Fertilizantes

21/09/2023 00:10h

A indústria de fertilizantes brasileira também contribui com aproximadamente 2,2% do Produto Interno Bruto do agronegócio, além de gerar 28 mil empregos. Os dados são do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes

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A indústria de fertilizantes brasileira contribui com aproximadamente 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio; 6,0% do PIB da agropecuária; e cerca de 15% do PIB da cadeia de insumos. Os dados são do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert). Além disso, segundo o sindicato, o setor é responsável por mais de 28 mil empregos diretos e indiretos.  

Mas a advogada especialista em agronegócio Michele Lima explica que no Brasil é preciso utilizar fertilizantes, já que os solos não possuem todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento. Ela ressalta que o Brasil está “extremamente dependente” do mercado internacional.

“Nos últimos anos a gente percebeu que essa indústria vem cada vez mais sendo sucateada, com várias empresas saindo do setor, justamente por esse custo de transição. Com todo esse contexto, a gente chega em um cenário que estamos extremamente dependente do mercado internacional. E a variação do preço do dólar e das condições socioeconômicas dos outros países, elas geram uma flutuação muito grande e uma insegurança para o produtor.”

O Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert), previsto no PL 699/2023, é destinado a pessoas jurídicas que tenham projeto aprovado para “implantação, ampliação ou modernização de infraestrutura para a produção de fertilizantes e de seus insumos.” Conforme a proposta, é obrigatória a regularidade fiscal perante à União para ter acesso aos benefícios. 

De acordo com o autor do projeto, senador Laércio Oliveira (PP-SE), aumentar a produção nacional de fertilizantes é uma medida necessária para evitar riscos à segurança alimentar da população brasileira. Ele defende que incentivos ao segmento são essenciais, inclusive, para a soberania nacional. 

“No mercado, ouvindo todos os atores, a  gente percebeu que, de fato, esse seria o caminho a seguir pela necessidade que o país tem, pela grandeza que é o nosso agronegócio. Mas tornou-se uma questão de soberania nacional porque a gente não poderia conviver esses anos daqui para frente com uma dependência tão grande de fertilizantes importados para que o nosso agro cresça cada vez mais”, afirma. 

O Profert prevê a suspensão, isenção ou alíquota zero de tributos federais incidentes sobre máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos — e de materiais de construção para utilização ou incorporação no projeto. São eles: PIS/Pasep, Cofins, IPI e Imposto de Importação.

Além disso, segundo a proposta, durante a vigência do Profert não incidirá o Adicional de Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) sobre as mercadorias destinadas a projetos aprovados no programa.

Para a advogada Michele Lima, os incentivos previstos pelo Profert vão contribuir para tornar a indústria de fertilizantes brasileira maior, mais moderna e mais efetiva. 

“Esse projeto de lei, a ideia dele é que a partir de uma série de medidas benéficas tributárias, a gente incentive a indústria do fertilizante no Brasil e assim a gente consiga atender a todo um setor que vai desde o produtor rural até o consumidor final, que vai ser beneficiado com alimentos mais baratos.”

Projeto de lei

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (19), a criação do Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert). O PL 699/2023 prevê benefícios tributários com o objetivo de estimular o setor no país e reduzir a dependência externa de fertilizantes.

O texto foi aprovado na CAE com uma emenda proposta pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), que estende os benefícios tributários previstos na lei 12.431/2011 às  debêntures — títulos de dívida que geram direito de crédito — emitidas pelas pessoas jurídicas habilitadas no Profert. O projeto segue agora para análise em caráter terminativo da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). 

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19/09/2023 20:10h

Profert foi aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos nesta terça-feira (19). Proposta prevê benefícios para estimular o setor e reduzir a dependência externa de fertilizantes

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A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (19), a criação do Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert). O PL 699/2023 prevê benefícios tributários com o objetivo de estimular o setor no país e reduzir a dependência externa de fertilizantes. 

O relator da matéria na CAE, senador Eduardo Gomes (PL-TO), argumenta em seu parecer favorável ao projeto que o Brasil não é autossuficiente na produção de fertilizantes. Segundo o senador, 85% do que é consumido no país é importado. 
 
“A pandemia de Covid-19 e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia afetaram grandemente o fluxo de fertilizantes no mundo, demonstrando o risco de se depender fortemente da importação de produtos essenciais para a sustentação de um dos setores mais profícuos da economia nacional: o agronegócio.”

Eduardo Gomes ressaltou no relatório aprovado que “este novo cenário de insegurança no suprimento desses insumos trouxe ao setor, responsável por quase metade das exportações brasileiras, preocupação relevante quanto à manutenção de suas atividades econômicas”.

O texto foi aprovado na CAE com uma emenda proposta pelo senador Esperidião Amin (PP-SC), que estende os benefícios tributários previstos na lei 12.431/2011 às  debêntures — títulos de dívida que geram direito de crédito — emitidas pelas pessoas jurídicas habilitadas no Profert. 

“Esse projeto é mais do que oportuno. Ele vai ao encontro de uma carência absurdamente conhecida, diagnosticada, e ainda, insuficientemente enfrentada.  Essa emenda foi engrandecida pelo relatório. Mas ela tem um objetivo relevante de dar maior amplitude ao programa. Ela amplia o alcance, a abrangência do projeto”, pontua Amin. 

O projeto

O Programa de Desenvolvimento da Indústria de Fertilizantes (Profert), previsto no PL 699/2023, é destinado a pessoas jurídicas que tenham projeto aprovado para implantação, ampliação ou modernização de infraestrutura para a produção de fertilizantes e de seus insumos. Conforme a proposta, é obrigatória a regularidade fiscal perante à União para ter acesso aos benefícios. 

O Profert prevê a suspensão, isenção ou alíquota zero de tributos federais incidentes sobre máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, e de materiais de construção para utilização ou incorporação no projeto. São eles: PIS/Pasep, Cofins, IPI e Imposto de Importação. 

Além disso, segundo a proposta, durante a vigência do Profert não incidirá o Adicional de Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) sobre as mercadorias destinadas a projetos aprovados no programa.

“Será possível incluir os efeitos da renúncia fiscal prevista no projeto de lei 699/2023 no projeto de lei orçamentária anual de 2024, enviado pelo governo recentemente, que estima a receita e fixa despesa da União para o exercício financeiro 2024”, explicou o relator Eduardo Gomes.

O projeto segue agora para análise em caráter terminativo da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). 
 

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15/08/2023 20:45h

Estão disponíveis informações que definem ambientes favoráveis à mineralização de fosfato na região

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) realizou o projeto Avaliação do Potencial de Fosfato no Brasil: Investigação na Formação Jandaíra, Bacia Potiguar, Municípios de Areia Branca de Guamaré, no Rio Grande do Norte. Os resultados foram divulgados no Informe de Recursos Minerais, da série Insumos Minerais para a Agricultura.

Estão disponíveis informações que definem ambientes favoráveis à mineralização de fosfato na região. Os dados foram obtidos a partir de três linhas de trabalho - prospectiva, sondagem e analítica. O projeto do SGB impulsiona novos investimentos na pesquisa de fosfato, um mineral crítico e estratégico para o setor agrícola e de suma importância para a economia brasileira, pois é matéria-prima para a produção de fertilizantes. Atualmente, o Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes que utiliza.

Com pesquisas para identificar o potencial para fosfato em território nacional, o SGB espera contribuir para a redução dependência internacional do Brasil, além de fomentar a competitividade dos produtores rurais brasileiros, que estão entre os principais beneficiados pelo projeto. A iniciativa estimula também o desenvolvimento socioeconômico da região, com a atração de investimentos, geração de novos empregos e renda para a população. As informações geram ainda subsídios para políticas públicas, que beneficiam diretamente os habitantes dos municípios contemplados pelos estudos.

A comunidade técnico-científica também é beneficiada com a ampliação do conhecimento geológico sobre o território nacional. Desse modo, pesquisadores têm insumos para a realização e aprofundamento de estudos. O projeto Avaliação do Potencial de Fosfato no Brasil é um produto realizado a partir do Programa Geologia, Mineração e Transformação Mineral e da Ação Avaliação dos Recursos Minerais do Brasil. A atuação do SGB está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente aos ODS 7, 8, 9 e 12.

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31/07/2023 19:20h

Com o investimento em Irecê, a empresa vai duplicar produção em Luís Eduardo Magalhães (Ba)

Rodolfo Galvani Jr., presidente do Conselho de Administração e VP de Engenharia e Inovação, Marcelo Silvestre, diretor-presidente, e Gizelle Tocchetto, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade, representantes da Galvani, apresentaram, em reunião com a CBPM, a solução tecnológica desenvolvida pela empresa para a nova fase em Irecê, que permite o processamento a seco da rocha fosfática e elimina a necessidade de construção de uma barragem de rejeitos. “Com o investimento em Irecê, vamos possibilitar a duplicação da nossa produção anual de fertilizantes em Luís Eduardo Magalhães, que saltará de 600 mil para 1,2 milhão de toneladas. Esse projeto irá diminuir a dependência nacional de fertilizantes importados e contribuir com o fortalecimento da segurança alimentar do país. Além disso, nosso modelo de operação em Irecê é sustentável e permite o máximo aproveitamento do recurso, com geração praticamente zero de resíduo”, assinala Rodolfo Galvani Jr.

Em fase de licenciamento ambiental, o projeto irá gerar cerca de 900 empregos diretos e indiretos durante a fase de operação. A Galvani, responsável pelo aporte financeiro, estima que serão investidos cerca de R$ 340 milhões na nova fase de operação da unidade baiana, cujos direitos minerários pertencem à CBPM. A previsão é que as obras comecem em 2024, e a operação no início de 2026.  A Galvani apresentou ainda investimentos socioeducacionais de mais de R$ 1 milhão para a região de Irecê. O plano de aporte prevê a implantação de projetos que desenvolvem atividades em diversas áreas, como educação, cultura, assistência social e agricultura.

O anúncio da Galvani foi feito ao recém-empossado presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal e ao secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE-BA), Angelo Almeida, em reunião realizada nodia 25 de julho.

Na ocasião, também estiveram em pauta as melhorias tecnológicas no tratamento do minério e o processo de licenciamento para a nova fase de operação da unidade de mineração de fosfato, utilizado pra a produção de fertilizantes em Irecê.

Durante a reunião, Rodolfo Galvani Jr. recebeu como homenagem uma escultura produzida pelo artista plástico Bel Borba. A entrega foi realizada pelo presidente da CBPM, Henrique Carballal. “Nós reconhecemos a importância da Galvani, que conta com profissionais qualificados, com grande responsabilidade no âmbito da segurança que envolve o meio ambiente e o compromisso social corporativo. Portanto, fizemos questão de fazer essa homenagem em reconhecimento a essa relevância que a Galvani tem para a CBPM, com um projeto que consegue trazer grandes benefícios tanto do ponto de vista social quanto no que diz respeito a responsabilidade ambiental, o que nos faz  ampliar e consolidar essa parceria”, salientou o presidente da CBPM, Henrique  Carballal.

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12/07/2023 14:35h

Município homenageia Alysson Paolinelli e quer se consolidar como polo na difusão dos remineralizadores

O prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, encaminhou à Câmara Municipal projeto de lei que denomina o 1º Polo Agromineral Verde do Brasil, no município, de Ministro Alysson Paolinelli. Além de homenagear o ex-ministro da Agricultura, a proposta também institui diretrizes de consolidação do município como estimulador e fornecedor de remineralizadores de solo, como o pó de basalto, no desenvolvimento da produção agrícola sustentável.

Engenheiro agrônomo e professor, Paolinelli liderou a revolução agrícola tropical e definiu um novo marco para desenvolvimento da agricultura e promoção da segurança alimentar. “Um grande brasileiro e responsável por Uberlândia se tornar referência nos estudos do pó de basalto e remineralizadores do solo”, ressaltou o prefeito Odelmo Leão.

No que se refere às diretrizes, a proposta estabelece o compromisso do município com a promoção e utilização de remineralizadores no agronegócio, bem como com o incentivo de novas pesquisas para o aprimoramento da cadeia produtiva agrícola e dos bioinsumos. Desde 2019, a prefeitura lidera a pesquisa e o desenvolvimento do uso dos remineralizadores de solo como uma alternativa sustentável para a agricultura brasileira. Em 2021, chegou a colocar Uberlândia no centro desenvolvedor do pó de rocha com o lançamento do 1º Polo Agromineral Verde do Brasil.

Odelmo Leão já elaborou e publicou também uma cartilha virtial com os resultados e vantagens do uso de remineralizadores em 2023. No material, há dados específicos sobre cada tipo de cultivo e os vários testes feitos com diferentes dosagens do pó de rocha (basalto). 

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25/05/2023 06:00h

Obras do projeto devem começar em 2024; a previsão de início da operação da fábrica da Atlas Agro é 2027

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O triângulo mineiro vai receber mais uma fábrica de fertilizantes a partir de hidrogênio verde, um dos principais componentes do insumo. A Atlas Agro Brasil, empresa especializada em fertilizantes nitrogenados, assinou o protocolo de intenção para instalação da fábrica no Distrito Industrial III de Uberaba (MG). Ao todo, o investimento deve chegar a R$ 5 bilhões, com previsão de geração de empregos diretos na região.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação de Uberaba, Rui Ramos, destaca que o município está em pleno desenvolvimento e possui uma posição estratégica que beneficia empresas.

“Uberaba no ano passado e nesse início de ano tem sido um dos municípios que mais tem gerado emprego no Brasil, pelos dados do Caged. Nós temos aqui um polo de fertilizantes, que é o nosso Distrito III, que é um dos maiores da América do Sul. Nesse local nós temos uma posição logística fantástica, nós estamos equidistantes em torno de 500 quilômetros dos principais centros de consumo do Brasil, das principais capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Brasília”, afirma.

A Câmara dos Vereadores de Uberaba (MG) já aprovou a concessão de um terreno do poder público com aproximadamente 1 milhão m² para o projeto. De acordo com informações da Câmara, o terreno cedido é o mesmo onde seria instalada uma planta de amônia, que acabou não saindo do papel. De acordo com o secretário, as obras estão dentro do previsto pelo cronograma.

“Nós estamos acabando a celebração dos contratos de incentivo tanto do município como do estado e formalizando esses contratos, nos próximos 30 dias a empresa dará início aos projetos de engenharia. É um complexo industrial nos moldes da refinaria que envolve toda uma tecnologia nova. Os projetos em geral são feitos no exterior, então tem um período grande de detalhamento de projeto, licenças ambientais, licença de instalação. A previsão é iniciar a obra no segundo semestre de 2024 e início de operação em 2027”, explica.

Segundo Ramos, durante a construção da unidade devem ser gerados 2.000 empregos diretos e depois da operação, entre 500 e 600 diretos e indiretos.

Futuro hidrogênio verde

Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre as perspectivas de aplicação do hidrogênio na indústria brasileira identificou que os setores de refino e fertilizantes (consumidores de hidrogênio cinza, que é produzido a partir de gás natural) têm potencial de uso imediato das opções sustentáveis como estratégia de descarbonização.

Dados do levantamento apontam que o setor de refino tende a ser o principal cliente, com cerca de 74% do hidrogênio consumido na indústria brasileira. Já os setores de fertilizantes e amônia vêm logo em seguida. O estudo ainda indica que o Brasil tem potencial para a produção de amônia a partir de hidrogênio verde próxima ao agronegócio, que hoje consome 87 mil toneladas por ano de hidrogênio.

No Congresso Nacional, tramita o projeto de lei 1878/2022, que trata de incentivos ao hidrogênio verde e está em discussão na Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde, onde aguarda relatoria. O deputado federal Zé Vitor (PL-MG) destaca o potencial do estado de promover o aumento da produção de insumos a partir de fontes renováveis e, assim, gerar mais empregos e renda para a população.

“Minas tem sido palco de grandes investimentos por vários fatores: pelo bom alinhamento com o governo do estado, pela disponibilidade de mão de obra qualificada por uma boa rede de prestadores de serviço e de fornecedores de produtos e mostra o quanto nós estamos dispostos a trabalhar pela captação de mais investimentos, que certamente significa mais emprego e renda e a transformação da vida de muitas famílias”, ressalta.

FERTILIZANTES: Setor prevê investir R$ 21 bilhões em projetos no Brasil 

Brasil é o único país capaz de dobrar a produção de fertilizantes nos próximos 5 anos 

Potencial de exportação do hidrogênio verde abre oportunidades para profissionais

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14/05/2023 01:55h

Investimento será em projetos que visam aumentar a oferta nacional de insumos para a agricultura

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Nos próximos quatro anos, a indústria de fertilizantes deve realizar investimentos da ordem de R$ 21 bilhões no país, em projetos que visam aumentar a oferta nacional de insumos para a agricultura. É o que informa Bernardo Silva, diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústria de Matérias-primas para Fertilizantes (Sinprifert).

Segundo ele, com a implantação de novas fábricas, expansão de investimentos para outras regiões do país, aumento da capacidade produtiva total e reativação de plantas, o setor pretende alavancar a produção nacional de matérias-primas, contribuindo para reduzir a atual dependência externa.

“Diante dos acontecimentos do cenário econômico internacional, onde a guerra entre Rússia e Ucrânia evidenciou a fragilidade e imprevisibilidade do nosso abastecimento interno, o Brasil fez seu dever de casa e agora tem plenas condições para viabilizar uma produção nacional forte e estruturada. Por isso, com este cenário favorável, as empresas estão investindo e apostando na reindustrialização do setor”, explica o dirigente.

Ele acrescenta que desde 2015 a indústria nacional de fertilizantes vem fazendo um movimento de consolidação, mesmo diante de um cenário ainda de dificuldades. “À época, 70% dos fertilizantes usados no Brasil eram importados. Esse número chegou 90% em 2021 e ano passado acendeu o alerta vermelho com a crise no leste europeu, uma vez que Rússia e Bielorrússia são um dos principais fornecedores de fertilizantes do Brasil, além de países como China, que vêm estabelecendo restrições aos abastecimentos externos”, enfatiza.

Ele explica que, em março de 2022, foi lançado o Plano Nacional de Fertilizantes, estratégia de Estado para minimizar a subordinação do agronegócio nacional ao fornecimento externo de insumos, com foco nos principais elos da cadeia: mineração, química, infraestrutura, agricultura, inovação e sustentabilidade ambiental. O objetivo é diminuir a dependência externa para 50% até 2050.

“O movimento agora é de expansão do parque industrial nacional e da viabilidade destes projetos em andamento. A continuidade deste cenário é bastante plausível, desde que a estabilidade institucional se mantenha e que o Brasil continue com uma visão de longo prazo, para que possamos ultrapassar rapidamente as barreiras que hoje impendem a competividade da indústria brasileira”, conclui Silva.

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02/05/2023 04:00h

A afirmação é do diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), Ricardo Tortorella, durante seminário sobre o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) ocorrido na última quinta-feira (27), na Câmara dos Deputados

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O Brasil é o único país que possui abundância de água e de minerais no solo para dobrar a sua capacidade de produção de fertilizantes (NPK) nos próximos 5 anos. É o que afirmou o diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), Ricardo Tortorella, durante o seminário sobre o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF) ocorrido na última quinta-feira (27), na Câmara dos Deputados. 

“Se a gente puder olhar países que, ao mesmo tempo, contêm mais de 100 milhões de habitantes, mais de 2 milhões de km² e um PIB maior que U$ 1 trilhão, sobram cinco países no mundo. Nós somos um desses cinco países do mundo”, acrescentou o diretor. Tortorella também comentou que o PNF traz um equilíbrio fundamental para o setor. 

O evento também contou com a presença do diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), Bernardo Silva. Segundo ele, é de extrema importância que o Brasil tenha um plano de governo voltado para a produção própria de fertilizantes. 

“O problema de fertilizantes não começou com a pandemia, não começou com a guerra da Ucrânia. A gente vê a produção nacional sendo estagnada ao longo dos últimos 30 anos, enquanto a importação subiu mais do que 600%, por causa de falta de planejamento, coordenação e políticas equivocadas que privilegiavam as importações, quando a gente tem no Brasil plena capacidade de produzir fertilizantes”, completa.

Silva afirma que, no ano passado, o Brasil produziu cerca de 7,5 milhões de toneladas de NPK e que, em condições adequadas, essa produção poderia ser quase dobrada, pois o país possui capacidade instalada de quase 13 milhões de toneladas de NPK. 

“Se a gente olhar a longo prazo o Plano Nacional de Fertilizantes, até 2050, o Brasil teria condições de produzir quase 25 milhões de toneladas de NPK, caso todas as ações que constam no plano sejam implementadas”, aponta. 

Um dos parlamentares presentes no debate foi o senador Laércio Oliveira (PP-SE), que destacou que o Brasil gasta aproximadamente U$ 15 bilhões com a importação de fertilizantes por ano. “Eu escuto hoje muita conversa sobre a política de incentivos, que o Brasil renuncia bilhões ou trilhões com incentivos. Eu acho que rever essa pauta é importante, sim, mas o Brasil precisa se conscientizar de que a Política Nacional de Fertilizantes, bem aplicada, é importante para desenvolver o país”, enfatiza.

Plano Nacional de Fertilizantes

O Plano Nacional de Fertilizantes tem como meta planejar o setor até 2050 e desenvolver o agronegócio nacional, com foco nos principais elos da cadeia: indústria tradicional, produtores rurais, cadeias emergentes, novas tecnologias, uso de insumos minerais, inovação e sustentabilidade ambiental.

O PNF começou a ser elaborado em 2021 e foi formalizado por decreto de 11 de março de 2022. O documento cria ainda o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas, órgão consultivo e deliberativo que coordena e acompanha a implementação do Plano Nacional de Fertilizantes.

A implantação das ações do PNF poderá minimizar a dependência externa desses nutrientes importados principalmente da Rússia, China, Canadá, Marrocos e Belarus. Estados Unidos, Catar, Israel, Egito e Alemanha completam a lista dos dez maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil em 2021, de acordo com dados do então Ministério da Economia.

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24/04/2023 04:00h

Projeto de Lei de Beto Rosado altera composição da mistura química usada na fabricação de fertilizantes

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De autoria do engenheiro agrônomo e ex-deputado federal Beto Rosado, o Projeto de Lei 3095/22 altera a composição da mistura química usada na fabricação de fertilizantes. Caso seja aprovado, a mistura terá adição do sódio para substituir, mesmo que parcialmente, o potássio, um mineral usado na fabricação de fertilizantes que é importado da Rússia.

O projeto está em análise na Câmara dos Deputados e altera o texto da Lei que trata da produção e comércio de fertilizantes. Segundo Rosado, a medida vai reduzir os custos para os produtores agrícolas, além de ser alternativa à dependência de insumos estrangeiros. Ele explicou que “a adição do sódio vai contribuir para a agricultura brasileira, uma vez que diversas pesquisas científicas sugerem a possibilidade de substituição parcial do potássio pelo sódio sem perda de produtividade ou danos às plantas”.

A proposta está sujeita à análise conclusiva das comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

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31/01/2023 13:30h

Especialistas apontam alta do dólar e aumento da demanda por produtos agrícolas como responsáveis por superávit, mas produção sofre com preço dos fertilizantes

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O presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou o envio de 31 tanques de guerra para uso dos militares ucranianos no conflito contra a Rússia. O comunicado foi feito na última quinta-feira (26) na Casa Branca, dois dias depois da data que marcou 11 meses do início do embate.

Na ocasião, Biden garantiu que a medida não se trata de uma ameaça contra o presidente russo, Vladimir Putin. “O anúncio de hoje agrega no árduo trabalho e compromisso dos países, liderados pelos Estados Unidos, para ajudar a Ucrânia a defender sua soberania e território. É disso que se trata: ajudar a Ucrânia a defender e proteger o território ucraniano”, afirmou o chefe de Estado.

Com a escalada das tensões, o cenário mundial fica mais incerto, o que inclui o Brasil. “Indiretamente, o Brasil acaba também sendo afetado, porque você reduz as relações comerciais entre Brasil e Europa, você provocou uma inflação maior no mundo, o próprio mercado americano trabalhou a política monetária subindo a taxa de juros, isso afetou o preço do dólar também”, comenta o professor e economista Cesar Bergo.

Acontece que o impacto no mercado brasileiro foi positivo. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), a balança comercial do país fechou o ano de 2022 com um superávit – isto é, quando o valor das exportações supera o das importações – de US$ 61,8 bilhões. “A balança comercial brasileira foi beneficiada porque as commodities aumentaram de preço. O Brasil é altamente exportador não só de grãos, mas também de petróleo bruto, então afetou positivamente a economia nesse sentido”, avalia Bergo.

A análise do Ibre indica justamente que as restrições da oferta agrícola associadas à guerra na Ucrânia foram um fator preponderante para esse resultado, uma vez que elevaram os preços agrícolas. O assessor técnico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Lucas Martins, alerta que, se por um lado a demanda pelos produtos agrícolas subiu, por outro, também aumentaram os custos de produção. “Desde o início dos conflitos, em fevereiro de 2022, os fertilizantes dispararam. Os produtores rurais precisam desses insumos para garantirem a produção das lavouras e o alto custo fez com que os produtores precisassem se programar muito mais em relação ao momento de compra desses insumos e de venda da safras. A safra atual de grãos, a safra 2022-23, está sendo a safra mais cara da história. Os produtores nunca desembolsaram tanto para colocar as culturas no solo”, pondera o especialista.

Uma coisa que Bergo e Martins concordam é que a continuidade do conflito não é algo bom para nenhuma parte envolvida, seja direta ou indiretamente. Além disso, caso as tensões não diminuam, tanto o governo quanto o setor produtivo vão precisar usar a criatividade para suavizar o impacto no mercado brasileiro.

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