Cimento

14/05/2023 04:00h

O fraco desempenho é explicado pela instabilidade na economia, marcado por indicadores internos desfavoráveis

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Segundo números do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), as vendas de cimento somaram 4,6 milhões de toneladas em abril de 2023, uma queda de 11,6% na comparação com o mesmo mês de um ano atrás. No acumulado do quadrimestre, houve um recuo de 3,1% em relação ao mesmo período de 2022.

O fraco desempenho é explicado pela instabilidade na economia, marcado por indicadores internos desfavoráveis como aumento no desemprego, aliado com a lenta recuperação dos salários e juros em patamar alto, continuam a impactar o setor. Com este cenário, as vendas de materiais de construção seguem em queda, assim como os lançamentos e financiamentos imobiliários, reflexo da alta taxa de juros (13,75%) e do baixo poder de compra da população. “Os resultados apontam para um preocupante desempenho da indústria do cimento frente às discussões da Lei Básica do Saneamento, do arcabouço fiscal, incertezas quanto à evolução da Reforma Tributária e a falta de perspectiva de uma redução da taxa básica de juros. Ademais, persiste forte pressão de custo dos insumos que integram o processo produtivo do setor”, disse Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC.

Apesar deste cenário negativo, a construção atingiu o maior nível desde novembro de 2022, influenciada pelas expectativas dos empresários nos segmentos de Edificações Residenciais e de Obras Viárias, enquanto a indústria vê alguma melhora no escoamento dos estoques e nas transações comerciais entre os setores, apesar do nível de demanda estar abaixo do normal, deixando o mercado mais cauteloso no horizonte de seis meses. Já o índice de confiança do consumidor estagnou em abril em patamar considerado baixo em termos históricos, diante do cenário relacionado a um alto endividamento, principalmente das famílias com menor renda, a um aumento da perspectiva de inflação e dificuldade no acesso ao crédito.

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16/08/2022 16:08h

Mineradora construiu laboratório que a parceria pretende tornar em referência no desenvolvimento de materiais de construção sustentáveis

A Hydro e a Universidade Federal do Pará (UFPA) assinaram convênio de cooperação técnica e científica para desenvolver pesquisas para a produção de cimento de baixo carbono no Laboratório de Tecnologia das Construções (LABTEC), pertencente à instituição. 

A mineradora construiu a infraestrutura do laboratório que a parceria pretende tornar em referência no desenvolvimento de materiais de construção sustentáveis na região. A construção das instalações do LABTEC teve um investimento de cerca de R$ 460 mil e durou cerca de sete meses. O laboratório já foi utilizado para seis dissertações de mestrado e estão em andamento no local quatro doutorados e outras seis dissertações de mestrado. “Hoje, o LABTEC dispõe de uma infraestrutura de laboratório apropriada para ensino de Arquitetura e Engenharia Civil, capacitação e treinamento profissional e o desenvolvimento de atividades de pesquisa. A atuação do LABTEC traz na sua essência a formação de recursos humanos sob a ótica de uma construção com menor pegada de carbono e eficiente energeticamente, aproveitando de forma otimizada os recursos naturais e a busca pelo aproveitamento dos resíduos gerados a partir da inerente atividade mineradora no Estado. O LABTEC integra pesquisas associadas à Energia Incorporada (materiais) e Energia Operacional (desempenho termoenergético do edifício), o que permitirá dar uma resposta mais rápida, consistente e mais completa ao setor produtivo e à sociedade”, afirma o professor Márcio Barata, coordenador do LABTEC.

O LABTEC possui 60 equipamentos para estudos em cimentos, concretos, argamassas, solos e ensaios ambientais. Entre eles estão um calorímetro isotermal, permeabilimetro Blaine e Aparelho de Vicat automatizados no laboratório. Todos estes materiais serão utilizados na pesquisa de desenvolvimento de cimento de baixo carbono a partir do resíduo da bauxita. Além disso, há uma prensa servo-hidráulica controlada para estudos em argamassas e cimentos; uma câmara climática, usada em estudos que exigem condições controladas de temperatura e umidade; câmara de carbonatação para avaliação da durabilidade de concretos e argamassas; conjunto de Permeâmetros para análises ambientais de contaminação de solos, além de fornos e moinhos. O laboratório dispõe ainda de equipamentos que avaliam o Potencial de Corrosão e de Reatividade Álcali-agregado e Retração, que servem para testar a durabilidade de concretos e argamassas. 

A parceria entre Hydro e UFPA prevê projetos que integram diferentes linhas de pesquisas para fomentar o desenvolvimento sustentável do Pará. “O LABTEC é pioneiro no Pará e pode colaborar para a adoção de métodos construtivos mais sustentáveis na região. É motivo de orgulho e satisfação apoiar mais uma iniciativa de sucesso da UFPA”, afirma Marcelo Montini, consultor químico sênior da Hydro. 

Criado em 2018 a partir da iniciativa de um corpo multidisciplinar de profissionais das engenharias, arquitetura e ciências exatas e naturais, o LABTEC tem como objetivo ser um núcleo de excelência no ensino, pesquisa e extensão, voltado ao desenvolvimento tecnológico sustentável do Ambiente Construído na Amazônia. O laboratório faz parte da Faculdade e do Programa de Pós-Graduação de Arquitetura e Urbanismo. O local está disponível para visita de pesquisadores de outras universidades.

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12/11/2021 15:00h

Entretanto, ao analisar os valores acumulados de 2021, os números são positivos com alta de 7,5% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado

Dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC) mostram que foram comercializadas 5,4 milhões de toneladas do insumo em outubro. O resultado representa um recuo de 9,5% frente ao mesmo mês de 2020. Entretanto, ao analisar os valores acumulados de 2021, os números são positivos com alta de 7,5% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. A performance do setor está em uma descendente desde o último mês de abril, quando o acumulado do ano chegou ao pico de 20,8%.

Se verificadas as vendas de cimento por dia útil, foram 237,3 mil toneladas em outubro — queda de 4,2% em relação a setembro. Para o SNIC, o resultado reforça que o período de maior crescimento no ano ficou no passado. As vendas no setor são sustentadas pelo desempenho do mercado imobiliário e pela
melhora na confiança do empresariado e do consumidor. Além disso, apesar de lenta, há ainda uma recuperação no mercado de trabalho.

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Entretanto, a desaceleração das atividades industriais, a elevação dos juros e da inflação, o desempenho fraco das lojas de materiais de construção e a perda do poder de compra (diminuição da renda e desemprego) afetaram a indústria do cimento de maneira significativa.

"Apesar de os lançamentos e as obras imobiliárias se manterem em elevado patamar, as vendas de cimento vêm arrefecendo nos últimos meses”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC, lembrando que os grandes volumes de chuva em outubro — principalmente nas regiões sudeste e sul — também contribuíram de modo negativo no desempenho do setor.

“A preocupação da indústria do cimento continua relacionada ao alto endividamento — o maior nível da série histórica iniciada em 2005 — e à queda na renda do brasileiro, além dos conhecidos gargalos e aumento dos preços das commodities industriais como energia, coque, elétrica, sacaria, refratários e frete", afirma Penna.
 

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11/11/2021 13:30h

As vendas globais de cimento da Votorantim somaram 10,4 milhões de toneladas no terceiro trimestre deste ano, incremento de 7% em relação aos 9,7 milhões de toneladas comercializadas no mesmo período de 2020

A Votorantim Cimentos, empresa de materiais de construção e soluções sustentáveis, registrou lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no terceiro trimestre de 2021, crescimento de 57% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 1,7 bilhão, crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, e margem Ebitda de 26%, redução de 4 pontos porcentuais sobre o terceiro trimestre de 2020, impactada pela inflação de custos.

A companhia obteve receita líquida global de R$ 6,4 bilhões no terceiro trimestre do ano, aumento de 24% em relação a igual período de 2020, explicado principalmente pelo aumento do volume de vendas e dinâmica de preços favorável.

As vendas globais de cimento da empresa somaram 10,4 milhões de toneladas no terceiro trimestre deste ano, crescimento de 7% em relação aos 9,7 milhões de toneladas comercializadas no mesmo período de 2020. A recuperação da economia global continua, porém em ritmo mais lento, ainda afetada pela pandemia da Covid-19, segundo a empresa.

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“Nossos resultados neste trimestre foram sólidos e em linha com as nossas expectativas, principalmente devido à forte base de comparação com o terceiro trimestre de 2020. Aumentamos a nossa capacidade e seguimos focados em atender os mercados em que atuamos”, diz o CEO Global da Votorantim Cimentos, Marcelo Castelli.

Ele afirma que o cenário é desafiador pela frente por conta da inflação de custos, mas comenta que a companhia está preparada, com boas métricas operacionais e financeiras, para seguir com o seu plano estratégico de longo prazo.

A alavancagem da Votorantim Cimentos, medida pelo índice dívida líquida/Ebitda ajustado, foi de 1,54 vez, queda de 0,42 vez em relação a dezembro de 2020, mantendo-se dentro da política financeira da companhia.

“Nossa alavancagem segue em queda desde o final do ano passado e temos mantido nossa tradicional disciplina financeira e gestão ativa de endividamento, fazendo frente a todas as aquisições internacionais anunciadas durante os nove primeiros meses do ano, como a operação recém-concluída da Cementos Balboa, na Espanha”, afirma o CFO Global da Votorantim Cimentos, Osvaldo Ayres Filho.

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26/07/2021 17:08h

"Aumento das vendas de imóveis residenciais em patamares surpreendentes sustenta desempenho do setor", explica presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), as vendas no mercado interno somaram 5,5 milhões em junho de 2021 e 31,5 milhões de toneladas no primeiro semestre do ano, o que correspondem a aumentos de 1,7% e 15,8%, respectivamente. A autoconstrução, reformas (residencial e comercial) ainda em alta e a continuidade de obras do setor imobiliário são as principais razões de demanda do produto. Atualmente, esses vetores de consumo respondem por aproximadamente 80% da destinação do cimento no país e colaboraram com as vendas no mercado interno. A expectativa é que o setor encerre o ano com crescimento de 6%. 

“Acreditamos que o setor deve continuar em um bom ritmo de crescimento. O aumento das vendas de imóveis residenciais em patamares surpreendentes sustenta o desempenho do setor de cimento, mas impõe cautela para o futuro. É fundamental a continuidade dos lançamentos imobiliários, a manutenção do ritmo das obras, aumento da massa salarial (emprego e renda) e da atividade econômica que manterão o fôlego do auto construtor e a confiança do empreendedor. A infraestrutura continua sendo uma atividade de extrema importância para a indústria do cimento e os resultados dos leilões e concessões ocorridos principalmente a partir de abril começarão a ser percebidos em 2022”, disse Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC. 

As projeções do consumo de cimento apontam um crescimento em torno de 6% para 2021, em razão dos novos leilões de concessões (aeroportos regionais, saneamento municipais, rodovias, ferrovias) e investimento público em infraestrutura gerando boas perspectivas para a atividade. Apesar desse cenário, é preciso acompanhar os desdobramentos das reformas estruturantes (administrativa e tributária), a evolução da taxa Selic (o aumento inibe novas construções imobiliárias) e a recuperação do emprego e da massa salarial.

A indústria está preocupada também com a crise hídrica, pois ela irá impactar o desempenho da eletrointensiva indústria do cimento. Desde 2015 o setor sofre forte pressão de custos de produção no frete, sacaria, energia elétrica e térmica (coque de petróleo), principalmente. 

A solução para o setor é a ampliação de combustíveis alternativos com o objetivo de reduzir as emissões e dependência do coque, um produto majoritariamente importado. A queima de resíduos em fornos de cimento – coprocessamento - é uma importante alternativa para redução das emissões no setor, além de representar uma solução ao passivo ambiental. A energia térmica é, de longe, o maior item de custo para a produção do cimento e a indústria tem como meta a substituição de 55% do coque até 2050.

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Brasil Mineral
21/07/2021 16:55h

Segundo empresa, moagem irá abastecer mercado da região Metropolitana de Fortaleza.

A Votorantim Cimentos iniciou operação da nova linha de produção de sua fábrica de cimento no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE). Com a expansão, a unidade passa a ter capacidade de produção de 1 milhão de toneladas anuais de cimento, volume este que abastecerá o mercado da região metropolitana de Fortaleza. 

Foram investidos aproximadamente R$ 200 milhões no projeto, que teve duração de três anos, e priorizou a eficiência energética e a automação industrial, com a instalação de equipamentos de última geração, seguindo a estratégia de sustentabilidade da empresa. Para a execução das obras e início da operação, a unidade gerou mais de 600 empregos, entre diretos e indiretos.

“O empreendimento ajudará a impulsionar a economia, gerando mais emprego e renda aos cearenses. Temos trabalhado dia e noite para atrair novos investimentos ao Ceará e, com isso, aumentar a geração de novos postos de trabalho para a nossa população”, diz o governador do Ceará, Camilo Santana.

O presidente global da Votorantim Cimentos, Marcelo Castelli, disse que a ampliação de Pecém é um orgulho para a companhia, pela qualidade técnica e contribuição ao desenvolvimento social, econômico e ambiental do Estado.

“Com o investimento que realizamos, fortalecemos a atuação e presença em um mercado estratégico como é o Ceará. Com a nova fábrica, mais moderna e eficiente, vamos aumentar nossa capacidade de produção, distribuição e nível de atendimento aos nossos clientes na região”. 

A nova linha de produção da Votorantim Cimentos em Pecém irá fabricar o Cimento Poty – Todas as Obras. Foram realizados diversos estudos para que o produto, além de oferecer a qualidade já conhecida no mercado do Ceará, tenha como vantagem adicional mais proteção contra maresia.

A nova linha de produção tem um moinho de cimento, que consome menos energia elétrica. O equipamento vertical reduz em 30% o consumo de quilowatt-hora em comparação ao moinho horizontal, além de ter um circuito fechado de refrigeração que reduz a geração de efluentes. Por meio desse sistema é possível reutilizar a água usada para resfriar os equipamentos, proporcionando uma diminuição de 90% no consumo do recurso hídrico industrial.

O cimento produzido em Pecém emite 60% menos CO2 por tonelada quando comparado ao produto produzido anteriormente, beneficiando o meio ambiente e o planeta.

“Todas as iniciativas que desenvolvemos trabalham em sintonia com os nossos Compromissos de Sustentabilidade para 2030 e estão alinhados à missão do setor de produzir concreto carbono neutro até 2050”, ressalta o diretor de Operações no Brasil da Votorantim Cimentos, Edson Araújo.

A Votorantim Cimentos tem duas operações industriais no Ceará. A fábrica de Pecém, inaugurada em 2008, produz cimento e argamassas. Antes da ampliação, a capacidade de moagem de cimento da unidade era de 200 mil toneladas por ano. Já a fábrica de Sobral opera desde 1968 e possui duas linhas de produção de cimento com a marca Poty: Todas as Obras e Obras Estruturais.

Com o investimento realizado na expansão, as duas unidades somam uma capacidade de produção total de 2,2 milhões de toneladas de cimento por ano no Estado do Ceará.

A Votorantim Cimentos possui atualmente uma linha ferroviária que realiza o transporte de insumos e produtos entre suas instalações de Sobral, de Pecém e do Centro de Distribuição (CD) de Mucuripe, em Fortaleza. Para fortalecer o atendimento da região metropolitana de Fortaleza, a empresa também ampliou o seu ramal ferroviário em 2,6 km para expedição do produto ensacado e abastecimento do CD. Com isso, a companhia também aumenta suas alternativas logísticas para transportar insumos e abastecer o mercado com seus produtos.

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13/07/2021 17:45h

Em entrevista à revista Brasil Mineral, o presidente do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento), Paulo Camillo Penna, explica os fatores que contribuíram para o crescimento da indústria cimenteira em 2020.

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Depois de viver um período “exuberante” de 2006 a 2014, seguido pela “pior crise” de sua história entre 2015 e 2018, a indústria nacional de cimento registrou um bom nível de crescimento em 2020, apesar da pandemia Covid-19, com índices bastante expressivos, na faixa de
dois dígitos (11%). 

Os fatores que contribuíram para isso, segundo o presidente do SNIC (Sindicato Nacional da Indústria do Cimento) e da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), Paulo Camillo Penna, foram um aquecimento da construção civil residencial – processo que já havia se iniciado em 2019 – em razão da forte queda na taxa de juros, o que direcionou os investimentos para ativos reais como imóveis e o auxílio emergencial do governo, que injetou cerca de R$ 190 bilhões no mercado. 

Leia entrevista completa aqui.

As baixas taxas de juros tornaram os financiamentos imobiliários mais atrativos, principalmente por parte da Caixa Econômica Federal, que praticou taxas de juros “extremamente interessantes”, nas palavras do dirigente do SNIC. 

"Estamos falando de linhas de crédito, de canalização dos recursos para as casas, residências. Esse conjunto de coisas fez com que a gente tivesse um ano surpreendente, com um fechamento de 11%, que é algo para gente absolutamente inusitado durante um enorme período que a gente teve no desempenho da indústria do cimento", explica Penna.  

Também foi muito importante o fato de a construção civil ter sido incluída entre as atividades essenciais, que poderiam continuar operando durante o período de restrições impostas pela pandemia. 

O desempenho positivo fez com que o setor reativasse fornos que haviam sido desligados durante o período de crise e reabrisse pelo menos uma das 20 fábricas que haviam sido fechadas naquela ocasião. Entre 2019 e 2020 foram acrescentadas 10 milhões de toneladas à capacidade de produção
e os balanços das empresas, que estavam no vermelho, voltaram a ficar azuis.

Mas como nem tudo são flores, o crescimento da demanda veio acompanhado de um forte aumento nos custos dos insumos que são essenciais à produção do cimento, como o coque, a energia elétrica e até mesmo a celulose utilizada na fabricação das embalagens do produto. 

Segundo Camillo Penna, de maio de 2020 a maio de 2021 o preço do coque aumentou nada menos que 175%, contribuindo que o custo da energia (coque, que é energia térmica, mais energia elétrica) na indústria, que era de 50% até 2019, subisse para 70% atualmente. 

A celulose, por sua vez, teve aumento de 25% no mesmo período. Tudo isso – somado aos investimentos que a indústria teve que fazer para continuar operando em segurança durante a pandemia – forçou o setor a praticar um reajuste de preços, o que pode inibir o consumo. E a situação agora deve piorar, afirma o dirigente, porque haverá um forte aumento nos preços de energia elétrica no País.

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12/06/2021 04:20h

Principais indutores de vendas foram as obras imobiliárias e reformas residenciais

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Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), a venda de cimento em maio seguiu a tendência dos meses anteriores e obteve um volume vendido de 5,5 milhões de toneladas, 14% a mais do que em maio de 2020. Entre os cinco primeiros meses do ano, houve um aumento de vendas de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

Entretanto, o crescimento acumulado entre janeiro e abril era de 20,8%, o que indica uma pequena desaceleração. Com isso, o efeito estatístico que favoreceu os percentuais de crescimento da atividade no primeiro quadrimestre tende, a partir de maio, a impactar negativamente os resultados até o final do ano.

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Os principais indutores de vendas continuam sendo as obras imobiliárias e as reformas residenciais e comerciais, que mesmo em momentos de crise econômica, é um mercado que está em alta desde 2014 e mantém o cenário da indústria do cimento positivo. Por outro lado, a elevação dos preços de insumos como energia elétrica e diesel vem aumentando significativamente os custos de produção e podem inibir um melhor desempenho da indústria do cimento no Brasil.

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27/05/2021 06:53h

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), as vendas de cimento somaram 5,3 milhões de toneladas em abril, 26,5% superior em relação ao mesmo mês de 2020

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), as vendas de cimento somaram 5,3 milhões de toneladas em abril, 26,5% superior em relação ao mesmo mês de 2020. No primeiro quadrimestre de 2021, as vendas totalizaram 20,489 milhões de toneladas, o que representa um acréscimo de 20,8% na comparação com o mesmo período do último ano. 

Esse resultado se deve, principalmente, a uma base de vendas muito fraca no primeiro quadrimestre do ano passado, especialmente abril, que teve o pior desempenho (-6%) da indústria do cimento em 2020. Isso faz com que o efeito estatístico alavanque variações positivas, provavelmente até maio.

Em relação a abril de 2021, os principais indutores de crescimento continuam sendo as obras imobiliárias - sem registro de paralisação - e as reformas residenciais e comerciais. Em São Paulo, por exemplo, os lançamentos imobiliários cresceram 98% em março contra o mesmo mês do ano passado. Entretanto, os cortes no orçamento do governo federal, principalmente em atividades como infraestrutura e programas habitacionais como o Casa Verde Amarela, a instabilidade macroeconômica, a desvalorização cambial, a inflação, o desemprego em alta, o ritmo lento da vacinação e a perda da massa salarial fazem com que o otimismo caia e geram mais incerteza e cautela do setor produtivo brasileiro.

O desafio do setor para o segundo semestre é conseguir manter o bom resultado de 2020, quando se iniciou a recuperação da atividade. “Os resultados são positivamente surpreendentes até o momento, mas ainda sem sustentação, conforme indica a projeção do PIB da Construção Civil com a significativa queda de 4% para 2,5%. As vendas estão sendo apoiadas, em sua grande maioria, pelo mercado imobiliário residencial e isto impõe cautela à indústria do cimento para o futuro. A diversificação da fonte de demanda é primordial e os resultados dos leilões de abril apontam para o retorno do segmento da infraestrutura como importante vetor de consumo a médio prazo”. Comenta Paulo Camillo Penna, presidente do SNIC. 

Os leilões em março geraram R$ 48 bilhões de investimentos em terminais portuários, metrô, rodovias, ferrovias, aeroportos e projetos de saneamento. Ainda há bons ativos a serem disputados com destaque para rodovia Presidente Dutra, Aeroportos de Congonhas e Santos do Dumont e a ferrovia Ferrogrão, entre muitos outros. A expectativa do setor de cimento é de que, em razão do sucesso dos eventos em Alagoas e Rio de Janeiro, viabilizados em razão da aprovação do novo marco legal do saneamento, outros municípios passem a se incorporar ao novo modelo de desenvolvimento do setor. Atualmente, o BNDES tem cinco novas concessões para serem realizadas, totalizando R$ 17 bilhões de investimento (Amapá, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Alagoas e Ceará). 

Apesar desses fatores positivos, o consumo de cimento através da infraestrutura é de médio e longo prazo. O impacto dessas concessões no consumo de cimento será sentido a partir de 2022. Neste ano, a indústria projeta crescimento entre 1% e 2% no consumo. Os significativos reajustes de preços de coque (energia térmica da indústria), de energia elétrica, de refratários, de embalagens e de peças de reposição, todos eles também impactados pela alta do câmbio, vem afetando os resultados da indústria. A estimativa de performance do setor será revista a partir do segundo semestre.

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