Data de publicação: 06 de Março de 2023, 20:00h, atualizado em 06 de Março de 2023, 20:00h
LOC.: Um estudo realizado em 30 países pelo Instituto Ipsos constatou que o Brasil é o quinto país onde a população mais alega ter apresentado uma piora no bem-estar mental e emocional.
De acordo com o levantamento, 53% dos entrevistados acreditam que a pandemia de Covid-19 afetou de forma negativa a saúde mental. Outros 14% afirmaram ter tido melhora e 34% não notou qualquer diferença neste quesito.
Os três países que lideram o ranking de maior população afetada são a Turquia, com 61%; e Hungria e Chile, ambos com 56% dos entrevistados alegando ter sofrido piora na saúde mental.
A psicóloga Alessandra Araújo lembra que uma das mudanças proporcionadas pela pandemia foi o trabalho home office, para alguns profissionais. Segundo ela, a troca de rotina pode ter sido o motivo para o aumento nos quadros de ansiedade.
TEC./SONORA: Alessandra Araújo - psicóloga
“Quando precisamos ficar em casa, três eventos trouxeram muito desconforto, inicialmente. O primeiro é que eu preciso ressignificar minha casa, que era só para descansar, em um ambiente de trabalho. O segundo é ter que manejar com as pessoas que moram junto comigo, pois os membros das famílias também precisavam executar suas tarefas. E o terceiro é não ter limite de horas para trabalhar, em alguns casos, causando então um excesso de trabalho, o que acaba desenvolvendo quadros de ansiedade e burnout.”
LOC.: O social media de 21 anos, Gabriel Prado, relata que, quando teve que trabalhar em casa, desenvolveu doenças como ansiedade e depressão. Ele conta que trabalhava deitado na cama e começou a perceber que estava se sentindo sempre cansado e improdutivo.
TEC./SONORA: Gabriel Prado - social media
“Uma coisa que eu aprendi foi que, quando você trabalha em um ambiente caseiro, é bom você ter um separação de onde você dorme, porque traz um certo acômodo e, com esse acômodo, você acaba não querendo produzir direito.”
LOC.: A especialista em psicoarquitetura Giovanna Gogosz explica que o nosso cérebro trabalha com a memória associativa, então sempre que se entra em um ambiente e repetimos a mesma ação dentro dele, criamos esse viés associativo de memória.
Nesse sentido, ela orienta que o ideal para se trabalhar em casa é que as atividades laborais sejam feitas em um ambiente afastado do local de descanso. Caso isso não seja viável, o melhor a se fazer é trabalhar em uma mesa afastada da cama e, se possível, por uma divisória entre os dois ambientes.
Reportagem, Sophia Stein