Foto: Moacyr Procópio/Arquivo Pessoal
Foto: Moacyr Procópio/Arquivo Pessoal

4 em cada 10 brasileiros têm colesterol alto; 8 de agosto é o dia nacional de combate a esse problema

No dia 8 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, data que serve de alerta para se frear o aumento dos casos, que crescem a cada ano. O colesterol “ruim” está associado a doenças cardiovasculares, que são as principais causa de mortes no mundo


Saúde sempre esteve entre as prioridades do engenheiro civil Moacyr Procópio, de 50 anos. A vida inteira praticou esportes. Foi triatleta, judoca. Além disso, passou a vida tendo cuidados com a alimentação, nunca fumou e sempre controlou o peso. Apesar disso, em 2021, levou um susto após passar por exames de rotina com o cardiologista.

“Fui fazer um check up de rotina e acabei tendo que passar por uma cirurgia de coração. Estava com 95% de obstrução em uma artéria coronária e 70% na outra. Coloquei 5 stents e passei uma semana internado. Foi um grande susto ", conta o engenheiro. 

Na rotina, pouca coisa mudou. Continua praticando atividade física com frequência, mas hoje precisa manter os índices de colesterol controlados, por isso passou a tomar remédios para ajudar na manutenção dessas taxas. “Terei que tomar remédio para o resto da vida, para deixar os níveis de colesterol baixos. Mas mudei também meu estilo de vida. Encaro a vida de forma mais leve, não aumento os problemas e tento não me preocupar tanto com o futuro” diz o engenheiro. 

Não é o caso do Moacyr, que tem fatores hereditários ligados ao aumento da taxa de colesterol no organismo, mas a maior parte dos problemas coronarianos  — 70% — poderia ser evitada com melhoria no estilo de vida. Como explica a médica funcional, Fernanda Carvalho da clínica de medicina integrativa Viva Mais, em Brasília. 

“Para melhorar esse perfil é preciso melhorar hábitos de vida como um todo, atividade física, alimentação mais equilibrada, mais proteica, com menos carboidratos. O consumo de açúcar e farinhas, considerados carboidratos simples, também vai impactar no aumento do LDL, que é o colesterol ruim.”

A cada ano os números aumentam, mas em média 300 mil brasileiros sofrem infarto no Brasil todos os anos, desses — e 30% acabam morrendo. Sedentarismo, estresse, má alimentação, obesidade. Fatores de risco para a saúde do coração que interferem diretamente nos índices de colesterol no sangue. Apesar do título de vilão, o colesterol em níveis adequados é muito importante para o organismo, pois faz parte da produção de hormônios, como a Vitamina D. Atua ainda na digestão, produção de energia, hormônio sexual, entre outros. Porém, em níveis alterados, e associado a outros fatores de risco, pode, sim, causar danos à saúde, como explica o cardiologista Hober Fasciani.

“O colesterol em níveis elevados, associado a fatores de risco, como hipertensão, diabetes, doença coronariana aumenta o risco de infarto e AVC. Principalmente o LDL, que é considerado o colesterol ruim, que pega a gordura do fígado para as artérias. E também o triglicérides, que é esse colesterol remanescente, e um dos principais causadores das placas de carotídea e coronária, aumentando as chances de infarto e AVC.”

Existe mesmo colesterol bom?

Sim. Manter níveis baixos de colesterol não vale para todos eles. Segundo o cardiologista, o LDL e os triglicerídeos devem ser mantidos em níveis próximos de 100 mg/dl, já o chamado colesterol bom, que é o HDL, precisa estar acima de 60 mg/dl para proteger o coração. Isso porque é ele que tem a capacidade de remover e transportar as gorduras das artérias, levando até o fígado, onde é secretado.

Herança genética 

Quem tem casos de colesterol elevado na família precisa estar ainda mais atento e começar o acompanhamento com cardiologista ainda na infância. 

“A idade não é documento. A genética também influencia, filhos com pais que apresentam níveis elevados de colesterol podem herdar uma condição conhecida como hipercolesterolemia familiar. A maioria dessas crianças são assintomáticas, então os pequenos pacientes devem ter seus índices de colesterol no sangue analisados pelo menos a partir dos 10 anos de idade, mesmo se não apresentar qualquer sintoma” — alerta o cardiologista.

Segundo o médico, alguns alimentos devem ser evitados e, até mesmo, eliminados da dieta de crianças. Sobretudo as que têm histórico familiar de índices elevados de colesterol. 

Colesterol alto: alimentos que devem ser evitados

  • biscoitos recheados
  • sorvetes
  • derivados de leite integral
  • carboidratos refinados
  • carnes gordas

Outros dicas que ajudam a manter a saúde do coração desde a infância:

  • Faça a preparação dos alimentos assados, cozidos ou grelhados;
  • Aumente o consumo de cereais integrais como, farelo de trigo, farelo de aveia. Substitua, sempre que possível, massas e pães feitos de farinha branca, por opções integrais;
  • No almoço e no jantar consuma boas quantidades de hortaliças folhosas, como alface, agrião, escarola, rúcula;
  • Tempere as saladas azeite de oliva preferencialmente o extra virgem;
  • Opte por leite e iogurtes desnatados;
  • Prefira queijo branco fresco e ricota, em vez dos queijos amarelos;
  • Evite produtos industrializados, ricos em gordura trans como: biscoitos recheados e amanteigados, salgadinhos ricos em corantes;
  • Evite o consumo de frituras e prefira carnes magras, com menores concentrações de gorduras;
  • Abandone o tabagismo; reduza o estresse e mantenha uma rotina de exercícios;
  • Reduza o consumo de refrigerantes e de bebidas alcoólicas.

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4 em cada 10 brasileiros têm colesterol alto. Por exemplo, desde os 35 anos o engenheiro André Santa Rosa, hoje com 52, faz exames de sangue para monitorar o colesterol, que há mais de 20 anos apresenta alterações. Apesar da rotina de exercícios físicos, alimentação balanceada e controle do peso, desde muito cedo apresentou índices elevados de colesterol no sangue. O que atribui a genética.

“Desde os 35 aos 37 anos, em exames de rotina, eu verifiquei que meu colesterol era alto. E perguntando dentro de casa, eu vi que o colesterol da minha mãe também era alto, isso tudo provocado pela genética, nada pela alimentação. Tanto que durante um ano fiz uma dieta alimentar cortando gorduras de carne, manteiga tentando comer mais legumes, verduras, praticando exercícios físicos regularmente, e mesmo assim, o colesterol não caía de jeito nenhum”


8 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, data que serve de alerta para os cuidados com a saúde do coração. Já que as doenças cardíacas são responsáveis por 30 por cento das mortes no país. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas apenas com mudanças no estilo de vida. Como explica a médica funcional, Fernanda Carvalho, da clínica de medicina integrativa Viva Mais, em Brasília. 

“Para melhorar esse perfil é preciso melhorar hábitos de vida como um todo, atividade física, alimentação mais equilibrada, mais proteica, com menos carboidratos. O consumo de açúcar e farinhas, considerados carboidratos simples, também vão impactar no aumento do LDL, que é o colesterol ruim.”


Sedentarismo, estresse, má alimentação, obesidade. Fatores de risco para a saúde do coração que interferem diretamente nos índices de colesterol no sangue. Apesar do título de vilão, o colesterol em níveis adequados é muito importante para o organismo pois faz parte da produção de hormônios, como a Vitamina D, atua ainda na digestão, produção de energia, hormônio sexual, entre outros. Porém, em níveis alterados, e associado a outros fatores de risco, pode, sim, causar danos à saúde, como explica o cardiologista Hober Fasciani.

“O colesterol em níveis elevados, associado a fatores de risco, como hipertensão, diabetes, doença coronariana aumenta o risco de infarto e AVC. Principalmente o LDL que é considerado o colesterol ruim, que pega a gordura do fígado para as artérias. E também o triglicérides, que é esse colesterol remanescente, e um dos principais causadores das placas de carotídea e coronária, aumentando as chances de infarto e AVC.”


Ainda segundo o cardiologista, os níveis ideais de colesterol LDL e triglicerídeos devem ser mantidos próximos de 100, já o chamado colesterol bom, que é o HDL, precisa estar acima de 60 para proteger o coração. Quem tem casos de colesterol elevado na família precisa estar ainda mais atento e começar o acompanhamento com cardiologista ainda na infância. 
 

“A idade não é documento. A genética também influencia, filhos com pais que apresentam níveis elevados de colesterol podem herdar uma condição conhecida como hipercolesterolemia familiar. A maioria dessas crianças são assintomáticas, então os pequenos pacientes devem ter seus índices de colesterol no sangue analisados pelo menos a partir dos 10 anos de idade, mesmo se não apresentar qualquer sintoma.” 


 Preste atenção: alimentar-se  com comida de verdade, com menos industrializados, menos açúcar e farinha — além de controlar o peso,  praticar atividades físicas regularmente e consultar sempre o médico, de modo preventivo. Essas são as dicas para proteger a saúde do seu coração, em qualquer idade. O resultado é que você vai poder viver mais e melhor!

Reportagem, Lívia Braz