LOC.: O Brasil realizou 6.766 transplantes no ano passado, entre janeiro e setembro. O transplante de rim lidera a lista dos procedimentos no país, com mais de 4.500 cirurgias, o que representa 66,72% do total. De acordo com o Ministério da Saúde, o fígado é o segundo órgão mais transplantado, com 1.777 procedimentos, seguido do coração, com 323.
Na comparação com 2022 houve um aumento de quase 12%. No entanto, até o momento, quase 42 mil pessoas estão na fila por um transplante — a maioria à espera de um rim.
No caso do rim é preciso fazer um transplante quando há insuficiência renal crônica. A doença pode ter diversas causas, como explica a médica nefrologista e especialista em transplante renal, Rubia Boaretto.
TEC/SONORA: Rubia Boaretto - nefrologista
“Doenças como diabetes de hipertensão — que podem ser tratadas — e que passam muito tempo sem diagnóstico e manejo correto, levando à perda do órgão, a falta de informação a respeito das doenças renais, que passam assintomáticas. E o fato de a população estar envelhecendo, esse tempo de acometimento que lesam o rim é cada vez maior. O envelhecimento, por si só, contribui para a doença renal”.
LOC.: O professor de matemática Luiz Carlos de Domenico, de 74 anos, descobriu que precisava de um transplante de fígado em 2007 e esperou na fila por dois anos.
TEC/SONORA: Luiz Carlos de Domenico - personagem
“Eu estava perdendo peso e um médico fez um exame e não estava bom, aí ele falou para mim: ou você está com problema no coração ou no fígado. Aí fui fazer uma ecografia e a médica fez tinha sido minha aluna, e ela disse: professor, você vai ter que fazer um transplante. E eu falei tudo bem, vamos fazer, eu já tinha histórico de transplante na família, agora vou entrar na fila e esperar”.
LOC.: No caso de Domenico, diagnosticado com cirrose hepática, um dano nas células hepáticas que pode ter diversas causas, a única solução seria o transplante hepático. Hoje, o professor vive uma vida saudável, sem restrições e incentiva a doação de órgãos.
Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a setembro do ano passado foram 3.060 doações, totalizando 17% a mais em comparação com 2022, quando foram 2.604.
Reportagem, Yumi Kuwano