LOC.: Um estudo da Confederação Nacional de Transportes, divulgado nesta quarta-feira, aponta que 67 POR CENTO das rodovias brasileiras estão em estado regular, ruim ou péssimo. A pesquisa analisou 111 MIL QUILÔMETROS de malha pavimentada das rodovias federais e dos principais trechos estaduais.
O levantamento da CNT indica que as condições das rodovias brasileiras podem aumentar o custo do transporte de cargas e o preço dos produtos. Em rodovias com pavimento considerado péssimo, os custos do transporte de cargas podem aumentar até 91% em relação a rodovias com pavimento ótimo.
A pesquisa apontou que 69,5% do pavimento analisado no país possui algum tipo de defeito, não sendo classificado como ótimo. Considerando a extensão classificada em bom, regular, ruim ou péssimo, estima-se um incremento médio de 32,7% no custo operacional do transporte rodoviário no Brasil relativo à qualidade do pavimento.
Na região Norte, o transporte rodoviário de cargas gasta 42 POR CENTO a mais em termos de custos operacionais do que no caso em que as faixas de rodagem das rodovias estivessem em estado ótimo. Essa porcentagem é de 28 POR CENTO para o Centro-Oeste; 31 POR CENTO para o Nordeste e Sudeste; e 33 POR CENTO para o Sul.
A condição do pavimento das rodovias impacta o consumo de combustível. Para este ano, a CNT estima que mais de UM BILHÃO DE LITROS de diesel serão desperdiçados pela modalidade rodoviária do transporte nacional.
Outro fator que pode afetar o preço das mercadorias é a decisão do STF de considerar inconstitucionais alguns pontos da Lei do Motorista. O Supremo considerou inconstitucional a divisão do período de descanso dos motoristas e a coincidência desse descanso com a parada obrigatória na condução do veículo. Agora, é exigido um intervalo de 11 horas consecutivas dentro de um período de 24 horas de trabalho.
Para Narciso Figueroa, da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, a decisão vai forçar empresas a reavaliar jornadas, reestruturar operações, calcular custos novamente e renegociar contratos.
TEC./SONORA: Narciso Figueiroa Júnior, assessor jurídico da NTC&Logística
"Por fim, o repasse do custo para o consumidor final, porque o setor transportador não pode assumir sozinho esse aumento de custo. Ele tem que repassar para o cliente e o cliente para o consumidor final, porque trata-se de uma cadeia produtiva."
LOC.: A entidade também afirma que a decisão deve gerar um aumento nos custos do transporte de cargas, o que poderá ser repassado aos consumidores. Outro impacto da decisão é que pode dificultar a contratação de motoristas de carga.
Reportagem, Luísa Guimarães, narração, Lívia Azevedo