A campanha vai se estender nos meses de junho e julho para que toda a população possa se imunizar
A vacinação contra a meningite C é prorrogada para os profissionais da educação e adolescentes de 15 a 19 anos, profissionais como professores e outros funcionários da educação da rede pública e particular de ensino também podem se imunizar. A campanha vai se estender nos meses de junho e julho deste ano. De acordo com a Coordenadoria de Controle de Doenças, por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica, presume-se ao Plano Estadual de Imunização que mais de 80 mil novas doses de vacina foram enviadas pelo Ministério da Saúde ao Estado. Dados são da Secretaria de Estado da Saúde no Estado de São Paulo.
Tatiana Lang D'Agostini, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, explica as causas da doença e qual é a importância de tomar a vacina.
“A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo está ampliando a vacinação contra a meningite C para profissionais de educação e adolescentes de 15 a 19 anos. É importante lembrar que a forma mais segura de se proteger é a vacina, pois a meningite C é uma infecção bacteriana que causa inflamação nas membranas que envolvem o cérebro e a coluna espinhal e é mais comum nos meses frios do inverno. Os principais sinais de sintomas são a dor de cabeça, febre e rigidez da nuca. É bom lembrar também que a vacinação está disponível de acordo com o calendário básico, para todas as crianças menores de 1 ano, temos disponível também a vacinação meningocócica ACWY, para as crianças de 11 a 12 e também para os adolescentes de 13 a 14 anos,” destaca.
A meningite C é uma infecção bacteriana que causa inflamação nas membranas que envolvem o cérebro e a coluna espinhal e é mais comum na época do frio com a chegada do inverno. Os sintomas em casos leves semelhantes aos de gripe, com dores de cabeça e febre, podem apresentar rigidez na região da nuca. Em casos mais graves podem ser apresentados mal-estar, vômitos, incômodo ao encostar o queixo no peito e dores fortes no pescoço. Pode aparecer manchas avermelhadas pelo corpo que também são sinais da infecção se espalhando rapidamente e que o paciente precisa imediatamente de uma assistência médica. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo, todos os casos de meningite bacteriana exigem tratamento hospitalar, mesmo apresentando sintomas leves.
Entre janeiro e março de 2023, foram aplicadas mais de 106 mil doses da vacina para crianças com menos de 1 ano de idade. A cobertura vacinal neste público está em 81,3%, sendo que as maiores coberturas nos Departamentos Regionais de Saúde (DRS) de Sorocaba é 88%, Taubaté 88%, Piracicaba 87,4%, São José do Rio Preto (87,4%) e Marília 87,1%. A mais baixa foi registrada no DRS Baixada Santista, com 70,6% de cobertura vacinal.
A vacinação contra Covid-19 e influenza (gripe), na Praça do Anexo do Buriti, vai continuar ao longo desta quarta-feira (7), de 9h às 16h. A imunização no local contra as duas doenças começou na manhã dessa terça-feira (6).
A iniciativa é realizada por meio de uma parceria entre a Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SubSaúde) da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração (Seplad), Secretaria de Saúde (SES) e Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores do Distrito Federal (Inas-DF).
Em relação à vacina contra a gripe, por exemplo, a médica infectologista na Quality Life Clinic Joana D’arc, recomenda que a imunização seja feita periodicamente, para que a evolução do vírus não se torne um problema para a população.
“É uma vacina que é atualizada anualmente, então todos os anos a gente precisa fazer porque tem novas variantes. A gente tomando anualmente a gente está protegido. Vale a pena você tomar a sua dose, fazer o seu reforço, mesmo quem não esteja dentro da população de risco pode fazer uso da vacina sem problema nenhum. É uma proteção a mais para sua saúde”, considera.
Essa iniciativa é realizada em comemoração ao Dia Nacional de Imunização, celebrado no dia 9 de junho.
A campanha de vacinação contra a influenza, em São Paulo, será estendida até o dia 30 de junho. A mudança, anunciada pela Secretaria de Estado de Saúde, é válida para a população acima de seis meses de idade. No estado a cobertura vacinal atingiu 32,9% da população ou seja 61 milhões de doses aplicadas. A meta do governo estadual era atingir 90% da população vacinada.
A médica infectologista na Quality Life Clinic Joana D’arc destaca a relevância para a saúde de a pessoa se imunizar com a vacina contra a gripe.
“É uma vacina que é atualizada anualmente, então todos os anos a gente precisa fazer porque tem novas variantes. E a gente tomando anualmente a gente está protegido. Vale a pena você tomar a sua dose, fazer o seu reforço, mesmo quem não está dentro da população de risco pode fazer uso da vacina sem problema nenhum. É uma proteção a mais para sua saúde”, ressalta.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan, é segura e eficaz. Como o vírus tem uma alta capacidade de mutação e muda suas particularidades ao longo do tempo, é preciso tomar a dose todos os anos para se imunizar.
As doses aplicadas contra a Influenza do vírus H1N1, neste ano de 2023, são diferenciadas em relação ao que foi fabricado no ano passado.
O Governo de Goiás e a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) lembram aos pecuaristas goianos que o prazo de vacinação contra a raiva dos herbívoros termina na quarta-feira (31). A medida é obrigatória em 119 municípios considerados de alto risco para a doença. Essa ação inclui bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e equídeos (equinos, muares e asininos) de todas as faixas etárias.
O coordenador do Programa Estadual de Raiva dos Herbívoros da Gerência de Sanidade Animal da Agrodefesa, médico veterinário Fernando Borges Bosso, ressalta que a vacinação é importante para manter a saúde dos animais.
“A etapa de vacinação contra a raiva dos Herbívoros no estado de Goiás em maio de 2023, está correndo dentro da normalidade sem maiores problemas ou intercorrências que possam interferir no resultado esperado. É de extrema importância para controlar e evitar a ocorrência de surto dessa doença, porque é uma zoonose fatal. Além de evitar grandes prejuízos agropecuários também evita que a população esteja exposta a essa doença tão grave, esperamos atingir cerca de 15 milhões de animais vacinados durante essa etapa de 2023,” destaca.
De acordo com a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), os produtores que não vacinarem bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e equídeos contra a raiva, no prazo, serão penalizados. Serão aplicadas uma multa de 7 reais por animal não-vacinado. Aqueles que não fizeram nenhum tipo de declaração da vacinação do rebanho serão multados por 3 reais, por terra. Todas as declarações serão feitas via Sistema da Defesa Agropecuária de Goiás (Sidago).
O Governo de São Paulo junto com a Secretaria de Saúde, confirmou duas mortes por febre amarela. No total, quatro pessoas foram infectadas pela doença. De acordo com o estado de São Paulo, uma das quatro pessoas infectadas morava em Minas Gerais. A cidade de São Paulo não havia registrado casos de febre amarela desde de 2020 quando se confirmou o primeiro caso.
Os casos de morte em São Paulo por febre amarela, deixam um alerta em todo o país. O Brasil precisa imunizar toda a população o quanto antes, para não acontecer outras mortes, afirma a professora e infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Raquel Stucchi.
“Todas as regiões de mato e todas as regiões que a gente tem uma concentração grande do Aedes aegypti, são áreas de risco para febre amarela. Por tanto, o Brasil é um país de risco para a febre amarela, por isso todos devem ser vacinados,” destaca.
Entre o mês de janeiro e março deste ano, a cobertura vacinal da febre amarela registrou 8,2%. No ano de 2022, esse resultado foi de 64,4%. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde ressalta que a vacinação contra a doença, as pessoas precisam acompanhar o calendário de imunização que fica disponível em todas as unidades de saúde.
Um lembrete, a primeira dose deve ser tomada aos 9 meses de idade e a segunda quando a pessoa completa 4 anos. Caso se esqueça de tomar as doses nesses dois intervalos, pode ser tomado aos 5 anos de idade uma única dose.
A Fiocruz emitiu um alerta para o aumento dos casos associados aos vírus influenza A e B em diversos estados do país. Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, foram os que mais tiveram casos positivos de síndrome respiratória aguda em públicos de diferentes faixas etárias, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia e em Sergipe, a predominância de SRAG avança entre a população infantil. Em outros estados do Brasil, o sinal da doença ainda é baixo.
O pesquisador da Fiocruz Marcelo Gomes destaca a importância de pais e responsáveis ficarem atentos aos sinais de gripe que as crianças apresentam.
“Então é extremamente importante que a gente mantenha um olhar atento, que os pais, os responsáveis, estejam bastante atentos aos sinais de problemas respiratórios na sua criança. Está ali com o peito chiando, está com a respiração um pouco deficitária, com dificuldade de respirar, está apresentando algum incômodo, leve ao pediatra, leva ao posto de saúde, faz o acompanhamento mais próximo para poder ter o melhor acompanhamento médico possível para evitar um eventual quadro mais grave”, ressalta.
De acordo com dados mais recentes, nas últimas quatro semanas, o VSR foi responsável por 48,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo. Já em relação ao vírus Sars-CoV-2 (Covid-19), houve uma redução expressiva na população adulta, sendo 29,5% de casos positivos registrados na Epidemiológica (SE) 16, período de 16 a 22 de abril.
Entre as capitais brasileiras, 11 delas apresentaram crescimento de casos da doença: Aracaju, Brasília, Florianópolis, Fortaleza, Maceió, Natal, Porto Velho, Rio Branco, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís.
Este ano, 49.983 casos de SRAG já foram notificados, sendo 19.250 (38,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 22.804 (45,6%) negativos, e ao menos 4.926 (9,9%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos confirmados, 4,2% são influenza A; 4% influenza B; 37% VSR; e 44% Sars-CoV-2. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 9,1% para influenza A; 6,2% para influenza B; 48,6% para VSR; e 29,5% para Sars-CoV-2.
Apenas durante duas semanas, o Brasil obteve a marca de mais de 10 milhões de pessoas vacinadas contra a gripe. Apesar de não existir uma vacina contra a VSR, as vacinas disponíveis contra a influenza e covid-19,já ajudam a reduzir outros problemas respiratórios e infecções graves.
O infectologista Dalcy Albuquerque enfatiza a importância de manter o ciclo vacinal de qualquer doença, em especial da gripe atualizada.
“Quanto mais pessoas imunizadas menos o vírus circula, porque na melhor das hipóteses, mesmo que a pessoa adoeça, a carga viral dela é menor. Portanto, a possibilidade dela infectar outra pessoa e essa outra pessoa infectar outra e criar uma cadeia de transmissão é bem menor. Então por isso que é importante que o maior número possível de pessoas sejam imunizadas”.
A vacina bivalente é voltada para pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da doença
Até o momento, mais de 9 milhões de doses de imunizantes bivalentes contra a Covid-19 foram aplicadas no Brasil. As vacinas são utilizadas como reforço em grupos com maior risco de desenvolver formas graves da doença, como idosos a partir de 60 anos, pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos, gestantes e puérperas.
Para ter acesso a dose de reforço bivalente é necessário estar com o ciclo vacinal completo, como explica a infectologista Larissa Tiberto. “Estar com o cronograma vacinal completo é fundamental manter a memória imunológica, a fim de diminuir a contaminação e evitar casos graves da doença, o que diminui a mortalidade no mundo inteiro”, ponderou.
A especialista destaca a segurança do imunizante e a importância da responsabilidade de cada indivíduo para acabar com os casos de covid-19: “A vacina bivalente é uma vacina segura, que protege contra variante ômicron e suas subvariantes. Só fazendo uma proteção preventiva que teremos chances de acabar de vez com a pandemia”, explicou.
Segundo dados do Ministério da Saúde, dentre o total de doses aplicadas, 1,5 milhão foram em pessoas de 60 a 64 anos; 1,6 milhão em pessoas de 65 a 69 anos; 1,6 milhão em pessoas de 70 a 74 anos; 1,1 milhão para os de 75 a 79 anos e 1,2 milhão no público de 80 anos ou mais.
Completar o ciclo vacinal é a forma mais eficaz para se proteger contra o vírus da Covid-19. Se você está com alguma dose em atraso, procure a unidade de saúde mais próxima para se vacinar, mesmo que não esteja no grupo prioritário.
Caderneta de Vacinação em dia é sinônimo de saúde bem cuidada. O documento colabora na prevenção de uma série de doenças, entre elas a hepatite B. Nos últimos anos, contudo, o Brasil não tem conseguido cumprir a meta de imunizar 95% das crianças menores de um ano contra a doença. Em 2022, segundo dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, 80,03% das crianças de até 30 dias tomaram a primeira dose da vacina.
Para saber mais sobre a importância da imunização e detalhes sobre a doença conversamos com a pesquisadora e coordenadora do Observa Infância Patricia Boccolini. O Observa Infância é uma iniciativa conjunta entre a Fiocruz e o Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), a Faculdade de Medicina de Petrópolis, que investiga, monitora e divulga dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos no país.
Brasíl 61: Patrícia, seja muito bem-vinda ao Brasil 61. Queria que você explicasse o que é uma hepatite e qual a diferença entre os diferentes tipos de hepatites que existem no Brasil.
Patrícia Boccolini: O que diferencia é o vírus, o da Hepatite B, por exemplo, é um vírus que pode causar danos no fígado, e para ele a gente tem vacina. A vacina da Hepatite B é a principal forma de prevenção, porque depois a gente não tem um tratamento medicamentoso ou uma cura, digamos assim, então a principal forma é a prevenção com a vacinação ainda na infância, para crianças menores de um ano, a gente três doses, que é uma dose ao nascer, depois seguindo de duas doses, ou seja, é uma vacina multidoses, e que ela protege praticamente para a vida inteira, a criança e depois o adulto fica a vida inteira protegido contra esse vírus dessa hepatite B. A gente tem outras hepatites também de origem bacteriana, só que essa tem essa característica específica de a gente ter a vacina, e é uma vacina aplicada ainda na infância.
Brasil 61: Como está atualmente a situação da cobertura vacinal contra a Hepatite B no Brasil?
PB: Infelizmente, seguindo como os outros imunizantes, a cobertura vacinal está baixa. A cobertura vacinal para Hepatite B deveria ser, a nossa meta para essa faixa etária de menores de um ano, seria vacinar pelo menos de 95% de todo esse público menor de um ano e, por exemplo, no ano passado, a gente chegou a cerca de 75%, isso cobertura nacional.
A gente tem umas disparidades regionais, estaduais e municipais muito grandes, a gente tem uma heterogeneidade muito grande. Ou seja, nacionalmente a gente tem esse dado, que é bem abaixo dos 95%, só que a gente tem disparidades, ou seja, a gente tem municípios que essa cobertura não chegou nem a 20%, ou seja, a gente tem essas disparidades, e a gente sabe que a vacina funciona coletivamente, ela é uma proteção coletiva, então de muito pouco vai adiantar, por exemplo, uma cidade como o Rio de Janeiro ter atingido a meta, porém todas as cidades da região metropolitana não, porque as pessoas circulam, então por isso é importante a gente atacar essa heterogeneidade, ou seja, ter uma cobertura mais homogênea, aumentar a cobertura vacinal como um todo.
Então esse número nacional já traz um impacto por estar longe da meta, mas também vamos precisar ter um olhar particular porque ainda temos alguns municípios com uma cobertura que está muito aquém da que a gente precisa para realmente as crianças estarem imunizadas.
E um outro fato, como eu falei anteriormente, essa é uma vacina multidoses, e isso traz um outro complicador, por quê? A primeira dose é basicamente ao nascer, a gente toma ela junto com a BCG, nos primeiros dias de vida, e depois você toma mais duas doses com menos de um ano.
Porém é muito comum a cobertura dessa primeira dose é até bem alta, só que depois a gente tem uma dificuldade em fechar esse ciclo, em completar essas três doses, e isso também é bem problemático porque a criança não está protegida se ela tomou só uma ou duas doses ela não está protegida contra hepatite B, então é importante também isso, não só tomar a vacina mas completar o ciclo das três doses.
Brasil 61: E quais estratégias têm sido adotadas para completar esse ciclo vacinal, aumentar a quantidade de crianças vacinadas, principalmente por causa dessa situação da peculiaridade de cada cidade, que faz que a cobertura seja tão heterogênea.
PB: As iniciativas obviamente vão variar de município para município, porque tem alguns questões que não são tão problemáticas em algumas cidades mas podem ser em outras. Por exemplos: a questão da busca ativa que está sendo muito usada agora, ou se não foi está começando a ser muito usada em alguns municípios, só que ela vai ser mais eficaz naqueles municípios onde a cobertura da atenção primária também é maior, onde você tem mais agentes, não é à toa que cobertura vacinal está intrinsecamente relacionada com a cobertura da atenção primária.
Um dos resultados nossos do Observa Infância é esse: aqueles municípios que têm maiores coberturas de atenção básica eles geralmente também são municípios com melhores coberturas vacinais como um todo. Isso destaca a importância dessa busca ativa, desse agente comunitário, ele conhece seu território mais do que ninguém, então ele sabe quantas crianças tem ali, quantas crianças menores de um ano e quantas crianças que não tomaram, que estão com a caderneta incompleta por algum motivo, então esse é um recurso.
Tem municípios que já estão deixando o posto aberto por mais tempo, ou mais tarde, ou abrindo aos sábados, que a gente sabe que isso também é questão importante, de ter mais tempo para poder levar, os pais trabalham e muitas vezes não conseguem chegar a tempo para vacinar seus filhos. A questão que também está ali ligada à própria atenção básica, que são as dúvidas, que é essa questão de comunicação com a população.
Não é só a vacina da hepatite B que é multidoses, existem outras vacinas multidoses. Nesse primeiro ano de vida, a criança vai quase mensalmente tomar várias doses de vacinas ao mesmo tempo, e isso muitas vezes pode confundir aquele pai, então por isso é importante não só a caderneta mas esse diálogo com esse profissional de saúde que está lá no posto para tirar as dúvidas e apontar a importância de estar vacinando, que é proteção contra várias doenças E isso é um ganho para a gente, porém muitas vezes faz surgir dúvidas na população.
Se não vacinar seu filho a gente tem uma chance real de que doenças já erradicadas voltem, a gente tem sim, aconteceu com o sarampo por exemplo, em 2019 perdemos nosso selo de erradicação do sarampo em território nacional, porque em 2018 a gente teve várias surtos de sarampo no Brasil e desde então, esse é um dado também do Observatório Infância, de 2019 para cá a gente 26 óbitos de crianças menores de cinco anos por sarampo no Brasil. 26 óbitos de crianças por uma doença que a gente já tem a vacina e a vacina está disponível no SUS, e isso é uma situação que a gente tem tinha a décadas, e num intervalo de menos de cinco anos teve 26 óbitos, isso é muito chocante e é preciso que a gente explique para esses pais o que pode acontecer com seus filhos.
Óbito é uma questão extrema, mas tem algumas doenças que também deixam sequelas importantes, como a pólio, que está erradicada do território nacional, mas a gente está com a cobertura de poliomielite muito baixa, ou seja, é um risco real de retorno se a gente mantiver nossas coberturas baixas sim, porque a pólio ainda circula no mundo, a gente tem países ainda que a pólio é endêmica, então a gente precisa estar explicando para esses pais que não é porque ele não está vendo nenhuma criança com pólio de pólio que ela não existe mais, que ela foi erradicada do mundo.
Brasil 61: E quando a pessoa já está infectada com hepatite B? Quais os principais sintomas, como essa doença é transmitida e como a pessoa se sente após a infecção?
PB: Ela vai começar a apresentar enjoos, dores, muitas vezes a pessoa vai apresentar isso já na idade adulta, essa é uma vacina relativamente recente no calendário vacinal. Então a gente tem que tomar depois de adulto, agora para aquela pessoa que não tomou é importante que tome. Ela pode ser passada por contato sexual também, então ela é altamente contagiosa, e a única prevenção é a vacina.
E os sintomas são muito semelhantes aos de uma virose, então muitas vezes a pessoa demora a procurar atendimento porque ela acha que é algum resfriado, alguma coisa com pouca gravidade, porém é importante estar atento a isso principalmente se você nunca tomou a vacina, é importante estar atento a esses sintomas, porque ela pode acarretar danos permanentes ao fígado, câncer de fígado, e a óbito também. E conviver com uma doença crônica no fígado tem realmente muita gravidade, e a gente tem óbitos de hepatite B no Brasil, mas não recente de crianças.
Brasil 61: Como acontece o diagnóstico?
PB: Após esses primeiros sintomas você vai ter que procurar o médico e aí ele vai começar a fazer algumas perguntas e descartar. A primeira pergunta que é feita é se você foi ou não vacinado. Aí você tem alguns testes que você pode fazer para fechar o diagnóstico da doença, que não é um diagnóstico apenas clínico, ele também tem alguns exames que você pode fazer.
Brasil 61: E o tratamento?
PB: O tratamento é basicamente você ficar convivendo, não tem uma cura, por isso é importante a vacina. Você tem uma prevenção contra a doença, porque uma vez que você tenha a doença os tratamentos vão ser a depender da gravidade de cada paciente e você não tem medicamento direcionado para isso. Você vai ter que conviver com aquilo e algumas questões mais paliativas para você conviver com o vírus. Isso é importante frisar, a gente não tem uma cura. Você vai tratando os sintomas daquela doença, você não trata a doença, por isso que é importante a gente estar frisando a importância da vacinação, que o principal remédio, digamos assim, é a vacina.
Brasil 61: Agora a gente deixa o espaço aberto para suas considerações finais.
PB: É importante que a gente sempre mantenha as cadernetas das crianças atualizadas, nosso calendário vacinal é muito rico, protege contra várias doenças, e doenças que podem gerar sequelas e gerar óbitos nas crianças, e são vacinas que estão disponíveis no SUS de forma gratuita.
Então é importante que a gente vacine nossos filhos, entenda a importância disso e fique atento também a essas vacinas que são um pouquinho mais complexas no sentido de ter duas ou três doses, que é importante a gente fechar o ciclo para de fato estar protegido contra aquela doença específica. E que não tem problema nenhum tomar várias vacinas juntas, o calendário está dividido a ponto de, se tem alguma vacina que não pode ser tomada junta, ela já está separada, como a da febre amarela, que se dá quando a criança está com 11 meses, e se dá sozinha. Então é importante a caderneta estar sempre atualizada, que é uma das principais coisas que a gente pode fazer pelos nossos filhos.
A caderneta de vacinação é uma importante aliada do Ministério da Saúde e dos pais na prevenção de uma série de doenças, entre elas a hepatite B. Nos últimos anos, contudo, o Brasil não tem conseguido cumprir a meta de imunizar 95% das crianças menores de um ano contra a doença. Em 2022, segundo dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, 80,03% das crianças de até 30 dias tomaram a primeira dose da vacina, registrando-se aumento em relação ao ano anterior, visto que em 2021 apenas 67,02% deste público foi imunizado.
Assim como alguns outros imunizantes, o da Hepatite B depende de um ciclo vacinal composto por três doses que são aplicadas no primeiro ano de vida. Por ser uma doença que acomete o fígado, não tem cura e pode provocar sérias consequências, é essencial que as famílias se organizem para concluir o ciclo de vacinação, garantindo assim a imunização e protegendo os pequenos da doença.
A pesquisadora e coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini, explica sobre a dinâmica da vacina multidose. “A primeira dose é basicamente ao nascer, junto com a BCG, nos primeiros dias de vida, e depois você toma mais duas doses com menos de um ano. Porém é muito comum a cobertura dessa primeira dose é até bem alta, só que depois a gente tem uma dificuldade em fechar esse ciclo, em completar essas três doses”.
A especialista também enumera a importância das cidades adotarem estratégias para aumentar a cobertura vacinal. “Tem municípios que já estão deixando o posto [de saúde] aberto por mais tempo, ou mais tarde, ou abrindo aos sábados, que a gente sabe que isso também é questão importante, de ter mais tempo para poder levar, os pais trabalham e muitas vezes não conseguem chegar a tempo para vacinar seus filhos”, explicou.
Uma vez que a vacinação é um método coletivo de prevenção, o cumprimento da meta é essencial para a prevenção da doença em todo o território nacional, como explica Boccolini: “Ou seja, nacionalmente a gente tem esse dado, que é bem abaixo dos 95%, só que a gente tem disparidades.
Ela explica ainda que há municípios onde essa cobertura não chegou nem a 20%. "E a gente sabe que a vacina é uma proteção coletiva, então de muito pouco vai adiantar uma cidade como o Rio de Janeiro ter atingido a meta, porém todas as cidades da região metropolitana não, porque as pessoas circulam. Então é importante a gente atacar essa heterogeneidade. Ou seja, ter uma cobertura mais homogênea, aumentar a cobertura vacinal como um todo”.
Mãe de duas crianças, a empreendedora Lorena Dutra, de 31 anos, adota várias estratégias para não falhar com as vacinas dos filhos. “Sobre o caderno de vacinação, dos meus dois filhos, eu sempre me preocupei muito em deixar em dia, então eu colocava o celular pra despertar no dia que estava marcado, eu sempre olhava no cartão quais eram as datas das próximas vacinas, porque eu acho muito importante a vacinação em dia, então eu tinha essa preocupação como mãe ”.
Ainda sobre as cadernetas de vacinação, a pesquisadora e coordenadora do Observatório da Infância fala das vantagens do sistema adotado no país. “Nosso calendário vacinal é muito rico, protege contra várias doenças, e doenças que podem gerar sequelas e gerar óbitos nas crianças, e são vacinas que estão disponíveis no SUS de forma gratuita"
Ela adverte que é preciso que as pessoas fiquem atentas ao calendário dessas vacinas "que são um pouquinho mais complexas no sentido de ter duas ou três doses. Lembra ainda que "é importante a gente fechar o ciclo para de fato estar protegido contra aquela doença específica” .
Para outras informações sobre imunização e Hepatite B procure o Posto de Saúde mais perto de você e oriente-se com os profissionais de saúde.
Outros 1,4 milhão de imunizantes devem chegar nesta segunda-feira (12)
Mais de 1,6 milhão de doses bivalentes BA1 desembarcaram no aeroporto de Viracopos, em Campinas, na noite do último domingo (11). Segundo o Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (12), devem chegar outros 1,4 milhão de imunizantes. A Pfizer, fabricante das doses, tem contrato assinado com o governo federal para a entrega de todas as vacinas disponíveis aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A pasta da Saúde informou que vai divulgar nos próximos dias uma nota técnica com todas as orientações sobre distribuição, aplicação e público-alvo. As doses protegem contra a variante Ômicron original e a variante BA1 . Em breve, o Brasil deve receber imunizantes adaptados às variantes Ômicron BA4 e BA5.
De acordo com estudos clínicos da fabricante, as vacinas bivalentes mostraram induzir resposta imunológica robusta para as variantes Ômicron em circulação e para outras variantes de preocupação, incluindo o vírus original. As vacinas bivalentes também mantêm bom perfil de segurança e tolerabilidade, como explica a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro.
“As vacinas bivalentes adaptadas à Ômicron são uma combinação da vacina de Covid-19 da Pfizer Biontech, que é usada atualmente, mais a vacina adaptada à Ômicron, e elas agem induzindo nosso sistema imunológico a produzir células de defesa contra esses vírus. Ao incluir o RNA, o objetivo é que a gente consiga prover uma proteção mais ampla contra as variantes de preocupações atuais e emergentes e futuras que podem ser mais parecidas com as variantes originais ou com as da Ômicron.”
Segundo o governo federal, o primeiro lote das vacinas bivalentes, com cerca de 1,4 milhão de doses, desembarcou no Brasil no dia 9 de dezembro. Desde lá, mais de 3,1 milhões de imunizantes já chegaram ao país. O Ministério da Saúde reforça que as vacinas disponíveis nas unidades de saúde são eficazes para a proteção contra o coronavírus.