LOC.: O desenvolvimento da bioeconomia pode acrescentar mais de um trilhão e meio de reais ao faturamento da indústria por ano, até 2050. É o que afirma um estudo da Associação Brasileira de Bioinovação Industrial, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o Senai.
Mas isso só será possível se o país diminuir a emissão de gases que potencializam a poluição, consolidar a biomassa na matriz de energia e fizer uso intenso de tecnologia. É o que explica o presidente executivo da associação, Thiago Falda.
TEC./SONORA: Thiago Falda, presidente executivo da ABBI
"Esse estudo avaliava um cenário onde você tinha a biomassa como fonte de energia primária, considerando que o Brasil é um grande produtor de biomassa. E aí a gente criou um outro cenário com a utilização de tecnologias para gerar produtos de alto valor agregado. Então, aqui não é uma previsão, mas é uma análise de cenário. Se o Brasil fizer o dever de casa, ele tem a perspectiva de gerar todo esse desenvolvimento".
LOC.: O levantamento estima que serão necessários mais de duzentos e trinta bilhões de reais em investimentos para que a bioeconomia possa, de fato, gerar esse retorno.
Segundo o professor de economia com ênfase em meio ambiente e recursos naturais, Jorge Nogueira, se não houver dinheiro para gastar em pesquisa e inovação, o faturamento que pode vir da bioeconomia nunca vai sair do papel.
TEC./SONORA: Jorge Nogueira, economista
"Só serão valores reais se investirmos hoje. A gente só tem riqueza no futuro se fizer investimento no presente. Isso exige treinamento e qualificação de recursos humanos, bons laboratórios, bons salários, maior número de pesquisadores, que isso seja prioritário.
LOC.: De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil é o detentor da maior biodiversidade do mundo, com cerca de um quinto de todas as espécies conhecidas. Para os especialistas, esse potencial dá ao país a oportunidade de liderar o mundo na agenda da bioeconomia.
Reportagem, Felipe Moura.