Energia solar

03/02/2024 18:25h

Há pouco tempo, fonte solar se tornou a segunda maior em participação na matriz de energia elétrica do país, ultrapassando a eólica. Adesão de consumidores e também do poder público é cada vez maior

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Os investimentos em energia solar devem ultrapassar R$ 38,9 bilhões e gerar mais de 280 mil empregos no país em 2024, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). 

Os aportes incluem as usinas de grande porte e os pequenos e médios sistemas em telhados, fachadas e terrenos. Segundo a entidade, os 9,3 gigawatts (GW) de potência instalada este ano vão se somar aos 36,1 GW existentes, totalizando 45,4 GW – o que equivale a mais de três usinas de Itaipu. 

Tal crescimento deve consolidar a energia solar como a segunda maior fonte de eletricidade do país, com 16,8% de participação na matriz elétrica, posto conquistado em janeiro, após ter ultrapassado a energia eólica. 

Bárbara Rubim, vice-presidente da Absolar, explica que o baixo custo é um dos motivos por trás do crescimento da energia solar fotovoltaica no país. Segundo ela, o cenário ideal é que haja um equilíbrio de participação das diversas fontes de energia limpa na matriz elétrica brasileira. 

"O ideal não é que o Brasil abandone, por exemplo, a energia das hidrelétricas; é que a gente aproveite as hidrelétricas em operação no país e utilize-as como uma energia que vai suprir a solar e a eólica quando a gente tiver em um dia mais nublado ou em que o regime de ventos está mais baixo", pontua.  

Consumidores e o setor produtivo só têm a ganhar nesse cenário, afirma a especialista. "Uma matriz complementar, que aproveita a riqueza de fontes e diversidade de potencial que o Brasil tem é capaz de entregar uma energia segura, estável, mais limpa e, sem dúvida alguma, uma energia com custo mais competitivo para o bolso do consumidor."

Energia solar gera R$ 180 bilhões em investimentos e contribui para a descarbonização

Fenômeno

Desde 2012, os investimentos em energia solar no Brasil somam mais de R$ 184 bilhões, segundo a Absolar. No segmento de geração distribuída de energia – em que a energia é gerada próxima ao local de consumo –, concentram-se R$ 132 bilhões do total investido nos últimos 12 anos. 

Goiás é um dos destaques quando o assunto é a geração própria em telhados e pequenos terrenos. Tendo apenas a décima primeira população entre as unidades da federação, o estado já é o sétimo quando o assunto é o número de GW de capacidade instalada em geração distribuída. 

Foram mais de R$ 5 bilhões empregos gerados desde 2012, no estado, diz Francisco Maiello, coordenador estadual da Absolar em Goiás. A expansão, no entanto, está só no começo, garante. 

"Goiás tem em torno de 3 milhões e 400 unidades consumidoras, desde residência até grandes indústrias. De tudo isso, em torno de 120 mil já têm acesso à energia solar. Apesar de ser um número relevante, ainda representa quase 4% apenas das unidades consumidoras. Ainda tem muito mercado para crescer", avalia.  

Investimento público

O uso da energia solar deve continuar crescendo não só nas residências e nas empresas. O setor público tem tratado a fonte de energia como estratégica para a melhoria de serviços voltados à população. 

É o caso do Mato Grosso do Sul, que pretende investir mais de R$ 14 milhões este ano em iluminação pública com luminárias de LED que geram energia a partir da luz solar – mais do que o triplo investido em 2023. 

O secretário de estado de Infraestrutura e Logística do Mato Grosso do Sul, Helio Peluffo Filho, detalha a iniciativa. "Nossa visão abrange a implementação da energia solar em diversos espaços públicos, desde ruas, avenidas, rotatórias de rodovias até pontes, ciclovias, estacionamentos e prédios do governo. Nosso maior projeto nesse sentido é iluminar todas as rotatórias das rodovias estaduais com energia solar, levando mais segurança para os usuários das nossas estradas", explica. 

Helio diz que, embora a curto prazo, os custos para instalação de sistemas fotovoltaicos sejam mais caros do que os tradicionais, as vantagens competitivas desse tipo de energia compensam o investimento. 

"Os benefícios da energia fotovoltaica são maiores, como a redução das despesas com eletricidade e, principalmente, com custos de manutenção, como a substituição de lâmpadas, reatores e disjuntores, entre outros, ao longo do tempo. Além disso, a energia solar atua como uma proteção contra prejuízos relacionados aos furtos de cabos, mitigando até mesmo riscos sociais com a insegurança causada por esses delitos", afirma. 

De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística (Seilog), três obras de iluminação já estão em processo licitatório. 

  • Ponte do Passo do Lontra, na MS-184;
  • Ciclovia da MS-427, em Rio Verde;
  • Rotatórias das rodovias estaduais de Mato Grosso do Sul.
     
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07/01/2024 16:16h

Fonte solar equivale a 16,3% da matriz elétrica do país, segundo a Absolar

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A energia solar gerou R$ 179,5 bilhões em investimentos no país desde 2012. Os dados, da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), apontam ainda uma arrecadação de R$ 50,3 bilhões aos cofres públicos e a geração de cerca de 1,1 milhão de empregos. Considerada um vetor importante para a transição energética, a energia solar evitou a emissão de mais de 45 milhões de toneladas de dióxido de carbono — um dos gases de efeito estufa.

De acordo com a Absolar, o Brasil ultrapassou a marca de 37 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica e  equivale a 16,3% da matriz elétrica do país. O diretor técnico da entidade, Carlos Dornellas, explica o que ajudou na expansão da energia solar. 

“Nós entendemos que tem muito a ver com o apelo social, econômico e ambiental que a fonte traz. Então é uma fonte que é muito bem aceita pela população em geral, não só no Brasil, mas em todo o mundo, por  ser um fonte de rápida instalação, flexível, sustentável, que leva emprego verde onde realmente precisa e também as políticas públicas que foram feitas nos últimos 10 anos com o nosso apoio”, afirma. 

Carlos Dornellas destaca que a implementação da fonte solar ainda enfrenta desafios comerciais e regulatórios e dificuldades de conexão. No entanto, avalia  que existe espaço para o crescimento da utilização desse tipo de energia, em especial, devido ao grande potencial sustentável brasileiro. Ele afirma que os preços dos equipamentos têm caído, o que torna a energia solar mais acessível.

“Hoje nós já estamos presentes, enquanto energia solar, em todos os estados brasileiros, em todas as cidades brasileiras. Então, de certa forma, já existe a universalização. O que nós precisamos fazer é aumentar a intensidade da penetração, nós precisamos estar mais presente com maior potência instalada”, ressalta o diretor. 

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Como funciona a energia solar

O Ministério de Minas e Energia (MME) explica que existem duas formas de utilização da energia solar: na fotovoltaica as placas solares convertem a radiação solar em energia elétrica. E a térmica, presente em residências e usinas heliotérmicas, é utilizada para o aquecimento de água. 

Segundo o Ministério, funciona assim: a irradiação solar atinge as placas fotovoltaicas, estimulando os elétrons, o que produz uma corrente contínua — o efeito fotovoltaico. A corrente contínua é transformada em corrente alternada pelos equipamentos chamados de inversores. Após esse processo, a energia está pronta para ser distribuída na rede elétrica. A energia pode ainda ser armazenada em sistema de bateria e liberada conforme a necessidade de consumo. 

Descarbonização

Vista como uma importante ferramenta para a descarbonização, a energia solar, captada do sol, tem capacidade para reduzir a utilização de combustíveis fósseis sem agredir o meio ambiente. De acordo com o MME, a principal matéria-prima das placas fotovoltaicas é um mineral chamado silício.

“A extração desse minério é a etapa com maior impacto no meio ambiente. Entretanto, durante a vida útil dos equipamentos, não há emissão de gás carbônico. Além disso, boa parte dos empreendimentos ligados à energia solar atuam com compensações socioambientais nas regiões em que as placas são instaladas”, diz a pasta. 
 

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20/12/2023 06:15h

Especialista explica como funciona a geração desse tipo de energia e quais as vantagens

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Minas Gerais ocupa a liderança nacional na geração de energia solar centralizada, com cerca de 34% da produção brasileira. Neste ano, o estado alcançou 7,15 GW de geração solar fotovoltaica em operação, com um aumento de 2,6 GW da energia, o maior entre todas as unidades federativas.

De acordo com os dados, de toda energia solar produzida no país, 19,95% estão concentrados em Minas Gerais. Em relação à geração centralizada, 18% da matriz energética mineira é proveniente da energia solar.  Quando se trata de geração distribuída, Minas representa 13,4% da potência instalada, ficando em segundo lugar, atrás apenas de São Paulo, que possui 13,58% do total.

Luiz Henrique Bergoli da Silva, advogado no escritório Ernesto Borges Advogados, com atuação em Energia, explica que a geração de energia solar fotovoltaica funciona a partir de um sistema de mini ou microgeração de energia no imóvel do usuário consumidor. “Basicamente, é equipado por placas, painéis solares que captam a energia solar e a transformam em energia elétrica, para utilização na própria unidade geradora como em outras para o qual o interessado deseja distribuir.”

Silva destaca que a instalação do sistema é regulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e deve ser feito por empresa especializada, após a aprovação do projeto elétrico pela empresa concessionária de energia elétrica local.

Segundo o governo de Minas Gerais, todos os municípios do estado possuem ao menos uma unidade de geração de energia solar fotovoltaica. A capacidade instalada da energia solar em operação em Minas Gerais corresponde a mais da metade da capacidade total instalada da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que é a maior usina hidrelétrica do Brasil e a quarta maior do mundo. Além disso, essa capacidade solar tem o potencial de suprir mais de 2 milhões e 400 mil residências, considerando um consumo médio de 300 kW por casa.

O especialista também informa que o sistema de produção de energia elétrica fotovoltaico é alimentado por uma fonte de energia limpa e inesgotável, que é a solar. “Portanto, com o aumento da produção de energia elétrica a partir dos sistemas solares fotovoltaicos, diminui-se a dependências de outros sistemas que impactam significativamente no meio ambiente, como a hidrelétrica, que depende de grande quantidade água para funcionar — e termelétricas, que são movidas por combustíveis fósseis”, pontua.

Vantagens

Silva ainda avalia que a energia solar fotovoltaica permite uma economia significativa nas faturas de energia elétrica, devido a compensação entre a energia produzida e injetada na rede e a efetivamente consumida.

Entre outras vantagens desse tipo de energia, o especialista aponta o aparato de produção de energia fotovoltaico, que é de longa duração e resistência, portanto não demanda constante manutenção e reparo. Além disso, ele explica que pode ser utilizado em regiões remotas, onde ainda não tem rede de distribuição de energia elétrica.

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12/12/2023 04:15h

A criação de 280 mil postos de trabalho — a partir de energia limpa e renovável — está entre as perspectivas para o setor no próximo ano

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Na casa de três quartos onde mora, em Brasília, o médico Washington Ferreira  tem uma conta a menos para se preocupar: a de energia. Há dois anos ele investiu R$ 23 mil na instalação de painéis de energia fotovoltaica e a conta, que custava cerca de R$ 500 mensais, caiu para o mínimo, R$ 116. 

“Pelos cálculos, em cerca de cinco anos ela se pague. Para mim está valendo muito a pena e a minha perspectiva é que logo o investimento já terá sido pago e eu vou usufruir do lucro aí para frente”, calcula. 

E não é só Washington que está animado, o setor também está otimista para o próximo ano. Segundo as projeções feitas pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), os novos investimentos gerados pelo setor fotovoltaico devem ultrapassar os R$ 38,9 bilhões. Isso inclui usinas de grande porte e os pequenos e médios sistemas em telhados, fachadas e terrenos, como o que o médico aposentado, residente no Jardim Botânico, em Brasília,  instalou na casa dele. 

Emprego e renda

A expectativa da ABSOLAR é que o setor gere mais de 280 mil novos empregos em 2024, em todas as regiões do país. Além de arrecadação de mais de R$ 11,7 bilhões aos cofres públicos, como explica a vice-presidente do conselho de administração da ABSOLAR, Bárbara Rubim.

“A medida que o setor cresce, cresce a economia de maneira geral. E a economia local é muito favorecida, porque a energia solar, sobretudo na forma distribuída e descentralizada — que são esses telhados que a gente vê em comércios, casas e propriedade rurais — ,ela permite que o consumidor transforme o custo que ele teria com energia elétrica em consumo direto.” 

O empresário brasiliense Leonardo Samir está no ramo há nove anos. A empresa dele começou pequena e hoje já é considerada de médio porte. Samir conta que a demanda pelo serviço vem crescendo e prevê um 2024 ainda mais promissor.

“Os preços dos sistemas caíram muito de alguns anos para cá e, ao mesmo tempo, a procura aumentou. Quando comecei no ramo, o investimento demorava cerca de oito anos para se pagar, hoje o cliente já recupera o que investiu em apenas 3,5 a 4 anos.”

Samir ainda cita três grandes vantagens do sistema fotovoltaico. “O preço, que ainda é bem mais barato que o da energia fornecida pelas concessionárias; o cuidado com o meio-ambiente, que usa energia  limpa e renovável e por último, o baixo custo de manutenção do sistema.”

Energia em expansão

Pela projeção, em 2024, serão adicionados mais de 9,3 gigawatts (GW) de potência instalada, chegando a um total acumulado de mais de 45,5 GW, o equivalente a mais de três usinas de Itaipu. 

Segundo Bárbara Rubim “a energia solar é passível de ser instalada, seja na forma de geração distribuída, que são os pequenos sistemas, seja na forma de geração centralizada, em todo o país. Exatamente porque o Brasil tem o recurso solar muito favorável.” 

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01/12/2023 04:55h

Produtores nacionais alegam concorrência desleal no mercado

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O interesse por energia solar como fonte renovável está presente em 75% das indústrias brasileiras. A informação é de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo mostra, ainda, que 53% têm projetos voltados para o uso de fontes renováveis de energia e a solar é a que domina o setor.

A pesquisa ouviu 1.004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes em todo o país, entre os dias 3 e 20 de novembro.

No entanto, uma mudança para cobrar impostos para a importação das placas solares produzidas na China — atualmente, cerca de 95% da produção vem do país asiático — pode ameaçar os investimentos no setor, já que implicará um aumento nos preços, num momento de grande expansão no Brasil, uma vez que o país tem uma das maiores incidências solares do mundo e é um dos líderes em produção desse tipo de energia. 

Segundo o consultor Welber Barral, essa medida seria prejudicial para o mercado e o aumento de impostos para o setor viria de encontro às políticas públicas que incentivam a produção de energias renováveis. 

“Quando se trata da construção de usinas solares, o principal item são as placas. Quase 80% do custo de uma usina vem das placas. E a medida é muito negativa porque aumentaria o custo para se instalar esses parques solares no Brasil”, observa. 

Mudanças

Atualmente, as placas solares importadas da China são isentas de impostos, mas o pedido de tributação, que parte dos produtores nacionais, pode fazer com que o imposto fique entre 14% e 18%. 

Para evitar esse cenário, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) protocolou junto ao governo federal pedidos com o intuito de proteger o setor dos riscos de aumento de impostos sobre a importação dos módulos.

De acordo com o presidente executivo da associação, Rodrigo Sauaia, pelo menos 281 projetos fotovoltaicos estariam em risco de serem cancelados caso a isenção de impostos fosse revogada. Isso significa mais de 25 GW e R$ 97 bilhões de investimentos.

“Além dessa carga tributária prejudicar a viabilidade econômica e financeira desses projetos, ela poderia também inviabilizar o financiamento atrelado aos projetos. Porque as instituições financeiras contam com essa caga tributária mais baixa para oferecer o crédito para que esses projetos possam ser desenvolvidos”, analisa. 

O pedido feito ao governo inclui um prazo de transição de, pelo menos, 24 meses para o início da cobrança do imposto, para que os projetos em andamento sejam construídos e entregues e os investimentos não sejam perdidos ou cancelados.

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27/11/2023 10:45h

O projeto capitaneado pela AB Sol Energias Renováveis, recebeu investimento total de R$ 5,3 milhões

Com financiamento da Desenvolve SP, o Grupo AB Areias inaugurou, dia 22 de novembro, projeto inédito de uma usina solar flutuante em um lago de mineração de areia já exaurido na cidade de Roseira, no Vale do Paraíba. A unidade já abastece totalmente a operação da empresa na cidade e é um dos exemplos de como a Linha Economia Verde auxilia no financiamento de projetos que promovam a redução de emissões de gases de efeito estufa, a geração de energias renováveis e a eficiência energética.

“Temos muito orgulho de falar que somos a ferramenta de viabilidade de projetos tais como esse. Isso é desenvolvimento sustentável, e são ações como essa que geram emprego, renda e desenvolvimento para o Estado de São Paulo. Queremos ser cada vez mais apoiadores de projetos que trazem evolução e inovação”, afirmou Gustavo Melo, chamado ao palco por Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio, presidente da AB Areias e anfitrião do evento. O projeto capitaneado pela AB Sol Energias Renováveis, empresa do Grupo AB Areias, recebeu investimento total de R$ 5,3 milhões, dos quais R$ 4,2 milhões financiados pela Desenvolve SP (80% do total). “Tivemos total acolhida da Desenvolve SP neste processo. Por ser um projeto inovador, optamos por essa linha de financiamento que nos oferecia maior atratividade”, afirma Sandra Maia de Oliveira, diretora de Meio Ambiente e Mineração do Grupo AB Areias.

Para implantar o projeto inédito a AB Solar contou com a expertise da F2B – Fotovoltaico Flutuante Brasil, especializada em usinas solares fotovoltaicas flutuantes, e a Coelte Engenharia, empresa de engenharia especializada em projetos e montagens elétricas. A usina solar ocupa um dos 20 hectares do lago (equivalente a 10 000 m² dos 200 mil m² disponíveis). Foram instaladas 1.180 placas fotovoltaicas sobre flutuadores no espelho d’água, sustentadas em estruturas de alumínio e que ficam suspensas com auxílio de boias. Para evitar que elas se desloquem, foram instaladas 20 poitas (espécie de âncoras), cada uma pesando duas toneladas. A energia gerada é capaz de abastecer seis mil casas.

O ineditismo neste caso é que isso nunca havia sido feito num lago formado após a cava de mineração, técnica empregada pelo grupo AB Areias para extração de rochas e minerais. “O projeto é pioneiro para a indústria mineral de agregados no Brasil e servirá como portfólio para ser apresentado ao mercado consumidor de energia da Região do Vale do Paraíba e de todo o Estado de São Paulo”, afirma Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio, presidente da AB Areias. A linha de financiamento Economia Verde integra as opções de crédito disponíveis para projetos sustentáveis, que incluem projetos que promovam a redução de emissões de gases de efeito estufa, a geração de energias renováveis e a eficiência energética. Disponível para micro, pequenas e médias empresas, a linha de financiamento oferece condições atraentes, tais como a carência de até 36 meses para pagar, e prazo para pagar de até 120 meses, e taxa a partir de 0,17% ao mês acrescida de Selic.

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11/11/2023 11:21h

Associação que representa o setor protocolou pedidos que desonerem tributos e evitem que o preço aumente para o consumidor final

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Cerca de 95% das placas solares usadas no Brasil são produzidas na China, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Mas uma mudança na cobrança de impostos para a importação desses materiais pode terminar em quedas de investimentos, cancelamento de projetos — além de perda de empregos e renda para os trabalhadores do setor. Isso, claro, sem falar no aumento no preço da energia solar para os consumidores.

Para evitar essa reação em cadeia, a ABSOLAR protocolou junto ao governo federal pedidos com o intuito de proteger o setor fotovoltaico brasileiro contra riscos de aumento de impostos sobre a importação dos módulos.

O que a mudança propõe

O Brasil hoje não paga imposto sobre as placas solares importadas da China, mas a proposta do governo é começar a taxar esses produtos. Se isso se confirmar, só esse imposto pode chegar a 14%. Com outros tributos como IPI, ICMS, PIS, Cofins, etc, esses encargos subiriam para 18%. A reforma tributária, que deverá aglutinar alguns desses impostos atuais, com a criação do IVA (Imposto Sobre Valor Agregado), não deve criar isenções ou alterar a cobrança de impostos para o setor da energia solar.

A proposta  de cobrança de impostos  sobre a importação dos produtos, como as placas solares, vem num momento de grande expansão  no Brasil, uma vez que o país tem uma das maiores incidências solares do mundo —  e é um dos líderes em produção desse tipo de energia. Segundo o consultor Welber Barral, sócio-fundador da BMJ Consultores Associados, isso  seria muito prejudicial para esse mercado. 

“Quando se trata da construção de usinas solares, o principal item são as placas. Quase 80% do custo de uma usina vêm das placas. E a medida é muito negativa porque aumentaria o custo para se instalar esses parques solares no Brasil.” 

Para Barral, o aumento de impostos para o setor viria  de encontro às políticas públicas que incentivam a produção de energias renováveis.

Risco de perda de investimentos para o setor 

De acordo com a ABSOLAR, pelo menos 281 projetos fotovoltaicos estariam em risco de serem cancelados caso a isenção de impostos fosse revogada. Isso significa mais de 25 gigawatts (GW) e R$ 97 bilhões de investimentos. Quem explica a situação é o presidente executivo da Associação, Rodrigo Sauaia.

“Além dessa carga tributária prejudicar a viabilidade econômica e financeira desses projetos, ela poderia também inviabilizar o financiamento atrelado aos projetos —  porque as instituições financeiras contam com essa caga tributária mais baixa para oferecer o crédito para que esses projetos possam ser desenvolvidos.”  

O pedido feito ao governo inclui um prazo de transição de, pelo menos, 24 meses para o início da cobrança do imposto. Tempo suficiente para que os projetos em andamento sejam construídos e entregues e os investimentos não sejam perdidos ou cancelados.

“É importante dizer que esses investimentos representam um potencial de geração de emprego para o Brasil de 750 mil postos de trabalho até 2026 — só os projetos que estão em risco.” O que ressalta, segundo Sauaia, a importância sócio econômica do setor. 

 

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Brasil Mineral
18/10/2023 09:43h

O Parque Solar Arinos deverá ter capacidade instalada de aproximadamente 420 MWp

A Gerdau comunica aos acionistas e ao mercado em geral que a Newave Energia S.A., empresa na qual a companhia detém participação indireta de 33,33%, celebrou os instrumentos definitivos para aquisição da totalidade das ações da Solar Arinos Holding S.A., detidas pelo Grupo Voltalia, com o objetivo de desenvolver, construir e operar um novo parque de geração de energia solar em Arinos (MG).

O Parque Solar Arinos deverá ter capacidade instalada de aproximadamente 420 MWp e inclui ainda uma subestação de energia. O investimento total para construção do Parque Solar Arinos será de aproximadamente R$ 1,4 bilhão, integralmente suportado pela Newave Energia, com uma combinação de seu capital próprio e dívida.

Com o acordo, a Gerdau poderá concluir a integralização de sua parcela no capital na Newave Energia ao longo da construção do projeto. O Parque Solar Arinos deverá fornecer 30% de seu volume de energia renovável produzida para unidades de produção de aço da Gerdau no Brasil, na modalidade de autoprodução, contribuindo com o atingimento das metas de redução de emissões de efeito estufa e reforçando os objetivos da Gerdau por maior competitividade. Esse volume de energia é cerca de 34 MWm, o equivalente ao consumo de uma unidade siderúrgica com capacidade de aproximadamente 400 mil toneladas anuais, ou, aproximadamente 7% do consumo de energia anual da Gerdau no Brasil. O uso dessa energia deve gerar uma redução estimada 22.000 tCO2e ao ano para a companhia.

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07/09/2023 00:51h

Implementação do 5G, crescimento das vendas de veículos elétricos e maior facilidade para aquisição de baterias de armazenamento são alguns dos fatores que fazem a busca por energia solar crescer

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A energia solar fotovoltaica já corresponde a 15% da matriz energética brasileira, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) de agosto. Desde 2012, o setor já movimentou mais de R$ 159 bilhões em novos investimentos e gerou quase 980 mil empregos.

A expectativa do mercado é que o número de sistemas fotovoltaicos instalados no Brasil siga crescendo. A implementação da quinta geração de internet móvel, o 5G, o crescimento das vendas de veículos elétricos e a maior facilidade para aquisição de baterias de armazenamento energético são alguns dos fatores que podem impulsionar esse movimento.

A vice-presidente da Associação Brasileira da Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Bárbara Rubim, explica que a implementação do 5G, por exemplo, gera uma demanda maior por energia  elétrica, o que motiva a busca pela energia solar pelas companhias.

“As empresas de telefonia vão gastar entre 150 e 180% mais energia elétrica com a implantação do 5G, então um aumento de um gasto, de um custo tão significativo quanto de energia elétrica, vai fazer com que essas empresas busquem ainda mais soluções para baratear esse custo fixo que ela tem, tão representativo como o da energia. E aí se voltar para formas como a da energia solar sem dúvida alguma é uma solução que já é buscada pelas indústrias de telefonia  —  e tende a se intensificar ainda mais”, destaca.

Outro fator que pode colaborar para o crescimento do setor é a maior facilidade para aquisição de tecnologias de armazenamento energético. Isso gera mais flexibilidade no uso da energia solar, como explica a vice-presidente da Absolar, Bárbara Rubim.

“Quando a gente combina essas tecnologias  consegue ter mais flexibilidade para fazer uso dessa geração que é oriunda do sol, então flexibilidade para a gente usar essa energia no horário que seja mais conveniente, como a noite ou mesmo no horário em que a tarifa da distribuidora é mais cara. Flexibilidade nas instalações, a gente tem a possibilidade de fazer instalações em locais em que a rede não consegue sustentar aquele sistema, a rede da distribuidora — ou mesmo em locais em que a rede da distribuidora não está disponível ou é muito precária”, afirmou.

Além da procura por empresas, muitos consumidores têm buscado usar a fonte alternativa de energia e observado os benefícios. É o caso do funcionário público Paulo Maia, morador de Águas Claras, no Distrito Federal, que contou com a empresa É Energia Solar para instalar o sistema em sua residência. Sua motivação foi a busca por uma fonte alternativa de energia  —  e o retorno do investimento se dá a médio e longo prazo, com a economia na conta de luz.

Economia do consumo

“A diferença é imediata, assim que foi habilitado pela concessionária de energia a conta já veio praticamente zerada, às vezes vem 1 real, 2 reais. Por enquanto, como tenho gerado mais energia do que o consumo, então está praticamente zerada a minha conta de energia”, explicou.

Segundo dados da Absolar, os estados que possuem maior geração distribuída de energia solar são São Paulo e Minas Gerais, com 13% da potência instalada, seguidos por Rio Grande do Sul, com 10%.
 

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31/08/2023 14:45h

Atualmente, Mato Grosso do Sul é o nono estado do Brasil em geração de energia solar

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Até agosto deste ano, a geração própria de energia solar atingiu 881,7 MWh (megawatss/hora) de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Mato Grosso do Sul, ou seja, cerca de 113.955 unidades consumidoras atendidas pela tecnologia fotovoltaica no Estado.

De acordo com segundo da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), compilados pela equipe de coordenação de estatísticas da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), apenas na potência o crescimento supera os 88%.

E segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), no país já são mais de 3 milhões de unidades consumidoras atendidas pela tecnologia fotovoltaica no Brasil.

Além disso, o volume em geração própria de energia solar no País ultrapassou a marca de 23 gigawatts (GW). O país ainda possui cerca de 2,1 milhões de sistemas solares fotovoltaicos instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Desde 2012, foram cerca de R$115,8 bilhões em novos investimentos, que geraram mais de 690 mil empregos acumulados no período, espalhados em todas as regiões do Brasil, e representam uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 30,2 bilhões.

Energia menos agressiva ao meio ambiente

O especialista em energia fotovoltaica, Nicola Brandão explica por que a energia fotovoltaica é menos agressiva ao meio ambiente.

“A energia solar é tida como uma energia renovável não poluente. Apesar da nossa matriz energética hoje ser predominantemente hídrica, nos períodos de escassez hídrica, de pouca chuva, você acaba sendo obrigado a acionar as fontes térmicas, que são provenientes de combustível fóssil. Então quando a gente opta por contribuir com a geração solar, fotovoltaico, uma usinas fotovoltaica, você desonera essa necessidade, consegue ter um resguardar um pouco as fontes hídricas  —  e consegue manter mais elevado os reservatórios, como se a ponte solar ela funcionasse como uma bateria que ajudasse a manter os reservatórios mais cheios”.

Além disso, Brandão ainda afirma que o investimento em energia solar é um investimento que traz benefícios econômicos a longo prazo, por se tratar de uma energia mais barata. 

“A gente sabe muito bem que a energia aumenta anualmente. Ela aumenta até mais do que a inflação. Então você está pagando a preço de hoje em torno de R$0,24, uma pequena usina para uma residência pequena. E enquanto hoje você pagaria para concessionária R$0,90 com bandeira, você tem um custo ainda maior e esse valor vai só aumentar ao longo dos anos. Então uma vantagem muito grande, principalmente em relação à economia”, conclui

Atualmente, Mato Grosso do Sul é o nono estado do Brasil em geração de energia solar, enquanto Campo Grande é a terceira cidade entre todos os municípios brasileiros.

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