Foto: Daniel Beltra - Greenpeace/Brasil Mineral
Foto: Daniel Beltra - Greenpeace/Brasil Mineral

Províncias minerais: novo mapa sobre ouro e cobre na Amazônia

O mapa aponta áreas mais favoráveis para a exploração mineral, a partir do processamento de dados geológicos, geoquímicos e geofísicos

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O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) vai lançar um novo mapa de favorabilidade para depósitos minerais com potencial para exploração de cobre e ouro entre o oeste da Província Mineral de Carajás até as províncias minerais de Tapajós e Alta Floresta, nos estados do Pará e Mato Grosso. 

O novo mapa para sistemas tipo epitermal-pórfiro do sul do Cráton Amazônico, executado na escala de 1:1.000.000, será lançado dia 9 de dezembro, a partir das 15h, no Canal da TV CPRM no Youtube, durante o evento Desenvolvendo a Indústria Mineral Brasileira, promovido pelo SGB-CPRM e Mineronegócio. 

A descoberta de depósitos de cobre-pórfiro em ambientes geológicos do Proterozóico é pouco comum em nível global. Essas ocorrências são comuns em ambientes geológicos mais recentes como na Cordilheira dos Andes. Um mapa de favorabilidade mineral é o resultado da avaliação de potencial mineral de uma determinada região para uma determinada substância. 

O mapa aponta áreas mais favoráveis para a exploração mineral, a partir do processamento de dados geológicos, geoquímicos e geofísicos, ranqueando-as em termos da sua prospectividade.

O cobre representa 7,9% da produção mineral comercializada no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), mas o País detém apenas 1,8% dos recursos conhecidos globalmente. O modelamento de potencial mineral para o sul do cráton amazônico executado pelo SGB-CPRM mostrou que, além das áreas conhecidas no Tapajós e Alta Floresta, ainda há grande potencial para novas descobertas de cobre e ouro em outras regiões. 

“Os produtos do programa Cobre Brasil podem contribuir para a descoberta de novos depósitos. O mapa aborda tanto áreas conhecidas pelo seu potencial exploratório como regiões pouco exploradas, mas com alto potencial para os mesmos sistemas mineralizantes. O produto permite a delimitação de alvos para estudos de maior detalhe, que eventualmente podem levar à descoberta de novos depósitos minerais na região no médio-longo prazo”, explicou o pesquisador do SGB-CPRM, Divisão de Geologia Econômica, Felipe Tavares. 

A delimitação de novas áreas potenciais com as mesmas características geológicas-geoquímicas-geofísicas das áreas conhecidas foi executada pelos pesquisadores Rafael Bittencourt Lima, Raul Eigenheer Meloni, Isabelle Serafim, Wilson Lopes e Anderson Dourado Rodrigues da Silva. 

O mapeamento de potencial mineral foi executado a partir de modelamento espacial de dados, sob a ótica dos sistemas mineralizantes, no qual a distribuição dos depósitos em nível regional é controlada por critérios geológicos mapeáveis, conforme explica Rafael Bittencourt Lima, chefe do projeto. O conjunto de mapas evidenciais é transformado por operações de álgebra de mapas, utilizando-se metodologias como multiclass overlay e lógica fuzzy. 

“As metodologias de modelamento de potencial mineral e de processamento de dados aplicadas possuem diversas inovações desenvolvidas pelo time de pesquisadores e pesquisadoras da SGB. O desenvolvimento de novas metodologias de processamento de dados aerogeofísicos usando algoritmos de aprendizado por máquinas e inteligência artificial são um exemplo”, avaliou Rafael.

Para o diretor-presidente do SGB-CPRM, Esteves Colnago, o novo mapeamento é importante para o desenvolvimento regional e proporcionará um aumento na atividade de exploração mineral em curto e médio prazos, empregos diretos e indiretos em áreas distantes de grandes centros urbanos, além de desenvolvimento econômico e social do interior do país. “Também há o incremento na arrecadação de impostos federais, estaduais e municipais, contribuindo para a arrecadação fiscal nacional. Caso parte dos projetos de exploração se viabilize como mina, os ganhos em termos de desenvolvimento serão imensos em longo prazo”, ressaltou.

O lançamento representa o primeiro produto do Programa Cobre Brasil, desenvolvido pelo SGB-CPRM para contribuir com a expansão das fronteiras exploratórias para cobre e metais associados. O produto envolve vários projetos de modelamento de potencial mineral com o objetivo de desenvolver mapas de favorabilidade para cobre e metais associados em escalas regionais. 

Outros produtos do Programa Cobre Brasil possuem entregas escalonadas para os próximos cinco anos. “Diversas estratégias de mapeamento de recursos minerais foram aplicadas de forma a se chegar ao produto final. Os resultados também serão apresentados na forma de um artigo científico, que irá contribuir para o avanço da metodologia de modelamento de potencial mineral de sistemas minerais pré-cambrianos”, finalizou Felipe Tavares.

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