Coração

18/01/2024 20:20h

Ao todo, foram 6.766 procedimentos em 2023 — melhor resultado nos últimos dez anos

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O Brasil realizou 6.766 transplantes no ano passado, entre janeiro e setembro. O transplante de rim lidera a lista dos procedimentos no país, com 4.514 cirurgias realizadas, o que representa 66,72% do total. De acordo com o Ministério da Saúde, o fígado é o segundo órgão mais transplantado, com 1.777 procedimentos, seguido do coração, com 323.

Na comparação com 2022 — quando foram realizadas 6.055 cirurgias — houve um aumento de quase 12%. No entanto, até o momento, 41.733 pessoas ainda estão na fila por um transplante — a maioria espera por um rim: 38.460. Do total, 24.510 são homens e 17.223 são mulheres. 

O transplante de algum órgão precisa ser realizado quando acontece a falência dele. No caso do rim, quando há insuficiência renal crônica. A doença pode ter diversas causas, como explica a médica nefrologista e especialista em transplante renal, Rubia Boaretto.

“Doenças como diabetes de hipertensão — que podem ser tratadas — e que passam muito tempo sem diagnóstico e manejo correto, levando à perda do órgão, a falta de informação a respeito das doenças renais, que passam assintomáticas. E o fato de a população estar envelhecendo, esse tempo de acometimento que lesam o rim é cada vez maior. O envelhecimento, por si só, contribui para a doença renal”, avalia. 

Doação

O professor de matemática Luiz Carlos de Domenico, de 74 anos, descobriu que precisava de um transplante de fígado em 2007 e esperou na fila por dois anos. 

“Eu estava perdendo peso e um médico fez um exame e não estava bom, aí ele falou para mim: ou você está com problema no coração ou no fígado. Aí fui fazer uma ecografia e a médica disse: você vai ter que fazer um transplante. E eu falei tudo bem, vamos fazer, eu já tinha histórico de transplante na família, agora vou entrar na fila e esperar”, conta.

No caso de Domenico, diagnosticado com cirrose hepática, um dano nas células hepáticas que pode ter diversas causas, a única solução seria o transplante hepático. De acordo com ele, não é tão difícil conseguir a doação, mas o procedimento é um dos mais complicados. 

Hoje, o professor vive uma vida saudável, com prática diária de atividade física, sem restrições e incentiva a doação de órgãos: “Eu faço campanha de doação, respeitando a opinião de cada um, claro, mas se a pessoa puder ser doadora, eu acho importante externar esse desejo em vida, avisar aos pais, filhos, irmãos”, ressalta. 

Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a setembro do ano passado foram 3.060 doações, totalizando 17% a mais em comparação com 2022, quando foram 2.604. 

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Dr. Ajuda
09/11/2023 15:00h

Neste episódio o cardiologista, Bruno Mioto, fala sobre a aterosclerose

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A aterosclerose é uma doença sistêmica que acomete simultaneamente várias artérias e consiste no acúmulo de gordura, cálcio e outros elementos nas paredes das artérias.

Ela pode entupir as artérias de duas maneiras, a primeira é o crescimento da placa de gordura que é um processo lento e progressivo, no começo a pessoa não possui sintoma nenhum, mas quando obstrui cerca de 70% de uma artéria, podem surgir os primeiros sintomas. O segundo já é mais agudo, quando um coágulo se forma após a desintegração das placas de gordura, resultando em riscos como infartos e derrame.

Sintomas

Os sintomas variam conforme as artérias afetadas. 

  • Artérias coronárias (coração): Nesse caso, ocorre a dor no tórax durante algum esforço, já na evolução aguda, pode ocorrer o infarto, que geralmente de apresentar por dores no peito, dor na boca do estômago que pode se espalhar para o braço ou pescoço e que pode vir acompanhada de suor, náuseas e falta de ar. 
  • Artéria carótida ou vertebral (pescoço): Essas artérias são responsáveis por levar o sangue para o cérebro, quando elas são acometidas, podem ocorrer o acidente vascular cerebral, o derrame. Os sintomas incluem diminuição da força e dificuldade de ficar em pé, formigamento e perda de sensibilidade, dificuldade na fala e falta de equilíbrio.
  • Artérias dos membros inferiores (pernas): O sintoma mais comum é a dor nas pernas ao caminhar e que melhora com o repouso, a evolução da doença pode levar a perda das extremidades, como as pontas dos dedos do pé, depois os dedos e assim por diante, isso ocorre pois o sangue não chega adequadamente nessas partes e elas começam a morrer.

Fatores de risco 

  • Idade, entre 50 e 70 anos;

  • Ser do sexo masculino, isso porque as mulheres possuem um proteção por desviarem as gorduras sanguíneas para a produção de hormônios femininos, mas isso não significa que as mulheres não devem se preocupar com a aterosclerose;

  • Colesterol alto;

  • Tabagismo;

  • Hipertensão;

  • Diabetes;

  • Falta de atividade física;

  • Histórico familiar.

A prevenção é essencial para evitar a aterosclerose. Ter um estilo de vida saudável, uma dieta balanceada, praticar exercícios físicos regularmente e não fumar, são medidas fundamentais para evitar a aterosclerose. 

Nas fases iniciais, a aterosclerose é uma doença silenciosa, as pessoas não se dão conta de que o problema existe e quando desenvolvem os sintomas, pode ser tarde demais. O tratamento nas fases iniciais, reduz a taxa de mortalidade e de complicações associadas.

O tratamento consiste no controle dos fatores de risco. Em certos casos, um profissional pode recomendar medicamentos e procedimentos cirúrgicos. 

Cuide da sua saúde vascular!

Para mais informações, assista ao vídeo no canal Doutor Ajuda. 

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Saúde
04/08/2023 20:35h

No dia 8 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, data que serve de alerta para se frear o aumento dos casos, que crescem a cada ano. O colesterol “ruim” está associado a doenças cardiovasculares, que são as principais causa de mortes no mundo

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Saúde sempre esteve entre as prioridades do engenheiro civil Moacyr Procópio, de 50 anos. A vida inteira praticou esportes. Foi triatleta, judoca. Além disso, passou a vida tendo cuidados com a alimentação, nunca fumou e sempre controlou o peso. Apesar disso, em 2021, levou um susto após passar por exames de rotina com o cardiologista.

“Fui fazer um check up de rotina e acabei tendo que passar por uma cirurgia de coração. Estava com 95% de obstrução em uma artéria coronária e 70% na outra. Coloquei 5 stents e passei uma semana internado. Foi um grande susto ", conta o engenheiro. 

Na rotina, pouca coisa mudou. Continua praticando atividade física com frequência, mas hoje precisa manter os índices de colesterol controlados, por isso passou a tomar remédios para ajudar na manutenção dessas taxas. “Terei que tomar remédio para o resto da vida, para deixar os níveis de colesterol baixos. Mas mudei também meu estilo de vida. Encaro a vida de forma mais leve, não aumento os problemas e tento não me preocupar tanto com o futuro” diz o engenheiro. 

Não é o caso do Moacyr, que tem fatores hereditários ligados ao aumento da taxa de colesterol no organismo, mas a maior parte dos problemas coronarianos  — 70% — poderia ser evitada com melhoria no estilo de vida. Como explica a médica funcional, Fernanda Carvalho da clínica de medicina integrativa Viva Mais, em Brasília. 

“Para melhorar esse perfil é preciso melhorar hábitos de vida como um todo, atividade física, alimentação mais equilibrada, mais proteica, com menos carboidratos. O consumo de açúcar e farinhas, considerados carboidratos simples, também vai impactar no aumento do LDL, que é o colesterol ruim.”

A cada ano os números aumentam, mas em média 300 mil brasileiros sofrem infarto no Brasil todos os anos, desses — e 30% acabam morrendo. Sedentarismo, estresse, má alimentação, obesidade. Fatores de risco para a saúde do coração que interferem diretamente nos índices de colesterol no sangue. Apesar do título de vilão, o colesterol em níveis adequados é muito importante para o organismo, pois faz parte da produção de hormônios, como a Vitamina D. Atua ainda na digestão, produção de energia, hormônio sexual, entre outros. Porém, em níveis alterados, e associado a outros fatores de risco, pode, sim, causar danos à saúde, como explica o cardiologista Hober Fasciani.

“O colesterol em níveis elevados, associado a fatores de risco, como hipertensão, diabetes, doença coronariana aumenta o risco de infarto e AVC. Principalmente o LDL, que é considerado o colesterol ruim, que pega a gordura do fígado para as artérias. E também o triglicérides, que é esse colesterol remanescente, e um dos principais causadores das placas de carotídea e coronária, aumentando as chances de infarto e AVC.”

Existe mesmo colesterol bom?

Sim. Manter níveis baixos de colesterol não vale para todos eles. Segundo o cardiologista, o LDL e os triglicerídeos devem ser mantidos em níveis próximos de 100 mg/dl, já o chamado colesterol bom, que é o HDL, precisa estar acima de 60 mg/dl para proteger o coração. Isso porque é ele que tem a capacidade de remover e transportar as gorduras das artérias, levando até o fígado, onde é secretado.

Herança genética 

Quem tem casos de colesterol elevado na família precisa estar ainda mais atento e começar o acompanhamento com cardiologista ainda na infância. 

“A idade não é documento. A genética também influencia, filhos com pais que apresentam níveis elevados de colesterol podem herdar uma condição conhecida como hipercolesterolemia familiar. A maioria dessas crianças são assintomáticas, então os pequenos pacientes devem ter seus índices de colesterol no sangue analisados pelo menos a partir dos 10 anos de idade, mesmo se não apresentar qualquer sintoma” — alerta o cardiologista.

Segundo o médico, alguns alimentos devem ser evitados e, até mesmo, eliminados da dieta de crianças. Sobretudo as que têm histórico familiar de índices elevados de colesterol. 

Colesterol alto: alimentos que devem ser evitados

  • biscoitos recheados
  • sorvetes
  • derivados de leite integral
  • carboidratos refinados
  • carnes gordas

Outros dicas que ajudam a manter a saúde do coração desde a infância:

  • Faça a preparação dos alimentos assados, cozidos ou grelhados;
  • Aumente o consumo de cereais integrais como, farelo de trigo, farelo de aveia. Substitua, sempre que possível, massas e pães feitos de farinha branca, por opções integrais;
  • No almoço e no jantar consuma boas quantidades de hortaliças folhosas, como alface, agrião, escarola, rúcula;
  • Tempere as saladas azeite de oliva preferencialmente o extra virgem;
  • Opte por leite e iogurtes desnatados;
  • Prefira queijo branco fresco e ricota, em vez dos queijos amarelos;
  • Evite produtos industrializados, ricos em gordura trans como: biscoitos recheados e amanteigados, salgadinhos ricos em corantes;
  • Evite o consumo de frituras e prefira carnes magras, com menores concentrações de gorduras;
  • Abandone o tabagismo; reduza o estresse e mantenha uma rotina de exercícios;
  • Reduza o consumo de refrigerantes e de bebidas alcoólicas.
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Dr. Ajuda
05/01/2023 17:00h

Neste episódio o Dr. Bruno Mioto dá mais detalhes sobre o assunto.

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Hoje em dia tem se falado muito em miocardite. Você já teve ou conhece alguém que teve? Sabe o que é e quais são os sintomas e os riscos nesse caso? Neste episódio o Dr. Bruno Mioto dá mais detalhes sobre o assunto.

A miocardite aparece mais frequentemente após infecções. Pode ser uma complicação dos quadros mais comuns de gripe até de infecções relacionadas ao coração, como febre reumática e doença de Chagas.

Os vírus são os microrganismos mais envolvidos nos quadros desta doença, destacando-se entre eles os enterovírus e mais recentemente o perigoso COVID-19. Além das causas infecciosas, que são as mais comuns, a miocardite também pode ocorrer por doenças autoimunes em que o nosso sistema imunológico, que é nosso sistema de defesa, passa a atacar o próprio corpo. 

O sintoma mais comum é dor no peito e em alguns casos pode ocorrer febre. Raramente, apenas em casos severos, pode ocorrer arritmia no coração, falta de ar, inchaço nas pernas e, na pior da hipóteses, a morte.

O diagnóstico depende do conjunto de sintomas, do exame físico com a ausculta cardíaca que pode revelar arritmias ou sopros no coração e da avaliação detalhada da história do indivíduo. 

De qualquer forma, a confirmação depende da realização de alguns exames laboratoriais e do eletrocardiograma. Exames de imagem do coração, como o ecocardiograma, a ressonância nuclear magnética e a cintilografia, também podem ser usados para avaliar a forma e o funcionamento do órgão.

E qual é o tratamento nesse caso?

O objetivo do tratamento é atenuar os sintomas, eliminar a inflamação e tratar os danos causados à função do coração, quando presentes. 

O que você pode fazer para diminuir o seu risco de ter Miocardite?

Medidas simples: durma bem, boa alimentação, evite uso exagerado de antibióticos, antiparasitários e antifúngicos e sempre que possível avaliação médica regular e é claro, se tiver os sintomas que foram apresentados, não deixe de procurar um médico, de preferência um cardiologista. 

Para saber mais, assista ao vídeo no canal Dr. Ajuda. 

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19/12/2022 04:00h

Em entrevista ao Brasil 61, cirurgião vascular Marco Lourenço informa que o estreitamento dessas artérias é uma das principais causas do Acidente Vascular Cerebral (AVC)

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Neste mês, o humorista Renato Aragão foi internado por causa de um Acidente Isquêmico Transitório (AIT), que é a obstrução das artérias que recebem o nome de carótidas, e são as principais fontes de fluxo sanguíneo para o cérebro. Essa obstrução também é uma das principais causas do Acidente Vascular Cerebral (AVC). 

Para entender mais sobre o assunto e as diferenças entre o AIT e o AVC, o Portal Brasil 61 conversou com o cirurgião vascular Marco Lourenço. Além disso, o médico explicou quais são os fatores de risco para essas condições e como prevenir esses problemas. 

Brasil 61: Quais são os principais fatores de risco para a obstrução das carótidas? 

Marco Lourenço: “Esse entupimento é devido a uma esclerose, um envelhecimento da circulação. É claro que alguns fatores aceleram esse envelhecimento, como o cigarro, a bebida em exagero, o sedentarismo, a obesidade, diabetes, pressão alta, colesterol alto. Todos esses são fatores que acabam acelerando esse processo de envelhecimento da circulação e levando a essas formações de placas, de esclerose na parede das artérias, levando ao entupimento delas.” 

Brasil 61: Quais os principais sintomas dessa obstrução?

Marco Lourenço: “No caso das carótidas, muitas vezes, na maioria das vezes, não tem sintoma nenhum. Percebe-se com avaliação, com o cardiologista, com o clínico geral ou cirurgião vascular. Então é detectado muitas vezes através de um exame.”

Brasil 61: Qual a diferença entre o AIT e o AVC?

Marco Lourenço: “O Acidente Isquêmico Transitório (AIT), que o Renato Aragão teve, é uma ameaça de derrame, falando popularmente. Então ocorre um pequeno entupimento de alguma circulação no cérebro. Essa condição causa alguns sintomas, dependendo da área que ocorre isso e, normalmente, a pessoa acaba se recuperando em 24 horas. O AVC já é a instalação do derrame, da falta de circulação e a região atingida é comprometida no cérebro. Isso leva a sintomas que não revertem em 24 horas, permanecem por um tempo. Às vezes se consegue uma recuperação com tratamentos, com fisioterapia e uma série de outros procedimentos.”

Brasil 61: Essas condições tendem a se concentrar em uma faixa etária específica?

Marco Lourenço: “Isso normalmente ocorre a partir dos 60 anos, no pessoal de mais idade. É difícil acontecer precocemente, mas pode acontecer devido aos hábitos alimentares, aos hábitos de vida, e devido também à questão genética. Existem pessoas com alto grau de colesterol, que influencia na formação desses estreitamentos e às vezes isso pode ocorrer precocemente, em idades inferiores. Mas o normal é que ocorra tardiamente, na terceira idade.”

Brasil 61: Há algo que se possa fazer para prevenir?

Marco Lourenço: “Existe toda uma orientação, principalmente cuidar do nosso corpo. O cuidado que é praticar atividade física constante, ter hábitos alimentares saudáveis, evitar o tabagismo, evitar o excesso de álcool, controlar o colesterol, controlar diabetes (se houver), controlar a pressão alta (se houver) e, principalmente, uma avaliação precoce do médico, uma ida ao consultório regularmente para avaliação dessas questões. Com isso a gente consegue reduzir a incidência desses problemas vasculares.”

Confira a entrevista completa:

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11/11/2022 03:45h

Doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes no Brasil e no mundo. Idosos são os mais propensos

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O Ministério da Saúde incluiu o implante transcateter de válvula aórtica na Tabela do SUS na primeira semana de novembro (3). O procedimento é minimamente invasivo e tem como objetivo a correção da válvula cardíaca afetada pela estenose aórtica, uma doença que causa obstrução do fluxo sanguíneo devido a um estreitamento na estrutura. A patologia atinge cerca de 5% da população com mais de 75 anos. Ou seja, um em cada 20 idosos a partir dessa faixa etária, e pode levar o paciente  à morte. Trata-se de um procedimento percutâneo, que permite a implantação de uma válvula nova sem a necessidade de uma cirurgia mais invasiva.

Principal órgão do sistema cardiovascular, o coração é responsável por bombear sangue para todo o corpo. Se parar de bater, interrompe o funcionamento de todos os outros órgãos. Por isso, a atenção às doenças cardiovasculares é fundamental. Elas são a principal causa de mortes no Brasil e no mundo. 

Apesar de afetar todas as faixas etárias, os idosos são o grupo mais propenso ao desenvolvimento de enfermidades cardíacas. Isso ocorre, por causa do enfraquecimento do organismo com o passar dos anos, como explica o Coordenador do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês e professor de Cardiologia da Universidade de Brasília, Carlos Rassi.
 
“Alguns desses motivos são o próprio envelhecimento, o tempo de doenças, tempo dos fatores de risco, dentre outras possibilidades. Exemplo, um idoso que fuma teve mais tempo de carga tabágica, o idoso que não faz atividade física teve mais tempo de sedentarismo, o idoso obeso teve mais tempo de obesidade e isso tudo corrobora para o aumento da propensão de ter a doença cardiovascular estabelecida nessa faixa etária,” afirma. 

Quais são as causas e sintomas das doenças cardiovasculares?

As cardiopatias congênitas são anomalias na estrutura e nas funções do coração durante o desenvolvimento do feto, e podem ser descobertas logo nos primeiros anos de vida. Outras doenças cardiovasculares, no entanto, surgem ao longo dos anos. Tabagismo, excesso de colesterol, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes são os principais fatores de risco, de acordo com o Ministério da Saúde. Os diabéticos têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acrescenta ainda o uso nocivo de álcool ao rol de fatores de risco.

A OMS alerta que, em muitos casos, não há sintomas, sendo o ataque cardíaco o primeiro sinal de alerta. Entretanto, dor ou desconforto no centro do peito, braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas podem ser indícios. Dificuldade em respirar ou falta de ar, sensação de enjoo ou vômito, desmaio ou tontura, suor frio e palidez também podem ser sintomas. Carlos Rassi destaca a importância de ir ao pronto-socorro mais próximo diante de algum desses sintomas. 

“Qualquer sintoma de dor no peito, falta de ar, perda de consciência, perda de força muscular, perda de sensibilidade, procurar um pronto-socorro imediatamente é a recomendação mais adequada para você fazer o tratamento e o manejo inicial e evitar sequelas futuras, para  aumentar a sobrevida dos pacientes”, orienta. 

Como prevenir e tratar doenças do coração?

Como forma de prevenção, especialistas recomendam atividades físicas, cuidados com alimentação e sono e controle médico regular. Além disso, é importante fazer check up periódico e ter atenção ao uso correto dos medicamentos receitados. O cardiologista e pesquisador do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), Protásio Lemos, orienta ainda acabar com o hábito de fumar.

“Fazer avaliações periódicas frequentes para detectar a presença da doença precoce. Uma outra coisa é não fumar. Outro ponto é praticar atividades físicas regulares. A gente sugere que a pessoa faça pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica por semana”, ressalta.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento integral e gratuito para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. No primeiro atendimento, ações de prevenção, como acompanhamento e monitoramento de fatores de risco como hipertensão e diabetes estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde. 

Em caso de diagnóstico de doença cardiovascular, o paciente é encaminhado para a Atenção Especializada, para o acompanhamento com especialista, exames, tratamento e os procedimentos necessários, ambulatoriais ou cirúrgicos. O Brasil tem mais de 300 centros especializados de alta complexidade cardiovascular.

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23/10/2022 13:59h

Exames de rotina, alimentação balanceada e, principalmente, atividades físicas são as formas mais eficazes de evitar doenças do coração, diz especialista

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“Mais ou menos para setembro de 2019, eu comecei a me sentir muito mal: cansado, com fadiga, dor de cabeça. Eu tentava sair na rua, mas eu andava, eu tinha vertigem, parecia que eu estava com labirintite, porque eu tentava andar, eu não conseguia focar e ficava tonto, caía e tudo mais. Foi horrível! Até que um dia eu passei muito mal e minha mãe me levou no hospital”. Foi nesse momento que o empreendedor Phillipe Martins, à época com 29 anos, foi atendido por um cardiologista e descobriu que sofria de hipertensão. “E nos exames que a gente fez, ele descobriu que, além do meu problema de hipertensão, eu tinha refluxo valvar, e nas duas válvulas: mitral e tricúspide", completou o empresário.

Com histórico de cardiopatia na família, Phillipe descobriu sua condição cedo o suficiente para não fazer parte de uma triste realidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde, doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Esse cenário também se repete no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Todos os anos, milhares de brasileiros vão a óbito em decorrência de doenças como hipertensão, AVC, infarto, aneurisma de aorta, doença das artérias carótidas, doença das artérias renais, ou obstruções das artérias que irrigam as pernas, dentre outras.

“Eu sei que esse é um assunto desagradável”, admite o médico cardiologista Leandro Valim, que completa: “mas é muito importante falar sobre ele, porque ele tem impacto na vida da população todos os dias. E como causas, a gente pode falar que as doenças cardiovasculares são multifatoriais, ou seja, tem vários fatores de risco que quanto maior número desses fatores associados, maior a chance da pessoa desenvolver essa doença”.

O Ministério da Saúde alerta quanto aos principais fatores de risco que ajudam no desenvolvimento de doenças cardiovasculares: o tabagismo, o colesterol em excesso – pois podem se acumular e levar à formação de placas de gordura –, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes. Os diabéticos, informa a pasta, têm duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto. “Então, todas essas causas, quanto mais associadas elas estiverem, maior risco de desenvolver esses tipos de doenças”, alerta Valim.

Diagnóstico, tratamento e prevenção

Muitas vezes as doenças cardiovasculares se desenvolvem ao longo do tempo e, por isso, não apresentam sintomas logo no início. Porém, sinais como dor ou desconforto no centro do peito, nos braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas, podem ser um indício de ataque cardíaco. Além disso, a pessoa pode ter dificuldade em respirar ou falta de ar; sensação de enjoo ou vômito; sensação de desmaio ou tontura; suor frio; e palidez. Mulheres são mais propensas a apresentar falta de ar, náuseas, vômitos e dores nas costas ou mandíbula, indica o Ministério da Saúde.

A prevenção, contudo, segue sendo a melhor forma de tratar as enfermidades que atingem o coração. “O principal passo é fazer uma modificação do estilo de vida, ou seja, adotar um estilo de vida mais saudável, com atividade física regular, com alimentação balanceada, controle do peso – acaba contribuindo para redução da pressão –, melhor controle do diabetes, controle do colesterol, tomar os medicamentos quando necessário, fazer acompanhamento e check-ups regulares. Tudo isso é muito importante para evitar que aquelas doenças todos aconteçam", orienta Valim.

Para quem a prevenção não foi possível, como é o caso de Phillipe, ainda assim é possível levar uma vida normal, ou quase. "Desde 2019 eu venho me tratando. O meu refluxo é o que eles chamam na medicina de discreto, ele é muito pequeno, não é algo que vai interferir na minha vida desde que eu me cuide para ele não evoluir para uma coisa maior. Mas eu tomo medicamentos para hipertensão desde 2019, vão fazer três anos, e desde então estou aqui vivendo à base de remédio", brinca o dirigente.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento integral e gratuito para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. No primeiro atendimento, nas Unidades Básicas de Saúde, os pacientes encontram ações de prevenção, como acompanhamento e monitoramento de fatores de risco como hipertensão e diabetes. Se houver necessidade, como diagnóstico de doença cardiovascular, o paciente é encaminhado para a Atenção Especializada, onde terá toda assistência para o acompanhamento com especialista, exames, tratamento e os procedimentos necessários, ambulatoriais ou cirúrgicos. O Brasil tem mais de 300 centros especializados de alta complexidade cardiovascular.

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Dr. Ajuda
24/09/2022 13:00h

Neste episódio a Dra. Tatiana torres dá mais detalhes sobre o assunto

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Você sabe o que é infarto? Sabe os cuidados que devem ser seguidos após um infarto? Neste episódio a Dra. Tatiana torres dá mais detalhes sobre o assunto.

Todas as partes do nosso corpo precisam de sangue com nutrientes e oxigênio para viver. Se por alguma razão o sangue não chega uma determinada parte do corpo, essa parte começa a morrer, isso é o que chamamos de infarto.

Existe infarto de vários lugares do corpo como cérebro, também conhecido por derrame ou AVC, no pulmão, no rim, mas sem dúvida o mais conhecido é o infarto do coração ou do músculo do coração chamado Miocárdio, o que na medicina chamamos de IAM, Infarto Agudo do Miocárdio.

O que causa o infarto no coração?

Na maioria das vezes o infarto ocorre quando há um súbito entupimento nas chamadas artérias coronárias, que são os vasos sanguíneos que levam o sangue com nutrientes e oxigênio para o músculo do coração. Essa obstrução normalmente é causada por uma placa de gordura na artéria, que se rompe, favorecendo a formação de um coágulo em cima dessa placa. Esse coágulo é que acaba entupindo a artéria e dessa forma impede o fluxo do sangue para parte do músculo do coração que assim, como eu falei, começa a morrer definindo o infarto.

Uma vez que isso acontece a pessoa normalmente começa a ter alguns sintomas. O mais frequente é a dor no peito, uma dor forte no peito em aperto ou opressão, podendo irradiar para os ombros, braço esquerdo, boca do estômago ou até na mandíbula. As vezes a dor no peito pode estar acompanhada de outros sintomas como falta de ar, suador, enjoos e vômitos.  

No hospital, o paciente recebe diversos tratamentos e medicamentos específicos com objetivo de diminuir o sofrimento do coração e principalmente levar sangue a área infartada. Na maioria das vezes faz parte também do tratamento a desobstrução da artéria entupida com medicamentos que dissolvem o coágulo de sangue, ou através do cateterismo cardíaco e da angioplastia. Em casos mais complexos em que não é possível tratar a artéria, a correção das obstruções das artérias coronárias se faz por uma cirurgia aberta do coração, com a colocação de pontes. Então se está entupido aqui e não é possível desentupir o que se faz é uma ponte que leva o sangue de um lugar ao outo pulando o local da obstrução. Essa ponte é feita com as veias safena ou com artérias como a artéria mamária. Daí o nome ponte safena e ponte mamária. 

Tratamento

  1. Quando o paciente recebe alta após uma internação por infarto, é liberado com uma lista de medicações como remédios para pressão, para o colesterol, medicamentos específicos para o coração e para diminuírem a chance de formar novos coágulos com antiplaquetários e, a depender do caso, anticoagulantes deixando o que é conhecido popularmente como sangue mais fino.
  2. Parar de fumar
  3. Dieta adequada
  4. Manter atividade física
  5. Retorno a atividade sexual

Para saber mais detalhes sobre o assunto, assista ao vídeo no canal Dr. Ajuda.

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22/07/2022 04:30h

O levantamento é do Instituto Nacional de Cardiologia. Médicos explicam como nosso corpo reage ao frio e quais doenças cardíacas podem ocorrer nesse período, além de formas de prevenção

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Um levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia mostra que as ocorrências de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) podem aumentar em até 30% no frio, principalmente em temperaturas abaixo de 14°C. Em 2021, por exemplo, houve aumento no registro de casos de doenças do coração entre os meses de junho e setembro, justamente a época do inverno, representando 36,8% do total de internados no ano, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS). 

O Infarto Agudo do Miocárdio acontece quando há uma obstrução aguda de uma artéria coronária. Quem explica a relação dessa condição com o frio é a doutora pela Universidade de Brasília (UnB) e especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, Alexandra C. Gervazoni B. de Lima.

“As temperaturas extremamente baixas são capazes de afetar a saúde dos seres humanos, pois ocorre o processo de vasoconstrição, ou seja, a contração dos vasos que são responsáveis pela circulação do sangue no organismo”, diz. A médica detalha ainda que um dia com temperaturas baixas pode aumentar as chances dos vasos do coração sofrerem espasmos. 

“Por isso, na temporada de frio os casos de infarto podem aumentar em até 30%. As ondas de frio afetam demasiadamente a população de um determinado local. Claro que isso dependerá também do grau de vulnerabilidade de cada pessoa exposta”, pontua. Os mais vulneráveis para essas condições são pacientes idosos, principalmente aqueles com idades entre 75 e 84 anos, ou que já apresentam doenças relacionadas ao coração.

A médica especialista pela Sociedade de Cardiologia Chris Paulini também complementa, pontuando que no frio o organismo trabalha mais com a finalidade de manter a produção de calor. “Então, com isso, a gente gasta mais energia. E existe um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio que o nosso coração precisa. Com isso, a gente tem uma maior facilidade do que a gente chama de espasmo das artérias coronárias, que é um estreitamento dessas artérias.”

Sobre as formas de prevenção, Alexandra diz que é importante realizar avaliações periódicas com o clínico geral e o cardiologista, principalmente nos indivíduos com comorbidades, como doenças cardíacas, diabetes e hipertensão. “Utilizar roupas adequadas nos períodos de queda de temperatura, optar por fazer atividade física em horários com temperaturas mais quentes, além de alimentação adequada, evitando excesso de bebida alcoólica, alimentos extremamente salgados e ricos em gorduras”, finaliza.
 

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29/09/2021 17:30h

Hipertensão, diabetes, colesterol alto e sedentarismo são fatores de risco para as doenças cardiovasculares, que são as que mais matam no mundo.

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Dia 29 de setembro é o Dia Mundial do Coração. A data tem como principal objetivo conscientizar a população dos riscos das doenças cardiovasculares, que são as que mais matam no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Elas foram responsáveis por 32% dos óbitos globais em 2019, o que representa 17,9 milhões de vítimas.

“O principal fator que leva essa alta mortalidade é justamente a falta de controle dos fatores de risco como a pressão arterial alta, diabetes, colesterol alto e sedentarismo, sem contar o fumo e o álcool. São todos considerados fatores de risco da doença cardiovascular”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Celso Amodeo.

Complicações por doenças cardíacas podem matar 400 mil em 2021

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O cardiologista diz que, em 60% dos casos de infarto, a responsável foi a hipertensão. Quando se trata de Acidente Vascular Cerebral (AVC), o número é ainda maior, 80% dos atestados de óbito mostram que a causa da morte foi a pressão arterial alta.  “Isso acontece porque 35% da população adulta possui hipertensão arterial, mas apenas metade está em tratamento”, explica Celso Amodeo e reforça a importância do Dia Mundial do Coração para conscientizar a população a praticar exercícios físicos regularmente e ter uma alimentação saudável.

A pandemia, segundo o presidente da SBC, piorou o cenário de mortes por doenças do coração. “Primeiro, porque muitos serviços que atendiam ambulatoriamente e faziam a prevenção foram fechados; segundo, porque ao sentir sintomas de infarto como dor no peito, a pessoa tinha medo de sair de casa e acabava indo a óbito. A terceira coisa que levou ao aumento da mortalidade foi o aspecto da própria Covid-19, que pode gerar a miocardite que é uma inflamação do músculo do coração”.

Prevenção de problemas do coração

Estudo publicado nessa terça-feira (28) pela Universidade Federal de São Paulo, em parceria com a Universidade de Liverpool, do Reino Unido, mostrou que a redução de sódio nos alimentos industrializados no Brasil pode prevenir mais de 2,6 mil mortes em 20 anos. O excesso do uso do elemento químico está diretamente associado ao aumento da pressão arterial.

O autônomo Francisco Pereira, de 62 anos, descobriu ser hipertenso por acaso. Aos 47 anos, ele acompanhava a mãe, também hipertensa, e resolveu aferir a pressão e levou um susto, “Estava altíssima! Fui encaminhado imediatamente para o cardiologista”. 

Desde então, Francisco, além de fazer uso contínuo de medicação, teve uma mudança brusca no estilo de vida, parou de beber e passou a ingerir alimentos mais saudáveis. Ele conta o que aprendeu com os especialistas: “É impossível fazer controle de hipertensão ou qualquer outra doença parecida sem uma mudança radical de hábitos. Tem toda uma lista de procedimentos que você faz com o auxílio do médico, passar a comer alimentos mais saudáveis, mais naturais, evitar frituras e industrializados, fazer exercício, evitar situações que te possam te deixar tenso, nervoso, que isso também dispara imediatamente uma crise hipertensiva.”

Francisco também conta que teve que parar de fumar, após 25 anos de uso diário do cigarro. “Eu fumava, cerca de uma carteira por dia, tinha dia que era até mais do que isso”. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, a cada ano 1,9 milhão de pessoas morrem por doenças cardíacas causadas pelo tabaco, por isso o abandono completo do tabagismo é fundamental para preservar a saúde do coração.

O Ministério da Saúde informou, por nota, que até agosto deste ano a Atenção Primária (APS) do SUS, já registrou 18,1 milhões de atendimentos a pessoas com hipertensão, 2,3 milhões com obesidade e 411 mil às pessoas com risco cardiovascular.
 

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