio da unidade White Martins, na planta de Suape. De acordo com a empresa, serão 156 toneladas de hidrogênio verde produzidas por ano.

Por estar geograficamente bem localizado, o Complexo Industrial Portuário de Suape contará com uma planta industrial produtora de H2V. O complexo terá espaços para a implementação de empresas que atuam na cadeia de H2V, além de possuir um ecossistema local que apoia o projeto, com universidades e o porto de Suape. Segundo o governo do estado, serão gerados cerca de 2.900 empregos com a instalação do empreendimento.

O TechHub de Suape é uma iniciativa desenvolvida em parceria com a CTG Brasil, Departamento Nacional do Senai, Senai Pernambuco e o Governo de Pernambuco, com o objetivo de tornar o porto um espaço de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no novo combustível. O  projeto técnico deve ocupar uma área de 1,4 hectares.

De acordo com a diretora de Tecnologia e Inovação do Complexo Industrial Portuário de Suape, Adriana Martin, o principal objetivo do TechHub é implementar o desenvolvimento tecnológico do hidrogênio verde. 

"O objetivo nessa parceria é fazer o desenvolvimento tecnológico para, posteriormente, fazer a transferência da tecnologia para as empresas que irão produzir esse projeto, armazenar, comercializar, enfim, os usuários finais de aplicação. Nós estamos no estágio de desenvolvimento tecnológico, nessa parceria com o Senai e com empresas que estão interessadas nesse desenvolvimento conjunto”, explica.

Segundo a diretora, as obras dos laboratórios de hidrogênio verde vão começar em breve. "Nós estaremos nas próximas semanas, iniciando a construção dos laboratórios, então, até o final do ano, isso estará pronto para iniciar esse momento tecnológico, entretanto, já estamos com projetos em andamento, de mapeamento de emissões dentro do nosso complexo, então temos ações em paralelo se desenvolvendo”, ressalta. 

Adriana Martin explica que o desenvolvimento da cadeia de hidrogênio verde em Pernambuco vai movimentar a economia e gerar emprego e renda.

“É uma grande oportunidade de desenvolvimento e de alavancar o nosso porto, trazendo mais empresas, trazendo desenvolvimento econômico e social, porque tudo vem junto. Você traz a capacitação da mão de obra, vai gerar empregos, vai gerar renda e vai gerar o desenvolvimento do estado. Então é uma grande oportunidade não só para Pernambuco, quanto para todos os estados que estão com este olhar para o combustível do futuro”, pontua.

O Porto de Suape já assinou Memorando de Entendimentos (MoUs) envolvendo investimentos em hidrogênio verde com empresas como Neoenergia, CTG Brasil, Galp Energia, Comerc Eficiência e Casa dos Ventos, Total Eren, Fortescue Future Industries, Qair/Copergás, Brid Logística, Mitsui, entre outras.

Hidrogênio Verde no Congresso

Representantes da Comissão Especial do Hidrogênio Verde do Senado visitaram no mês de maio o Complexo Industrial Portuário de Suape, situado no Cabo de Santo Agostinho, na Grande Recife. A visita teve como objetivo conhecer o projeto do TechHub e suas instalações.

Para a integrante da Comissão do Meio Ambiente (CMA) do Senado, a senadora Teresa Leitão (PT-PE), o Porto de Suape é uma área bastante propícia para investimentos.

“A planta industrial  já encontra de partida uma área bastante acessível e estratégica, para a implantação de uma produtora de hidrogênio verde. Pernambuco tem agora essa potencialidade de Suape, que ficou esquecida nos últimos 4 anos e estamos lutando inclusive para a conclusão do ramal da Transnordestina. Tudo isso dará uma recuperação importante ao Complexo Portuário de Suape e, evidentemente, ficarão criadas as melhores condições. Seriam no projeto inicial mais de 72 mil hectares disponibilizados e a geração de cerca de 2.900 empregos. Isso é importantíssimo para o desenvolvimento do nosso estado”, afirma.

Potencial do Hidrogênio Verde

Atualmente, o Brasil é o terceiro país que mais produz energia renovável no mundo, atrás apenas de EUA e China. Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que, no primeiro trimestre desse ano, 94% de toda a energia elétrica produzida pelo Brasil veio de fontes renováveis, como usinas eólicas, solares, hidrelétricas e biomassa. Segundo o levantamento, foi o maior índice de participação de energia limpa na matriz brasileira nos últimos 10 anos. 

A alta oferta também coloca o país entre os mais competitivos em termos de preço. Dados de um levantamento realizado pela BloombergNEF (BNEF) projetam o Brasil como um dos únicos países capazes de oferecer hidrogênio verde a um custo inferior a US$ 1 por quilo até 2030.

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06/06/2023 04:00h

O estado produziu 34,25% de energia eólica, segundo pesquisa da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Além disso, produção de energia solar ficou em 19,72%, a segunda maior

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A Bahia tem se destacado na geração de energias renováveis. No primeiro trimestre de 2023, o estado produziu 34,25% de energia eólica, a maior geração total desse tipo no Brasil. Já a energia solar ficou em 19,72%, a segunda maior. Os dados são da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

De acordo com o diretor de Energia Elétrica da Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Victor iOcca, a energia elétrica é um bem essencial e, quando um país consegue oferecer uma energia confiável e barata para a população, isso traz competitividade para a indústria. “Ela gera empregos, renda, desenvolvimento para esse país. Esse desenvolvimento vai se traduzir em uma melhor qualidade de vida para toda a sociedade”, aponta.

Para o vice-presidente de Estratégia e Comunicação da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Bernardo Sicsú, a energia elétrica, principalmente de fontes renováveis, é um um caminho natural para o Brasil, que conta com abundantes recursos naturais propícios à geração elétrica.

Esse cenário pode se tornar ainda melhor com o novo marco do setor elétrico (PL 414/2021), que já aprovado no Senado, está aguardando a criação de comissão temporária pela mesa na Câmara dos Deputados. O projeto de lei permitirá que todos os consumidores de eletricidade escolham de quem comprar energia, independentemente de carga e tensão utilizada.

Atualmente, consumidores comuns e pequenas empresas fazem parte do mercado cativo, ou do ambiente de contratação regulada (ACR), que têm acesso à energia através das distribuidoras. Nesse cenário, os cidadãos só podem comprar a energia da concessionária que atende à sua região, ficando sujeitos às tarifas cobradas pela empresa.

Parlamentares defendem aprovação do novo marco do setor elétrico

Mercado Livre

O PL 414 possibilita que esses usuários tenham a opção de mudar para o mercado livre de energia, que hoje é restrito aos consumidores com carga igual ou superior a 500 quilowatts. Nesse contexto, as empresas têm a liberdade de escolher de quais fornecedores vão comprar a de energia elétrica, de acordo com suas necessidades individuais. Desse modo, é comum que o valor da fatura de energia seja reduzido.

O mercado livre de energia responde por 30% da energia consumida no Brasil, segundo a Abraceel. Além disso, 85,5% do consumo industrial do país vem do mercado livre. Para o vice-presidente da associação, a reforma regulatória do setor elétrico tornou-se necessária e urgente.

“Principalmente por causa das recentes transformações tecnológicas e da demanda dos consumidores que querem maior protagonismo e empoderamento. Os consumidores querem energia mais barata e renovável”, aponta Bernardo Sicsú.

Segundo o deputado José Rocha (União-BA), signatário da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento Sustentável do Petróleo e Energias Renováveis (Freper), o mercado livre é o caminho correto para acabar com a relação de dependência dos consumidores. “É muito mais econômico para o consumidor poder produzir a sua energia, utilizar aquilo que é da sua necessidade e poder vender o excedente.”

Rocha afirma que o país pode ser o pioneiro desse modelo, e que a principal vantagem são as fontes de energia renováveis. “O Brasil tem realmente um potencial muito grande de energia solar, e temos também a energia eólica. E são energias renováveis, que vêm ao encontro do desejo do mundo todo, que é você não ter a produção de carbono”, informa.

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17/05/2023 04:15h

Lançado em 2022, TechHub tem por objetivo a produção, transporte, armazenamento e gestão de hidrogênio verde no complexo. Comissão do Senado dedicada ao combustível visitará o local

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O Complexo Industrial Portuário de Suape, uma das principais portas de entrada da economia de Pernambuco, pretende inovar na produção de hidrogênio verde (H2V) por meio de um TechHub.  A iniciativa é desenvolvida em parceria com a empresa chinesa CTG, o Departamento Nacional do Senai, o Senai Pernambuco e o governo do estado. O objetivo é tornar o porto um espaço de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no hidrogênio verde.

Atualmente, o complexo está preparado para receber 42 projetos. Com o crescimento do projeto, surgiu um novo momento de oportunidades. Durante um feira em Hanôver, na Alemanha, foi fechada a primeira chamada bilateral Brasil-Alemanha, entre o Senai e a Federação Alemã de Associações de Pesquisa Industrial (AIF).

“Com a AIF, nós montamos uma chamada conjunta entre Brasil e Alemanha para que empresas brasileiras, em conjunto com empresas germânicas, possam fazer o que nós chamamos de joint venture, que são projetos em conjunto tecnológicos exclusivamente para a tecnologia de hidrogênio. Praticamente todos esses projetos entre empresas brasileiras e alemãs serão colocados no núcleo atrativo que é o TechHub”, explica o diretor de Inovação e Tecnologia do Senai, Jefferson Gomes.

Segundo o diretor, a expectativa do complexo é obter projetos pilotos aplicáveis ao mercado, atrelados aos aspectos ambientais e sociais. “Eu creio que este local será extremamente importante nos próximos anos, porque lá serão testadas possibilidades, se a gente quiser embarcar neste mundo relacionado à exportação de hidrogênio. Nós então queremos, ao final deste processo, ter novas empresas brasileiras entrantes nesta jornada, que é a geração de energia renovável no mundo. Nossa expectativa é que esse conjunto de projetos existentes, algo por volta de 20%, em 3 anos se transforme em produtos”, aponta.

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Para Gomes, o Brasil tem uma grande chance de ser competitivo no mercado de H2V, não só com a exportação do produto, mas como um insumo para a indústria. O diretor de Inovação e Tecnologia do Senai também aponta outras possibilidades de desenvolvimento para o país na área de sustentabilidade. 

"Nós somos muito aptos a utilizar uma biomassa como a cana-de-açúcar para a produção de combustível, e você consegue fazer balanço de crédito de carbono com esse tipo de produção.  Então, o Brasil pode ser um local onde ocorrerá a neoindustrialização, que não é uma reindustrialização, é uma industrialização com muito uso de energias renováveis. O Brasil não é somente competitivo em hidrogênio. O Brasil é competitivo em bioeconomia, no caso para a produção de energia, para a produção de insumos químicos, de cosméticos, de alimentos e de fármacos”, afirma.

Comissão Especial de Hidrogênio Verde

O TechHub instalado no Complexo Industrial de Suape, em Pernambuco, vai ser o primeiro local a ser visitado pela Comissão Especial de Hidrogênio Verde. A comissão, criada por membros do Senado Federal, tem por objetivo propor um conjunto de políticas públicas que possam balizar a produção de H2V no Brasil.

O grupo é formado por seis senadores que estão articulados no processo de transição energética e tecnologia voltada para descarbonização das economias globais. Dos seis senadores que integram a comissão, três vão ao estado: Fernando Dueire (MDB-PE), Marcos Pontes (PL-SP) e Cid Gomes (PDT-CE), que preside a comissão.

Para o senador Fernando Dueire (MDB-PE), o trabalho da comissão está baseado no sentido de oferecer uma contribuição ao futuro do país por meio das energias renováveis. "Na agenda estão o fortalecimento das bases tecnológicas na busca da diminuição de custos, aumento da eficiência, capacitação e formação de capital humano, planejamento energético, regulação e cooperação internacional. O plano de trabalho segue estágios temporais, prevendo debates com especialistas, audiências públicas, visitas externas e troca de conhecimento com países que já trabalham com essa energia, com fontes totalmente limpas ou com capturas de carbono", ressalta.

A visita da Comissão Especial de Hidrogênio Verde ao TechHub instalado no Complexo Industrial de Suape deve acontecer no próximo dia 19 de maio.  

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16/05/2023 03:45h

Além disso, de 2.000 a 40 mil empregos podem ser gerados até 2040. Os dados são de levantamento realizado pela consultoria McKinsey & Company, a pedido do governo gaúcho

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O impacto potencial da cadeia do hidrogênio verde (H2V) pode ser de R$ 3,7 bilhões a R$ 60 bilhões no PIB do Rio Grande do Sul; e de 2.000 empregos gerados a 40 mil até 2040. Os dados são de levantamento realizado pela consultoria McKinsey & Company, a pedido do governo gaúcho.

São necessárias fontes de energias renováveis para realizar a produção do hidrogênio verde. A eletrólise, que é processo químico que quebra as moléculas da água em hidrogênio e oxigênio pela eletricidade, utiliza energia solar ou eólica. Assim, não há queima ou liberação de CO² na atmosfera. Por possuir recursos naturais para a produção de energia solar e eólica e um investimento considerável em ambas as fontes de energia, o governo do estado agora aposta no potencial de geração do hidrogênio verde. 

Em evento realizado pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindinergia-RS), para debater o mercado de hidrogênio verde e a geração de energia eólica, representantes da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) apresentaram os projetos em desenvolvimento no estado. 

Segundo a Sema, o estado possui 63 projetos eólicos onshore (projetos localizados em terra, ou seja, distantes da costa) em processo de licenciamento na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e 22 offshore (projetos realizados a partir da costa marítima) no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A secretaria ainda reafirmou o compromisso com a COP 26 e começou a “formalização da intenção de parcerias com empresas do setor reconhecidas internacionalmente, como White Martins, Enerfin e Neoenergia, pela contribuição em projetos governamentais de sustentabilidade ambiental”. 

O estudo também mapeou dez municípios favoráveis para o desenvolvimento da cadeia de H2V: Giruá, Uruguaiana, São Francisco de Assis, Dom Pedrito, Vila Nova do Sul, Cambará do Sul/Arroio do Sal, Porto Alegre, Mostardas, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande.

Esses municípios foram destacados levando em conta questões logísticas como: “linhas de transmissão de energia e usinas próximas, portos públicos, capacidade de escoamento, sistema de transporte hidroviário, cabotagem e longo curso”.

Um dos membro da Comissão Especial de Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde, o senador Luís Carlos Heinze (Progressistas-RS) explica que o setor agrícola também pode contribuir para a produção de hidrogênio verde.

“O Brasil é hoje um dos países que, em termos de energia, pode ser líder mundial. Tínhamos o etanol, tínhamos o biodiesel, além da energia hídrica que o Brasil é grande produtor. Mas nós temos o setor florestal, o setor da cana de açúcar e os produtores de biogás, dentro da agricultura tem também o biogás. É muito importante, então, nós termos alternativas dentro do agro, que vão se somar ao projeto agregando várias formas de produção do hidrogênio verde”, afirma.

Potencial do Hidrogênio Verde

De acordo com a professora de materiais e ciências do ambiente da ESEG - Faculdade do Grupo Etapa, Lina Varon, a cadeia de H2V vai demandar uma mudança no consumo da população e um novo entendimento sobre o consumo energético.

“Novos processos de fabricação vão ter que ser analisados, onde se utiliza um combustível fóssil, vai entrar agora, um hidrogênio e uma energia renovável. Então, grandes coeficientes operacionais desse processo, vão ter que mudar. Isso demanda novas profissões, novas experiências”, ressalta.

Atualmente, o Brasil é o terceiro país que mais produz energia renovável no mundo, atrás apenas de EUA e China. Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que o Brasil bateu recorde de geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis em 2022. No ano passado, foram cerca de 62 mil megawatts de energia, em média, produzidos por mês. Com isso, a geração de energia por meios renováveis atingiu 92%.

A alta oferta também coloca o país entre os mais competitivos em termos de preço. Dados de um levantamento realizado pela BloombergNEF (BNEF) projetam o Brasil como um dos únicos países capazes de oferecer hidrogênio verde a um custo inferior a US$ 1 por quilo até 2030.

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Meio Ambiente
20/04/2023 04:15h

Estudo foi realizado por grupos do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, da UFABC, e por instituto chinês. Comissão do Congresso Nacional vai discutir políticas para o setor

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Uma equipe de pesquisadores conseguiu otimizar o processo de produção do hidrogênio verde (H2V). O avanço levou a um aumento de 50% da eficiência do combustível. O grupo faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) da Universidade Federal do ABC (UFABC) e do Centro Internacional de Pesquisas em Energia Renovável, na China.

O professor e especialista em engenharia química José Joaquín Linares explica a diferença do processo de produção do hidrogênio verde. “Primeiro, você precisa produzir o hidrogênio através da eletrólise da água, que é um processo que demanda energia. Essa energia vai ser fornecida por uma fonte renovável. Então, resumindo, o hidrogênio verde seria a somatória desses dois elementos: hidrogênio eletrônico mais fontes renováveis”, explica.

Já existem diversas tecnologias para a obtenção do combustível limpo. No entanto, a produção do H2V ainda não é competitiva. Um dos principais desafios para torná-la viável em nível comercial é encontrar um material que atue de forma eficiente no processo de eletrólise da água. 

Foi justamente nesse sentido que os pesquisadores obtiveram sucesso. O grupo desenvolveu uma estratégia para otimizar um dos materiais mais empregados no processo, a hematita, um óxido de ferro muito abundante na Terra. O material otimizado gerou uma corrente elétrica 6,7 vezes maior do que a da hematita convencional.

Segundo o especialista em engenharia química, atualmente a contribuição do hidrogênio na matriz energética mundial ainda é pequena. “Praticamente todo o hidrogênio produzido é utilizado com finalidades químicas em processos industriais, como o refino de petróleo, na produção de fertilizantes, em siderúrgicas e na indústria química”, aponta.

Mas as projeções da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) apontam que o setor irá produzir 409 milhões de toneladas por ano em 2050, o que responderá, nos cálculos da entidade, por 12% da demanda global de energia.

O Brasil está empenhando esforços para entrar no mapa global de produção de H2V. Na última semana (12), foi instalada a comissão especial para debater as políticas públicas sobre hidrogênio verde. Durante dois anos o grupo deverá debater e avaliar políticas públicas sobre a tecnologia de geração de energia limpa.

O grupo, formado por seis senadores, será presidido por Cid Gomes (PDT-CE) e terá como relator Otto Alencar (PSD-BA). Durante a instalação da comissão, o senador Cid Gomes ressaltou a necessidade da criação de um marco legal sobre a tecnologia para trazer segurança para potenciais investidores.

“O modelo de negócio e resultados motivam a manutenção de um debate no Congresso Nacional que relacione o modo de desenvolvimento do Brasil com as preocupações globais, não apenas quanto ao acesso a fontes de energia, como também com relação às mudanças climáticas e seus impactos nocivos para o equilíbrio ambiental do planeta”, disse.

Para a diretora do projeto Hidrogênio Verde no Brasil (H2Brasil), que integra a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, Monica Saraiva, a tecnologia pode gerar muitos empregos para o país.

“O Brasil tem um papel muito importante, inclusive a nível global, na produção, no uso local e na exportação do hidrogênio verde e ele pode, sim, se tornar um ator ativo, inclusive agregando valor no setor global do hidrogênio. É uma cadeia que envolve fabricantes de componentes, prestadores de serviços de todos os setores da economia, empresas pequenas, médias e grandes. Então, o potencial de geração de empregos desse setor é fantástico”, afirma.

A comissão foi criada em março deste ano pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), com o objetivo de incentivar o uso de hidrogênio verde como fonte de energia no país. “É preciso avaliar políticas públicas e priorizar as propostas em tramitação no Congresso Nacional sobre o tema”, defende.

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