Saúde mental

23/02/2025 11:00h

Conclusão é de estudo publicado no Journal of Adolescent Health, que analisou dados de mais de 3,6 mil jovens dos 14 aos 17 anos

Baixar áudio

Um estudo publicado no Journal of Adolescent Health, que analisou dados de mais de 3,6 mil jovens dos 14 aos 17 anos, aponta que adolescentes que passam mais de três horas por dia em comportamentos sedentários têm maior risco de enfrentarem problemas de saúde mental no futuro. Em contrapartida, a exposição moderada às telas (entre 60 e 119 minutos por dia) dedicada a atividades educacionais, como fazer o dever de casa ou assistir aulas, foi considerado um fator “protetor”, associado a menor sofrimento mental.

Entre os comportamentos sedentários estão jogar videogame, ler por lazer ou ficar muito tempo distraído com telas.

Segundo a Agência Fapesp, muitos estudos têm demonstrado que a falta de atividade física, principalmente associada ao uso em excesso de dispositivos eletrônicos, contribui para o aumento de problemas de saúde, por exemplo, como obesidade e doenças cardiovasculares – além de impactos à saúde mental, com aumento de sentimentos ligados à ansiedade e depressão, por exemplo.

Pesquisa 

O estudo foi realizado no Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College London, no Reino Unido, e analisou informações de 3.675 adolescentes que integram o Millennium Cohort Study. O projeto acompanha crianças que nasceram entre os anos 2000 e 2002 e possui uma ampla base de dados.

As análises de informações sobre comportamentos sedentários foram coletadas em dois momentos: quando os jovens tinham 14 anos e depois aos 17 anos. Na primeira etapa, eles preencheram um diário registrando as atividades que faziam a cada dez minutos, categorizadas em contextos como: atividades físicas no geral, tempo que passavam dormindo, tempo de tela baseado em lazer, tempo de lazer sem tela e comportamento sedentário educacional.

Aos 17 anos, os adolescentes participantes relataram seu sofrimento psicológico em um questionário com seis perguntas sobre seus sentimentos.

André de Oliveira Werneck, autor do artigo, doutorando no Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), conforme a Agência Fapesp, explica que devido ao fato de a pesquisa basear-se em respostas registradas em um diário, há um diferencial ao estudo que torna seus resultados mais relevantes.

Após cruzar as informações, os pesquisadores constataram que os jovens passavam uma média de quatro horas envolvidos em comportamento sedentário educacional, como escola e tarefa de casa, e cerca de três horas por dia em comportamentos sedentários com uso de tela e sem tela. De acordo com o estudo, os jovens que ficavam mais de 180 minutos por dia em telas para lazer foram associados a maior sofrimento psicológico aos 17 anos.

Já aqueles que passavam mais de três horas por dia lendo por lazer (especificamente os meninos) também relataram mais sofrimento mental.

O autor disse à Agência Fapesp que o principal achado do estudo, levando em conta os contextos gerais, é que o maior tempo de lazer, especificamente em videogames, foi associado à piora no sofrimento psicológico. Por outro lado, o maior tempo dedicado a atividades educacionais foi associado a menor sofrimento.

Para minimizar os impactos psicológicos negativos, a partir das descobertas, os pesquisadores indicam algumas intervenções que poderiam ajudar, como estabelecer limites para o tempo de tela de lazer a menos de três horas por dia e incentivar atividades de tela mais educacionais e estruturadas em vez de lazer passivo.

Com informações da Fapesp.

Copiar textoCopiar o texto
05/02/2025 00:02h

Atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), prevê incluir a avaliação de riscos psicossociais no processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST)

Baixar áudio

A partir de maio deste ano, as empresas brasileiras terão que incluir a avaliação de riscos psicossociais no processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Com isso, os empregadores deverão avaliar os riscos à saúde mental dos colaboradores nas empresas. A exigência decorre da atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em agosto do ano passado.

A norma destaca que riscos psicossociais como estresse, assédio e carga mental excessiva, devem ser identificados e gerenciados pelos empregadores integrando as medidas de proteção à saúde dos trabalhadores.

Segundo o MTE, os riscos psicossociais estão relacionados à organização do trabalho e às interações interpessoais no ambiente laboral e incluem fatores como metas excessivas, jornadas extensas, ausência de suporte, assédio moral, conflitos interpessoais e falta de autonomia no trabalho. Tais elementos, de acordo com a Pasta, podem causar estresse, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental nos trabalhadores.

O especialista em Direito do Trabalho, sócio do escritório Ambiel Advogados, Aloísio Costa Junior, destaca os benefícios trazidos pela medida aos trabalhadores do país.

"A partir do momento que a norma regulamentadora estabelece, mais especificamente, obrigações do empregador para que ele cuide da saúde no ambiente de trabalho, os trabalhadores são diretamente afetados, primeiro porque eles são beneficiados por essas medidas que o empregador vai ter que adotar, então o impacto que isso causa já é o impacto próprio no meio ambiente de trabalho, nas medidas de segurança e de saúde", aponta Costa Junior.

Dados da pesquisa Saúde do colaborador 2024: um panorama do mercado corporativo brasileiro, elaborada pela corretora de benefícios Pipo Saúde, apontam que 48% dos trabalhadores brasileiros têm risco de saúde mental. O levantamento teve 8.980 respondentes de diferentes níveis hierárquicos no país.

A pesquisa aponta, ainda, que o Brasil é o país com maior número de pessoas com depressão e ocupa o segundo lugar no ranking de país mais ansioso do mundo. Inclusive, as doenças relacionadas à saúde mental entraram oficialmente na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho no início de 2024.

Já o estudo Check-up de bem-estar 2024 da Vidalink, empresa de bem-estar corporativo, mostrou que 31% dos trabalhadores brasileiros não fazem nada para cuidar da saúde mental. 

Mudanças com a atualização da NR-1

Em nota, a coordenadora-geral de Fiscalização em Segurança e Saúde no Trabalho, Viviane Forte, ressaltou que a NR-1 já exigia que os riscos no ambiente laboral fossem reconhecidos e controlados, mas existiam dúvidas acerca da inclusão explícita dos riscos psicossociais.

O especialista em Direito do Trabalho, Aloísio Costa Junior, destaca que a atualização esclarece procedimentos que o empregador deve que adotar na manutenção da segurança e da saúde no ambiente de trabalho, na prevenção e identificação de riscos, bem como no estabelecimento de planos de manutenção para mitigar ou até eliminar os riscos identificados.

“Então, passa a haver uma especificação maior do passo a passo que o empregador tem que adotar para evitar que os riscos à saúde e à segurança afetem o ambiente de trabalho”, diz.

O especialista explica que, na prática, as empresas vão ter que estabelecer um plano para seguir o que a norma regulamentadora estabelece, com vistas a prevenir, identificar e mitigar os malefícios à saúde dos empregados.

“As empresas, principalmente as maiores, que têm CIPA, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que já se beneficiam de empresas de saúde e segurança do trabalho, elas poderão continuar utilizando isso. Agora, se a empresa que não tem estrutura pronta para atender aquilo, recomenda-se sim que contraste esses serviços [de profissionais de saúde mental], de preferência com ajuda e supervisão de um advogado, para que não haja dúvidas quanto ao cumprimento da norma e para evitar riscos de um passivo no futuro”, esclarece Costa Junior.

“A avaliação deve se dar com profissionais da área da saúde voltados para psicologia ou psiquiatria para que haja identificação adequada de quais são os riscos envolvidos, como preveni-los, como tratar um empregado que possa sofrer de alguma questão nesse sentido”, completa o especialista.

O documento não obriga a contratação desses profissionais especializados como funcionários fixos. Porém, o MTE informa que as empresas podem contratar especialistas como consultores para colaborar com a identificação e avaliação de riscos psicossociais, principalmente em casos mais complexos.

Caso o empregador não adote as medidas previstas na norma regulamentadora estará sujeito às sanções previstas na lei. Costa Junior alerta que o empregador que não comprovar o cumprimento das exigências pode ser responsabilizado judicialmente.

Confira as possíveis sanções mencionadas pelo especialista:

  • O empregador pode ser fiscalizado e autuado pelo próprio MTE, responsável pela fiscalização;
  • O MTE tem competência para fiscalizar e investigar o cumprimento da legislação do trabalho em âmbito coletivo;
  • Caso haja denúncia de que existe algum problema no estabelecimento ou que o empregador não cumpre as medidas, é passível de investigação pelo MTE;
  • MTE pode ajuizar ação civil pública contra o empregador para exigir adequações e até mesmo pagamento de indenizações por danos coletivos.

“[O empregador] também está sujeito, no caso de ações individuais dos empregados que se sentirem prejudicados, a ações trabalhistas na Justiça do Trabalho, também com a possibilidade de reconhecimento de que eventuais riscos no ambiente de trabalho causaram doenças, causaram distúrbios, seja à saúde física ou saúde mental, e com isso serem obrigados a pagar indenizações por conta disso”, afirma Costa Junior.

Aloisio alerta para que os empregadores fiquem atentos aos procedimentos para cumprir as exigências. "Caso contrário, a Justiça pode presumir, se o empregador não provar que causou aquelas medidas, a Justiça pode presumir que o empregador causou ali o risco ou não fez nada para evitar o risco à saúde e segurança do trabalho. E por isso pode ser considerado responsável."

Fiscalização

Conforme nota do MTE, a fiscalização será realizada de forma planejada e por meio de denúncias encaminhadas à Pasta. Os setores com alta incidência de adoecimento mental – como teleatendimento, bancos e estabelecimentos de saúde – serão prioritários.

Os auditores-fiscais verificarão durante as inspeções os aspectos relativos à organização do trabalho, buscarão dados de afastamentos por doenças – como ansiedade e depressão – realizando entrevistas a trabalhadores e analisando documentos para identificar possíveis situações de risco psicossocial naquela localidade.
 

Copiar textoCopiar o texto
18/10/2024 04:01h

Quase 90% das mulheres na menopausa se sentem instáveis emocionalmente, aponta pesquisa da Plenapausa

Baixar áudio

Uma pesquisa da Plenapausa, femtech brasileira, mostra que 89% das mulheres se sentem instáveis emocionalmente durante a menopausa, enquanto 82% ficam deprimidas e ansiosas. Além disso, mulheres nesse ciclo da vida têm mais que o dobro de chances de desenvolver transtorno bipolar.

Neste 18 de outubro, dia Mundial da Menopausa, a psicóloga Elaine Lima, especialista em Gestalt-terapia e Terapeuta de Mulheres, chama atenção para os cuidados com a saúde emocional para melhorar a qualidade de vida.

“Emerge a necessidade de investirmos no nosso autocuidado. E quando eu falo de autocuidado, não é cuidar apenas da aparência, é cuidar dos aspectos emocionais, porque a gente também não pode romantizar a menopausa nem o processo de envelhecimento. É um processo desafiador, não é fácil. Então, [devemos] olhar para esses aspectos emocionais e cuidar da maneira como nós gerenciamos as nossas emoções, investir em um processo de autoconhecimento, porque isso nos empodera e nos prepara para gerenciar de maneira mais saudável as nossas emoções.”

Descontrole hormonal

A professora Alessandra Gomes, de 50 anos, moradora de Brasília (DF), está enfrentando a menopausa neste momento. Ela relata alterações de humor, ansiedade, irritabilidade, e, por isso, buscou acompanhamento com profissionais de saúde.

“É uma ansiedade em relação a tudo, ao trabalho, à família. Eu não consigo dormir à noite. Eu sinto medo de fazer as coisas que eu mais gostava. Em relação à tristeza, é uma depressão mesmo, mas não pelo fato de eu estar entrando na menopausa, é a parte hormonal mesmo que eu senti que afetou. Eu tenho acompanhamento psicológico e com psiquiatra. Eu estou indo em uma endócrino e fazendo a reposição hormonal e já estou melhorando.”

O doutor em endocrinologia clínica Flavio Cadegiani explica que a menopausa marca o fim da vida reprodutiva do sexo feminino, definida como a “última menstruação”. Segundo o endocrinologista, as mulheres precisam ter consciência de que a falta de cuidados ou até conhecimento sobre o assunto afetam de maneira significativa a saúde mental e física, com sintomas que podem incomodar bastante neste período. 

“Podem ocorrer ganho de peso, por haver uma queda abrupta no metabolismo; depressão; distúrbios do sono; asma pós-menopausa; secura vaginal, com dores no ato sexual; e até mesmo osteoporose.”

Além disso, segundo a psicóloga Elaine Lima, a própria mudança hormonal é capaz de provocar uma instabilidade emocional. 

“Além disso, contribui para quadros de depressão e ansiedade que muitas vezes já eram pré-existentes e estavam mascarados e, nesse período da vida, eles vêm a luz e ganham uma proporção maior, ou seja, não tem mais como negligenciá-los”, explica.

Tabu

Segundo um levantamento da empresa de higiene e saúde Essity, 70% das brasileiras não estão preparadas para a chegada da menopausa e 55% não gostam de falar sobre o assunto por ser ligado à velhice e à "deterioração" do corpo. 

A psicóloga Elaine Lima diz que observa esse comportamento no consultório. Na avaliação da especialista, na cultura ocidental, a menopausa está associada à velhice e à deterioração do corpo. 

“Na nossa sociedade ocidental, que é machista, patriarcal, consumista, capitalista, que valoriza a jovialidade e a beleza, envelhecer e entrar na menopausa vai ser algo muito mal visto. Existem muitas crenças distorcidas em relação à mulher mais velha, que ela é chata, seca, fria, mas a mulher que está envelhecendo enfrenta muitos desafios e talvez essa oscilação de humor, essa instabilidade emocional, é muitas vezes interpretada de forma negativa.”

“Existem muitos preconceitos, ainda é um tabu, na minha percepção, porque nós ainda não rompemos todas as barreiras no sentido de trazer essa temática para as nossas rodas de conversa, para o nosso dia a dia, para as reuniões em família.  Como combater esse tabu? Eu acredito que o primeiro passo é por meio da informação. Então, falar sobre essa temática, os espaços que estão dando abertura para inserir esse tema proporcionam a nós, mulheres, e aos homens também, a possibilidade de ampliar o nosso conhecimento sobre esse assunto”, orienta.

Quais são os tipos de câncer de mama?

Lipedema: mais de 10 milhões de brasileiras podem ter a doença e não sabem

Copiar textoCopiar o texto
08/09/2024 00:05h

A ansiedade é comum em todos nós. Diante de algumas situações sentimos graus maiores ou menores, mas apesar de ser normal em alguns casos ela pode se tornar um problema

Baixar áudioBaixar áudio

Você tem ansiedade? A ansiedade é comum em todos nós. Diante de algumas situações sentimos graus maiores ou menores, mas apesar de ser normal em alguns casos ela pode se tornar um problema. 

Descubra com o Dr. Ajuda se o que está sentindo pode estar relacionado a sintomas de ansiedade. A psiquiatra Karina Calderoni dá mais detalhes sobre esta doença. 

Quais os sintomas físicos?

  • Taquicardia
  • Suor nas mãos 
  • Tremores

Quais os sintomas psíquicos?

  • Medo
  • Confusão mental
  • Desorientação

O que fazer para lidar com a ansiedade?

  • Meditação
  • Coloque o problema sob perspectiva 
  • Separe o problema em etapas
  • Ouça música
  • Abandone o carro
  • Faça atividade física

Caso apresente algum desses sintomas, é importante que você procure um médico psiquiatra. Para saber mais, assista aos vídeos no canal do Dr. Ajuda sobre sintomas e tipos de transtorno de ansiedade.

Copiar textoCopiar o texto
23/01/2024 04:35h

Endocrinologista alerta para como essas alterações podem levar a quadros de depressão e ansiedade

Baixar áudio

Segundo a pesquisa Panorama da Saúde Mental, divulgada em janeiro de 2024, metade das pessoas que responderam o questionário de saúde mental afirmaram que estão se sentindo para baixo ou “deprimido”. Além disso, 54% apontaram que sentem pouco interesse ou prazer em fazer as coisas. No mês de conscientização da saúde mental e emocional, conhecido como Janeiro branco, o endocrinologista Flávio Cadegiani alerta sobre a importância de fortalecer o cuidado com a população brasileira.

O especialista informa que diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento de doenças mentais, entre eles, as alterações hormonais. De acordo com ele, os hormônios atuam diretamente no cérebro, modificando a conexão entre os neurônios e a produção de serotonina, dopamina e de noradrenalina, neurotransmissores que são comunicadores entre os neurônios do cérebro.

Flávio aponta que a baixa testosterona, principal hormônio sexual masculino, pode desencadear depressão. Já o principal hormônio sexual feminino, o estradiol, pode levar mulheres a sofrerem com sintomas depressivos, fadiga e ansiedade.

“As principais práticas que aumentam a desregulação hormonal, são as práticas que desregulam o metabolismo, que levam a disfunções metabólicas como diabetes tipo 2, obesidade,  problemas de colesterol”, informa.

O endocrinologista destaca a importância de evitar a automedicação na reposição hormonal. O uso inadequado de hormônios pode desencadear alterações que resultarão em diversos problemas de saúde.

Vera Lúcia, de 60 anos, relembra que começou a fazer reposição hormonal por volta de 52 anos, quando entrou na menopausa, após retirar o útero devido a presença de um mioma uterino.

“Começou libido zero, eu estava em uma relação e não conseguia que meu marido chegasse perto de mim. Vinha um calor subindo no pé da barriga até a cabeça, eu começava a suar e não tinha nada que fizesse isso parar. Minha relação acabou por causa disso [menopausa]”, recorda.

Na época, Vera explica que morava na Itália, e procurou por tratamentos de remédios naturais no país, já que os médicos não eram favoráveis à reposição hormonal. Quando ela voltou para  Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, realizou exames que mostraram que estava apta para realizar a reposição hormonal.

“No outro dia, quando comecei a fazer reposição de estradiol, eu já estava me sentindo bem. Eu tenho uma vida normal, agora tudo voltou ao normal, meu cabelo parou de cair, eu me sinto super bem”, afirma.

Vera destaca que, apesar de não ter desenvolvido uma doença mental, passar por isso pode prejudicar significativamente a saúde emocional de outras mulheres. 

Prevenção de alterações hormonais

O endocrinologista informa que a mudança de estilo de vida é um dos principais fatores de melhoria no balanço hormonal, como a prática da musculação, que aumenta os níveis de testosterona. 

“Um bom consumo alimentar também regula os níveis de insulina. Quando ela deixa de ficar uma montanha russa, por grandes incursões de açúcar, o corpo responde a movimentos de insulina — e você acaba também regulando todos os demais hormônios”, completa.

Leia mais:

Dengue: cerca de 3 milhões de pessoas serão vacinadas contra a doença em 2024

Transplante de rim é o mais realizado no Brasil, segundo Ministério da Saúde

Copiar textoCopiar o texto
18/12/2023 21:00h

O canal de ajuda Pode Falar, apoiado pelo UNICEF, abre um espaço seguro de acolhimento para adolescentes e jovens quando sentirem angústia, sofrimento e desamparo

Baixar áudio

Durante a estiagem a fumaça decorrente dos incêndios que atingiram a região Norte do país, crianças e adolescentes acabaram sendo os mais impactados. Nessas situações, para evitar a exposição à fumaça, a orientação é ficar em casa.

COMUNICADOR: Disponibilizamos dois conteúdos menores para que você possa repetir durante o dia na sua programação

“As crianças precisam de espaço para brincar, mas nesses dias assim é melhor evitar a exposição fora de casa, ao ar livre, e esperar a melhoria da qualidade do ar para que a criança tenha a possibilidade de sair e brincar fora”, orienta a especialista de Emergência, Saúde e Nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Neideana Ribeiro.

Para garantir a saúde de crianças e adolescentes, a recomendação é, sempre que possível, ter um espaço protegido: “Um outro ponto que a gente orienta é manter sempre um espaço, que podemos chamar de espaço limpo, que pode ser uma sala, pode ser um quarto, que fique com as janelas e portas fechadas, um ambiente sem exposição de fumaça. 

Saúde mental em risco

E perder a mobilidade, se separar do convívio social, até mesmo enfrentar outras violências em casa e lidar com situações de vulnerabilidade, como a falta de alimentos, água, desnutrição morte são eventos indesejáveis que a exposição às fumaças, seca prolongada ou a cheia dos rios podem trazer junto com doenças e outras dificuldades que afetam a saúde mental dos adolescentes e jovens.

A oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do UNICEF, Gabriela Mora, explica como os eventos climáticos extremos podem desencadear questões preocupantes de saúde mental para jovens e adolescentes. 

“Eles ficam muito mais expostos tanto a essa insegurança da família em relação à renda, planejamento do futuro, como também muda a dinâmica na família, a possibilidade de ir para a escola, de conviver com pessoas importantes, o que faz com que percam acesso a direitos que são fundamentais para o seu desenvolvimento.” 

É nessa fase, entre os 10 e os 19 anos, que jovens ampliam sua capacidade de cognição, constróem sua identidade, fortalecem a criação de vínculos para além da família e aumentam a socialização. A adolescência também é marcada por um aumento da força do coletivo como estratégia que acaba por fortalecer também o indivíduo e pelo processo de compreensão sobre o seu lugar no mundo, além da conquista da autonomia e da transição dos estudos para o mundo do trabalho. 

Pode Falar

Depois da pandemia de Covid-19 — que mudou a forma como as pessoas cuidam da saúde mental — o UNICEF passou a tratar a questão como prioritária e, em parceria com organizações da sociedade civil e universidades, oferecer canais de ajuda em saúde mental para adolescentes e jovens, além de dialogar com a gestão pública de mais de 2 mil municípios para que revisitassem seus fluxos de atenção em saúde mental para adolescentes.  

O canal de acolhimento apoiado pelo UNICEF é o Pode Falar. Uma plataforma virtual de ajuda a jovens de 13 a 24 anos e pode ser acessada gratuitamente por WhatsApp (61-9660-8843) ou site (www.podefalar.org.br). Criado em 2021, o canal já atendeu mais de 70 mil jovens e hoje faz cerca de 2.000 atendimentos semanais. 

Os atendentes são treinados para acolher com empatia, ouvir e, se necessário, ajudar no encaminhamento desses adolescentes. Quem explica é o coordenador da rede Pode Falar, professor Hugo Monteiro Ferreira, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (URFPE).

“Esse jovem que chega para o Pode Falar não quer críticas, não quer julgamento, não quer condenação. Ele quer ser ouvido. A primeira ideia é ouvi-lo e ouvi-lo sem julgamento. É uma disposição de escuta, mas sem estabelecer aconselhamento, comparação, nem sentença.” 

O coordenador ainda explica que existem três fluxos que podem acontecer ao entrar em contato com o Programa.

“Uma é aquela ligação que se encerra nela mesma; a outra é a ligação que vem por conta de uma motivação de violação e a terceira é a ligação que vem porque você está com adoecimento mental. E a gente tenta conversar com essa pessoa para mostrar a ela que precisa da ajuda sistemática de um profissional de saúde mental.” 

O Pode Falar é a única rede no Brasil que atende exclusivamente adolescentes e jovens entre 13 e 24, associando inteligência artificial com condução humana. É, segundo o coordenador do programa, um dos melhores recursos das redes sociais. “Possibilita o jovem a pedir ajuda apenas tendo um celular nas mãos. Isso é revolucionário”, conclui o professor Hugo Ferreira.

Copiar textoCopiar o texto
18/12/2023 02:30h

O canal de ajuda Pode Falar, apoiado pelo UNICEF, abre um espaço seguro de acolhimento para adolescentes e jovens quando sentirem angústia, sofrimento e desamparo.

Baixar áudio

Catástrofes climáticas, como a seca prolongada, queimadas, inundações ou pandemias podem mudar radicalmente a vida das pessoas. Elas podem perder a mobilidade, lidar com situações de insegurança, violência e a perda de pessoas próximas. E não é só o corpo que sofre com isso, mas a cabeça também. Pensando nisso, o UNICEF vem desenvolvendo ações para ajudar a resgatar a saúde mental de crianças e jovens. Um desses recursos é o Pode Falar. Uma plataforma virtual com atendentes treinados para acolher com empatia, ouvir e, se necessário, ajudar no encaminhamento desses adolescentes. Se você tem entre 13 e 24 anos e está passando por algum sofrimento mental, busque ajuda pelo site podefalar.org.br ou pelo WhatsApp (61) 9660-8843. O canal funciona de segunda-feira a sábado, exceto feriados, das 8 da manhã às 10 da noite e é de graça.

Copiar textoCopiar o texto
13/12/2023 11:30h

Canais como o Pode Falar ajudam jovens a encontrarem apoio e suporte para enfrentar situações climáticas de emergência, como estiagens prolongadas, queimadas e inundações

Baixar áudio

Você costuma dar a mesma atenção à saúde mental que à saúde física? Em eventos climáticos extremos — como queimadas, estiagem e inundações — as incertezas e o medo podem desencadear ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos.  Consequências que costumam afetar ainda mais crianças e jovens. Por isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o UNICEF, criou programas que ajudam a identificar e a encaminhar crianças e jovens abalados por questões climáticas. Você, pai, mãe ou adulto deve ficar atento aos primeiros sinais de mudança de comportamento, como isolamento social, dificuldade de comunicação ou agressividade. Pelo canal Pode Falar, criado pelo UNICEF, é possível ter acesso a todo tipo de ajuda em saúde mental, com uma escuta empática e sem julgamento. Então anote aí: pode falar.org.br ou o número de WhatsApp (61) 9660-8843. É de graça, pode ser acessado de qualquer lugar com atendimento humano de 8h às 22h, todos os dias, exceto domingos e feriados. Saúde mental é coisa séria, não deixe para depois.

Veja a matéria completa:

Como eventos climáticos podem afetar a saúde mental de jovens e adolescentes
 

Copiar textoCopiar o texto
11/12/2023 10:30h

Canais como o Pode Falar ajudam jovens a encontrarem apoio e suporte para enfrentar situações climáticas de emergência, como estiagens prolongadas, queimadas e inundações

Baixar áudio

Em eventos climáticos extremos, como queimadas, estiagem e inundações, você costuma dar a mesma atenção à saúde mental que à saúde física? As incertezas, o medo e outros efeitos causados por esse eventos podem desencadear ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos. Consequências que costumam afetar ainda mais crianças e jovens, já que, nessa faixa etária, a personalidade ainda está em formação e o impacto dessas tragédias climáticas pode ser mais profundo do que para os adultos.  

Por isso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) criou programas que ajudam a identificar e a encaminhar crianças e jovens abalados por questões climáticas. 

Como identificar uma criança ou adolescente em sofrimento

O primeiro passo é identificar quando eles mudam de comportamento, como explica Gabriela Mora, oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Unicef.

“É fundamental que os adultos de referência na vida desses adolescentes estejam atentos para esses sinais de mudança de comportamento e o isolamento certamente é um deles. A dificuldade de comunicação ou comportamentos mais agressivos são questões que as famílias precisam estar com o radar ligado para esses possíveis sinais comportamentais que podem representar um sofrimento psíquico.”  

Gabriela Mora explica que essa atenção não deve vir apenas dos pais, mas de todo profissional ou adulto que seja uma referência na vida dessas crianças e jovens. Identificar o sofrimento é o primeiro passo. O segundo, explica a oficial, é fazer uma “escuta empática e amigável, já que muitas vezes as escolas e os centros de saúde não estão preparados para isso”.

Canais disponíveis para ajuda

Um dos canais oferecidos pelo Unicef e que fica disponível 24 horas para oferecer ajuda em saúde mental é o Pode Falar.
 
“O Pode Falar acontece de maneira regular e é um apoio psicossocial. Os atendentes são treinados para identificar esses casos e apoiar adolescentes a encontrar, em sua região, o que existe de serviços e quem faz parte da sua rede de referência,” explica Gabriela Moro.

Os atendentes são vinculados a 20 universidades parceiras do Pode Falar e todos são formados pelo Núcleo do Cuidado Humano da Universidade Federal de Pernambuco. Quem está do outro lado do computador recebe formação contínua para lidar com os jovens e é supervisionado por um professor universitário.

Os atendentes fazem esse acolhimento numa linha de “escuta empática, sem julgamento. Ajudando esse adolescente a colocar para fora, nomear sentimentos e ajudando o adolescente a pensar: bom, com quem eu posso contar num caso de sofrimento psíquico?”, explica Gabriela Mora.

A oficial ainda acrescenta que os atendentes são treinados para casos de emergência por questões climáticas. “Cada vez que acontece uma situação a gente traz um especialista para conversar com esse grupo de atendentes, para que eles sejam capazes de apoiar nas questões específicas trazidas por essa questão emergencial.” 

Conversa com a gestão pública 

O Unicef vem chamando a gestão pública local para o diálogo, fazendo com que esses gestores repensem o fluxo de atenção em saúde mental, como explica Gabriela Mora. 

“O que existe nesse território para oferecer para adolescentes e jovens em termos de apoio psicossocial para promover resiliência — essa capacidade de superação de situações traumáticas — para garantir a prevenção de situações de violência, que a gente sabe que aumenta quando as famílias ficam isoladas, para que a educação volte.”

A ideia é ajudar os gestores locais a agirem de forma ágil e dinâmica em situações de catástrofe e fazer com que as pessoas saibam onde e a quem procurar em casos como esses. “A gente está trabalhando com as prefeituras para que a questão psicossocial seja considerada uma das prioridades na resposta a situações emergenciais”, explica a oficial de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes do Unicef.
 

Copiar textoCopiar o texto
15/10/2023 16:00h

Dos brasileiros diagnosticados, 31,6% são jovens de 18 a 24 anos. Nota-se ainda uma prevalência alta na região Centro-Oeste, com 32,2% — e entre as mulheres, na qual atinge 34,2%

Baixar áudio

Cerca de 26,8% dos brasileiros foram diagnosticados com ansiedade, com um índice alarmante de 31,6% entre os jovens de 18 a 24 anos, e prevalências notavelmente elevadas no Centro-Oeste com 32,2 —  e também entre as mulheres, com 34,2%. Os dados fazem parte do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), um estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a Organização Global de Saúde Pública Vital Strategies.

Enquanto isso, 12,7% dos brasileiros foram diagnosticados com depressão, sendo mais frequente na região Sul com 18,3%, entre mulheres com 18,1%, e nas faixas etárias de 55 a 64 anos com 17% e 18 a 24 anos com 14,1%. A pesquisa foi realizada entre 2 de janeiro e 15 de abril, nas cinco regiões do país, pelo instituto Vital Strategies Brasil, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Umane.

A neuropsicóloga e doutora em psicologia Roselene Espírito Santo Wagner avalia que diversas condições sociais no Brasil, incluindo instabilidade financeira, baixa escolaridade e problemas de infraestrutura, como a má qualidade dos serviços públicos, estão entre os fatores que contribuem para fazer do país um dos líderes em incidência de transtornos de ansiedade na população.

“Os fatores ansiogênicos vêm da instabilidade financeira, baixa escolaridade, que não permite a ascensão profissional; falta de transporte público, que facilite a locomoção dentro da cidade; os engarrafamentos e horas perdidas no trânsito no ir e vir; a violência, a alta criminalidade, a falta de acesso à saúde de qualidade, principalmente à saúde mental, são estímulos estressores”, explica.

De acordo com o Ministério da Saúde, transtornos de ansiedade podem manifestar-se de várias maneiras, incluindo ansiedade persistente sem motivo claro ou episódios intensos que podem paralisar a pessoa. A sensação desconfortável pode levar o indivíduo a alterar sua rotina para evitar a ansiedade, como por exemplo, deixar de usar o elevador.

Diferença entre a ansiedade comum e um transtorno de ansiedade

O psiquiatra do Hospital Anchieta de Brasília Pedro Leopoldo explica que a ansiedade é comum na natureza humana. Segundo ele, a ansiedade é uma resposta emocional e fisiológica normal, pois nos prepara para o estresse, por exemplo, para a defesa e para tomar decisões. “Onde isso começa a nos adoecer? A ansiedade começa a aparecer em situações que não precisava e não deveria, por exemplo numa reunião, no momento em que eu tenho que entregar um produto”, expõe.

De acordo com psiquiatra, os sintomas da ansiedade incluem:

  • Preocupação excessiva;
  • Medo;
  • Tensão muscular;
  • Inquietação;
  • Insônia;
  • Taquicardia;
  • Sudorese;
  • Falta de ar. 

Quando a ansiedade se torna uma condição crônica, pode impactar na vida pessoal e profissional da pessoa, prejudicando sua capacidade de tomar decisões e de realizar atividades do dia a dia.

Tratamentos

A neuropsicóloga Roselene Espírito Santo avalia que a ansiedade, se não for tratada, pode servir de gatilho para outros transtornos, chegando a desencadear doenças psicossomáticas, que impactam tanto a saúde mental quanto a física. Por exemplo, condições como gastrite, úlceras, colites, taquicardia e hipertensão. Adicionalmente, crises de ansiedade também têm o potencial de gerar ataques de pânico e evoluir para a síndrome do pânico.

O Ministério da Saúde informa que existem três tipos de tratamento para os transtornos de ansiedade:

  • Medicamentos (sempre com acompanhamento e receita médica);
  • Psicoterapia com psicólogo ou com médico psiquiatra;
  • Combinação dos dois tratamentos (medicamentos e psicoterapia).

Segundo a pasta, a maioria das pessoas começa a se sentir melhor e retorna às suas atividades após algumas semanas de tratamento, tornando essencial a busca por auxílio especializado na unidade de saúde mais próxima. Para alcançar melhores resultados e minimizar prejuízos, é importante um diagnóstico precoce e preciso, um tratamento eficiente e acompanhamento prolongado.

Veja Mais:

Sobem casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave associados à Covid-19
Teste da orelhinha: entenda como é feito e para que serve o exame em recém-nascidos
 

Copiar textoCopiar o texto