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O Ministério da Saúde liberou a segunda dose de reforço da vacina contra a Covid-19 para pessoas com 50 anos ou mais e trabalhadores da saúde, de todas as idades. A recomendação vale para quem já tomou a primeira dose de reforço há mais de quatro meses.
De acordo com a pasta, há uma necessidade de reforçar a imunização nessa faixa etária. Já no caso dos trabalhadores que estão na linha de frente dos serviços de saúde, o motivo é o maior risco de contaminação. Vale destacar que as vacinas da Pfizer, Janssen e Astrazeneca podem ser aplicadas, independentemente de qual foi a dose anterior.
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Até o momento, mais de 4,5 milhões de brasileiros tomaram a segunda dose de reforço. Agora, chegou a vez de Wilze da Silva, de 58 anos. Moradora de Brasília, ela conta que se sente feliz por saber que pode aumentar sua imunidade contra a Covid-19.
“Para mim, vacina é uma coisa muito importante. Eu já tomei as outras doses e estava com uma expectativa muito grande para tomar esta. Fiquei muito contente. Nesta semana mesmo eu vou procurar um pouco de saúde para tomar a vacina”, comemora.
O governo federal distribuiu, até agora, quase 500 milhões de doses para todo o país. De acordo com o Ministério da Saúde, isso representa a proteção de 77% da população brasileira com duas doses. Além disso, mais de 85,9 milhões de pessoas já tomaram a primeira dose de reforço.
Nos últimos 7 dias, a média de mortes por Covid-19 no Brasil foi de 94 mortes. Há exatamente um ano, esse número chegou a 3.347. Com quedas sustentadas de transmissão e mortes, o ministério da Saúde anunciou o fim do estado de emergência (a portaria que oficializa a medida tinha previsão de publicação para esta quarta-feira, mas só deve sair no Diário Oficial da União na sexta-feira, 22).
O Brasil, que já foi o epicentro da doença, hoje está numa posição mais confortável. No mundo, a Covid-19 já fez 6,2 milhões de vítimas, 662 mil só no Brasil. “Ao passo que a população brasileira corresponde a 2,7% da população mundial, respondemos por 10,7% das mortes, o que é muito alto”, alertou o coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz, Carlos Machado.
Para ele, para sair com segurança da pandemia da Covid-19 e sermos capazes de enfrentarmos outras emergências de saúde que possam surgir é preciso ter planejamento e investimento. “Requer não só o fortalecimento do SUS e suas instâncias de gestão participativa e a ampliação do investimento, aumento da capacidade de produção de vacinas, entre outros”, enumerou o pesquisador durante evento promovido pela Fiocruz no dia 20 de abril.
Para a doutora em epidemiologia Enthel Maciel a revogação do decreto de emergência no Brasil coloca alguns desafios e que é preciso um tempo de transição. O primeiro deles é que os medicamentos já comprovadamente eficazes contra a Covid-19 e autorizados pela Anvisa estejam disponíveis para as unidades de saúde. “Por que mesmo pessoas já vacinadas, especialmente as imunossuprimidas, vão ter possibilidade de desenvolver a doença grave.”, alerta a pesquisadora.
Além disso, Enthel também aponta para a necessidade da definição de protocolos de atendimento da Covid-19 para os diferentes graus de gravidade. “Estamos há dois anos nessa situação e o Brasil não tem protocolos de atendimento unificado para todos os níveis de atenção”. Segundo a pesquisadora, os protocolos já foram discutidos em grupo de trabalho, mas ainda não estão disponíveis. Além disso, ela recomenda que campanhas sejam feitas para as doses de reforço da vacina e que haja previsão orçamentária para campanhas futuras.
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Para os pesquisadores não é possível falar no fim da Covid, até porque o vírus continua em circulação. “Podemos falar em extinção da onda. A extinção da Covid é pouco provável diante da transmissibilidade do vírus e seus aspectos evolutivos”, disse Daniel Villela, coordenador do Programa de Computação Científica da Fundação (Procc/Fiocruz).
O mais provável é que se conviva com uma endemia, que é quando se espera um padrão de transmissão dentro de um recorte temporal. “É necessária uma preparação para o enfrentamento das fases de maior transmissão da doença”, recomenda. Para ele, é preciso aproveitar os tempos de baixa transmissão para se adiantar a possíveis variantes e trazer respostas eficientes no que diz respeito à adaptações de vacinas, caso necessário.
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, defende que a pandemia da Covid-19 precisa deixar como legado o investimento em pesquisa. “É fundamental investimento, permanente, constante em ciência, tecnologia e inovação. Nada da resposta mesmo ocorreu sem um histórico, sem investimentos anteriores”. Ela cita como exemplo a vacina da Oxford AstraZeneca que hoje é totalmente nacionalizada. Além disso, Nísia aponta a necessidade de se descentralizar unidades de pesquisa e laboratórios e de se avançar nas cooperações multilaterais.
“É de fundamental importância fortalecer o sistema de saúde de proteção social. Creio que esse ponto é vital e, já que eu falei de tecnologia antes, eu queria deixar claro que na nossa perspectiva não existe uma visão isolada da tecnologia. Ela tem que se dar associada ao acesso e à visão dos sistemas de saúde”, defendeu Nísia.
O investimento em atendimento das sequelas da Covid ou da Covid longa é outro ponto de preocupação dos pesquisadores. “Os riscos da pandemia continuam presentes e ela deixa um passivo enorme para o SUS”, disse o coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz, Carlos Machado. Estudos apontam que cerca de cerca de 70% das pessoas que tiveram a forma grave da covid apresentam sequelas mesmo passado meses da infecção aguda.
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Os especialistas alertaram para a necessidade de seguir avançando na vacinação de crianças e na aplicação de doses de reforço na população. O uso de máscaras em locais de aglomeração e pouca circulação de ar, como o transporte público, continua recomendado.
A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) tem tendência de alta entre crianças e jovens. É isso que revela o boletim da Fiocruz sobre casos de SRAG publicado nesta semana. O documento considera a notificação dos casos feita pelos estados até o dia 11 de abril. Desde fevereiro, os diversos estados têm demonstrado tendência de alta, especialmente entre crianças de 0 a 11 anos.
Quase todo o país está classificado como epidêmico em decorrência do número de casos. O Distrito Federal, o Nordeste de Minas Gerais e o Noroeste do Mato Grosso do Sul foram as regiões que apresentaram maior incidência por 100 mil habitantes. “Nos menores de cinco anos esse cenário é um pouco mais acentuado. Porque, para essa faixa etária, ainda não tem vacina e, além disso, é uma faixa etária em que predomina a questão dos vírus respiratórios, sendo causa de mais de 35% dos casos de síndrome respiratória aguda”, analisa a infectologista Dra. Joana Darc.
Apesar de o boletim também apontar a tendência de platô (estabilização), a médica indica que o momento é de cautela, uma vez que entre maio e setembro há maior circulação de vírus respiratórios no Brasil, como a influenza e a própria Covid-19. “Mais de 80% das crianças que morreram nessa faixa etária foram por Covid e não por outros vírus respiratórios. A gente tem que continuar mantendo certa cautela e cuidado com relação aos nossos filhos para evitar as infecções.”, considera Dra. Joana.
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Para o infectologista Hemerson Luz, é fundamental avançar na vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19. “O aumento dos casos de SRAG em crianças relaciona-se com a baixa adesão à vacina pediátrica. “Muitos pais e responsáveis estão resistentes em vacinar seus filhos, tal fato associado com a volta às aulas presenciais, aumentaram a exposição das crianças ao SARS-CoV-2.”, considera o médico.
Já entre a população adulta, há uma tendência de queda nos registros de SRAG nas últimas seis semanas. Segundo a plataforma Our World in Data, 76,4% da população brasileira está com o esquema vacinal completo contra a Covid-19 até a segunda semana de abril. Foram cerca de 424 milhões de doses aplicadas.
Especialistas esclarecem quando é importante substituir a escova, com ou sem a infecção pela doença
A moradora do Distrito Federal Tainá Morais já pegou Covid-19 e diz que tem medo que as escovas de dente fiquem contaminadas. "Entre o início da pandemia, que eu peguei Covid pela primeira vez, entre janeiro de 2022, eu já troquei as escovas quatro vezes. Eu não sei o período certinho, vou trocar de três em três meses, não. Quando eu vejo que já deu, eu vou lá e troco.”
Assim como Tainá, muitos brasileiros e brasileiras trocaram a escova de dentes depois da infecção pela Covid-19, devido às informações que circularam pela internet de que seria uma medida contra a reinfecção pela doença. Mas o infectologista Hemerson Luz esclarece que se trata de um mito: apesar da presença do coronavírus na cavidade oral e nas glândulas salivares de pessoas infectadas, não é possível de infectar utilizando a mesma escova
“Os cremes dentais de hoje possuem substâncias detergentes e anti trigentes que acabam inativando o vírus. Mas, temos que lembrar que uma pessoa infectada deve se isolar e, naturalmente, sua escova de dente não pode estar próxima das outras de outras pessoas da casa”
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) no Distrito Federal, Aroldo Pinheiro, independente da doença, a higiene da escova após a escovação é fundamental. “Você tem que lavar bem a escova e secá-la bem com um pano ou papel toalha. A escova não pode ser guardada molhada, ainda com restos de creme dental, de pasta de dente, porque ali vão acabar proliferando bactérias. Você vai acabar contaminando sua escova”
Ele também garante que é necessário a separação das escovas de dente em caso de infecção pela doença. “O primeiro passo que o paciente deve ter para o controle da infecção no seio familiar é separar a escova de dente dele [das escovas] dos demais membros da família. Se ele é casado ou tem filhos e dividem o mesmo ambiente para as escovas, isso tem que ser separado, porque o coronavírus fica muito concentrado nas vias aéreas superiores, ou seja, na boca e no nariz. É uma área que tem alta virulência. É por isso, inclusive, que tem alta capacidade de contaminação.”
Independentemente de ter tido Covid-19 ou não, existe a orientação de trocar a escova regularmente. Substituir o item apenas após estar muito desgastado pode prejudicar a qualidade da escovação. A cirurgiã dentista Tatiana Centurione explica o prazo correto: “Geralmente, nós dentistas, recomendamos que essa troca da escova dental seja feita a cada três meses, ou antes, se as cerdas estiverem bem deformadas”, orienta.
A dentista e especialista na saúde da família, Caroline Igreja, também orienta a troca da escova de dentes quando há sinais evidentes de desgaste. “No caso do paciente que usa aparelho ortodôntico, que as cerdas das escovas vão ficando muito abertas, aí é indicado trocar a escova.”
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A importância de cuidar dos doentes e da boca vai além de não ter cáries. O coordenador do curso de Odontologia do UDF Centro Universitário, Emílio Barbosa e Silva, explica que a saúde bucal faz com que as pessoas tenham uma vida plena de uma maneira funcional, como mastigar os alimentos, e do ponto de vista estético. “A saúde bucal está inserida dentro de um contexto de saúde geral do paciente. E obviamente que a boca é uma parte do organismo humano que é a porta de entrada dos nossos alimentos, relacionada aos sentimentos de alegria, como o sorriso.”
E escovar os dentes é uma medida fundamental para garantir a saúde bucal. A dentista Caroline explica que, quando a pessoa não faz a escovação adequada, os dentes ficam com muita placa bacteriana e essa placa vai se transformar no chamado tártaro.
"Diariamente, pacientes que saem do consultório e que ficam muito tempo sem fazer visita regularmente ao dentista a maior incidência de perda dentária ou problemas de saúde na cavidade bucal é a falta de escovação. Toda a saúde bucal se inicia pela escovação e pela boa higiene.”
Ela também garante que a ordem correta de uma escovação deve começar com o fio dental, a escovação e, por último, o enxaguante bucal.
A escovação não é a única medida para garantir o cuidado com a boca. Outro ponto importante também é a alimentação. Tatiana Centurione diz que evitar alguns tipos de substâncias é fundamental para a saúde da boca. "Ter uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes, verduras e evitando o consumo de bebidas alcoólicas, açúcar e tabaco", explica.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, 624.913 pessoas foram à sua primeira consulta odontológica em janeiro deste ano. Já em 2021, foram mais de 6.536.913 pacientes que buscaram atendimento.
Caroline Igreja afirma que o cuidado do brasileiro com a saúde bucal melhorou, com o avanço da informação e a internet. “De uma maneira geral, a gente vê que a saúde bucal dos brasileiros melhorou muito da década de 60 para cá. Porque antigamente como não tinha muito acesso ao dentista e ou, quem tinha, pagava muito caro pelos tratamentos, os pacientes chegavam lá e o dentista só extraía.”
Confira os atendimentos
Ano | Primeira consulta odontológica | Consulta de retorno | Consulta de manutenção |
2019 | 9.131.937 | 13.647.219 | 2.692.422 |
2020 | 3.630.875 | 4.308.138 | 1.482.582 |
2021 | 6.536.771 | 7.498.873 | 2.696.016 |
2022 (dados disponíveis até janeiro) | 624.913 | 686.776 | 254.324 |
A melhora do cenário epidemiológico da Covid-19 se deve principalmente à ampla cobertura vacinal, como afirma o infectologista do Hospital das Forças Armadas de Brasília, Hemerson Luz. A vacinação atingiu 91,5% da população acima de 12 anos, com a primeira dose, e 85,7% desse público, com a segunda dose ou dose única.
Seis estados brasileiros não registraram nenhum óbito por Covid-19 em 24 horas nessa quarta-feira (30), segundo o Ministério da Saúde: Acre, Amapá, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Rondônia. A média móvel de mortes, registrada no boletim da pasta foi de 254,57; um recuo de 39% em relação à média de 14 dias atrás.
Para o médico Hemerson Luz, esse cenário é resultado da cultura vacinal do brasileiro.
“Isso é um reflexo direto da própria cultura vacinal que o brasileiro tem de procurar participar ativamente das campanhas de vacinação e manter-se vacinado e com o esquema vacinal completo.”
Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, 67,4 milhões de pessoas já tomaram a dose de reforço contra a Covid-19, o que corresponde a 48% do público acima de 18 anos.
O infectologista Hemerson Luz ressalta a importância do Programa Nacional de Imunização.
“O Programa Nacional de Imunização é um exemplo para o mundo, pois tem uma capilaridade invejável capaz de levar as vacinas para todos os municípios brasileiros e oferecer a vacina, incluindo a da Covid-19 para toda a população que é elegível para a vacina.”
Além da redução da média de óbitos, os casos de infecção também estão em queda, segundo o Ministério da Saúde. No total, foram registrados 33.937 novos casos de Covid-19 nesta quarta-feira (30) e a média ficou em 31.307; uma queda de 29,72% em comparação à média de 14 dias atrás.
As redes de farmácias de vários estados brasileiros já começaram a comercializar os autotestes de Covid-19 nesta sexta-feira (4). A metodologia foi aprovada pela Anvisa para ser realizada no Brasil em janeiro. Até agora, a Agência liberou seis modelos de testes.
Em uma rede de farmácias, por exemplo, o autoteste está à venda por R$ 69,90, mas ainda não está disponível em todas as lojas. A expectativa é que até a próxima semana, mais unidades já tenham o produto a pronta entrega.
O autoteste usa a coleta por meio do swab (aquele cotonete para a coleta de secreção nasal). Diferentemente dos testes de antígeno realizados por profissionais da saúde, que fazem a coleta profunda na nasofaringe, o autoteste capta a secreção mais superficial.
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A pessoa deve higienizar bem as mãos com água e sabão para manusear o pacote. O autoteste vem com um swab (cotonete), um tubo plástico com o líquido para a detecção do antígeno e um cartão teste. Além disso, o teste vem com a bula com instruções de uso.
O cartão teste tem um visor que apresenta riscos: um tracinho significa resultado negativo. Dois tracinhos, positivos; Caso apresente um traço no meio, o teste foi inconclusivo.
A biomédica sanitarista especialista em microbiologia clínica Fabiana Nunes alerta para o risco de testes mal executados. “A grande preocupação é o teste falso negativo. Significa que ela tem o Sars-CoV-2 e ela transmite e não foi detectado porque não foi feito de forma adequada”, pontua.
A Anvisa não considera os resultados do autoteste para fins de diagnóstico. O resultado é usado apenas para a orientação. No caso de testes positivos, é necessário um diagnóstico feito por um profissional de saúde.
As farmácias devem começar a vender o autoteste para a detecção do coronavírus agora em março. Essa é mais uma opção para auxiliar no diagnóstico da Covid-19 e poderá ser feita pela própria pessoa que desconfia estar com o vírus.
Atualmente existem no mercado mais de 10 opções de testes para detecção do vírus com diferentes métodos e amostras biológicas. “Todos são confiáveis, com sensibilidade acima de 90%. A escolha depende da finalidade, se a pessoa vai viajar, se esteve com alguém que apresentou sintomas, se vai fazer uma cirurgia eletiva”, exemplifica a biomédica sanitarista, especialista em microbiologia clínica, Fabiana Nunes.
Para a identificação do vírus, podem ser usadas diferentes amostras biológicas: secreção nasal (com o Swab, que é coleta material da nasofaringe com cotonete), saliva ou sangue. Os métodos podem ser a contagem de anticorpos (IGG e IGM), a detecção molecular ou do antígeno do vírus (conhecido como teste rápido).
“Os testes diagnósticos são indicados para esclarecer se o paciente está ou não infectado pelo vírus SARS-COV-2. No caso da pesquisa de anticorpos, o caráter é mais epidemiológico, ou seja, de monitoramento para saber se o paciente teve contato com o vírus seja por uma infecção ou mesmo através da vacina”, esclarece o médico Luiz Roberto Giacomelli, especialista em Patologia Clínica e Medicina Laboratorial.
O médico atua em um laboratório que possui unidades em 12 estados do país. A rede oferece 11 opções de exames para a detecção da Covid-19 com preços que variam de R$ 135,00 a R$ 430,00. Alguns dos exames podem ser realizados por meio de convênio, sempre com o pedido médico. É possível encontrar testes em farmácias a partir de R$ 75,00.
As opções para a coleta também variam: podem ser feitas dentro do carro (drive thru), em domicílio ou em unidades particulares. A maior parte das unidades básicas de saúde também realizam o teste para a identificação do vírus pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesses casos, a maior parte dos testes é teste rápido, ou seja, pesquisa o antígeno do vírus que é a identificação de partes do vírus na amostra colhida. “Esses testes têm um alto índice de confiabilidade e são importantes, especialmente para a decisão do isolamento social para evitar que o vírus se espalhe”, afirma Fabiana Nunes.
Os exames de diagnóstico disponíveis no mercado não detectam com que tipo de variação do SARS-COV-2 a pessoa está infectada. Identificam apenas se há a presença de partes do vírus no organismo analisado. Para identificação de variantes, são realizados testes adicionais. “Faz-se outro teste cuja técnica também é molecular e por meio dele laboratórios de referência e para a segurança genômica, não para uso de diagnóstico clínico. O sequenciamento genético do vírus pode ser completo ou parcial”, esclarece a biomédica Fabiana Nunes que também é mestre em medicina tropical.
O teste molecular identifica estruturas mais completas do vírus dentro de uma amostra, é o chamado RT-PCR. Padrão ouro dos laboratórios que têm sensibilidade acima de 95%. Outra opção mais recente para testagem é o de anticorpos neutralizantes. “Buscamos detectar anticorpos com a capacidade de neutralizar ou bloquear a ligação do vírus com a célula humana, impedindo assim a sua replicação. Ocorre que ainda não é possível afirmar com todas as letras que a quantidade encontrada desses anticorpos pode ser considerada como uma proteção ou efetividade da vacina”, pondera o médico Luiz Roberto Gioacomelli.
No caso de dúvidas, os especialistas recomendam a repetição do exame. Para quem teve Covid-19, Dr. Luiz Roberto reforça a importância de se fazer exames de rotina para monitorar a saúde, mesmo após a infecção.
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Para intensificar o combate contra a Covid-19 no Brasil, o Ministério da Saúde vai enviar R$ 160 milhões para apoiar ações voltadas ao atendimento de pessoas que sofrem com sintomas pós-Covid-19 na Atenção Primária (APS).
A gestão municipal deve utilizar os recursos oriundos desse repasse na qualificação, reorganização e adequação dos serviços. Vale destacar que é preciso observar as necessidades epidemiológicas de cada localidade.
A professora do curso de Saúde Coletiva, da Faculdade de Ceilândia da Universidade de Brasília (UnB), Carla Pintas Marques, considera que a medida é fundamental, tendo em vista que muitas pessoas já sofrem com essas sequelas e precisam de auxílio para reverter esse quadro.
“Esse repasse de recurso é importante porque faz com que os municípios se organizem para isso. Essas ações que serão realizadas na Atenção Primária podem contar com diversos profissionais, entre eles, médico, enfermeiro, a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família, composto por profissionais como, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, assistente social, educador físico, entre outros”, destaca.
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Os municípios podem aplicar o dinheiro, por exemplo, na contratação de profissionais qualificados, reforma de ambientes, aquisição de materiais de consumo necessários, como colchonete e bola suíça; e implementação de ações de educação em saúde para orientar a população.
Carla Pintas lembra, ainda, que os municípios têm autonomia para utilizar esses recursos da forma que considerarem mais adequada. “Cabe a cada um desses municípios se organizar e ver de que forma farão o levantamento desses usuários, que atividades serão disponibilizadas, que ações serão desenvolvidas. Ou seja, toda essa variedade de atendimento é uma programação que os municípios devem realizar”, pontua.
Ao todo, foram identificados, por prioridade, 1.373 municípios com perfil alto. Essas cidades devem receber R$ 43.632 cada. Outros 2.679 municípios foram considerados com perfil médio e vão receber R$ 29.088. Já 1.518 foram taxados com perfil baixo e vão contar com R$ 14.544.
Clique aqui para verificar o valor que cada município receberá
A transferência será feita em parcela única. O monitoramento será realizado pelo Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (Sisab). Mais detalhes sobre os cálculos estão disponíveis aqui.
O índice criado para estabelecer os perfis municipais levou em conta as seguintes variáveis: quantitativo de equipes custeadas pelo Ministério da Saúde, Índice de Vulnerabilidade Social porte populacional e coeficiente de mortalidade por Covid-19 por cem mil habitantes.
Cerca de 8,5 milhões de brasileiros sofrem ou sofreram com sequelas da Covid-19
Cansaço, fraqueza muscular, problemas no sono, ansiedade e depressão. Essas são as queixas mais frequentes de quem se curou da Covid-19. Um estudo realizado com 1.733 pacientes que ficaram internados por complicações da Covid, mostrou que mesmo seis meses após a alta, 76% das ainda apresentavam algum sintoma.
O jornalista Gustavo Caldas, de 35 anos, desenvolveu a forma grave da doença em junho de 2020. Ele passou por um longo período de internação hospitalar, foram mais de 10 dias numa unidade de tratamento intensivo. “Fiquei um ano e meio sem olfato e sem paladar. Nunca mais consegui dormir direito”, relata.
Depois de mais de um ano, ele sofreu embolia pulmonar, infarto pulmonar e trombose na safena, o que o levou a uma nova internação. Segundo o médico que o atendeu, o indício do problema já estava presente nos exames da época da Covid-19. Atualmente, Gustavo faz acompanhamento médico com uma equipe multidisciplinar.
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Covid-19: a criançada pergunta e infectologista responde
O médico cardiologista, Dr. Fabrício da Silva, diz que agora com a Ômicron uma sequela comum à Covid é o desenvolvimento de sinusite bacteriana, além da perda de olfato e paladar, cansaço e dores de cabeça. “As sequelas são muito mais frequentes em pacientes com o quadro clínico grave ou crítico”, assegura.
Nesses casos, há risco aumentado para trombose, além de inflamações e mesmo desnutrição. Estudo realizado pela USP avaliou 425 pacientes entre seis e nove meses após a alta hospitalar da Covid-19. Mais da metade relata perda de memória, ansiedade e depressão.
Dayanne Timóteo, 36 anos, teve um quadro leve de Covid 19 há mais de um ano e ainda sofre com o problema. “Muitas vezes quero falar alguma coisa e não consigo me lembrar das palavras”, diz.
O médico infectologista, Hemerson Luz, diz que a Covid-19 é muito mais do que uma doença pulmonar. “É uma doença sistêmica que pode cursar com processo inflamatório disseminado. E o próprio coronavírus pode causar lesão em diversos órgãos e tecidos. Alterações renais, fibromialgia e cefaleias também são comuns.”
Os sintomas pós-covid costumam durar cerca de dois meses. “Mas pode passar disso”, alerta o infectologista. A presença persistente de sequelas é mais comum em quem teve a forma mais grave da doença. Por isso, tanto Dr. Hemerson Luz quanto Dr. Fabricio Silva orienta que cada um complete seu esquema vacinal. “Quanto mais branda a doença, menor a presença de sequelas. O que torna a doença mais branda é a vacinação”, assegura Dr. Fabrício.
Cerca de 18% da população de Goiás tomou dose de reforço de vacina contra Covid-19
Estima-se que entre 30% e 75% das pessoas que tiveram Covid-19 apresentam algum sintoma persistente após a infecção. As queixas vão desde desconforto respiratório, alteração no olfato e paladar, problemas de memória, dificuldades para dormir ou mesmo ansiedade e depressão. O Ministério da Saúde acredita que cerca de 8,5 milhões de brasileiros passam ou passaram por esses problemas.
A mineira Dayanne Timóteo foi uma dessas pessoas. Ela desenvolveu Covid-19 em março de 2021. Quase um ano depois, ainda apresenta sequelas. “Senti uma perda grande de memória. Às vezes eu tento falar determinadas coisas e as palavras fogem”, lembra.
Para reforçar o atendimento a essas demandas, nesta quarta-feira (16), o Ministério da Saúde destinou R$ 160 milhões para atendimentos de atenção primária no SUS para os casos de pós-covid. Pela portaria, cada município será enquadrado em uma categoria de prioridade: alta, média ou baixa. O índice leva em consideração quantitativo de equipes, índice de vulnerabilidade social, porte populacional e taxa de mortalidade por Covid-19.
Outra portaria reforçou em 263 milhões o orçamento dos centros de referência à Covid. Atualmente, o País tem 2,1 mil Centros de Atendimento especializados em Covid-19, distribuídos em 1.849 municípios; e, ainda, 82 Centros Comunitários, em 21 municípios.
O secretário de atenção primária à Saúde, Raphael Câmara, lembrou que a onda de Covid-19 causada pela Ômicron resultou na maior parte dos atendimentos realizados pela atenção primária. “Houve um aumento expressivo no atendimento aos casos gripais, mas, em nenhum momento o sistema colapsou. As pessoas foram atendidas e testadas”, assegurou. Dos cerca de 3,5 milhões de casos notificados de síndrome gripal leve no mês de janeiro de 2022, quase 1,6 milhão foram atendidos nas unidades básicas de saúde do SUS.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou que a estratégia de atenção básica à saúde é uma forma de se evitar que os casos se agravem e necessitem de atendimentos mais especializados. “Houve um reforço no orçamento desta secretaria: de R$ 17 bilhões nós ampliamos para cerca de R$ 25 bilhões. O enfrentamento à Covid 19, não é feito só na atenção especializada, mas na atenção primária”, defendeu durante o anúncio dos recursos.
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Estudo publicado na revista The Lancet demonstrou que seis meses após a infecção aguda, 76% dos 1.733 pacientes avaliados ainda apresentavam algum sintoma persistente. Cansaço e fraqueza muscular foram as queixas mais comuns, presentes em 63% dos casos. Essas sequelas foram seguidas por dificuldade de dormir, ansiedade e depressão. Além disso, entre os que tiveram formas mais graves da doença, 56% desenvolveu algum tipo de alteração pulmonar.