LOC.: Em todo o país, mais de 29 milhões de doses da vacina bivalente contra covid-19 foram aplicadas até agora. Apesar do número expressivo, a cobertura vacinal do imunizante é de apenas 16,34% da população brasileira. Já as vacinas monovalentes tiveram mais de 517 milhões de doses aplicadas no país.
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizaram um estudo para avaliar a segurança das vacinas contra Covid-19 durante a gravidez, observando se a imunização poderia estar associada a problemas no nascimento do bebê e na mortalidade neonatal. O trabalho demonstrou que a vacinação contra a Covid-19 é segura em todos os trimestres da gravidez, independente do tipo de vacina — e não aumenta o risco de resultados adversos no nascimento ou de morte do bebê. O estudo foi realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia, com base de dados e coautoria da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Foram avaliadas as vacinas de plataforma de vírus inativado, que é o caso da CoronaVac, e de mRNA, como a da Pfizer. Os resultados do estudo foram publicados no Internacional Journal of Epidemiology, da Universidade de Oxford, do Reino Unido, no início de setembro. O infectologista Julival Ribeiro ressalta o quanto essas reafirmações científicas acerca da vacina são essenciais.
TEC./SONORA: infectologista Julival Ribeiro
“É muito importante esse estudo realizado pela Fiocruz em relação às vacinas que são tomadas em qualquer trimestre durante a gravidez, que não põe em risco nem a gestante nem para o futuro bebê que vai nascer. Portanto, vem corroborar estudos que já foram publicados na literatura, mostrando essa segurança, quer para a gestante, quer para o bebê.”
LOC.: A analista de marketing Bianca Muniz, de 27 anos, tomou a vacina contra a Covid-19 enquanto estava grávida. Ela ganhou bebê no último dia 19 de setembro. Bianca conta que foi orientada pelo médico que a acompanhava no pré-natal a se imunizar.
TEC./SONORA: analista de marketing Bianca Muniz
“Eu tomei a vacina contra o Covid-19 gestante. Eu fiz meu pré-natal no SUS e, na época, o meu médico me orientou a tomar. E aí eu tomei tudo pelo SUS, na mesma hora que ele falou. Ele me explicou a importância e eu não sou o tipo de pessoa que questiona muito as coisas que são artigos científicos, que são para o nosso bem, para o bem do bebê.”
LOC.: O estudo avaliou mais de 17 mil bebês nascidos vivos únicos, concebidos entre 15 de maio e 23 de outubro de 2021. Nas análises, não foi encontrado aumento significativo de bebês com nascimento prematuro, com baixo peso ou pequeno para a idade gestacional, com Apgar (a escala de avaliação clínica rápida, de recém-nascidos) abaixo de 5, ou de morte neonatal.
Ainda sobre a vacinação, levando em conta a imunização com as doses bivalentes, São Paulo é o estado que mais imunizou sua população, com 22% de cobertura vacinal, seguido pelo Distrito Federal e Piauí. Entre os estados que menos vacinaram estão Roraima, com 6,73% de cobertura vacinal, Mato Grosso e Rondônia.
Reportagem, Janine Gaspar