Tuberculose

21/08/2023 08:00h

Para o controle da doença, a prefeitura de Belém vai implantar o tratamento da tuberculose e realizar o teste CD4 Carga Viral em mais um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA)

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Apenas este ano, cerca de 2.306 casos de tuberculose foram notificados no estado do Pará. Com o crescente número da doença, a prefeitura de Belém vai implantar o tratamento da tuberculose e realizar o teste CD4 Carga Viral, que é o exame confirmatório do vírus HIV no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), localizado na tv. Rui Barbosa, no bairro do Reduto. 

A iniciativa da implantação será feita juntamente com Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Hospital Israelita Albert Einstein e Ministério da Saúde.

Atualmente, o único local no município que realiza a testagem para os usuários do SUS é o Centro de Atenção à Saúde em Doenças Infecciosas Adquiridas (Casa Dia), que também atende pessoas de outras cidades e tem registrado problemas no atendimento.

O coordenador de controle de tuberculose, Cleison Martins explica que o ideal é que o diagnóstico da tuberculose seja feito em até sete dias desde os primeiros sintomas.  

“O diagnóstico da tuberculose é fundamental tanto para detecção de casos novos quanto para controle da doença. É importante que o diagnóstico ocorra de forma mais breve possível para o controle da doença”, explicou o coordenador. 

Além do diagnóstico, começar o tratamento imediatamente é a única forma de evitar a transmissão e a morte de pacientes com a doença, como destacou Cleison Martins.

“A partir do diagnóstico pode se iniciar imediatamente o tratamento, então logo o paciente inicia o tratamento, se esse tratamento for eficaz, em um mês ele já deixa de ser bacilífero, quebrando a cadeia de transmissão da doença além de evitar também a deterioração clínica e até mesmo o óbito desse paciente”, destacou. 

O objetivo do novo projeto é ampliar a carteira de atendimento para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com equipamentos de quarta geração para testagem de HIV/AIDS, que podem realizar vários testes ao mesmo tempo; implantação de testes moleculares rápidos para detecção de clamídia e gonococo em pacientes sintomáticos e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis para a população. 

O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Rayssa Gorbachofh é referência no atendimento e testagem para o diagnóstico de HIV/Aids, sífilis e hepatites virais no estado. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

Tuberculose: 

A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Os pulmões são os órgãos mais afetados, mas a TB pode acometer os rins, a pele, os ossos, os gânglios e vários outros órgãos e tecidos. A transmissão ocorre por via aérea a partir da inalação de aerossóis, contendo os bacilos, que são expelidos pela tosse, espirro ou fala de doentes com tuberculosepulmonar ou laríngea. 
 

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04/05/2023 18:45h

Decisão é fundamental para eliminar a tuberculose até 2030, diz a coordenadora da Tuberculose da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Fernanda Dockhorn

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O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aprovou, no dia 27 de abril, o parecer que permite que os enfermeiros solicitem testes e indiquem tratamento para tuberculose latente. A solicitação foi feita pela Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose e contou com apoio e articulação do Ministério da Saúde para ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento da tuberculose no país.

A coordenadora da Tuberculose da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente,  Fernanda Dockhorn, reforça que essa decisão é fundamental para eliminar a tuberculose até 2030, como previsto no Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública.

“O profissional de enfermagem é o organizador de todo o processo de trabalho. Ele faz o diagnóstico, o tratamento, e organiza o acesso e o acolhimento da pessoa com suspeita ou com tuberculose. Então o tratamento da infecção latente ou preventivo da tuberculose era a única ferramenta que o profissional de enfermagem ainda não podia fazer”, explica. 

O infectologista Werciley Júnior expõe que a tuberculose latente é uma forma clínica da tuberculose. “A tuberculose é uma doença que pode causar infecções e que no desenvolvimento da infecção a multiplicação da bactéria pode ser controlada pelo corpo e ser eliminada. Pode ser controlada, mas ficar latente ou incubada. Ou ela evoluir da forma ativa causando dano ao tecido”, enfatiza.
Werciley pontua que a extensão para que outros profissionais possam fazer a solicitação conforme o programa de prevenção de tuberculose, é muito importante, pois dessa forma, o acesso ao diagnóstico e tratamento é ampliado. 

“A gente sabe que em muitas localidades, o acesso ao médico é mais demorado e pra fazer um exame e retornar, muitas vezes isso impossibilita até uma pessoa fazer o acompanhamento. Então esse acesso inicial ao enfermeiro e avaliação tanto do enfermeiro e posteriormente do médico, facilita a adesão e principalmente ganhamos público, assim conseguimos erradicar a tuberculose”, esclarece.

De acordo com a última edição especial do Boletim Epidemiológico da Tuberculose, houve importante diminuição da proporção de cura entre os casos novos de tuberculose nos últimos anos, que saíram de 73,8% em 2019 para 66,5% em 2021 e aumento do percentual de interrupção do tratamento das pessoas com a doença que saíram de 12,6% em 2019 para 14,0% em 2021.  

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26/04/2023 19:55h

Segundo a coordenadora geral da coordenação geral de vigilância da tuberculose, micoses endêmicas e micobactérias não tuberculosas, a tuberculose é uma doença tratável e pode ser prevenida, testada, identificada e tratada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

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O Brasil está entre os 30 países considerados prioritários pela Organização Mundial da Saúde (OMS), seja na carga de tuberculose ou coinfecção tuberculose HIV. Fernanda Dockhorn Costa, médica e coordenadora geral da coordenação geral de vigilância da tuberculose, micoses endêmicas e micobactérias não tuberculosas do departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DATHI) do Ministério da Saúde, informa que em 2022 78 mil casos novos de tuberculose foram confirmados. 

“Isso dá uma incidência de 36.3 casos por 100 mil habitantes e ocorreu um aumento do óbito no último ano de 2021, chegando a mais cinco mil óbitos por tuberculose no Brasil, representando um aumento de 12% em relação a 2019”, afirma.

De acordo com a coordenadora, o município com o maior número de incidência da doença é Manaus (AM), que apresenta 115 casos por 100 mil habitantes. Seguido por Recife com 102 casos por 100 mil habitantes e Rio de Janeiro com 95 casos por 100 mil habitantes. 

“E ainda temos as capitais com maior mortalidade, que são São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. Como a tuberculose está ligada a determinantes sociais, ela está ligada a aglomerados urbanos, concentrado de pessoas onde existem comunidades, então grandes centros com essa concentração, geralmente tem mais casos de TB”, completa.

Combate

A tuberculose é uma doença tratável e pode ser prevenida, testada, identificada e tratada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dockhorn enfatiza que para alcançar a eliminação da doença no país, como problema de saúde pública, é importante que a população e profissionais de saúde saibam quais são os principais sintomas da doença, que são: tosse por três semanas ou mais, perda de peso acentuada e febre. 

Outros sintomas da doença são:

  • Cansaço excessivo e prostração;
  • Suor noturno;
  • Falta de apetite;
  • Rouquidão.  

Transmissão

Paulo Victor Viana, pesquisador do Centro de Referência Professor Hélio Fraga da ENSP/Fiocruz, informa que a transmissão da tuberculose é direta. E a aglomeração de pessoas é o principal fator de propagação. 

“O doente acaba expelindo, ao falar, espirrar e muitas vezes, tossir,  que é o principal sintoma, pequenas gotas de saliva que podem conter a bactéria da tuberculose e ser inalada por outros indivíduos que estejam próximo”, esclarece. 

Prevenção

Fernanda Dockhorn avalia que o SUS teve grande avanço nos últimos anos na estratégia de prevenção contra a tuberculose. “A gente incorporou um novo esquema de tratamento para prevenir a TB que se chama 3HP. É uma associação de rifapentina com isoniazida, são 12 doses semanais, então em três meses a pessoa previne a tuberculose”, completa.

A coordenadora enfatiza que a tuberculose não é uma doença ligada a determinadas populações e que, qualquer pessoa com tosse por três semanas ou mais, deve investigar a doença.

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06/04/2023 19:00h

“A tuberculose é uma doença infecciosa evitável, com altos índices de casos no Brasil”, diz o pneumologista Gerson de Almeida

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Em 2022, cerca de 78 mil pessoas adoeceram por tuberculose no Brasil. O número é 4,9% maior do que o registrado no ano anterior. Nos últimos anos, houve uma diminuição significativa na proporção de cura entre os novos casos de tuberculose. 

A taxa caiu de 73,8% em 2019 para 66,5% em 2021. Já o percentual de interrupção do tratamento das pessoas com a doença aumentou de 12,6% em 2019 para 14,0% em 2021. 

Para reverter essa situação, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou em de março a Resolução CNS nº 709, que possui novas diretrizes de ações relacionadas à vigilância, promoção, proteção, diagnóstico e tratamento da tuberculose no Sistema Único de Saúde (SUS). 

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Propostas incluídas no novo documento:

  • Garantia de investimento público para favorecer a implementação das estratégias do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose pelas três esferas de gestão;
  • Estabelecimento de Comitê Interministerial com participação da sociedade civil para efetivação de agendas  intersetoriais diante aos determinantes sociais da tuberculose;
  • Estabelecer, via Ministério da Saúde, indicador de pagamento por desempenho relacionado ao controle da tuberculose na Atenção Primária à Saúde;
  • Consolidar e fortalecer a linha de cuidado da tuberculose, incluindo a organização da referência e contrarreferência, bem como fluxos entre os serviços;
  • Reestruturar, ampliar e fortalecer a rede laboratorial para tuberculose;
  • Reestabelecer as coberturas vacinais de BCG; 
  • Fortalecer ações de rastreamento de pessoas com infecção latente da tuberculose (ILTB) e ampliar tratamento preventivo à doença.

Gerson de Almeida, pneumologista, expõe a importância de se combater a tuberculose. “É uma doença infecciosa evitável e o Brasil ainda tem uma elevada incidência da doença. Estima-se que uma pessoa infectada pode transmitir a tuberculose para 10 ou 15 pessoas no período de um ano, sendo importante interromper esse ciclo”, explica.

TUBERCULOSE: tratamento interrompido pode gerar formas mais graves da doença

Sintomas

  • Tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue;
  • Cansaço excessivo e prostração;
  • Febre baixa geralmente no período da tarde;
  • Suor noturno;
  • Falta de apetite;
  • Emagrecimento acentuado;
  • Rouquidão. 

O infectologista informa que o diagnóstico e tratamento para a tuberculose é fornecido gratuitamente pelo SUS e que após 2 semanas do início dos cuidados, geralmente o paciente não transmite mais a doença.

“Por ser um microrganismo de crescimento lento, o tratamento requer uma duração mais prolongada de cerca de seis meses ou mais a depender do tipo de manifestação da doença, do órgão acometido e outros problemas de saúde que o paciente possa ter”, completa.

De acordo com a Resolução, a tuberculose é a primeira causa de morte entre pessoas vivendo com HIV e Aids. Dados do Ministério da Saúde apontam 48,2% das pessoas com coinfecção TB-HIV tendo o diagnóstico do HIV realizado em decorrência da confirmação do caso de tuberculose no período entre 2011 a 2020, e 35,8% das pessoas com coinfecção TB-HIV sem o início oportuno da terapia antirretroviral em 2020.

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