4 em cada 10 brasileiros têm colesterol alto. Por exemplo, desde os 35 anos o engenheiro André Santa Rosa, hoje com 52, faz exames de sangue para monitorar o colesterol, que há mais de 20 anos apresenta alterações. Apesar da rotina de exercícios físicos, alimentação balanceada e controle do peso, desde muito cedo apresentou índices elevados de colesterol no sangue. O que atribui a genética.
“Desde os 35 aos 37 anos, em exames de rotina, eu verifiquei que meu colesterol era alto. E perguntando dentro de casa, eu vi que o colesterol da minha mãe também era alto, isso tudo provocado pela genética, nada pela alimentação. Tanto que durante um ano fiz uma dieta alimentar cortando gorduras de carne, manteiga tentando comer mais legumes, verduras, praticando exercícios físicos regularmente, e mesmo assim, o colesterol não caía de jeito nenhum”
8 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, data que serve de alerta para os cuidados com a saúde do coração. Já que as doenças cardíacas são responsáveis por 30 por cento das mortes no país. Muitas dessas mortes poderiam ser evitadas apenas com mudanças no estilo de vida. Como explica a médica funcional, Fernanda Carvalho, da clínica de medicina integrativa Viva Mais, em Brasília.
“Para melhorar esse perfil é preciso melhorar hábitos de vida como um todo, atividade física, alimentação mais equilibrada, mais proteica, com menos carboidratos. O consumo de açúcar e farinhas, considerados carboidratos simples, também vão impactar no aumento do LDL, que é o colesterol ruim.”
Sedentarismo, estresse, má alimentação, obesidade. Fatores de risco para a saúde do coração que interferem diretamente nos índices de colesterol no sangue. Apesar do título de vilão, o colesterol em níveis adequados é muito importante para o organismo pois faz parte da produção de hormônios, como a Vitamina D, atua ainda na digestão, produção de energia, hormônio sexual, entre outros. Porém, em níveis alterados, e associado a outros fatores de risco, pode, sim, causar danos à saúde, como explica o cardiologista Hober Fasciani.
“O colesterol em níveis elevados, associado a fatores de risco, como hipertensão, diabetes, doença coronariana aumenta o risco de infarto e AVC. Principalmente o LDL que é considerado o colesterol ruim, que pega a gordura do fígado para as artérias. E também o triglicérides, que é esse colesterol remanescente, e um dos principais causadores das placas de carotídea e coronária, aumentando as chances de infarto e AVC.”
Ainda segundo o cardiologista, os níveis ideais de colesterol LDL e triglicerídeos devem ser mantidos próximos de 100, já o chamado colesterol bom, que é o HDL, precisa estar acima de 60 para proteger o coração. Quem tem casos de colesterol elevado na família precisa estar ainda mais atento e começar o acompanhamento com cardiologista ainda na infância.
“A idade não é documento. A genética também influencia, filhos com pais que apresentam níveis elevados de colesterol podem herdar uma condição conhecida como hipercolesterolemia familiar. A maioria dessas crianças são assintomáticas, então os pequenos pacientes devem ter seus índices de colesterol no sangue analisados pelo menos a partir dos 10 anos de idade, mesmo se não apresentar qualquer sintoma.”
Preste atenção: alimentar-se com comida de verdade, com menos industrializados, menos açúcar e farinha — além de controlar o peso, praticar atividades físicas regularmente e consultar sempre o médico, de modo preventivo. Essas são as dicas para proteger a saúde do seu coração, em qualquer idade. O resultado é que você vai poder viver mais e melhor!
Reportagem, Lívia Braz