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Saúde
24/03/2023 04:00h

Esta sexta-feira, 24 de março, marca o Dia Mundial de Combate à Tuberculose

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O dia 24 de março é considerado o  Dia Mundial de Combate à Tuberculose (TB). A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1982, em homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, o Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch.

Segundo a OMS, a tuberculose é uma das doenças infecciosas mais mortais do mundo. Em 2020, foram registrados cerca de 10 milhões de casos da doença em todo o mundo, com cerca 1,4 milhão de mortes. Todos os dias no mundo, mais de 4 mil pessoas morrem de tuberculose e cerca de 30 mil adoecem. 

Veja mais: 

João Alho, médico reumatologista, explica que assim como o Covid-19, a TB é transmissível pelo ar, mas com algumas diferenças importantes.

“A tuberculose é uma doença que se passa pelo ar com uma coisa que a gente chama de aerossol mas, ao contrário da Covid, que você pode em um simples contato pegar, isso não acontece com a tuberculose. Em geral, são contatos prolongados em lugares fechados com pessoas da nossa casa, do nosso trabalho”, completa.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 82% do total de casos de tuberculose no mundo. Embora seja uma doença passível de ser prevenida, tratada e mesmo curada, ainda mata cerca de 4,7 mil pessoas todos os anos no Brasil.

Cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata, pode infectar em média de 10 a 15 pessoas por ano. Alguns fatores contribuem para a disseminação da doença como a pobreza, a AIDS, a desnutrição, as más condições sanitárias e a alta densidade populacional.

Sintomas

  • Tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue;
  • Cansaço excessivo e prostração;
  • Febre baixa geralmente no período da tarde;
  • Suor noturno;
  • Falta de apetite;
  • Emagrecimento acentuado;
  • Rouquidão.

Tratamento

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para a doença, que é feito de acordo com a indicação médica, com o esquema recomendado pelo Ministério da Saúde com 4 medicamentos (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol), por um período de seis meses.

Caso seja feito de forma correta e sem abandonos durante o processo, a Fiocruz alega que o tratamento é 100% eficaz e dura cerca de seis meses a um ano. O instituto também alerta que caso o paciente não siga o tratamento à risca,  a doença pode se tornar resistente aos remédios e se espalhar para outros órgãos e sistemas do corpo.

Prevenção

Igor Aser, clínico geral, orienta que a melhor forma de prevenir e controlar a tuberculose é através da identificação precoce dos casos suspeitos e tratamento adequado dos casos confirmados.

“A oferta da vacina BCG que se encontra disponível no SUS também é uma medida importante para prevenir a forma mais grave da doença em populações mais vulneráveis, como por exemplo, as crianças”, explica.

A vacina BCG é oferecida de graça no SUS e deve ser aplicada em crianças logo ao nascer ou, no máximo, antes dos  cinco  anos de idade. Outros cuidados como evitar o contato por tempo prolongado com pacientes diagnosticados com TB em ambientes lotados, fechados e com pouca ventilação, também devem ser adotados. 

Tipos de tuberculose

Os tipos da doença são catalogados de acordo com o local onde a bactéria se instala. Os principais são:

  • Tuberculose pulmonar: forma mais comum da doença, na qual o bacilo se instala nos pulmões. É caracterizada pela tosse seca e constante com ou sem sangue.
  • Tuberculose óssea: ocorre quando o bacilo consegue entrar e se desenvolver nos ossos, o que causa dor e inflamação.
  • Tuberculose ganglionar: nesse tipo da doença, o bacilo penetra no sistema linfático do paciente, podendo atingir pescoço, virilha ou o abdômen. 
  • Tuberculose pleural: ocorre quando há o acometimento da pleura, um tecido que reveste os pulmões. O principal sintoma é a dificuldade de respirar. 

 

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12/03/2023 16:45h

No país, cerca de 19 milhões de pessoas sofrem com ansiedade e depressão. Pesquisa de empresa especializada em soluções de saúde digital aponta crescimento de 1.290% em consultas psiquiátricas e de psicologia em 2022, no Brasil

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Uma empresa especializada em soluções de saúde digital, a Docway, realizou estudo que evidencia um crescimento de 22,1% nos atendimentos totais de telemedicina e de 1.290% nas consultas de psiquiatria e psicologia em 2022 - um salto de 2.852 atendimentos para 35.898 no ano passado, em comparação com o ano anterior. Também foi percebido uma elevação de 36,5% nos diagnósticos de pacientes com transtornos de ansiedade.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial sofre com transtornos mentais, o que corresponderia, aproximadamente, a 720 milhões de pessoas. O Brasil é o país que lidera o ranking de ansiedade e depressão na América Latina, com quase 19 milhões de pessoas com essas condições.

Na avaliação da doutora em psicologia e neuropsicóloga, Roselene Espírito Santo Wagner, entre os motivos que faz do Brasil um dos países com maior incidência de transtornos de ansiedade em sua população estão as condições sociais no país, como instabilidade financeira, baixa escolaridade e problemas de infraestrutura, como má qualidade dos serviços públicos.

“Os fatores ansiogênicos vêm da instabilidade financeira, baixa escolaridade, que não permite a ascensão profissional; falta de transporte público, que facilite a locomoção dentro da cidade; os engarrafamentos e horas perdidas no trânsito no ir e vir; a violência, a alta criminalidade, a falta de acesso à saúde de qualidade, principalmente à saúde mental, são estímulos estressores”, explica a neuropsicóloga.

O psiquiatra do Hospital Anchieta de Brasília, Pedro Leopoldo, também aponta a pandemia como um dos fatores essenciais para o aumento de diagnósticos de transtornos ansiosos nos últimos anos. “Pessoas que, de fato, ficaram com sequelas físicas da Covid, pessoas que faleceram e aí temos o luto, temos as pessoas que estão sofrendo de sequelas físicas, temos a ameaça [ficar doente] e temos ainda o imaginário, tem pessoas que tem um excesso de preocupação”, aponta o especialista.

Como lidar com a ansiedade?

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Qual a diferença entre a ansiedade comum e um transtorno de ansiedade?

Pedro Leopoldo explica que a ansiedade é comum na natureza humana. Segundo o psiquiatra, a ansiedade é uma resposta emocional e fisiológica normal, pois nos prepara para o estresse, por exemplo, para a defesa e para tomar decisões. “Onde isso começa a nos adoecer? A ansiedade começa a aparecer em situações que não precisava e não deveria, por exemplo numa reunião, no momento em que eu tenho que entregar um produto”, explica o médico.

De acordo com Leopoldo, os sintomas da ansiedade incluem preocupação excessiva, medo, tensão muscular, inquietação, insônia, taquicardia, sudorese e falta de ar. Quando a ansiedade se torna uma condição crônica, pode impactar na vida pessoal e profissional da pessoa, prejudicando sua capacidade de tomar decisões e de realizar atividades do dia a dia.

Segundo Roselene Espírito Santo Wagner, a ansiedade, quando não tratada, pode ser gatilho para o desenvolvimento de outros transtornos, podendo desencadear doenças psicossomáticas, que afetam não somente a saúde mental, mas também a saúde física. “Por exemplo, gastrite, úlceras, colites, taquicardia e hipertensão. Além do que, crises de ansiedade podem gerar ataque de pânico e se transformar em síndrome do pânico”, pontua a neuropsicóloga.

Tratamento

De acordo com o Ministério da Saúde, existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade: medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica); psicoterapia com psicólogo ou psiquiatra; e a combinação dos dois tratamentos. Todos são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A pasta ressalta que é importante procurar ajuda médica especializada para tratar a ansiedade. “O diagnóstico precoce e preciso, um tratamento eficaz e o acompanhamento por um prazo longo são imprescindíveis para obter-se melhores resultados e menores prejuízos”, destaca.

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Saúde
18/02/2023 13:03h

Diretor da Associação Paulista de Neurologia (APAN) explica mais sobre a doença

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Caracterizada por especialistas como um disparo de forma sincronizada e excessiva de um conjunto de neurônios, a epilepsia acomete 2% da população brasileira, Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). No país, o Ministério da Saúde estima que pelo menos 25% dos pacientes com a condição são portadores em estágio grave e vivem com as consequências físicas ou mentais.

O diretor da Associação Paulista de Neurologia (APAN), Marcel Simis, explica que a manifestação clínica dos disparos anormais dos neurônios do cérebro pode ser diferente, dependendo da região do foco epilético. “Se o foco epilético tiver uma origem numa região sensitiva, o paciente pode sentir algo anormal. Se for uma região motora, podem ter movimentos motores anormais - o movimento das mãos e das pernas. Quando a crise começa de uma forma focal e vai para o cérebro como um todo e generaliza, são as chamadas crises generalizadas. Quando se tem a crise generalizada ocorre a convulsão.”

Epilepsia: causas

A epilepsia pode ocorrer em diferentes estágios da vida e pode ser causada por fatores genéticos e lesões. O neurologista ilustra: “[A doença] Pode ter início na infância, logo no nascimento. Então pode, por exemplo, [o bebê] ter tido uma lesão no momento do parto ou mesmo no período intrauterino, e essa cicatriz no cérebro gerar um foco epilético. As causas genéticas são manifestadas mais na infância e na criança. Então, manifesta um quadro de epilepsia. A epilepsia pode se iniciar também nos idosos. Normalmente, acontece por causa de lesões encefálicas. Uma causa comum é o Acidente Vascular Cerebral (AVC) no idoso.”

Epilepsia: tratamento

De acordo com Marcel Simis, a condição determina a necessidade do uso de medicamentos por toda a vida, pois se o paciente tiver crises com muita recorrência pode causar danos cerebrais pela própria epilepsia. O neurologista aponta que 1/3 dos pacientes respondem bem ao primeiro tratamento medicamentoso e costumam até controlar as crises tomando um único anticonvulsivante. Outro 1/3 acaba tendo o controle da crise com um segundo anticonvulsivante.

“Infelizmente, cerca de 1/3 dos pacientes acabam não tendo o controle da das crises mesmo tomando adequadamente os remédios. Para essa parcela que não teve o controle medicamentoso existe a possibilidade de cirurgias. Retirar aquele pedaço do cérebro que tem uma região com atividade epiléptica, sendo por vezes até curativo do paciente”, explica.

No Brasil, o SUS oferece tratamento integral e gratuito para os casos de epilepsia. A rede pública de saúde oferece desde diagnóstico até o acompanhamento e tratamento. 

Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento deve ser iniciado nas Unidades Básicas de Saúde. "Havendo necessidade, o médico pode encaminhar para um atendimento especializado de média e alta complexidade. O tratamento das epilepsias é feito com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, que são a origem das crises epilépticas. Casos com crises frequentes e incontroláveis são candidatos à intervenção cirúrgica", diz comunicado da pasta. 

O neurologista Marcel Simis ressalta ainda que, com o uso correto da medicação, o paciente pode levar normalmente a vida. “O que orientamos é não esquecer de tomar o remédio. Evitar ficar muito tempo sem dormir, porque a privação de sono  aumenta o risco de ter crise convulsiva, evitar ambientes de estresse. Grande parte dos pacientes passa a ter uma vida praticamente normal, inclusive se a crise está bem tratada, bem controlada, pode inclusive dirigir.”

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30/01/2023 20:45h

O início de pesquisas para o desenvolvimento de um antiviral específico para a doença é considerado um importante passo para o combate ao vírus, que já infectou quase 11 mil pessoas no Brasil e matou 15

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O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), em conjunto com a revista científica The Lancet Regional Health Americas, lançou na última semana a edição especial do encarte “Mpox multinacional nas Américas: Lições do Brasil e do México”, com artigos sobre a monkeypox. Durante o evento de lançamento, Mayara Secco, infectologista do INI/Fiocruz, revelou os números atualizados da doença no Brasil. Atualmente são10.711 casos confirmados e 15 óbitos, conforme dados atualizados até 24 de janeiro. Mayara explicou que apenas no ano de 2022 foi identificado um surto da doença fora das áreas endêmicas, que até então eram restritas ao continente africano.

Joana Darc, infectologista, afirma que a mpox ainda é considerada um problema de saúde pública pelo fato de que ainda é negligenciada e não possui medicamentos específicos para o combate. "Por anos ela esteve restrita a países africanos, pobres e sem o devido investimento." A médica explica que o fato de a doença poder ser sexualmente transmitida "faz com que as pessoas se sintam mais constrangidas e com receio de procurar os serviços de saúde por causa do estigma, do preconceito associado", pontua.

"Esse fato pode levar a um agravamento da doença, porque as pessoas deixam de procurar os serviços de saúde por vergonha e aí a doença pode crescer de forma silenciosa e se intensificar em determinadas populações e a gente vai ter alguns problemas de saúde que não foram resolvidos. E a gente já tem essa experiência de que para uma doença se tornar um problema de saúde depende da forma como a gente enfrenta a doença, das formas de prevenção, de tratamento e cuidado com os doentes”, complementa a especialista.  

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Larissa Tiberto, infectologista, destaca algumas das políticas de enfrentamento à doença que precisam ser tomadas para que os casos não piorem e o número de óbitos não suba.

“Primeiro, é informação à população. Parar de estigmatizar a doença como se ela fosse pega em um único grupo de gays e bissexuais por relação sexual. Essa doença pode ser pega por via respiratória, por via de contato, pele a pele. E isso você pode encostar em alguma pessoa na rua, independentemente do seu gênero e da sua condição sexual. A outra coisa que nós precisamos fazer é começar ensaios de vacinas aqui no Brasil, começar ensaios e estudos para uma medicação, pra um antiviral específico contra essa doença”, completa.

De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), após consultas com especialistas globais, a Organização Mundial da Saúde (OMS) começará a usar um novo termo para se referir a monkeypox: “mpox”. O período para esta transição será de um ano e, após esse tempo, o nome monkeypox será abolido.
 

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Saúde
28/01/2023 19:50h

Pesquisa com 800 crianças brasileiras aponta os benefícios de se estender a amamentação. Pesquisadores também destacaram que leite materno, sozinho, não causa cárie

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Um estudo coordenado por uma pesquisadora brasileira concluiu que prolongar o aleitamento materno para além dos 12 meses de idade ajuda a diminuir as chances de cárie na primeira infância. Isso ocorre porque essas crianças consomem menos açúcares na comparação com aquelas que têm a interrupção precoce da amamentação. 

A pesquisa acompanhou 800 crianças nascidas entre 2015 e 2016 no município de Cruzeiro do Sul (AC). A PhD em odontopediatria e primeira autora do trabalho, Jenny Abanto, explica que a inclusão de açúcar na dieta das crianças é a principal causa para a incidência de cárie até os dois anos de idade, o que é potencializado pelo fim precoce do aleitamento materno. 

"Bebês que são amamentados por mais de doze meses consomem menos açúcares. E é de consenso científico que a cárie dentária é uma doença que requer uma única causa: açúcares. E o aleitamento materno reduz o seu consumo. Assim, amamentar por mais tempo protege indiretamente contra a cárie dentária", diz. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e, de forma complementar, pelo menos, até os dois anos. Na prática, segundo a pesquisadora, quanto maior a duração do aleitamento materno depois que a criança completa o primeiro ano, menor é o consumo de açúcar e, portanto, as chances de ela desenvolver cárie. 

"O que elas podem esperar é que quanto maior a duração do seu aleitamento materno, maior, provavelmente, será a aceitação de alimentos saudáveis por essa criança, sendo que ela não terá um consumo alto de açúcares". 

A cárie afeta mais de 600 milhões de crianças no mundo todo, de acordo com a Associação Internacional de Odontopediatria (IAPD). Quando ocorre na primeira infância, ou seja, até os seis anos, pode levar à dor crônica, infecções e outros problemas. Tanto a OMS quanto a IAPD recomendam a não ingestão de açúcares pelas crianças de até dois anos. 

Embora tenha o açúcar como principal vilão, a cárie é uma doença multifatorial, explica Ilana Marques, odontopediatra. Além de uma alimentação cariogênica – com excesso de açúcar – , a higiene bucal inadequada, falta de flúor e composição salivar podem contribuir para a doença. Nos casos mais graves, pode, inclusive, levar à morte do paciente. 

"Ela se manifesta, inicialmente, com manchas brancas, que podem evoluir para manchas amarelas e, então, se tornar cavidades, podendo destruir o esmalte do dente, chegar até o canal, provocando, assim, uma infecção que, se não cuidada, pode levar até a morte".  

Outra descoberta importante do trabalho, de acordo com os pesquisadores, foi que prolongar o aleitamento materno (após um ano de idade) só pode causar cáries, como alguns estudos apontaram, se houver açúcar na dieta. Sozinho, o leite materno é incapaz de afetar a primeira dentição das crianças, explica Abanto.  

"Os estudos prévios tinham mostrado uma associação entre o aleitamento materno além do primeiro ano de vida e a cárie dentária. Também observamos tal associação, embora fraca. E o mais importante: essa associação está mediada pelo consumo de açúcares do bebê, coisa que os estudos anteriores nem sempre tinham mostrado. Ou seja, o leite materno por si só não contribuiria no desenvolvimento da cárie, mas, sim, os açúcares que já estão presentes na dieta do bebê", ressalta. 

"Esse consumo diário acaba fazendo com que o açúcar da dieta mude a estrutura e a composição da placa dentária, e essa placa dentária torna-se mais porosa, mais pegajosa, o que a gente chama de mais cariogênica,  e aí o leite materno que, por si só, não teria potencial acidogênico ou para induzir uma lesão de cárie, muda um pouco a sua característica, poderia ser visto com algum grau, mesmo que fraco, de risco", completa. 

Das 800 crianças acompanhadas pelos pesquisadores, 22,8% tiveram cárie, isto é, duas em cada dez.  Além disso, apenas 2,8% nunca havia ingerido a substância até os 24 meses. Já duas em cada três tinham consumido alimentos com açúcar mais de cinco vezes ao dia. Durante o primeiro ano de vida, apenas 7,6% nunca havia ingerido açúcar.   

Os resultados do estudo foram publicados na revista Community Dentistry and Oral Epidemiology.  

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17/01/2023 17:08h

Em nota, Rede Genômica informa que detectaram duas amostras com a linhagem XBB.1.5, em São Paulo

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu um alerta para o aumento expressivo de casos da nova variante do Coronavírus, a XBB.1.5. Em comunicado oficial, a Friocruz afirmou que essa mutação tem se disseminado mundialmente, principalmente nos EUA, onde está se espalhando rapidamente e aumentando o número de hospitalizações por covid-19.

Em nota, a Rede Genômica Fiocruz identificou um aumento de testes positivos de covid-19 sem a mutação que caracteriza a linhagem Ômicron BA.5 e suas sub variantes, que era vista em "praticamente 100% dos testes realizados". Diferente da Ômicron (que tem uma mutação identificável em exames de diagnóstico), a XBB somente pode ser detectada por meio do sequenciamento genético.

A infectologista Joana D’arc explica que uma pessoa vacinada ou que já foi infectada pela doença não está imune à reinfecção, apenas tem um respaldo maior caso contraia o vírus novamente. 

“Sabemos que algumas variantes produzem o que chamamos de escape imunológico. Então, mesmo após você ter se infectado ou ter se vacinado, você pode se infectar outras vezes. A diferença é que a gravidade, letalidade ou possibilidade de hospitalização vão ter reduzido muito, porque seu organismo responde melhor à infecção. Não impede totalmente de se infectar, mas impede de complicações”, concluiu 

Apesar da preocupação, no Brasil ainda há poucos dados de sequenciamento genômico que detectaram amostras com a linhagem XBB.1.5. O pesquisador Tiago Gräf, da Rede Genômica Fiocruz, destaca que apenas por meio do sequenciamento genético do vírus será possível confirmar que o aumento de prováveis variantes XBB deve-se à linhagem XBB.1.5 

“Portanto, fica clara a necessidade da manutenção das redes de vigilância genômica do Sars-CoV-2 no país, assegurando recursos financeiros e o fluxo de amostras para laboratórios capacitados a produzirem os genomas e analisarem os dados com celeridade”, afirma Gräf.

Organização Mundial da Saúde (OMS)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu em 4 de janeiro sobre o aumento de casos da XBB.1.5 na Europa e nos Estados Unidos. "A XBB.1.5, uma recombinação das sublinhagens BA.2, está aumentando na Europa e nos Estados Unidos, foi identificada em mais de 25 países e a OMS está monitorando de perto", disse à época o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
 

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14/01/2023 10:40h

Perda auditiva pelo ruído recreativo é tratada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como caso de saúde pública. Hábito de utilizar fones de ouvido com volume alto pode gerar até surdez, segundo especialista.

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Hábito comum, principalmente entre os jovens, o uso do fone de ouvido em excesso e de forma inadequada pode prejudicar a saúde auditiva. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já trata a perda auditiva pelo ruído recreativo como caso de saúde pública. Em uma pesquisa recentemente divulgada no British Medical Journal, cerca de um bilhão de jovens no mundo todo podem perder a audição por conta do mau uso dos fones de ouvido.

De acordo com a fonoaudióloga especialista em audição e escritora do livro Descomplicando a Perda Auditiva, Ariane Gonçalves, o volume alto em fones de ouvido pode acarretar lesões no aparelho auditivo, podendo alcançar condições mais graves da perda auditiva, como a surdez. 

“A Organização Mundial da Saúde recomenda o uso dos fones de ouvido até uma hora por dia e em uma altura que, quando você estiver de fone de ouvido, consiga ouvir o que as pessoas estão falando ao seu redor, os barulhos, tudo o que estiver acontecendo ao seu redor, é a altura ideal.”, explica a fonoaudióloga.

Ariane Gonçalves também alerta para os sintomas que requerem a procura de um profissional, sendo o principal deles o zumbido no ouvido. “É importante buscar ajuda do profissional, do fonoaudiólogo, do otorrinolaringologista, sempre que sentir um zumbido no ouvido, estiver com dificuldade para ouvir e entender o que as pessoas falam, e também o volume da televisão se estiver mais alto”, indica a especialista.

A fonoaudióloga recomenda que todos realizem, uma vez por ano, o exame de audiometria.

Deficiência auditiva

Existem diferentes graus de surdez. Na ligeira, a palavra é ouvida, porém certos elementos fonéticos escapam ao indivíduo. No grau mais avançado, conhecido como cofose, o indivíduo não consegue escutar nenhum tipo de som. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5% da população brasileira têm deficiência auditiva, o que corresponde a 10 milhões de pessoas.

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Saúde
07/01/2023 04:00h

Doença atinge mais de 1 bilhão de pessoa no mundo e é responsável pelo surgimento e agravamento de outras enfermidades, aponta OMS

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O rol de medicamentos para o tratamento da obesidade acaba de ser ampliado no Brasil. Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a Wegovy, uma solução injetável para perda e manutenção do peso. A obesidade é uma doença que atinge mais de um bilhão de pessoas no mundo, caracterizada pelo excesso de gordura corporal em quantidade capaz de prejudicar a saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças sofrem com o problema. 

A doença afeta o indivíduo por meio das barreiras encontradas na sociedade e pelo agravamento ou surgimento de outras enfermidades. Membro da diretoria da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o médico endocrinologista Fernando Gerchman afirma que a entidade é a favor da implementação do novo medicamento no mercado brasileiro devido à sua eficácia.

“Essa medicação tem eficácia superior às medicações existentes e ela é indicada para pessoas com um Índice de Massa Corporal de 30 ou mais, que caracteriza obesidade, ou 27 ou mais, que caracteriza sobrepeso com complicações relacionadas, como por exemplo, hipertensão, síndrome da apnéia do sono ou pré-diabetes e diabetes”, destaca. 

O médico explica, ainda, que o medicamento é aplicado através de uma tecnologia já utilizada em pessoas com diabetes. Ele afirma que será necessário um treinamento feito por profissional para que os pacientes possam realizar a aplicação. 

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 96 milhões de pessoas têm excesso de peso e 1 em cada 4 tem obesidade, um total de 41 milhões de pessoas. Fernando Gerchman aponta algumas das dificuldades enfrentadas por essa parcela da população. 

“A sociedade tem uma percepção inadequada  em relação à obesidade que faz com que as pessoas sejam mais discriminadas, tenham mais dificuldades nos processos seletivos de trabalho. E também as dificuldades relacionadas às complicações da doença. Causa depressão, causa ansiedade ou está relacionada à depressão e à ansiedade. Causa problemas musculoesqueléticos que geram dor física”, explica. 

Segundo a OMS, a doença atinge o coração, fígado, rins, articulações e sistema reprodutivo, o que leva a doenças como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral, vários tipos de câncer e problemas de saúde mental. Para determinar se uma pessoa é obesa, o peso é dividido pela altura ao quadrado, o chamado Índice de Massa Corporal (IMC). Quando o IMC é maior ou igual a 30kg/m2 trata-se de obesidade, entre 25 e 29,9 kg/m2 está o sobrepeso. 

A Anvisa esclarece que a Wegovy é indicada como auxiliar à uma dieta com baixas calorias acompanhada de exercício físico. Segundo o órgão, o medicamento deve passar por definição de preço e da logística de distribuição do fabricante e dos revendedores antes de começar a ser comercializado. De acordo com o Ministério da Saúde, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), ainda não recebeu solicitações para avaliação de incorporação do medicamento no SUS. 
 

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02/01/2023 19:10h

Problema ortopédico é causado pelo uso excessivo do celular e postura incorreta diante dos computadores

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Talvez a maioria das pessoas nem se dê conta, mas muitos sofrem de uma patologia bem recorrente dos dias atuais por conta da tecnologia: a tech neck, termo em inglês designada para a síndrome do pescoço tecnológico ou síndrome do pescoço de texto. É o caso de inúmeros profissionais que passam horas a fio sentados na frente do computador ou abaixando a cabeça para checar informações no celular.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 80% da população mundial têm, teve ou terá dores nas costas provocadas por esta doença que já está sendo chamada por médicos de crise dos tempos modernos. No Brasil, ainda de acordo com a OMS, cerca de 60 milhões de cidadãos são afetados por problemas de coluna e postura errada. O que corresponde a pelo menos 37% da população. 

Já uma pesquisa realizada pela empresa de audiência GlobalWebIndex mostra que o Brasil é o terceiro país do mundo em que as pessoas dedicam mais horas do seu dia ao celular. São três horas e 14 minutos por dia conectados. Entre os jovens, o número sobe para quatro horas por dia, o que equivale a 1.460 horas por ano.
De acordo com especialistas, o problema ocorre por conta da curvatura. Ao inclinar o olhar para baixo por várias horas, há o aumento da gravidade sobre o crânio, e, assim, sobrecarregando os músculos dos ombros, costas e região do tórax. Um movimento realizado, sobretudo, por conta do uso excessivo de aparelhos eletrônicos, intensificado durante e após a pandemia por conta dos trabalhos remotos.

“Essa síndrome é sim desses últimos anos, uma alusão ao uso contínuo, rotineiro de crianças, adultos e idosos dos aparelhos eletrônicos e com isso criando vícios de postura, causando dor, rigidez, limitação da amplitude de movimento”, elenca o ortopedista, José Fernandes Boaventura Cavalcante. “A cabeça humana e o pescoço pesam cerca de 6kg em posição neutra, quando está ereto. Quando há inclinação da cabeça, a força transmitida para a coluna aumenta de forma considerável”, explica o neurocirurgião, Henrique Lira. 

A síndrome evolui de forma silenciosa. Geralmente as vítimas dos problemas só percebem a situação em estágio bastante avançado, sendo a dor no pescoço o indício mais evidente. Foi o que aconteceu com o estudante de concurso, Adalto Mateus Vitória Júnior, 34 anos, que dedica pelo menos 15h do dia se debruçando sobre os livros ou diante do computador. Inevitável que, por conta da postura na cadeira, nos últimos meses tenha sofrido com dores no pescoço e nos braços. Não teve jeito, buscou atendimento médico. 

“Desde um ano atrás  comecei a sentir muitas dores no pescoço e em alguns momentos até nos braços por conta da postura. Fui ao médico porque as dores começaram aumentar de uma forma que não estava dando conta mais”, relata o concurseiro. “O médico indicou uma fisioterapia e pediu para trocar a cadeira e comprar um suporte para os livros e computador”, explica o estudante. 

Os sintomas da tech neck são dor e rigidez no pescoço, nos ombros e na parte superior das costas, além de queimação, podendo surgir pequenos nódulos que aparecem na musculatura da parte de trás do pescoço. “O diagnóstico é clínico. Os pacientes chegam com queixa de dor, limitação funcional, rigidez principalmente na região da musculatura do pescoço e na região da coluna dorsal”, detalha o ortopedista José Fernandes. 

Entre as dicas para evitar a síndrome da tech neck estão manter a boa postura enquanto se usa o celular, posicionando a tela ou o livro na altura dos olhos. Fazer alongamentos circulares de pescoço ao longo dia. Também praticar exercícios com frequências com o intuito de fortalecer os músculos das costas, com isso favorecendo a postura corporal. 

O ortopedista José Fernandes alerta para os problemas que vão além das alterações músculo-esqueléticas, mas sobretudo das alterações neurológicas causadas pelos vício nos aparelhos eletrônicos. Por isso, convoca as pessoas a se informarem mais sobre o assunto, estabelecendo regras de uso entre os mais jovens, principalmente. 

“A neurociência já provou de alterações de comportamentos de crianças que não têm interesse em socializar, em brincar, interesse em mais nada que seja de eletrônico, sofrendo de anedonia, ou seja, sem prazer, motivação para fazer as coisas”, alerta. “Então para todas as faixas-etárias, que sejam estabelecidos limites e regras de uso,” aconselha.
 

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28/09/2022 20:30h

Média diária na última semana ficou em 52 mortes, de acordo com o Ministério da Saúde. Especialista avaliam como “próxima” a chance de a pandemia acabar

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Dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil apresentou a menor média móvel de mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. Com as 46 mortes registradas até ontem, a média móvel no Brasil em decorrência da doença nos últimos sete dias é de 52, uma queda de 29,72%, na comparação com a semana anterior. O número é o mais baixo desde 5 de abril, quando a média móvel de mortes por SARS-Cov-2 estava em 50. É o segundo dia seguido que a média fica abaixo de 60.

A média móvel de mortes é calculada a partir da soma das mortes ocorridas num período de uma semana e divida por sete, número total de dias. Esse dado é usado por cientistas para entender a tendência da pandemia, conseguindo, assim, ter uma visão mais ampla do avanço da doença, ao escapar de oscilações que podem ocorrer, por exemplo, nos fins de semana, quando há menor capacidade de coleta de dados nas unidades de saúde.

De acordo com o infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Dr. Renato Kfouri, o baixo nível da circulação do do vírus da Covid-19 no país se reflete no comportamento das novas variantes. 

“Mesmo a chegada da BA4 e BA5, que encontrou uma população altamente vacinada, não fez com que surgisse uma grande onda nova da doença no final do primeiro semestre, e os números caindo agora, especialmente pelo fato de muitos estarem imunizados e não há o surgimento de nenhuma nova variante no momento circulando”, frisou o médico.

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Assim como Kfouri, o Ministério da Saúde entende que tal cenário se dá graças à imunização da população. Em nota, o órgão informou que “mais de 166 milhões de pessoas tomaram a segunda dose ou dose única da vacina - o equivalente a 78% da população brasileira”, o que explica os “baixos índices de contaminação e mortes pelo coronavírus”.

Fim da pandemia

Assim como o Ministério da Saúde, entidades internacionais também vislumbram o fim próximo  da pandemia. Durante evento no quartel general da Organização das Nações Unidos (ONU), em Nova York, o secretário-geral da instituição, António Guterres,  celebrou o crescente índice de cobertura vacinal mundial, principalmente entre populações de alto risco. 

Na mesma cerimônia, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, pediu por mais um esforço para acabar com a crise sanitária. “Não chegamos lá ainda, mas o final está próximo”, afirmou Adhanom, reforçando que a comunidade internacional “nunca esteve numa posição melhor para findar com a emergência de saúde global causada pela Covid-19”.

O Ministério da Saúde reforçou que a vacinação é fundamental para a manutenção do controle da Covid-19, por isso “é necessário que todos os públicos elegíveis busquem os postos de vacinação para completar o calendário vacinal primário, além da aplicação das doses de reforço contra o vírus”, completou o órgão. 

O infectologista Kfouri concorda com a relevância de completar a imunização. “É importante que tenhamos os esquemas vacinais completados. Todos acima de 12 anos com três doses; acima dos 40 anos, com quatro doses; e iniciar, o quanto antes, a vacinação das crianças, porque já temos vacinas aprovadas pela Anvisa a partir dos 6 meses de idade”, lembrou o especialista. Para ele, está mais que comprovado que o “esquema completo de vacinação é fundamental para que a gente continue evitando mortes, hospitalizações, formas graves” da doença.

O Ministério da Saúde informou que vai distribuir cerca de 1 milhão de doses do imunizante Coronavac, até o fim desta semana, para os estados vacinarem crianças de 3 a 5 anos em todo o país.

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Total de casos e mortes

Com as 46 mortes por Covid-19 registradas nas últimas 24 horas, o Brasil totalizou 685.881 óbitos desde o início da pandemia. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). 

Todos os 26 estados e o Distrito Federal divulgaram as informações da pandemia nessa terça-feira (27). Dentre eles, 16 não registraram mortes em decorrência da doença na data, são eles: São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão, Rondônia, Tocantins, Sergipe, Alagoas, Amapá, Roraima e Acre.

Em relação ao número de casos, foram 8.289 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, foram registrados 34.646.577 testes positivos no país.

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Brasil 61