O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão vinculado ao Ministério da Cultura, abriu inscrições para o edital do programa nacional do patrimônio imaterial, as inscrições ficam abertas até 8 de setembro.
São R$ 7,5 milhões para o desenvolvimento de projetos para preservação do patrimônio cultural imaterial.
O objetivo é preservar as práticas, conhecimentos, expressões, celebrações e tradições da cultura nacional, transmitidas de geração em geração.
Órgãos dos governos federal e estaduais, universidades e instituições de ensino superior podem enviar propostas.
Organizações da sociedade civil, agências de desenvolvimento e organizações privadas ligadas à cultura e à pesquisa também podem se inscrever no edital.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, fala sobre o programa nacional do patrimônio imaterial e convida as pessoas para participar.
“O Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, acabou de lançar o edital do PNPI: o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial no valor de R$ 7,5 milhões. Isso significa dinheiro, orçamento. São recursos que serão aplicados no fomento, na pesquisa, na promoção da cultura imaterial dos saberes, das formas de fazer cultura tradicional em nosso país. Esse valor é muito mais do que aquilo que foi investido nos últimos quatro anos. Estamos falando de uma única ação, ainda temos outras. portanto, quero fazer um convite a todos e todas vocês a nos ajudarem nesta divulgação, na aplicação desse orçamento, que é do povo, e visa justamente fortalecer a cultura popular”.
O Programa Nacional do Patrimônio Imaterial é voltado a iniciativas que utilizem o novo inventário nacional de referências culturais; O guia do inventário nacional de diversidade linguística e estejam inscritas em um dos livros de registro do Iphan.
Para saber mais acesse o site www.gov.br/iphan ou envie mensagem para [email protected].
Esta é uma realização do Ministério da Cultura e Iphan.
Relembre os momentos marcantes de “Tremendão”, que morreu nessa terça-feira (22), aos 81 anos.
Para alguns críticos, Erasmo Carlos foi apenas o grande amigo e maior parceiro do “rei” Roberto Carlos. Mas a extensa obra do "Tremendão'', que morreu nessa terça-feira (22) aos 81 anos, torna-o merecedor de todas as numerosas e emocionadas homenagens que recebeu de artistas e críticos musicais, que acompanharam sua longa trajetória de sucesso.
O consagrado artista morreu de uma doença pouco conhecida: síndrome edemigênica, que provocou a acumulação de líquidos nos tecidos. Em virtude disso, o cantor passou vários dias internado e chegou a receber alta, com muitas manifestações de solidariedade.
Erasmo Carlos deixa, contudo, seu nome consagrado como um dos precursores do rock nacional, influenciado pelo fenômeno Elvis Presley. Assim, notabilizou-se por ser um dos criadores do movimento musical que abalou o Brasil, a partir dos anos 60: a Jovem Guarda.
“Erasmo Esteves”, que nasceu no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, compôs mais de 600 músicas em toda a sua carreira. Ele estava longe de ser considerado um artista decadente ou que se resignava a viver à sombra do sucesso de Roberto Carlos.
Desde que estreou com a banda Sputnik, em 1957, ao lado de Roberto Carlos e de outro grande amigo, Tim Maia, que lhe ensinara tocar violão, Erasmo Carlos não parou de colecionar amigos e parceiros musicais. A banda Sputnik se transformaria em Snakes (cobras, em inglês)
Frederico Tomé, psicanalista, historiador e doutor em Ciências Sociais, destaca que o movimento cultural da Jovem Guarda, consolidado na década de 1965, por meio do programa televisivo Jovem Guarda exibido pela TV Record, representou uma transformação no movimento cultural brasileiro.
Comandado por Erasmo, Roberto Carlos e Wanderléa, o programa de auditório já vinha de um certo padrão radiofônico, mas na televisão assumia novas configurações. “Um Brasil de 1965, pós golpe de 64, onde um certo assunto político trazia consequências. Então era um programa destinado à massa que começava a acompanhar as novas tendências do rock que se produzia no ocidente, especificamente nos Estados Unidos e Inglaterra. Estavam preocupados em viver, curtir a vida, uma juventude ávida, pra uma experiência, uma urgência de vida”, explica o historiador.
Por embalarem canções românticas numa época de repressão política, Erasmo e Roberto sempre foram alvos de preconceito por parte da mídia e de críticos musicais, por não envolverem temas polêmicos nas canções, que geralmente falavam de amor e encantavam a juventude da época.
Além disso, segundo o historiador Frederico Tomé, o movimento da Jovem Guarda foi inovador, já que também abordava o mundo urbano e industrial. “[Tem] muitas músicas do Roberto, Erasmo que cantam sobre esses automóveis, essa velocidade. Isso chegando até os cinemas. E as produções cinematográficas que eram decorrentes desse sucesso. Então a Jovem Guarda é música, televisão, cinema”, afirma.
Em outubro deste ano, Erasmo Carlos foi o vencedor do Grammy latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa, com o título “O futuro pertence à Jovem Guarda”, lançado em fevereiro deste ano. O disco reúne canções lançadas entre 1964 e 1966.
Antes dessa premiação recente, Erasmo Carlos também venceu o Grammy de 2014, com o melhor álbum de rock e de música alternativa, em 2014. Ou seja, ao contrário do que sugere o título de uma de suas músicas mais conhecidas, o cantor carioca, nascido no bairro da Tijuca, nunca foi de ficar “sentado à beira do caminho”. Foi um inquieto protagonista, em constante movimento.
Erasmo Carlos também fez muito sucesso com a música “Minha fama de mau”, que virou título de um livro autobiográfico _ e também um filme. Essa suposta “fama” sempre gerou muitas brincadeiras entre os seus amigos e parceiros. A curiosidade era que o artista sempre foi reconhecido pela generosidade e companheirismo.
Nos últimos anos, a homenagem ao universo feminino que Erasmo Carlos fez na canção “Mulher” lhe garantiu enorme sucesso. O cantor, que teve três filhos (um deles morreu em acidente de moto), só conheceu o pai aos 23 anos. Era filho de mãe solteira. Mas nunca abandonou o bom humor, como quando numa entrevista na tevê lamentara ter um corpo grande, “mas uma voz pequenina”.
Ao lamentar publicamente a morte do amigo, Roberto Carlos demonstrou toda sua admiração pelo antigo parceiro: “Não sei como dizer tudo o que eu penso do meu amigo querido, um grande irmão, meu ídolo por tudo, pela lealdade, sua inteligência, bondade, por tudo que eu conheço dele”.
No começo do mês, ao comemorar o prêmio que recebera de melhor álbum do ano, Erasmo Carlos exaltou, em rede social, talvez a sua forma de encarar a vida, até aquele momento, quando já enfrentava a doença fatal: ”Existem várias formas de amor, e eu preciso de todas”.
Certamente, os eternos fãs de Erasmo Carlos ainda lembrarão do ídolo por muito tempo, como um artista talentoso e sensível, que soube cultivar o amor e a amizade, em sua plenitude.
Morte da cantora baiana, que estava em plena atividade, comoveu o País
A cantora Gal Costa, um dos maiores ícones da música popular brasileira e representante do Tropicalismo, morreu nesta quarta-feira (9), aos 77 anos. A artista era uma das principais atrações do festival Primavera Sound, realizado em São Paulo, no último fim de semana, mas teve a participação cancelada às vésperas do evento. Gal ainda tinha os shows da turnê “As Várias Pontas de uma Estrela” marcados para dezembro e janeiro.
Com sucessos marcantes como “Baby”, “Meu bem, bem mal” e “Chuva de prata”, entre outras canções, Gal Costa é considerada uma das maiores vozes de sua geração. No banco de dados do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), a cantora possui 1.080 gravações cadastradas.
Trajetória de Gal Costa
Nascida Maria da Graça Costa Penna Burgos, no dia 26 de setembro de 1945, em Salvador, na Bahia, Gal começou a cantar ainda na adolescência, em festas escolares. No início dos anos 1960 fez sua grande estreia na música, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Tom Zé, no espetáculo “Nós, Por Exemplo”.
O primeiro álbum de estúdio da cantora foi lançado em 1967, mas foi no ano seguinte que a cantora caiu nas graças do público brasileiro, quando gravou o álbum “Tropicália ou Panis et Circenses”, em parceria com Caetano, Os Mutantes e Gilberto Gil.
O historiador Frederico Tomé destaca que Gal iniciou sua carreira em um momento difícil, em um contexto de tensões políticas no Brasil, quando aconteceu o golpe militar. “Inaugurando, assim, uma ditadura, que até então, não sabia que duraria 21 anos. Seus parceiros mais próximos foram presos, exilados, e de certa maneira, Gal Costa levou adiante aquilo que seu grupo de amigos se propôs a fazer, né? A tropicália”, explica.
Tropicália foi um movimento que lutou contra a ditadura por meia da arte e da música, no qual Gal Costa foi um dos nomes de destaque. De acordo com o especialista, a artista não foi um grande nome apenas por conta da voz, mas também pelo comportamento. A cantora não fugiu de suas responsabilidades como cidadã e sempre se posicionou à frente de temas polêmicos. “Ela permaneceu no Brasil e manteve essa postura de enfrentamento. Sempre levando em consideração ou colocando à frente seu corpo, seus desejos, as suas vontades”, informa Frederico.
O historiador ainda diz que Gal estava à frente de seu tempo, e que colocava o corpo à mostra em shows e capas de discos, que foram censuradas. “Contribuiu muito para uma afirmação da mulher no cenário musical, no cenário político, no cenário social brasileiro. É uma perda irreparável”.
Com 57 anos de carreira, Gal Costa se consolidou como uma das protagonistas do MPB e não parou de produzir músicas desde então, com mais de 40 álbuns lançados entre discos de estúdio e ao vivo. “Nenhuma Dor”, de 2021, foi seu último lançamento e contou com a participação de Criolo, Seu Jorge, Zeca Veloso e Silva.
O corpo da cantora Marília Mendonça foi enterrado neste sábado (6) no cemitério Parque Memorial, em Goiânia. O sepultamento, reservado à família e amigos mais próximos, ocorreu após o cortejo de 9km entre o ginásio Goiânia Arena e o cemitério.
Marília Mendonça: fãs, amigos e familiares se despedem e fazem homenagens à cantora
Uma multidão acompanhou o velório no ginásio e prestou homenagens à cantora goiana de 26 anos, que faleceu na última sexta-feira (5) em um acidente de avião em Minas Gerais. Os carros do Corpo de Bombeiros, que levaram o caixão do velório ao cemitério, foram acompanhados por milhares de fãs.
As duplas sertanejas Henrique & Juliano, Maiara & Maraisa, e Murilo Huff, ex-companheiro da cantora e pai do filho dela, acompanharam, emocionados, o corpo de Marília desde o velório até o sepultamento. O corpo de Abicieli Silveira Dias Filho, assessor e tio da cantora que também morreu no acidente, foi sepultado no mesmo lugar.
Antes de saírem do ginásio, foram tocados os versos de “Todo mundo vai sofrer”, um dos maiores sucessos de Marília. Além de "Flor e o Beija-Flor", interpretada por ela junto com Henrique & Juliano, que incentivaram a produtora Workshow a lançá-la como cantora, em 2016.
Milhares de fãs, familiares, amigos e artistas se despedem da cantora Marília Mendonça no ginásio Goiânia Arena, em Goiânia, neste sábado (6). Cerca de 100 mil pessoas eram esperadas no local para homenagear a cantora, que faleceu na tarde desta sexta-feira (5) em um acidente de avião, na cidade Piedade de Caratinga, em Minas Gerais.
Pouco antes da tragédia, Marília gravou uma mensagem a um fã, chamado Guilherme Afonso Boaventura, a pedido da madrasta, Poliana Boaventura.
A social media Fernanda Ramalho, de 38 anos, conta que é muito fã da cantora e estava em casa com a mãe e o marido, quando recebeu a notícia. “Fiquei com o estômago embrulhado, o coração apertou. Eu até comentei aqui em casa, parece que uma amiga minha morreu. Eu fiquei sem chão! Eu acredito que hoje não tem um brasileiro que não esteja de luto”, lamenta.
Fernanda relembra com carinho os momentos que viveu nos shows de Marília Mendonça, em Brasília e em Goiânia. “Ver aquela humildade que ela tinha, de olhar nos olhos dos fãs, de atender após o show, isso é muito raro e mostrava a humanidade que ela tinha. E é isso que eu vou guardar no meu coração, esse legado incrível que ela deixou”, disse emocionada.
Fernanda e amigos em um show da cantora Marília Mendonça. Foto: Arquivo pessoal
O legado de Marília também ficará marcado na história da música brasileira. Ela começou sua carreira musical como compositora, escrevendo sucessos para duplas sertanejas como Henrique & Juliano, João Neto & Frederico, Matheus & Kauan e Jorge & Matheus, além dos cantores Wesley Safadão e Cristiano Araújo, que também morreu prematuramente em um acidente de trânsito, em 2015.
Em 2019 e 2020 foi a cantora mais ouvida do Brasil, segundo o Spotify. No YouTube, seu clipe para a música "Graveto" foi o vídeo musical mais assistido no ano passado. A canção já tem mais de 278 milhões de visualizações na plataforma.
A mineira Kamila, cantora sertaneja, lembra que Marília Mendonça sempre foi um espelho para ela e para muitas cantoras do ramo. “Ela é uma inspiração, uma referência, um exemplo. Uma artista que nas horas em que você precisa de força, você pensa na história dela e se espelha. É uma admiração, me motivava a sempre ser melhor, porque ela era uma artista completa”, afirma.
Em 2019, Marília deu vida ao projeto “Todos os Cantos”, em que fazia shows surpresas e gratuitos em diversos lugares do Brasil. Em agosto daquele ano, ela se apresentou em Brasília e o cabeleireiro Eduardo Lima conta que a conheceu pessoalmente.
“Eu cheguei a fazer o cabelo dela aqui Brasília, quando ela veio fazer show. Foi tudo maravilhoso, ela é uma pessoa fantástica, e eu estou fechando meu salão hoje para fazer essa última homenagem a ela. Quero chegar a tempo no velório e prestar essa homenagem, porque ela fez parte da minha vida”, afirma. O cabeleireiro saiu da capital federal até Goiânia para participar das homenagens.
Artistas, celebridades e políticos se manifestaram nas redes sociais para homenagear a cantora, considerada precursora do "feminejo". Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro disse que “o país inteiro recebe em choque a notícia do passamento da jovem cantora sertaneja Marília Mendonça, uma das maiores artistas de sua geração, que com sua voz única, seu carisma e sua música conquistou o carinho e a admiração de todos nós”, lamentou.
De acordo com a assessoria, a artista tinha shows programados em Londres, na Inglaterra; em Bruxelas, na Bélgica; e em Porto e Lisboa, em Portugal, ainda este mês. A expectativa era grande para 2022, quando seria realizado o Festival das Patroas com a dupla Maiara e Maraisa, com as quais Marília fez seu último álbum “Patroas 35%”, lançado dia 14 de outubro.
Dentre as diversas parcerias que Marília fez desde 2016, quando estourou com o sucesso “Infiel”, está a música “Os Tempos Mudaram”, com Roberta Miranda. A cantora precisou ser levada para a emergência do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, na noite desta sexta-feira (5), após saber da morte de Marília. No twitter, Roberta prestou condolências à mãe e ao filho de Marília.
A cantora Anitta, que lançou uma música em 2019 com Marília, também lamentou a morte precoce da cantora e prestou homenagem em um post emocionante na rede social Instagram.
Uma das vozes do “feminejo”, a cantora Yasmin Garcia chamou Marília de “maior inspiração” em post nas redes sociais.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou que vai abrir uma investigação para apurar as condições da aeronave de pequeno porte que caiu e matou a cantora. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave era um bimotor Beech Aircraft, da PEC Táxi Aéreo, de Goiás, com capacidade para seis passageiros, e estava em situação regular.
Além da artista, outras quatro pessoas morreram no acidente: Henrique Ribeiro, que era produtor geral. Abicieli Silveira Dias Filho, tio e assessor da cantora. O piloto do avião, Geraldo Martins de Medeiros Júnior, e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.
Nesta sexta-feira (05), a cantora Marília Mendonça morreu em um acidente aéreo, depois da queda de um avião de pequeno porte perto de uma cachoeira na serra de Caratinga, interior de Minas Gerais. Além da cantora, de 26 anos, mais quatro pessoas morreram no acidente.
A assessoria da cantora confirmou a morte por meio de nota. "Com imenso pesar, confirmamos a morte da cantora Marília Mendonça, seu produtor Henrique Ribeiro, seu tio e assessor Abicieli Silveira Dias Filho, do piloto e copiloto do avião, os quais iremos preservar os nomes neste momento. O avião decolou de Goiânia com destino a Caratinga (MG), onde Marília teria uma apresentação esta noite", informou.
A Secretaria Especial da Cultura do Governo Federal divulgou nota sobre a morte de Marília Mendonça. “É com imenso pesar que lamentamos a morte da cantora Marília Mendonça, de toda a tripulação e passageiros. A cantora nasceu em Cristianópolis (GO) em 22 de julho de 1995. Ela surgiu como ícone do sertanejo em 2016, com sucessos como ‘Infiel’ e ‘Eu sei de cor’”, diz a nota.
Desde 2016, as músicas de Marília Mendonça foram muito cantadas por todo o Brasil, se tornando sucesso de letras e melodias românticas. Considerada uma das artistas mais populares do sertanejo na atualidade, a cantora ajudou a consolidar o papel das mulheres no estilo.
Dia escolhido para ser comemorado em todo território nacional foi 26 de maio
Foi publicada no Diário Oficial da União a lei que institui o Dia Nacional do Sanfoneiro em todo o território nacional. A data escolhida para celebrar esse dia foi 26 de maio, mesmo dia de nascimento do músico Severino Dias de Oliveira, conhecido como Sivuca.
Nascido na Paraíba, Sivuca é um grande nome da cultura nordestina e é considerado o mestre da sanfona. Como compositor, arranjador, instrumentista, ele participou de mais de 200 discos de gêneros musicais diferentes como bossa nova, forró, choro, baião, maracatu, frevo, e muitos outros.
Sivuca faleceu aos 76 anos, em dezembro de 2006, mas sua história está eternizada no livro “Magnífico Sivuca: Maestro da Sanfona”, escrito por Flávia Barreto, filha do sanfoneiro.
Todos os anos, no dia 13 de fevereiro, o planeta inteiro celebra o dia do veículo de comunicação que está mais perto da população, dos trabalhadores e das famílias. Trata-se do Dia Mundial do Rádio. Nesta data, um dos objetivos da lembrança é conscientizar os grandes grupos radiofônicos, assim como as rádios comunitárias, sobre a relevância do acesso à informação, da liberdade de expressão e gênero dentro deste setor.
O comunicador Erialdo Costa ingressou no rádio em 1988, na Rádio Asa Branca FM 99,5, com sede no município cearense de Boa Viagem. Ele se diz honrado em comemorar esta data e ressalta que o rádio é uma ferramenta de suporte ao debate e à promoção cultural, que também atua em casos emergência social.
“Já naquela época, eu buscava fazer, mesmo em um programa musical, um rádio diferente, aproximando cada vez mais o ouvinte com quadros como o ‘Consultório do Rádio’, no qual um médico fazia consultas por meio de cartas em que os ouvintes escreviam contando seus problemas de saúde”, pontua.
E, ao destacar um caso inusitado ao longo da carreira, o radialista lembrou o fato de uma ouvinte não conseguir associar o timbre de voz dele ao porte físico da época.
“Chaga uma jovem de um município vizinho ao meu, querendo falar com Erialdo Costa, e eu estava no corredor e disse: pois não, em que posso servi-la? ‘Eu quero conhecer e falar com o Erialdo’. E respondi que eu era o Erialdo. Ela então pediu para eu sair da frente e deixar de brincadeira, porque queria conhecer o Erialdo. Quando abriu a porta do estúdio e não viu ninguém já foi me perguntando: ‘você é o Erialdo’? Eu disse que sim. Ela respondeu da seguinte forma: ‘eu pensei que o Erialdo era um homem’, se referindo à questão do meu porte físico, porque pelo timbre de voz ela imaginou que eu era um homenzarrão”, relata.
Para Pedro Luiz Ronco, locutor da Band FM, o rádio é veículo de comunicação mais importante que existe, pois de qualquer lugar do mundo é possível ouvi-lo. “É companhia em todos os locais, em todos os lugares, em todas as horas. Eu me sinto muito gratificado por ter essa profissão de radialista, jornalista e de trabalhar há 48 anos no Grupo Bandeirantes. Fui repórter e estou na Band FM há 33 anos com o programa A Hora do Ronco. Rádio para mim é vida!”, comemora.
Mesmo sendo um dos veículos de comunicação mais antigos, atualmente, o rádio ainda é responsável pelos maiores índices de audiência. Responsável pelo Núcleo de Estudos de Rádio, certificado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul junto ao CNPq, Luiz Artur Ferraretto afirma que isso também se tornou possível pela capacidade de adaptação que o rádio encontrou, acompanhando a evolução das tecnologias e equipamentos ao longo do tempo.
“Com a chegada da internet e celular, entramos na fase de convergência. Nessa fase, formatos que tinham sido abandonados, como a rádio novela, parte da programação humorística e seriados infantis, por exemplo, começam a voltar em forma de podcast. Para os pesquisadores de rádio, podcast também é rádio, pois tem linguagem radiofônica e uma proximidade muito grande com o que a gente fez e faz”, explica.
Na terceira geração de ouvintes de rádio, o psicanalista e morador de Porto Alegre, Luciano Mattuella, de 38 anos, conta que, assim como seu avô, utilizava o veículo para ajudá-lo a pegar no sono, já que tinha dificuldade para dormir quando era criança.
“Eu só conseguia dormir com a TV ligada. Só que eu ficava apavorado quando acordava no meio da madrugada e via que tinha acabado a transmissão. Até que eu ganhei um rádio relógio, daqueles clássicos, e redescobri algo que meu avô já sabia: que o rádio, diferentemente da TV que acabava a programação, era infinito. Então, não importava a hora que eu fosse acordar no meio da noite, pois o rádio estava sempre ali”, relembra.
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O dia 13 de fevereiro foi escolhido em homenagem à primeira emissão de um programa da Rádio das Nações Unidas, em 1946. A transmissão do programa foi em simultâneo para um grupo de seis países. A data foi oficializada em 2011, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O primeiro Dia Mundial do Rádio foi celebrado somente em 2012.
Projeto Guri volta em seis polos do interior e litoral
O Projeto Guri, iniciativa do governo de São Paulo que oferece cursos de iniciação musical em todo o estado, retoma as aulas presenciais em seis polos localizados no interior e no litoral. O retorno vai contemplar os municípios de São Carlos, Bauru, Macatuba, Registro, Ibirarema e Santa Cruz do Rio Pardo.
Segundo o governo de São Paulo, a liberação irá seguir as medidas de contenção do novo coronavírus de cada cidade, além das normas estaduais e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Guia de retorno às aulas presenciais para a educação básica é apresentado pelo MEC
Foram feitas adaptações para receber as turmas com segurança, com a implementação de ações que vão desde a disponibilização de álcool gel até a redução no número de pessoas por sala. É o caso dos cursos de guitarra e bateria em São Carlos, que chegam a ter apenas dois alunos por classe.
Ideias originais e novas versões de ritmos de sucesso, tem jingle para todos os gostos
Pode ser uma ideia original, a paródia de um sucesso musical antigo ou a carona no hit do momento. A fonte de inspiração pode até variar, mas o que não muda mesmo é a presença dos jingles nas campanhas eleitorais espalhadas pelo país. Com tantos ritmos à disposição, sobra criatividade para os candidatos que tentam conquistar os eleitores.
Segundo Paulo de Tarso, publicitário e especialista em campanhas eleitorais, a música é um instrumento fundamental para carregar a mensagem dos candidatos. Ele destaca, também, o papel de mobilização do jingle. “Você imagina uma campanha militar que não tenha um hino, uma marcha, que faça os soldados caminharem para a guerra com mais força. O jingle é um pouco isso quando, de fato, ele se torna universal. Ele mobiliza a militância, o povo, em geral, e os candidatos no sentido mais completo”, acredita.
Um jingle bem feito pode não só ajudar um candidato a se tornar conhecido, mas a entrar para a história. Os mais velhos, por exemplo, devem se lembrar do famoso “Varre, varre, vassourinha”, que embalou a campanha do ex-presidente Jânio Quadros, na década de 60. “Não são muitos os jingles que ficam na história, mas os que ficam quase não são ultrapassados. São citados sempre, passam de geração a geração”, completa Paulo.
Nas últimas eleições, os candidatos têm tomado um gosto especial pelas paródias. Produtor musical e radialista em Teixeira de Freitas (BA), Patrik Reis, afirma que a ideia de muitos concorrentes aos cargos públicos é surfar nos hits que estão em alta no momento. São os verdadeiros camaleões musicais. “Tem aqueles que gravaram o sucesso de um ano e querem um novo hit. Por exemplo, o cara que gravou Wesley Safadão há quatro anos, esse ano está gravando Barões da Pisadinha”, exemplifica.
A cena que já foi dominada pelo sertanejo e o arrocha, por exemplo, hoje pertence ao forró de pisadinha, o ritmo do momento e mais pedido pelos candidatos para embalar os jingles. Patrik conta que grava cerca de 10 jingles de pisadinha por dia. “É muita pisadinha”, brinca.
As paródias no embalo de sucessos internacionais são escolhas que nunca saem de moda. E neste ano, uma chama a atenção. Candidato a vereador de Esteio, município do Rio Grande do Sul, Nairon de Souza “quebrou a banca” ao parodiar uma música do mega artista norte-americano Lionel Richie.
O hit dançante “All Night Long”, indicado ao Grammy de canção do ano em 1983 virou o “Oh, Nairon”, um chiclete, difícil de desgrudar da cabeça. O convite da música original para festejar, expresso nos versos “Everybody sing, everybody dance”, agora é “Somos Nairon, sim, somos Nairon sempre”. E como jingle político que se preze, o refrão marcante faz questão de destacar o nome e o número de candidato.
O produtor musical, Patrik Reis explica que uma das funções mais importantes do jingle é “massificar” o nome e o número do candidato. Esses elementos simples combinados ao ritmo certo podem fazer o hit estourar. “Se o cara tem um nome e números fáceis, isso faz com que a música dentro do ritmo certo vire chiclete, todo mundo começa a cantar e aí fica martelando na cabeça.”
Paulo de Tarso, que também é membro do Clube dos Profissionais de Marketing Político, explica que existe a obrigatoriedade do número e do nome na canção, o que, muitas vezes, atrapalha a musicalidade e a poesia. Ele dá dicas do que os candidatos devem levar em conta ao pensar em um jingle. “Não pretenda discursar no jingle. O jingle não é lugar de discurso, é lugar de entusiasmo, poesia, emoção”, indica.
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Por enquanto, o caminho para as paródias de músicas para uso em campanhas políticas está aberto. Principalmente depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu ganho de causa ao deputado federal Tiririca em uma disputa com o cantor Roberto Carlos. A gravadora do rei questionou o uso do refrão “Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar”, que nas mãos de Tiririca virou o “Eu votei, de novo vou votar, Tiririca, Brasília é seu lugar”, na campanha de 2014.
Na decisão, a 3ª turma do STJ disse que a alteração de canção em programa político deve ser considerada paródia, isenta de autorização e de pagamento de direitos autorais, uma vitória para a criatividade e irreverência nas campanhas pelo país.
Se você conhece um jingle curioso, engraçado ou irreverente de algum candidato da sua cidade, compartilhe conosco! Basta nos enviar pelo e-mail: [email protected].