Brasil Mineral 3

08/09/2023 09:40h

A área a ser revitalizada abrigava as antigas Mina Velha e Mina Grande, ativas entre 1834 e 2003

O Governo de Minas Gerais firmou protocolo de intenções, por meio da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Invest Minas), com a AngloGold Ashanti com o objetivo de recuperar uma antiga área de mineração de 260 mil m², no centro de Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O vice-governador Professor Mateus participou da solenidade com a mineradora AngloGold Ashanti, a construtora Concreto e com apoio da Prefeitura de Nova Lima. 


A expectativa é melhorar a valorização do patrimônio histórico e cultural do município, além de ressignificar o uso do espaço desativado. A área anteriormente voltada à mineração dará espaço para centros culturais, espaços de convivência, áreas verdes, comércio, serviços, moradias, entre outros. Haverá, ainda, espaço para a prática de esportes ao ar livre, atividades de educação e economia criativa e também ações voltadas para a inovação na indústria. “Temos inúmeras minas no estado, algumas dentro de cidades, como é o caso dessa, mas todas elas com algum tipo de problema no momento do fechamento, em que o que sobra é só a cava. E nós temos condições de transformar essas cavas em riqueza novamente para a cidade porque a cidade continua, e esse projeto pode servir de exemplo para dezenas de outros projetos de recuperação de áreas de minas fechadas daqui em diante”, afirmou o vice-governador, Professor Mateus.


Atualmente, o projeto está em processo de licenciamento nos órgãos de patrimônio e ambientais e está sendo apresentado a representantes da sociedade civil, comunidades, associações e instituições. O projeto deve gerar cerca de 350 empregos temporários diretos e outros 600 indiretos e, ainda criar 260 novos postos de trabalho nos três primeiros anos de operação.


Outra melhoria a ser realizada é a revitalização de mais de 19,6 mil m² de estruturas históricas com o objetivo de valorizar o patrimônio, a preservação ambiental e a inovação, com construções criadas para respeitar a história local, e com inspiração no conceito de Museu de Território. O baixo impacto ambiental também é um diferencial, com 25% da área destinada a corredores ecológicos e áreas de preservação da Mata Atlântica e taxas de ocupação das edificações para moradias abaixo do que é permitido no Plano Diretor do município. 


O projeto terá também uma nova via de dois quilômetros de extensão e de uma ciclovia que irá melhorar a mobilidade urbana na área central de Nova Lima. A partir do Nova Vila, o município também passará a contar com duas alternativas de escoamento da parte baixa da cidade para chegar ao centro. “Estamos vendo um investimento no centro de Nova Lima, significando o fechamento de uma mina com a entrega de utilidade à população. Essa mina foi fechada há quase 20 anos e, desde então, o que Nova Lima tem é uma área enorme cercada dentro da cidade. E o que vai passar a ter é uma ligação direta da entrada da cidade com o centro”, destacou Professor Mateus. 


Para o prefeito de Nova Lima, João Marcelo Dieguez, o projeto deve garantir benefícios para a cidade. “Sabemos da importância que essa área tem para Nova Lima, e por isso apostamos em um projeto que, ao mesmo tempo, preserve o patrimônio histórico ali localizado, ofereça uma solução de mobilidade para o trânsito da área central e, ainda, que seja uma área de comércio, serviços e usufruto da população”, disse.


A área a ser revitalizada abrigava as antigas Mina Velha e Mina Grande, ativas entre 1834 e 2003. “O Nova Vila representa um exemplo único de fechamento de mina com geração de valores sustentáveis em Minas Gerais e no Brasil. Ao mesmo tempo que permite um novo uso a uma área industrial desativada, oferece lazer, promove o resgate e preservação da memória, valoriza a cultura, e favorece o desenvolvimento socioeconômico”, disse o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Corporativos da AngloGold Ashanti, Othon Maia.

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04/09/2023 15:44h

Crescimento do setor mineral no estado está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico

Na apresentação para empresários e autoridades da mineração, na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM), o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, abordou a palestra “Bahia: A bola da vez da mineração, o papel da CBPM e os minerais estratégicos”. O executivo disse que o crescimento do setor mineral no estado está diretamente ligado ao desenvolvimento econômico.

Foram levantados assuntos relevantes que envolvem a nova província mineral da Bahia e o potencial da área que envolve minérios de níquel-cobre-cobalto, ferro-titânio-vanádio e de fosfato. “Neste momento de mudança, da transição energética, em função do apelo proveniente das alterações climáticas, é fundamental que todos compreendam a importância que a mineração terá. A Bahia será a bola da vez, pois é um estado importantíssimo neste contexto, devido às suas características geológicas, que serão fundamentais neste processo. A Bahia ocupa o terceiro lugar entre os estados brasileiros na produção mineral, mas possui a maior multiplicidade destes minerais estratégicos no Brasil”, ressaltou o presidente da CBPM.

Carballal comentou ainda que a Bahia é o único estado brasileiro a produzir níquel sulfetado, um dos minerais únicos de transição energética e de difícil ocorrência.  “Devemos ultrapassar o âmbito da pesquisa mineral, passando a ser uma empresa de mineração associada aos empreendimentos minerais, aliada à iniciativa privada”. O presidente da CBPM disse ainda que o estado desenvolve soluções de logística e de infraestrutura que respeitam os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e as práticas ESG. “Essa compreensão é proveniente do entendimento das missões que o governador Jerônimo Rodrigues nos delega e acompanha de perto, estando presente constantemente neste caminho que traçamos, visando colocar a Bahia neste cenário”, concluiu Carballal, que participou da EXPOSIBRAM, ao lado do diretor-técnico da CBPM, Manoel Barretto, e do chefe de gabinete da estatal, Carlos Borel.

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19/06/2023 02:24h

"O ESG tem um histórico sustentável e atualmente não dá mais para deixar essa sopa de letras à parte da atividade minerária junto das comunidades", afirmou Maria José Salum, Membro do Conselho de Sustentabilidade da Sigma Mineração durante debate da 8ª edição do Mineração&/XComunidades

A parte da tarde do segundo dia da 8ª edição do Mineração&/XComunidades se iniciou com duas apresentações, sobre a Aplicação da CPLI OIT 169 na prática, tendo como moderador o professor Giorgio De Tomi. Abordando Acertos e erros, Adriano Espeschit, Presidente da Potássio do Brasil e Diretor Executivo da J.Mendo Consultoria, mostrou o ponto de vista da indústria. 

Adriano começou apresentando o Projeto Autazes, da Potássio do Brasil, desenvolvido no município homônimo no Amazonas, que possui também terras indígenas homologadas dentro da região do projeto. “Como a consulta é livre, o povo Mura decidiu realizar a Consulta Prévia, Livre e Informada (OIT 169) também no município de Careiro da Várzea – vizinho de Autazes. Em 2019, a Potássio apresentou o projeto ao povo Mura, por meio de cartilha e vídeo, além de um relatório técnico para sanar quaisquer dúvidas dos indígenas. “O objetivo era não ter interferência da empresa e, apesar da Potássio ainda não ter uma operação, nós já temos a licença prévia que conseguimos ao esclarecer dúvidas em duas audiências prévias com a comunidade”.

O projeto da Potássio é uma planta de beneficiamento a oito quilômetros de duas terras indígenas e a outros oito quilômetros do porto que a companhia irá utilizar. “É uma mina subterrânea de camada de silvinita que está a 800 metros de profundidade, sendo que a silvinita não tem reagente químico e passa por todo um processo até chegar ao produto final. O resíduo é uma pilha de sal seco que será empilhado para voltar para o subsolo. O fechamento de mina acontece a partir no sexto ano, pois já teremos painéis disponíveis para serem preenchidos. A operação durará 23 anos e o fechamento de mina levará mais alguns anos”. Serão gerados cerca de 2.600 empregos na fase de implantação do projeto e mais 1.300 com o empreendimento em operação. 

A Convenção da OIT 169 sobre povos indígenas e tribais foi assinada por vinte países, dentre eles Brasil e Canadá, e a Potássio já cumpriu o primeiro passo (apresentação do projeto) e o segundo foi uma grande assembleia junto a 44 aldeias indígenas presentes, dos quatro exigidos. “Nós temos o compromisso de empregar 80% de mão-de-obra local. Se a população quiser, deixaremos a estrada e porto utilizados no projeto, caso o contrário tudo será removido”. 

A Potássio do Brasil tem uma infinidade de programas voltados para a mitigação ou compensação dos impactos que o projeto irá produzir, como água, qualidade do ar, reflorestamento, entre outros. Já os planos e programas específicos para o povo Mura foram apenas esboçados, pois precisam ser avaliados, discutidos e desenvolvido diretamente com os indígenas de Autazes e Careiro da Várzea. Há programas voltados para o desenvolvimento da educação, saúde, cultura, gestão territorial e de comunicação social com os Mura. Sobre os erros e acertos propostos pela palestra, Adriano disse que a empresa errou em não consultar previamente a comunidade e ao subestimar que conseguiria obter a licença em seis meses. Entre os acertos, o acordo que não teríamos contato com o povo Mura, enquanto o processo de conduta adequado não estiver concluído. 

Dando continuidade ao assunto, José Neto, Sócio e Líder de Projetos, Metodologias e Desenvolvimento de Equipe da Integratio, e Keyty Silva, Coordenadora de Projetos da Integratio, apresentaram ‘Mineração &/X Comunidades Tradicionais e a aplicação da Consulta Prévia, Livre e Informada (OIT 169)’. 

Neto explicou que a OIT 169 foi adotada em 1989 e tem como objetivos proteger os direitos de comunidades tradicionais, garantir a participação de tais comunidades em debates sobre quaisquer atividades que as afetem, servir como um instrumento jurídico internacional para promover os direitos das comunidades e fortalecer o respeito à diversidade cultural e o desenvolvimento sustentável dessas comunidades. Keyty Silva disse que Convenção 169 é uma forma de reconhecimento de que os povos possuem direitos próprios. “A OIT vem para reforçar e proteger esses direitos e garantir a participação dos povos, e principalmente reconhecer o tempo dos territórios durante o tempo de desenvolvimento de projetos”.

A Convenção 169 não cita nenhuma vez a Consulta Prévia Livre e Informada - CPLI e ela não trata só de projetos, mas direitos de povos tradicionais, como saúde, trabalho. A OIT 169 é direcionada aos governos. Neto diz que o termo aparece pela primeira vez nos Padrões de Desempenho da International Finance Corporation (IFC), em 2006, e quase 20 anos depois alguns países têm legislações específicas sobre a OIT 169. No Brasil, a OIT 169 está ratificada desde 2003 e passou por mudanças, por meio de decretos em 2004 e 2019, a última estando em vigor (Decreto 10.088). 

O termo CPLI também não aparece nenhuma vez na Portaria 060/2015, legislação que trata de licenciamento ambiental em terras tradicionais. “O que aparece é a consulta muito próximo do que se faz no âmbito da audiência pública. Como esse processo pode ser bem aplicado?”. O Estado tem papel fundamental no processo de operacionalização da CPLI, mas a legislação federal não especifica quais os procedimentos devem ser adotados para execução da CPLI. “No Brasil, a CPLI tem sido apropriada com o um mecanismo de operacionalização de conflitos, e não como um instrumento de participação democrática por parte dos povos tradicionais”, concluiu Neto. 

Produção responsável de ouro 

A terceira apresentação da tarde foi sobre Programas de incentivo a produção de ouro responsável e seus impactos na comunidade, com Pedro Eugênio Gomes Procópio da Silva, Diretor de Operações da Fênix DTVM, que abordou a mineração responsável de ouro em pequena escala. “Basicamente, a Fênix faz a intermediação da mineração de pequena escala, a fim de garantir que o metal não seja ilegal, além de realizar o recolhimento da CFEM. Entendemos que somos parte da cadeia produtiva e responsável pela promoção de mineração com certificação (desde a existência da mina, relação das minas com o meio ambiente, processos produtivos, manejo, entre outros)”. 

Outro ponto citado por Pedro Eugênio é o rastreamento do ouro com autenticidade de dados com a nota fiscal eletrônica implantada recentemente. “Conseguimos isto com o blockchain, que mapeia todos os dados da lavra mineral e todo o caminho do ouro percorrido, junto ao combate de lavagem de dinheiro e o estímulo à gestão responsável. “Neste ponto, buscamos alternativas para os garimpeiros responsáveis para que possam evoluir na cadeia do ouro e estimulamos o profissional por meio de incentivos financeiros à atividade responsável e iniciativas de transferência de conhecimento, como programa de eliminação de mercúrio, de recuperação de água, de economia de água no processo produtivo, educação ambiental nas comunidades e programa de consumo de energia limpa e neutralização do carbono”. 

A mineração de pequena e média escala é essencial, pois gera divisas ao País, e a Fênix entende que tem que reconhecer a própria empresa como parte do problema e solução para implementação do ESG no garimpo legal. “A mineração tem que conviver bem com a sociedade e com o meio ambiente”. 

Exemplos de programas com comunidades 

A tarde contou ainda com apresentações das empresas AMG e Vale, sobre exemplos de programas de relacionamento com as comunidasdes. João Augusto Dias Silva, Gerente Geral de Segurança, Saúde Ocupacional e Meio do Campo das Vertentes. O executivo comentou que a empresa trabalha em Campos das Vertentes e conseguiu transformar o que é vocação em oportunidade junto da comunidade. “A comunidade tem que decidir aonde ela quer chegar, pois a empresa tem que trabalhar em parceria com o território”. 

A AMG tem cerca de 3.600 funcionários, produz metais especiais com alto grau de engenharia e sistema de forno à vácuo, e fornece materiais críticos para os setores de energia, transporte, infraestrutura e metais especiais e químicos. A AMG tem o compromisso de reduzir em 20% a geração de CO2 até 2030, com base no ano de 2019. “Temos uma mineração em Nazarero, uma metalurgia em São João Del Rey e um escritório em Nova Lima. Atualmente está ampliando a planta de concentrado de espodumêmio. A expectativa é que em passemos de 90 para 130 milhões de toneladas anuais de lítio em setembro deste ano. Até 2026, vamos investir R$ 1,5 bilhão com uma planta para fazer a verticalização de nosso produto”. 

Nos municípios mineiros de Nazareno e São Tiago, a empresa tem cerca de 1.200 empregos diretos/indiretos em cada um, com 70% de trabalhadores locais e outros 1.200 em São João Del Rey, também com 70% da mão-de-obra local. “É desejo da AMG que as comunidades que nos recebem, cresçam junto conosco. Para isso é preciso estabelecer uma relação de confiança, transparência e um desenvolvimento sustentável nas áreas social, cultural, esportiva e de educação”. 

Recentemente, a AMG assinou um Termo de Ações socioambientais para desenvolver um parque ecológico no centro de Nazareno, cursos profissionalizantes em parceria com SENAI para capacitação, doação de 14 caminhões de pedra britada por dia para a manutenção das estradas municipais e outras inciativas. 

A outra apresentação, ‘Agenda Integrada Itaqui-Bacanga: integração interna e participação social na construção de relacionamento de longo prazo em São Luiz (MA) – Vale’, foi apresentada por Deborah Ferreira, Gerente de Relações com Comunidades da Vale no Maranhão. Deborah detalhou os programas que a empresa desenvolve junto a essa comunidade específica no Maranhão, citando como a exemplo a limpeza de um córrego em regime de mutirão, evitando enchentes e transbordamentos, a manutenção de creches para crianças dos moradores das comunidades e outros projetos específicos. Ela também destacou a necessidade do diálogo bilateral para que os programas sejam bem sucedidos. 

Como fazer do ESG uma prática comum? 

Fechando o evento, aconteceu a Mesa-Redonda ‘Como fazer dos princípios ESG uma prática comum a todos’ com a mediação de Maria José Salum, Membro do Conselho de Sustentabilidade da Sigma Mineração e Conselheira da Brasil Mineral; Rosane Santos, Diretora de Meio Ambiente, Relacionamento com Comunidades, Comunicação Corporativa e ESG da BAMIN; Angela Vasconcelos, Vice-presidente de Finanças e Administração da Equinox Brasil; Alice Borges de Almeida, Gerente Jurídica da Ero Brasil; e Heloisa Bortolo, Gerente de Direitos Humanos, Socioeconomia, Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais na Vale. 

“O ESG tem um histórico sustentável e atualmente não dá mais para deixar essa sopa de letras à parte da atividade minerária junto das comunidades. Mais do que os três pilares, a Governança de incorporação é que vai fazer a diferença sobre o ambiental e social”, disse Maria José. No final, ela disse que a mineração é falha na comunicação com a comunidade. “Se os colaboradores não sabem o que a empresa faz, é um problema, já que eles são comunidades e são as pontes entre as duas partes”. 

A primeira a comentar o que significa ESG foi Rosane Santos, da BAMIN, salientando que não é um tema novo. As primeiras iniciativas para solucionar problemas sociais e ambientais ocorrem desde a década de 1970, mas o tema evoluiu com a construção do documento Finança Sustentável, para as organizações adotarem quem demonstra preocupação com meio ambiente. “A BAMIN está com um projeto integrado adotando todos os parâmetros ESG, como o GRI e outros, além de atender indicadores do IBRAM e dos ODS da ONU. Temos que pensar global e fazer local, para atender às demandas da sociedade”. 

Sobre as estratégias de sustentabilidade, ou o que as empresas levam para as comunidades, ela disse: “Nessa fase em que estamos, a principal estratégia da BAMIN é acelerar a agenda sustentável e ter formas de mensurar, por meio de pesquisas, mapeamento de stakeholders, para entender o que era importante para quem estava dentro e fora da BAMIN”. 

A BAMIN definiu o relacionamento socioeconômico e relacionamento com a comunidade como prioridade. “Como podemos melhorar todos os indicadores da comunidade para realmente dar um retorno positivo para a sociedade, com um diálogo periódico sobre o projeto com entes da empresa, comunidade e Poder Público. As pessoas têm que olhar para o todo, pois o que acontece no porto e ferrovia também irá impactar as pessoas”. No porto, a BAMIN conversa com povos de terreiros para saber as demandas e preocupações, enquanto na ferrovia, como herdamos a concessão, o trabalho é porta-a-porta na comunidade, com explicações sobre o empreendimento. “É necessário que a comunidade participe de todo o processo, por meio do engajamento”. 

A empresa que não colocasse propósito em sua estratégia não sobreviverá a longo prazo. “Temos cada vez que pensar o porquê essa organização existe, já que ela não foi criada apenas para lucrar”. 

A segunda a comentar foi Angela Vasconcelos, afirmando que a empresa teve que passar por um processo de mudança total para atender às minorias, e conseguir incluir 13% de mulheres em suas operações. “A onda ESG me preocupa, pois o modismo passa, e ele não pode ser passageiro. Apesar das empresas contratarem mulheres, nem sempre elas continuam nas companhias e é preciso uma mudança para que haja uma continuidade destas profissionais na mineração”. Temos que pensar sobre o que estamos sendo para as comunidades e como podemos melhorar nossa imagem perante aqueles que não querem ingressar na mineração. O setor tem que ser atrativo para os jovens e ter longevidade. Temos que deixar um legado por onde passamos”. 

Ela afirmou que a Equinox percebeu que precisaria de um trabalho grande para firmar a marca e é necessário ouvir o que a comunidade quer, e isto nos proporcionou diversas interações. “Acho que a imagem da empresa vem mudando, mas ainda há uma desconfiança da comunidade e, por isso, a mineradora tem que não só dialogar, mas ouvir as demandas de cada território onde opera”.  

Alice Borges, da Ero Brasil, comentou sobre o projeto greenfield em Tucumã, no Pará, que entrará em operação em 2024, empreendimento de grandes desafios, principalmente quanto a capacitar a comunidade para atuar na mão-de-obra. “Temos que conhecer a realidade de cada comunidade e, para mim, o que mais me empolga é quando as pessoas retribuem a felicidade quando sabem que você trabalha na mineradora que desenvolve o projeto na cidade”. A base ESG tem que estar de mãos dadas com a comunidade, pois caso os lados sejam antagônicos, os conflitos serão eternos e mineradoras e comunidades sairão perdendo. “É importante cocriar e ser transparente com a população. Na Bahia desenvolvemos projetos de caprinocultura, de couro junto à comunidade da mineração Caraíba. Tentamos colocar em prática o que a gente acredita. Apresentamos todo o projeto, de mais de 50 anos, para a comunidade”. 

Por último, Heloisa Bortolo, da Vale, citou o trabalho da companhia na Amazônia e a importância de evoluir dia a dia nos compromissos de longo prazo que têm atuação direta com os territórios, como descarbonização, redução de emissões, combate à pobreza, diversidade e inclusão, trabalhadores negros e preservação do meio ambiente. “Nossa estratégia é externa e interna. Externamente, o plano de relacionamento com as comunidades é desenvolvido, onde discutimos a questões dos projetos com cada uma. Internamente, temos incluído no sistema de gestão da Vale as questões do risco (direitos humanos), a área ambiental, e identificar potenciais impactos. Desta forma, tentamos ser um bom vizinho, por ser parte do território”. 

“A Vale está aprendendo com os erros do passado e a tragédia nos ensina muito. Aprendemos a ser mais responsáveis com a agenda de sustentabilidade”, concluiu. 

Encerrando o evento, Rolf Fuchs disse que esta edição do Mineração &/X Comunidades teve dois diferenciais importantes: o primeiro, foi que as comunidades, representadas através da Avabrum (Associação dos Familiares de Vítimas e atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão em Brumadinho), que fez uma apresentação na tarde do primeiro dia, além de outras intervenções durante os debates; o segundo foi ter contado com a participação da Vale, que esteve ausente das outras edições do evento desde a tragédia de Brumadinho. “Desta vez a Vale veio com força, com peso, mostrando coisas boas, com coragem, determinação e peito aberto para falar dos problemas. Com humildade”, pontuou Rolf Fuchs.

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31/03/2022 03:56h

O investimento a ser feito é estimado em R$ 1,5 bilhão e o empreendimento deve gerar 300 empregos diretos e 4,5 mil indiretos

A Canada Rare Earth Corporation (CREC), empresa listada na bolsa de Vancouver, pretende implantar um projeto para processamento de 70 milhões de toneladas métricas de rejeito acumulado no garimpo de Bom Futuro, em Rondônia, contendo elementos de terras raras, cassiterita, zircônio e ilmenita. Além disso, a companhia deve explorar uma área de 9.960 hectares onde estão localizadas as pilhas de rejeito e pensa em adquirir e desenvolver outras áreas na vizinhança.   

O anúncio foi feito pelo COO da CREC, Peter Shearing, que fez uma apresentação dos planos da empresa para o governo de Rondônia. O investimento a ser feito é estimado em R$ 1,5 bilhão e o empreendimento deve gerar 300 empregos diretos e 4,5 mil indiretos. 

Localizado em Ariquemes, cerca de 200 km ao sul de Porto Velho, capital do estado, Bom Futuro é considerado o maior garimpo a céu aberto do mundo. A área foi descoberta em 1987 e a partir de então começou uma corrida à lavra da cassiterita, minério de estanho. Nos primeiros anos de atividade, a área chegou a concentrar mais de 15 mil garimpeiros. Posteriormente a área foi assumida pela Ebesa (empresa criada pela Paranapanema, Cesbra e Oriente Novo). Em 1998, a escassez do minério e a crise no preço do estanho, que chegou a US$ 5 mil a tonelada (hoje na LME está acima de US$ 40 mil/t), as empresas desistiram do negócio e a área foi assumida por uma cooperativa, a Coopersanta, que detém os direitos de exploração na área. 

Com projetos na América do Norte, Caribe, América do Sul, África e sudeste da Ásia, a CREC está desenvolvendo um negócio integrado com a indústria global de terras raras, através de uma cadeia de suprimento que conecta operações de mineração com processos de concentração para separação das terras raras, instalações de refino e principais clientes internacionais.

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23/12/2021 17:46h

Artigo amplia conhecimento sobre rochas siderianas no Domínio Rio Piranhas-Seridó da Província da Borborema

O Journal of the Geological Survey of Brazil (JGSB), periódico científico do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), acaba de divulgar estudo sobre a evolução crustal de parte da porção central do Domínio Rio Piranhas-Seridó, na Província da Borborema. 

Os pesquisadores brasileiros do SGB-CPRM buscaram a identificação dos diferentes tipos de rochas existentes nas regiões alvo do estudo, por meio de métodos analíticos de investigação geológica. Técnicas de cartografia geológica com auxílio de dados aerogeofísicos, geocronológicos pelo método U-Pb em zircão e isotópicos em rocha total pelo método Sm-Nd (métodos usados para datação das rochas) foram aplicadas, o que permitiu a identificação e individualização de rochas com idades ainda pouco conhecidas na região. 

De acordo com um dos autores do artigo, pesquisador em geociências do SGB-CPRM Alan Costa, como resultado do trabalho foi obtida a identificação e individualização cartográfica de fragmentos de crosta continental de idades siderianas (2.38 a 2.45 bilhões de anos) em duas áreas na porção central do Domínio Rio Piranhas-Seridó. "Esses resultados vêm contribuir para a compreensão acerca dos processos de evolução geotectônica atuantes nesta parte da Província Borborema durante o período sideriano", relatou. 

Na escala do tempo geológico, o período sideriano, que ocorreu entre 2.5 a 2.3 bilhões de anos, na era paleoproterozóica, apresenta-se marcado por intensas mudanças geológicas na superfície do planeta terra, como a formação de grandes depósitos de formações ferríferas bandadas (BIFs), oxigenação dos oceanos e da atmosfera, o que é conhecido como a ``catástrofe do oxigênio´´, a qual teve como consequência a extinção em massa dos organismos anaeróbicos. Nesse período geológico, os processos de geração de crosta continental juvenil (rocha de fonte mantélica) vêm sendo alvo de estudos em várias partes do mundo. 

"Os dados publicados no presente trabalho contribuem para a evolução do conhecimento geotectônico de parte da Província Borborema, somando-se a dados já publicados por outros autores que vêm trabalhando na região, fornecendo assim informações que podem contribuir ao intenso debate na literatura geológica mundial acerca dos processos atuantes nessa parte do globo terrestre durante o período sideriano. Na literatura mundial, linhas de pesquisa advogam pela existência de uma aparente calmaria-estagnação na geração de crosta continental juvenil, enquanto outras linhas defendem que este período, na verdade, não se apresenta tão calmo assim em relação a esses processos", afirma Alan Costa. 

A contribuição no contexto dos projetos do Serviço Geológico do Brasil se dá pela ampliação no conhecimento da evolução geotectônica da região, sendo esse conhecimento vital para a compreensão dos processos de geração e formação de depósitos minerais, o que pode contribuir no futuro para a descoberta de novos depósitos ou ocorrências minerais na região.

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Brasil Mineral
08/12/2021 18:19h

O mapa aponta áreas mais favoráveis para a exploração mineral, a partir do processamento de dados geológicos, geoquímicos e geofísicos

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) vai lançar um novo mapa de favorabilidade para depósitos minerais com potencial para exploração de cobre e ouro entre o oeste da Província Mineral de Carajás até as províncias minerais de Tapajós e Alta Floresta, nos estados do Pará e Mato Grosso. 

O novo mapa para sistemas tipo epitermal-pórfiro do sul do Cráton Amazônico, executado na escala de 1:1.000.000, será lançado dia 9 de dezembro, a partir das 15h, no Canal da TV CPRM no Youtube, durante o evento Desenvolvendo a Indústria Mineral Brasileira, promovido pelo SGB-CPRM e Mineronegócio. 

A descoberta de depósitos de cobre-pórfiro em ambientes geológicos do Proterozóico é pouco comum em nível global. Essas ocorrências são comuns em ambientes geológicos mais recentes como na Cordilheira dos Andes. Um mapa de favorabilidade mineral é o resultado da avaliação de potencial mineral de uma determinada região para uma determinada substância. 

O mapa aponta áreas mais favoráveis para a exploração mineral, a partir do processamento de dados geológicos, geoquímicos e geofísicos, ranqueando-as em termos da sua prospectividade.

O cobre representa 7,9% da produção mineral comercializada no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), mas o País detém apenas 1,8% dos recursos conhecidos globalmente. O modelamento de potencial mineral para o sul do cráton amazônico executado pelo SGB-CPRM mostrou que, além das áreas conhecidas no Tapajós e Alta Floresta, ainda há grande potencial para novas descobertas de cobre e ouro em outras regiões. 

“Os produtos do programa Cobre Brasil podem contribuir para a descoberta de novos depósitos. O mapa aborda tanto áreas conhecidas pelo seu potencial exploratório como regiões pouco exploradas, mas com alto potencial para os mesmos sistemas mineralizantes. O produto permite a delimitação de alvos para estudos de maior detalhe, que eventualmente podem levar à descoberta de novos depósitos minerais na região no médio-longo prazo”, explicou o pesquisador do SGB-CPRM, Divisão de Geologia Econômica, Felipe Tavares. 

A delimitação de novas áreas potenciais com as mesmas características geológicas-geoquímicas-geofísicas das áreas conhecidas foi executada pelos pesquisadores Rafael Bittencourt Lima, Raul Eigenheer Meloni, Isabelle Serafim, Wilson Lopes e Anderson Dourado Rodrigues da Silva. 

O mapeamento de potencial mineral foi executado a partir de modelamento espacial de dados, sob a ótica dos sistemas mineralizantes, no qual a distribuição dos depósitos em nível regional é controlada por critérios geológicos mapeáveis, conforme explica Rafael Bittencourt Lima, chefe do projeto. O conjunto de mapas evidenciais é transformado por operações de álgebra de mapas, utilizando-se metodologias como multiclass overlay e lógica fuzzy. 

“As metodologias de modelamento de potencial mineral e de processamento de dados aplicadas possuem diversas inovações desenvolvidas pelo time de pesquisadores e pesquisadoras da SGB. O desenvolvimento de novas metodologias de processamento de dados aerogeofísicos usando algoritmos de aprendizado por máquinas e inteligência artificial são um exemplo”, avaliou Rafael.

Para o diretor-presidente do SGB-CPRM, Esteves Colnago, o novo mapeamento é importante para o desenvolvimento regional e proporcionará um aumento na atividade de exploração mineral em curto e médio prazos, empregos diretos e indiretos em áreas distantes de grandes centros urbanos, além de desenvolvimento econômico e social do interior do país. “Também há o incremento na arrecadação de impostos federais, estaduais e municipais, contribuindo para a arrecadação fiscal nacional. Caso parte dos projetos de exploração se viabilize como mina, os ganhos em termos de desenvolvimento serão imensos em longo prazo”, ressaltou.

O lançamento representa o primeiro produto do Programa Cobre Brasil, desenvolvido pelo SGB-CPRM para contribuir com a expansão das fronteiras exploratórias para cobre e metais associados. O produto envolve vários projetos de modelamento de potencial mineral com o objetivo de desenvolver mapas de favorabilidade para cobre e metais associados em escalas regionais. 

Outros produtos do Programa Cobre Brasil possuem entregas escalonadas para os próximos cinco anos. “Diversas estratégias de mapeamento de recursos minerais foram aplicadas de forma a se chegar ao produto final. Os resultados também serão apresentados na forma de um artigo científico, que irá contribuir para o avanço da metodologia de modelamento de potencial mineral de sistemas minerais pré-cambrianos”, finalizou Felipe Tavares.

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30/11/2021 15:45h

Conclusão das obras no dique 5, em Itabira (MG), representa avanço no compromisso da empresa de eliminar todas as suas barragens a montante no país

As obras de descaracterização do dique 5 da barragem Pontal, em Itabira (MG), estão concluídas. A estrutura perdeu suas características de barragem a montante e não exerce mais a função de armazenar rejeitos. O trabalho foi executado com a adoção rigorosa de protocolos de prevenção à Covid-19.

Desde 2019, a Vale já eliminou sete barragens a montante no país. A mais recente, em julho, havia sido a barragem Fernandinho, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No total, quatro estruturas em Minas Gerais e três no Pará já foram descaracterizadas e reintegradas ao meio ambiente.

Outras 23 estruturas, todas em Minas Gerais, terão suas características a montante eliminadas. Os projetos estão com ações em andamento e são acompanhados pelos órgãos reguladores, Ministério Público e auditorias técnicas independentes. A Vale reforça o compromisso assumido em 2019 de eliminar todas as suas barragens a montante no país, no menor prazo possível, tendo como prioridade a segurança das pessoas e do meio ambiente.

A conclusão da obra do dique 5, que ainda será avaliada pelos órgãos competentes, representa o avanço do Programa de Descaracterização e do comprometimento da Vale com uma abordagem mais transparente e segura na gestão de suas barragens. O cronograma do Programa de Descaracterização e demais informações sobre a gestão de barragens da Vale estão disponíveis e são permanentemente atualizados no site. 

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23/11/2021 18:15h

No acumulado de 2021, de janeiro a outubro, a produção de aço bruto no Brasil somou 30,3 milhões de toneladas, alta de 19,2% na comparação com 2020

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O Instituto Aço Brasil (IABr) divulgou que a produção brasileira de aço bruto atingiu 30,3 milhões de toneladas de janeiro até outubro de 2021, o que representa um crescimento de 19,2% sobre o mesmo período do último ano. A produção de laminados e a de aços semiacabados para vendas somaram 22,4 milhões de toneladas e 6,9 milhões de toneladas, acréscimos de 25,9% e 6,1%, respectivamente, nos dez primeiros meses de 2021, quando comparado ao mesmo período de 2020. 

As vendas alcançaram 19,4 milhões de toneladas até outubro, 23,1% a mais que no mesmo período do ano passado, enquanto o consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 22,7 milhões de toneladas no acumulado até outubro de 2021, o que significa 31% de alta na comparação com os dez meses iniciais de 2020. 

As importações alcançaram 4,2 milhões de toneladas no acumulado até outubro de 2021, um aumento de 159,1% frente ao mesmo período do ano anterior. Em valor, as importações atingiram US$ 4,1 bilhões e avançaram 129,3% no mesmo período de comparação. Já as exportações atingiram 9,1 milhões de toneladas
até outubro, ou US$ 7,5 bilhões, o que representa, respectivamente, retração de 2% e aumento de 65,6% na comparação com o mesmo período de 2020.

Apenas em outubro de 2021, a indústria siderúrgica produziu 2,9 milhões de toneladas de aço bruto, um aumento de 3,1% frente ao mesmo mês de 2020. Já a produção de laminados foi de 2,2 milhões de toneladas, 0,7% inferior à registrada em outubro de 2020, enquanto a de semi acabados para vendas chegou a 685 mil toneladas, um aumento de 4,1% em relação ao ocorrido no mesmo mês de 2020. 

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As vendas internas recuaram 14,7% frente ao apurado em outubro de 2020 e atingiram 1,7 milhão de toneladas. O consumo aparente de produtos siderúrgicos foi de 2 milhões de toneladas, 5,9% inferior ao apurado no mesmo período de 2020.

As vendas externas somaram 1,2 milhão de toneladas, ou US$ 1,1 bilhão em outubro de 2021, o que corresponde a aumentos de 58,5% e 170,2%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2020. As importações foram de 369 mil toneladas em outubro de 2021 e US$ 421 milhões, uma alta de 126,5% em quantum e 154,8% em valor na comparação com o registrado em outubro de 2020.
 

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11/11/2021 13:30h

As vendas globais de cimento da Votorantim somaram 10,4 milhões de toneladas no terceiro trimestre deste ano, incremento de 7% em relação aos 9,7 milhões de toneladas comercializadas no mesmo período de 2020

A Votorantim Cimentos, empresa de materiais de construção e soluções sustentáveis, registrou lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre de 2021, crescimento de 57% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 1,7 bilhão, crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, e margem Ebitda de 26%, redução de 4 pontos porcentuais sobre o terceiro trimestre de 2020, impactada pela inflação de custos.

A companhia obteve receita líquida global de R$ 6,4 bilhões no terceiro trimestre do ano, aumento de 24% em relação a igual período de 2020, explicado principalmente pelo aumento do volume de vendas e dinâmica de preços favorável.

As vendas globais de cimento da empresa somaram 10,4 milhões de toneladas no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 7% em relação aos 9,7 milhões de toneladas comercializadas no mesmo período de 2020. A recuperação da economia global continua, porém em ritmo mais lento, ainda afetada pela pandemia da Covid-19, segundo a empresa.

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“Nossos resultados neste trimestre foram sólidos e em linha com as nossas expectativas, principalmente devido à forte base de comparação com o terceiro trimestre de 2020. Aumentamos a nossa capacidade e seguimos focados em atender os mercados em que atuamos”, diz o CEO Global da Votorantim Cimentos, Marcelo Castelli.

Ele afirma que o cenário é desafiador pela frente por conta da inflação de custos, mas comenta que a companhia está preparada, com boas métricas operacionais e financeiras, para seguir com o seu plano estratégico de longo prazo.

A alavancagem da Votorantim Cimentos, medida pelo índice dívida líquida/Ebitda ajustado, foi de 1,54 vez, queda de 0,42 vez em relação a dezembro de 2020, mantendo-se dentro da política financeira da companhia.

“Nossa alavancagem segue em queda desde o final do ano passado e temos mantido nossa tradicional disciplina financeira e gestão ativa de endividamento, fazendo frente a todas as aquisições internacionais anunciadas durante os nove primeiros meses do ano, como a operação recém-concluída da Cementos Balboa, na Espanha”, afirma o CFO Global da Votorantim Cimentos, Osvaldo Ayres Filho.

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09/11/2021 15:00h

Minerais que são matérias-primas para baterias, como cobre, níquel e lítio, surgem como vedetes da indústria que sucederá os motores a combustão

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Questões ambientais e a proibição da comercialização de veículos movidos a combustíveis fósseis pela União Europeia, a partir de 2035, têm acelerado a adoção de carros elétricos em todo o planeta. Com isto, minerais que são matérias-primas para baterias, como cobre, níquel e lítio, surgem como vedetes da indústria que sucederá os motores a combustão. Maior produtora de níquel e terceira de cobre no país, a Bahia tem condições de se tornar polo produtor de baterias se os empresários do setor “acordarem logo para o momento”, diz o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm.

“Precisamos deixar de ser exportadores de ‘pau-brasil’ e fortalecer a nossa indústria de transformação para exportar mais produtos com valor agregado. Hoje, por exemplo, somos o único produtor de vanádio da América Latina, através da Largo Resources, mas a startup de baterias de vanádio para carros elétricos que eles anunciaram no ano passado será instalada em Boston, nos Estados Unidos”, diz Tramm.

A expectativa é que nos próximos anos a demanda por essas matérias-primas cresça. A Atlantic Nickel, empresa que produz níquel em Itagibá, projeta dobrar a capacidade produtiva, com o início da operação subterrânea na Mina Santa Rita, prevista para 2028, o que vai elevar o tempo de vida útil da mina de oito para 34 anos. As pesquisas da CBPM também indicaram recentemente um novo depósito com potencial significativo de recursos de níquel a 26 km da mina atual.

Utilizado para a fabricação de condutores elétricos e em ligas metálicas como latão e bronze, o cobre respondeu por 18% da produção mineral baiana comercializada em 2020. O mineral é produzido pela Mineração Caraíba, no norte do estado, e é exportado para África do Sul, Canadá, China e Índia.

Cobre

Segundo Eduardo De Come, diretor financeiro da Mineração Caraíba, a empresa está atuando para aumentar a produção e oferta de cobre visando abastecer a forte demanda do mercado. “O cenário otimista é fruto da evolução tecnológica impulsionada pelas novas exigências de mercado, motores elétricos e a busca por energias limpas e livres de poluentes. Já estamos vivendo a transição marcada pela busca de meios de produção com menores impactos ambientais. O cobre tem um papel fundamental nessa revolução verde que já está acontecendo”, diz De Come.

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Para Tramm, a verticalização da produção mineral na Bahia fortaleceria as próprias empresas. “Hoje somos todos reféns das cotações das commodities. Se o preço no mercado cai, a empresa cai junto. Quem investir na produção final sai desse ciclo e se fortalece. Temos aqui boa mão de obra, matéria-prima, dez portos aptos para escoamento dos produtos. Não há razão para não fazer”, conclui.
 

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