Foto: Agecom Bahia
Foto: Agecom Bahia

Tuberculose: Amazonas lidera incidência no Brasil, seguido por Roraima e Rio de Janeiro

Doença matou quase 6 mil brasileiros em 2023, segundo boletim mais recente do Ministério da Saúde.

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

ÚLTIMAS SOBRE MINISTÉRIO DA SAÚDE


Uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, transmitida pelas vias aéreas, principalmente quando uma pessoa doente tosse, espirra ou fala, cujo principal sintoma é a tosse persistente, que costuma durar mais de três semanas. A tuberculose matou mais de 5,9 mil pessoas em 2023 no Brasil e mais de 84 mil novos casos da doença foram diagnosticados naquele ano, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. 

O dia 24 de março é dedicado a aumentar a conscientização contra esta, que é uma das doenças infecciosas que mais matam no mundo. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, todos os dias mais de 4 mil pessoas morrem em todo o planeta em decorrência da tuberculose.

Veja mais: Tuberculose: o que é, sintomas, transmissão e fatores de risco

No Brasil, o estado onde há maior incidência da doença é o Amazonas, seguido por Roraima e Rio de Janeiro. No estado amazônico, até setembro de 2024, eram 86,3 casos por 100 mil habitantes. Já Roraima registrou 78,9 e Rio de Janeiro, 73,7 casos por 100 mil habitantes. 

Segundo Draurio Barreira, Diretor do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde,  vivemos um outro momento da doença, em que não se fala mais em controle e sim, em eliminação. O desafio faz parte do programa Brasil Saudável, que além da tuberculose, visa eliminar outras 11 doenças e 5 infecções.

Condições que favorecem à tuberculose

Casas onde moram muitas pessoas, com condições de saneamento e higiene precárias, pouca circulação de ar. Todos esses são determinantes sociais que perpetuam a existência da tuberculose no país, como explica a coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas do Ministério da Saúde, Fernanda Dockhorn. 

“A tuberculose está ligada muito às condições de vida da população. Então, as populações que vivem em uma situação de empobrecimento, em ambientes aglomerados, onde o ar não circula tão bem, estão mais sujeitas ao adoecimento. Além disso, as pessoas em situação de vulnerabilidade social, muitas vezes, vivenciam mais dificuldades de acesso a serviços e têm diagnóstico tardio”.

Fome, desnutrição, baixa qualidade dos alimentos também são fatores que contribuem para que a doença se manifeste após a infecção. 

Tratamento e enfrentamento

Hoje, a prevenção contra a doença recebe atenção especial, com aumento de 30% no tratamento preventivo. O destaque desse tratamento é o esquema encurtado 3HP — um combo de medicamentos associados que reduz o risco de desenvolvimento de tuberculose ativa nas pessoas que tiveram contato com o bacilo e ajuda a interromper a cadeia de transmissão da doença. Essa nova maneira de proteger contra a tuberculose já atingiu 72% dos tratamentos, segundo o Ministério da Saúde. 

O tratamento convencional da tuberculose é feito com uso de antibióticos orais, em casa,  durante seis meses, e exige que o paciente vá até uma unidade de saúde mensalmente para acompanhar a evolução do tratamento. A porta de entrada para ter acesso aos cuidados ocorre pela atenção primária à saúde e todos os medicamentos são fornecidos gratuitamente pelo SUS. 

Brasil Saudável 

Para combater a tuberculose e outras 10 doenças e cinco infecções consideradas problemas de saúde pública, o governo federal criou, em fevereiro de 2024, programa Brasil Saudável. Com a Tuberculose, a meta é eliminar a doença como problema de saúde pública, reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e fazer cair o número de mortes para menos de 230 por ano, até 2030.

Para isso, o Ministério da Saúde, ao lado de outros 12 ministérios, trabalham no enfrentamento à fome e à pobreza, na promoção da proteção social e dos direitos humanos, no fortalecimento da capacitação de agentes sociais, no estímulo à ciência, tecnologia e inovação e na expansão de iniciativas em infraestrutura, saneamento e meio ambiente.
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.