Minas Gerais registrou até o último dia 4, 395.853 casos prováveis de dengue, com 299.268 confirmações e 192 mortes confirmadas. Para a Chikungunya, foram reportados 91.948 casos prováveis, dos quais 75.238 foram confirmados, incluindo 42 mortes. Em relação ao Zika, houve 144 casos prováveis e 32 confirmados e nenhuma morte foi registrada até o momento no estado. Os dados são do Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika.
Para combater as arboviroses, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) vai repassar R$ 80,5 milhões aos municípios. Os 47 municípios com mais de 80 mil habitantes receberão R$ 3,50 por habitante, os 71 municípios com população entre 30 mil e 80 mil terão R$ 2 por habitante, e os 735 municípios com até 30 mil habitantes receberão um valor fixo de R$ 50 mil cada.
Para a prevenção da dengue e dos outros vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, as autoridades de saúde ressaltam a necessidade de eliminar locais de acúmulo de água parada para impedir a reprodução do vetor da doença. É recomendado a remoção de água acumulada em pneus, recipientes plásticos, vasos de plantas, garrafas, calhas e lajes. Além disso, é aconselhável utilizar repelentes e instalar telas em portas e janelas para proteger-se das picadas do mosquito.
Claudilson Bastos, infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde destaca a importância do cuidado no dia a dia.
“Então é importante que a gente não olhe só a nossa casa, olhe a casa do outro também, a vizinhança e a comunidade. Porque não adianta eu cuidar da minha casa com isso e na outra casa ter esses materiais, principalmente em época de chuva”, avalia.
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No Brasil, 66 milhões de pessoas com mais de 18 anos não têm o ensino médio completo. Do total de estudantes que iniciam o ensino fundamental no país, 30% não concluem a educação básica. Esses números mostram a necessidade de maior investimento em programas educacionais como o como a EJA - Educação de Jovens e Adultos – para melhorar a formação de jovens e adultos e, consequentemente, reduzir a evasão escolar no país.
Na rede Sesi (Serviço Social da Indústria), uma nova metodologia usada na EJA tem apresentado bons resultados em relação à formação dos estudantes. A rede, que oferece vagas gratuitas, tem a maior taxa de conclusão do país – 50% superior em relação à EJA pública. Em evento no último dia 22 de novembro, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), especialistas e parlamentares discutiram a importância de projetos de ensino flexível, que se adaptem às necessidades do estudante.
Segundo Leonardo Lapa, gerente de Educação Básica do Sesi Nacional, para evitar a evasão, o Sesi passou a trabalhar com materiais direcionados a cada aluno e um currículo flexível. O programa também aposta nas tecnologias para tornar a nova EJA mais acessível. A modalidade é 80% no formato Ensino a Distância (EaD) e 20% presencial. Segundo o Sesi, isso permite que os alunos estudem no próprio ritmo, de acordo com a sua disponibilidade de tempo e espaço. A flexibilidade é importante para pessoas que trabalham, têm filhos ou moram em áreas remotas, por exemplo.
O programa foi elaborado em colaboração com mais de 3.000 professores e oferece 962 módulos e cadernos. Os alunos podem escolher entre a formação técnica e profissional e um dos oito itinerários formativos ligados a segmentos da economia: alimentos e bebidas, construção civil, couros e calçados, química, madeira e mobiliário, metalúrgica, minerais não metálicos e têxil e vestuário.
"O material existe em oito versões. Esses são os nossos itinerários formativos propedêuticos. E por que a gente chama eles de itinerários formativos: as competências e habilidades que estamos desenvolvendo nessas oito áreas de concentração são contextualizações para o mundo do trabalho e para o projeto de vida do estudante", explica Lapa.
O Sesi firmou duas parcerias para promover educação e qualificação profissional no Brasil. Uma delas é com o governo estadual de Mato Grosso, por meio da Fundação Getulio Vargas (FGV). A outra é com o Ceará, em que mais de 2.400 internos de presídios no estado estão cursando a nova EJA.
“A nossa grande meta, ao pensar uma nova EJA que olhasse para o aluno, para a individualidade dele e que reconhecesse os saberes dele, era fazer a mudança nessa realidade. E, depois de termos implementado o programa em mais de 25 estados, depois de mais de 200 mil estudantes terem passado por essa metodologia, nós temos uma taxa de conclusão de 72% a 82%”, informa.
Lapa reforça que é preciso o aumento de matrículas na EJA para a geração de novas oportunidades. “Temos 66 milhões de brasileiros que precisam consolidar sua educação básica. No entanto, as matrículas são menos de 3 milhões – 2,7 milhões em 2022. A partir daí, vemos o tamanho do desafio que a gente tem”, pontua.
Nessa nova metodologia, o currículo da Educação de Jovens e Adultos do Sesi é organizado por competências e habilidades importantes para o estudante e para o mundo do trabalho. O programa busca que o aluno conclua o ensino em até 13 meses, com uma completa formação com foco no mercado de trabalho.
Durante o evento, coordenadores da Frente Parlamentar Mista de Educação elogiaram a nova proposta do Sesi e reconheceram a importância da EJA. Para o deputado Pedro Campos (PSB-PE), “só de a EJA estar na pauta da educação já é uma vitória”.
“Quando se fala de EJA, se pensa muito no passado, mas eu gostei muito do tema do evento, porque falar de futuro quando se fala de EJA é fundamental. Não há futuro deixando as pessoas presas num passado que não deu certo. Como podemos avançar? Buscar transversalidades, como essa parceria com o Sistema S e a indústria”, concluiu o parlamentar.
As condições das rodovias brasileiras podem aumentar o custo do transporte de cargas e o preço dos produtos. A análise é da Confederação Nacional de Transportes (CNT), que realizou a 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. O levantamento concluiu que 67,5% das rodovias não estão em bom estado. A pesquisa analisou 111.502 km de malha pavimentada das rodovias federais e dos principais trechos estaduais e avaliou 67,5% das estradas brasileiras como regular, ruim ou péssima.
Segundo o estudo, o estado do pavimento é decisivo na estrutura de custos operacionais. Em rodovias com pavimento péssimo, os custos podem aumentar até 91,5% em relação a rodovias com pavimento ótimo. Já em rodovias com pavimento ruim, o aumento é de 65,6%. Para regular, 41,0%, e para bom, 18,8%.
A pesquisa apontou que 69,5% do pavimento analisado no país possui algum tipo de defeito, não sendo classificado como ótimo. Considerando a extensão classificada em bom, regular, ruim ou péssimo, estima-se um incremento médio de 32,7% no custo operacional do transporte rodoviário no Brasil relativo à qualidade do pavimento.
Na região Norte, o transporte rodoviário de cargas gasta 42,5% a mais em termos de custos operacionais do que no caso em que as faixas de rodagem das rodovias estivessem em estado ótimo. Essa porcentagem é de 28,3% para o Centro-Oeste; 31,7% para o Nordeste; 33,1% para o Sul e 31,7% para o Sudeste.
Foram encontrados pontos críticos: 207 quedas de barreiras, 5 pontes caídas, 504 erosões nas pistas, 1.803 unidades de coleta com buracos grandes, 67 pontes estreitas e 62 outros tipos de problemas que atrapalham a fluidez da via.
Entre os gastos operacionais do transporte rodoviário, o de combustível se destaca, representando entre 30% e 35% do custo total do transportador, variando conforme a distância percorrida.
A condição do pavimento das rodovias impacta o consumo de combustível. Para este ano, a CNT estima que 1,139 bilhão de litros de diesel serão desperdiçados pela modalidade rodoviária do transporte nacional.
Entidades avaliam também que a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca de alguns pontos da Lei do Motorista deve afetar diretamente a produtividade do setor e o custo das mercadorias transportadas. O Supremo considerou inconstitucional a divisão do período de descanso dos motoristas e a coincidência desse descanso com a parada obrigatória na condução do veículo. Agora, é exigido um intervalo de 11 horas consecutivas dentro de um período de 24 horas de trabalho.
A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) estima que a decisão deve aumentar em até 20% o tempo de viagem de cargas no Brasil. Isso porque os motoristas terão que esperar mais tempo para o carregamento e fiscalização das mercadorias.
Narciso Figueroa, assessor jurídico da NTC&Logística, diz que a decisão levará as empresas a rever os controles de jornada, reorganizar as operações, recalcular os custos, renegociar contratos com os clientes e, inevitavelmente, aumentar o preço dos fretes.
"Por fim, o repasse do custo para o consumidor final, porque o setor transportador não pode assumir sozinho esse aumento de custo. Ele tem que repassar para o cliente e o cliente para o consumidor final, porque trata-se de uma cadeia produtiva", ressalta.
A entidade também afirma que a decisão deve gerar um aumento nos custos do transporte de cargas, o que poderá ser repassado aos consumidores.
Outro impacto da decisão é que ela pode dificultar a contratação de motoristas de carga. Isso porque os motoristas terão que estar dispostos a trabalhar mais horas, o que pode reduzir o interesse pela profissão.
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No Brasil, quase 52 milhões de jovens não concluíram o ensino médio, seja por abandono escolar ou por nunca terem frequentado uma instituição de ensino. O número representa cerca de 18% da faixa etária de 14 a 29 anos.
Os dados são do IBGE e foram apresentados em evento da rede Sesi (Serviço Social da Indústria) no último dia 22, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Especialistas na área da educação e parlamentares debateram a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Maria do Socorro Alencar Nunes, coordenadora geral de Alfabetização da Diretoria de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos do Ministério da Educação, comentou a situação daqueles que sequer foram alfabetizados. “Nós estamos apresentando uma política para aqueles que são os mais excluídos dentre os excluídos, que são as pessoas que ainda não aprenderam a ler e escrever”, afirmou.
A coordenadora disse que programas como a EJA do Sesi, aliados aos dados conhecidos sobre educação, são fundamentais para a criação de políticas públicas para acabar com o analfabetismo no Brasil e elevar a qualidade da aprendizagem em todo o país.
"Um pacto nacional pela superação do analfabetismo não é somente isto. É pela superação da exclusão social. Quando a alfabetização não está presente, quando ela não é um direito, vários outros direitos acabam não sendo garantidos."
No Brasil, há cerca de 9,3 milhões de pessoas não alfabetizadas. As maiores taxas estão no Nordeste e Norte. Maria do Socorro Nunes pontuou, também, a dificuldade de acesso às políticas públicas por parte das populações rurais, ribeirinhas e de menor renda. Há ainda, ao todo, 931 municípios que não ofertam a EJA.
O ex-deputado federal Professor Israel Batista (PSB-DF), ex-presidente da bancada da Educação e articulador político do Todos pela Educação, apontou: “O Brasil tem desigualdades continentais. Se pensarmos que vamos fazer uma política nacional, única para todos, estamos enganados”. Israel Batistou comentou sobre os dados apresentados pela EJA do Sesi. “Este programa tem uma mensagem muito especial: ninguém pode ficar para trás".
A iniciativa teve a maior taxa de conclusão do país e reduziu a evasão escolar. Segundo o gerente de Educação Básica do Sesi Nacional, Leonardo Lapa, mais de 70% dos matriculados na EJA da rede pública do país evadem antes de concluir a escola.
“Então, a nossa grande meta, ao pensar uma nova EJA que olhasse para o aluno, para a individualidade dele e que reconhecesse os saberes dele, era fazer a mudança nessa realidade. E, depois de termos implementado o programa em mais de 25 estados, depois de mais de 200 mil estudantes terem passado por essa metodologia, nós temos uma taxa de conclusão de 72% a 82%”, informou o gerente do Sesi.
“A indústria um setor econômico que responde por um quarto do nosso PIB e precisa se posicionar efetivamente em prol do país. E vocês têm o Sesi e essa estrutura incrível”, elogiou Professor Israel Batista.
No Brasil, apenas 3,5% das matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) são na modalidade profissionalizante. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é que este número chegue a 25% em 2024.
A EJA do Serviço Social da Indústria (Sesi) já superou essa meta: o programa tem percentual de 50%, integrando o mercado de trabalho e o ensino profissionalizante. Em um evento realizado no mês de novembro, em Brasília, a instituição apresentou os resultados do programa a especialistas, parlamentares e membros do Conselho Nacional de Educação (CNE).
O gerente de Educação Básica do Sesi, Leonardo Lapa, explica o diferencial da metodologia utilizada. “Olhando para a matriz curricular do nosso curso por meio de avaliações e entrevistas com os alunos, conseguimos identificar o que ele já sabe e olhar para o que falta para ele concluir. Ele não precisa rever conteúdo que já domina. Fazemos um plano pessoal de intervenção e cada um recebe material didático específico, com base no projeto de vida e no reconhecimento de saberes”, afirmou.
O estudante tem a opção de escolher entre formação técnica e profissional ou um dos 8 itinerários formativos ligados a segmentos da economia: alimentos e bebidas, construção civil, couros e calçados, química, madeira e mobiliário, metalúrgica, minerais não metálicos, e têxil e vestuário.
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP), da Frente Parlamentar Mista da Educação, esteve presente no evento e relacionou o programa à própria experiência pessoal. Ela relata que sua mãe abandonou os estudos quando engravidou dela, e voltou a estudar mais tarde.
“Obrigada por darem esse passo tão óbvio, mas que muitas vezes não acontece, que é integrar a EJA com mercado de trabalho, ensino profissionalizante, com a vida prática”, declarou.
Na nova metodologia proposta pelo Sesi, o currículo da Educação de Jovens e Adultos é organizado por competências e habilidades importantes para o estudante e para o mundo do trabalho. O programa busca que o aluno conclua o ensino em até 13 meses, com uma completa formação com foco no mercado de trabalho.
A proposta tem apresentado bons resultados em relação à formação dos estudantes. A rede, que oferece vagas gratuitas, tem a maior taxa de conclusão do país — 50% superior em relação à EJA pública. Segundo Leonardo Lapa, gerente de Educação Básica do Sesi Nacional, mais de 70% dos matriculados na EJA da rede pública do país evadem antes de concluir a escola.
“Então, a nossa grande meta, ao pensar uma nova EJA que olhasse para o aluno, para a individualidade dele e que reconhecesse os saberes dele, era fazer a mudança nessa realidade. E, depois de termos implementado o programa em mais de 25 estados, depois de mais de 200 mil estudantes terem passado por essa metodologia, nós temos uma taxa de conclusão de 72% a 82%”, informa.
O Supremo Tribunal Federal (STF) irá analisar a validade das taxas cobradas por estados para prevenir incêndios, resgates e serviços de salvamento. Em entrevista ao Brasil 61, especialistas avaliaram a necessidade de que os estados apresentem a forma como utilizam individualmente os recursos provenientes das taxas.
A discussão, originada no Recurso Extraordinário (RE) 1417155 e reconhecida como relevante para toda a sociedade (Tema 1.282), foi deliberada de forma unânime em Plenário Virtual.
O caso teve início com uma contestação no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ-RN) movida pelo procurador-geral de Justiça local contra partes da Lei Complementar Estadual 247/2002, que institui taxas para esses serviços. O TJ-RN concordou com a ação, argumentando que a cobrança desses tributos deve beneficiar especificamente quem os utiliza de maneira individualizada e mensurável, algo que, segundo o tribunal, não foi evidenciado na cobrança estabelecida pela lei.
Rodrigo Totino, advogado tributarista e sócio da MBT advogados associados, explica que a Constituição Federal traz dois tipos de taxas para o sistema tributário nacional: a taxa de fiscalização e taxa de serviço, para custear os serviços públicos. Essa última precisa ter critérios de especificidade e mensurabilidade.
“Por exemplo, a taxa de fiscalização é um valor pago para obter um alvará ao abrir um estabelecimento comercial. Ao iniciar um comércio, é necessário pagar essa taxa à prefeitura, pois ela fiscalizará o cumprimento das normas específicas do município para a abertura do estabelecimento. O mesmo se aplica em outros casos, ”, exemplifica.
A taxa colocada em pauta pelo STF é considerada como de serviço. Portanto, precisa ser específica e divisível. O critério de especificidade exige que seja possível identificar quem é o contribuinte que está se beneficiando desse serviço público. Já a divisibilidade refere-se à capacidade de quantificar o valor desse serviço prestado.
Eduardo Natal, sócio do escritório Natal & Manssur, mestre em Direito Tributário pela PUC/SP, conselheiro da Associação Brasileira da Advocacia Tributária (ABAT), membro da Academia Brasileira de Direito Tributário (ABDT), dialoga a questão com a reforma tributária aprovada este ano:
“Temos que considerar que acaba de ser aprovada a reforma tributária, que está pautando também um fundo de repasse por 50 anos para os estados e municípios. Esse fundo considerará o que esses entes arrecadam. Portanto, quanto maior a arrecadação dos estados e municípios, melhor será o saldo deles para futuros repasses dentro do novo sistema tributário”, diz.
Para Natal, os estados tributantes precisam definir claramente a aplicação individualizada dos recursos repassados a título de taxa. Esse é o principal aspecto a ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal.
O Ministro Dias Toffoli se manifestou em decisão monocrática no caso, afirmando que a taxa do Rio Grande do Norte não atenderia esse requisito de individualização. Toffoli enfatizou a relevância jurídica, social e econômica do tema em discussão, destacando que vai além dos interesses das partes envolvidas. Ele ressaltou que, apesar do STF ter declarado inconstitucional uma taxa similar instituída por municípios no julgamento do Tema 16 da repercussão geral, a taxa de combate a incêndios instituída por estado não foi abordada.
O ministro também mencionou que, apesar de decisões do STF em ações de inconstitucionalidade terem invalidado tributos similares em Sergipe e Minas Gerais, não existem precedentes semelhantes em julgamentos de repercussão geral. Isso tem gerado divergências na forma como os estados lidam com essa cobrança tributária, resultando na manutenção do tributo em alguns estados. Com a questão em repercussão, a finalização do julgamento levará em conta principalmente o aspecto de que os estados que impõem tributos precisam esclarecer de maneira evidente, ou ao menos fornecer elementos que indiquem, como aplicam de forma individual os recursos repassados por meio de taxas.
O total de casos de dengue no Brasil até a semana epidemiológica 45 (meados de novembro de 2023) é de 1.656.100, segundo dados do Ministério da Saúde. O número representa um aumento percentual de 21,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, que registrou 1.363.493 casos.
Mato Grosso do Sul é a unidade da federação com o maior número de casos, 46 mil casos e 40 mortes. Minas Gerais é o segundo com maior número de casos registrados: 390 mil. Destes, dois mil foram considerados graves e com sinal de alertam com 188 óbitos. Santa Catarina e Distrito Federal seguem com os maiores quantitativos.
A principal recomendação das autoridades de saúde para prevenir a dengue é combater a proliferação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, eliminando água parada, além de se proteger das picadas com repelentes e telas em portas e janelas. Os principais criadouros do mosquito são em pneus e recipientes de plástico, vasos, garrafas, calhas e lajes.
O infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Claudilson Bastos, destaca ainda os cuidados necessários no dia a dia:
“É crucial não apenas cuidar da nossa própria casa, mas também observar as casas vizinhas e a comunidade. Não adianta eu tomar precauções na minha residência se os materiais propícios para acúmulo de água estiverem presentes em outras casas, especialmente durante os períodos chuvosos", alerta.
Os sintomas da dengue incluem febre repentina, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, erupção cutânea, dor nos olhos. Conforme destaca Marianna Tassara, infectologista do Instituto de Neurologia de Goiânia: devido à semelhança dos sintomas com outras arboviroses, como zika, chikungunya, e outras viroses como parvovirose, mononucleose, diagnosticar a dengue apenas pelos sintomas é "difícil". Os exames laboratoriais de sangue, como o teste de sorologia para dengue, são utilizados para a confirmação.
Para Tassara, é importante que as medidas sejam adotadas previamente. “Uma das estratégias primordiais que as autoridades deveriam considerar é a implementação de uma vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo-a no Programa Nacional de Imunização para garantir acesso universal à vacina contra a dengue. Afinal, a vacinação é a medida mais eficaz na prevenção contra essa doença", afirma.
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Os interessados podem participar da seleção por meio do portal do MEC
Os estudantes interessados em participar do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) podem fazer as inscrições até o dia 30 de novembro. O prazo, inicialmente, iria até o dia 24, mas foi prorrogado pelo Ministério da Educação (MEC). Ao todo, são mais de 60 mil vagas remanescentes para estudantes já matriculados.
As vagas remanescentes são aquelas que sobram dos processos seletivos regulares do programa e a modalidade estava interrompida desde 2021. Para concorrer é necessário se encaixar nos critérios exigidos, como ter renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos.
Uma das mudanças neste ano no Fies foi o aumento do teto para pagamento do financiamento semestral do curso de medicina. O limite, que antes era de R$ 52.805,66, passou a ser de R$ 60 mil por aluno — um aumento de 13,6%.
Portanto, o valor passa de R$ 8.800 para R$ 10 mil por mês. A alteração foi aprovada apenas para o curso de medicina, o que, de acordo com o advogado Lucas Macedo Castro, possibilita mais acesso ao curso para pessoas com uma renda menor.
“Essa é uma medida que veio para ajudar todos os estudantes de medicina, tendo em vista que o valor das mensalidades das faculdades hoje ultrapassam os R$ 10 mil. O Fies veio como uma forma de acesso daquelas pessoas carentes ao curso de medicina, então é extremamente viável fazer um contrato com o programa”, analisa.
O educador financeiro Francisco Rodrigues ressalta que o Fies é muito positivo, mas que é importante o estudante considerar o seu orçamento e a sua realidade antes de assinar o contrato.
“Colocar avalistas que realmente vão dar segurança para esse contrato e que você consiga se formar e não desequilibrar a sua família para você, de fato, poder sair da faculdade com a certeza que vai dar continuidade aos pagamentos, que vai quitar a sua faculdade e que vai para o mercado de trabalho com a consciência de que vai ser um bom profissional”, reforça Rodrigues.
As inscrições devem ser feitas no Portal de Acesso Único ao Ensino Superior. Os resultados serão divulgados no dia 4 de dezembro e o período de comprovação de informações será entre os dias 5 e 7. Já o resultado da lista de espera está previsto para o dia 12 de dezembro.
Os inscritos serão selecionados de acordo com a classificação de suas notas no Enem. Serão consideradas as edições do Exame a partir de 2010. A nota mínima exigida é de 450 pontos e não pode ter zerado a redação.
Uma nova metodologia usada na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Sesi tem apresentado bons resultados em relação à formação dos estudantes. A rede, que oferece vagas gratuitas, tem a maior taxa de conclusão do país – 50% superior em relação à EJA pública.
Segundo Leonardo Lapa, gerente de Educação Básica do Sesi Nacional, mais de 70% dos matriculados na EJA da rede pública do país evadem antes de concluir a escola.
“Então, a nossa grande meta, ao pensar uma nova EJA que olhasse para o aluno, para a individualidade dele e que reconhecesse os saberes dele, era fazer a mudança nessa realidade. E, depois de termos implementado o programa em mais de 25 estados, depois de mais de 200 mil estudantes terem passado por essa metodologia, nós temos uma taxa de conclusão de 72% a 82%”, informa.
Nessa nova metodologia utilizada pelo Sesi, o currículo da Educação de Jovens e Adultos é organizado por competências e habilidades importantes para o estudante e para o mundo do trabalho. O programa busca que o aluno conclua o ensino em até 13 meses, com uma completa formação com foco no mercado de trabalho.
Lapa reforça que é preciso o aumento de matrículas na EJA para a geração de novas oportunidades. “Temos 66 milhões de brasileiros que precisam consolidar sua educação básica. No entanto, as matrículas são menos de 3 milhões – 2,7 milhões em 2022. A partir daí, vemos o tamanho do desafio que a gente tem”, pontua.
Em evento nessa quarta-feira (22), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, especialistas e parlamentares debateram a importância de projetos de ensino flexível, que se adaptem às necessidades do estudante.
Maria do Socorro Alencar Nunes, coordenadora geral de Alfabetização da Diretoria de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos do Ministério da Educação, esteve presente no evento e apresentou os dados mais recentes acerca da educação no Brasil.
“Nós estamos apresentando uma política para aqueles que são os mais excluídos dentre os excluídos, que são as pessoas que ainda não aprenderam a ler e escrever”, afirma. Há, no Brasil, cerca de 9,3 milhões de pessoas não alfabetizadas. As maiores taxas estão no Nordeste e Norte.
A coordenadora pontuou, também, a dificuldade de acesso às políticas públicas por parte das populações rurais, ribeirinhas e de menor renda. Há ainda, ao todo, 931 municípios que não ofertam EJA.
“Um pacto nacional pela superação do analfabetismo não é somente isto. É pela superação da exclusão social. Quando a alfabetização não está presente, quando ela não é um direito, vários outros direitos acabam não sendo garantidos”, conclui.
O evento teve a presença de integrantes da Frente Parlamentar Mista da Educação. O senador Flávio Arns (PSB-PR), presidente da Comissão de Educação do Senado, chamou a atenção para os índices de educação do Brasil. Ele afirma considerar a iniciativa como “importante e necessária”.
“Em números absolutos no brasil nós temos 2 milhões de pessoas cursando a EJA. Muitas pessoas inclusive dizendo que não querem fazer a EJA. Se perguntando: para que vou estudar física, matemática, química? Nesse sentido é a importância do projeto do Sesi. Parte da realidade da pessoa, da discussão das necessidades, da história desta pessoa para o contexto da aprendizagem”, completou.
Soja em grãos, milho e açúcar foram os produtos que tiveram mais destaque
Em outubro de 2023, as exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$ 13,38 bilhões, registrando uma leve queda de 2,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Essa diminuição, segundo dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (SCRI/Mapa), é atribuída ao declínio nos preços dos produtos exportados. No entanto, a safra recorde de grãos do período possibilitou um aumento no volume exportado pelo Brasil.
No acumulado do ano, de janeiro a outubro de 2023, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram um recorde de US$ 139,58 bilhões. O número reflete um crescimento de 3% em relação ao mesmo período de 2022. Os setores que mais contribuíram para esse desempenho foram o complexo soja, o complexo sucroalcooleiro e os cereais, farinhas e preparações.
“O setor de agronegócio vem mostrando muita força — e a importância dele para economia brasileira fica em destaque sobretudo no campo das exportações. Se formos observar o primeiro semestre, o desempenho também do setor foi importante, sobretudo para fortalecer o crescimento econômico do país”, diz César Bergo, economista e professor de Mercado Financeiro, da Universidade de Brasília (UnB).
César destaca que, em termos de dólares, o valor foi inferior ao registrado em outubro de 2022, principalmente devido à queda dos preços das commodities no mercado internacional. No entanto, em termos de volume continuam sendo alcançados recordes sucessivos.
Para o economista Flauzino Antunes, o desempenho da agricultura no Brasil este ano reflete a postura do atual governo em apoiar as exportações do agronegócio, evitando conflitos com o principal comprador de commodities brasileiras, como soja e milho — que é a China.
“É um reflexo muito marcante desse momento que o Brasil está atravessando. A estabilidade do dólar, todos os avanços e as expectativas do plano Safra, a boa gestão no Ministério da Agricultura e no Palácio Planalto; tudo contribui para que isso aconteça”, diz Flauzino.
A soja em grãos está entre os destaques do mês, tendo alcançado um volume recorde de 5,53 milhões de toneladas — um aumento de quase 45,7% em relação a outubro do ano anterior. O valor das exportações atingiu US$ 2,89 bilhões — um crescimento de 24% —, com a China contribuindo com cerca de 88% desse volume.
“Tudo aponta um cenário no qual o Brasil pode ainda avançar mais, com capacidade ainda para aumentar as exportações para os próximos anos”, enfatiza.