Variante indiana

11/10/2021 20:00h

Especialistas explicam a gravidade das variantes do coronavírus

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A maioria dos casos de Covid-19 na cidade de São Paulo foram causados pela variante Delta (95,2%). A informação é de um estudo feito pelo Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP) e pelo Instituto Adolfo Lutz, que também registraram casos da variante Gama (4,6%) na capital paulista. 

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram o sequenciamento do vírus em novos casos durante as últimas semanas de setembro, quando foram detectados 573 novos infectados com a variante Delta, na cidade de São Paulo. A variante começou a circular no Brasil em julho deste ano e, de lá para cá, foram identificados 2.494 casos na cidade. 

Variantes são mutações que algum vírus sofre ao se espalhar ou ao copiar a si mesmo. Quando ele passa por mais de uma mutação, as mudanças recebem o nome de variantes.

Variante delta

Conhecida como Delta (B.1 617.2, antes também chamada de variante indiana), a variante já foi registrada em mais de 130 países, conforme divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 30 de julho deste ano. Identificada na Índia no fim de 2020, a variante Delta foi detectada pela primeira vez no Brasil no início de julho de 2021 e, deste então, tem gerado preocupação.

“A Delta é a que mais predomina no mundo, causando casos da Covid-19. O grande problema dessa variante é que ela é 40% mais transmissível do que o coronavírus original e, com isso, ela se dissemina na comunidade muito mais fácil em pessoas não vacinadas. Em Israel, por exemplo, nós tínhamos observado que a vacina tinha diminuído o número de casos, mas a variante fez com que pessoas já vacinadas pegassem a doença, e isso levou o governo de lá a propor a terceira dose da vacina contra a Covid-19 para toda a população”, diz o infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia, Julival Ribeiro.  

A plataforma Genomahcov, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra dados das variantes, como é possível ver na imagem a seguir:


 

Variante Gama

Descoberta inicialmente em pessoas japonesas que estavam retornando da Amazônia para o país de origem, a variante Gama tem características próprias que a levaram a ser classificada como uma variante de preocupação, que é quando tem uma transmissibilidade maior, aumento da virulência ou diminuição da eficácia de uma vacina. A Gama tem um aumento de transmissão em relação à cepa original, porque ela carrega mutações na espícula - local onde o vírus se conecta à célula humana.

Segundo a infectologista Ana Helena Germoglio, a Variante Gama foi a responsável pela maioria dos casos e mortes no Brasil ainda no início da pandemia. “Ela [variante Gama] causou mais casos e óbitos no país, quando a gente ainda não sabia ao certo se essas variantes eram capazes de infectar novamente as pessoas que já tinham tido a infecção pelo vírus original. À época, ela se mostrou 60% mais infectante que a cepa original da China, o que causou uma grande taxa de letalidade na Amazônia e no resto do país”, diz.

“Ela foi capaz de causar, muito provavelmente, a maior parte das mortes que nós tivemos pela sua capacidade de contaminação e ocasionou a superlotação dos serviços de saúde pública. Apesar de no começo da identificação da Gama existirem muitas dúvidas, vimos que as vacinas são eficazes contra ela. Não à toa tivemos uma queda no número de casos desde o início da vacinação”, completou a infectologista. 

Sintomas

De acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, apesar de serem variantes diferentes, é considerável que todas as variantes tenham o mesmo tempo de infecção e também os mesmos sintomas.
Para pacientes que tenham formas leves e moderadas, são 10 dias e para os pacientes que tenham a forma mais grave, 20 dias.
Os sintomas são os mesmos para todas as variantes, independente de qual seja.

Dados da Covid-19

O Brasil registrou mais 6.918 casos  e  202  óbitos por Covid-19, nesta segunda-feira (11), de acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, mais de 21.582.738 milhões de brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus. O Rio de Janeiro ainda é o estado com a maior taxa de letalidade entre as 27 unidades da federação (5,16%) O índice médio de letalidade do País estava em 2,79%. 

Taxa de letalidade nos estados

  • RJ    5,16%
  • SP    3,44%
  • AM    3,22%
  • PE    3,18%
  • MA    2,85%
  • PA    2,81%
  • GO    2,70%
  • AL    2,61%
  • PR    2,59%
  • CE    2,58%
  • MS    2,56%
  • MG    2,55%
  • MT    2,53%
  • RO    2,45%
  • RS    2,42%
  • PI    2,19%
  • BA    2,18%
  • SE    2,16%
  • ES    2,13%
  • PB    2,11%
  • DF    2,09%
  • AC    2,09%
  • RN    1,99%
  • TO    1,69%
  • SC    1,62%
  • AP    1,61%
  • RR    1,59%
  • BR     2,79

Os números têm como base o repasse de dados das Secretarias Estaduais de Saúde ao órgão. Acesse as informações sobre a Covid-19 no seu estado e município no portal brasil61.com/painelcovid.  

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20/07/2021 11:00h

Desses, cinco evoluíram para quadros graves e um para óbito, informa Ministério da Saúde

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O Ministério da Saúde informou que já identificou 110 casos da variante Delta do novo coronavírus no Brasil. Desses, cinco evoluíram para quadros graves e um resultou em morte. A cepa conhecida como variante indiana possui maior taxa de infecção do que o coronavírus original. 
 
O estado que mais registrou casos da variante foi o Rio de Janeiro, com 83 ocorrências. Em seguida, vêm o Paraná (13), Maranhão (6), São Paulo (3), Pernambuco (2), Goiás (2) e Minas Gerais (1). 

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O Ministério da Saúde disse que está dialogando com as secretarias de Saúde para ampliar a vigilância sobre a variante. Uma das medidas adotadas é o sequenciamento genômico para mapear a presença da cepa em cada estado ou município. 
 
No Brasil, a variante Gama, que foi identificada primeiro em Manaus, é a cepa que está em maior circulação. 
 

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17/06/2021 12:15h

Segundo a pesquisa, receber duas doses da Oxford/AstraZeneca protege 92% contra as hospitalizações derivadas da variante Delta

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Um estudo da agência de saúde do governo britânico mostrou que a aplicação de duas doses da vacina AstraZeneca apresenta 92% de efetividade contra a hospitalização pela variante Delta do coronavírus e que nenhuma morte foi observada entre os pacientes completamente imunizados. A variante, antes conhecida como indiana, tem se espalhado rapidamente pelo Reino Unido e já teve casos confirmados no Brasil. 

O estudo envolveu a vacina da AstraZeneca, que no Brasil é produzida pela Fiocruz, e o imunizante da Pfizer. A pesquisa analisou 14.019 casos da variante Delta que chegaram às emergências dos hospitais ingleses entre 12 de abril e 4 de junho deste ano. Destes, 166 foram hospitalizados. Foi comparado o risco de internação entre os não vacinados e os vacinados com primeira e segunda doses. 

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Segundo a pesquisa, receber duas doses da Pfizer/BioNTech protege 96% contra as hospitalizações derivadas da variante Delta, enquanto Oxford/AstraZeneca oferece uma eficácia de 92%.
 

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16/06/2021 17:45h

Os quatro passageiros foram submetidos a testes antes de desembarcar no País

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Voo vindo da Índia que chegou nesta terça-feira (15) em São José dos Campos, com quatro tripulantes, está sendo monitorado pela prefeitura de São Paulo. Eles são os únicos passageiros, e vieram ao Brasil apenas entregar o avião.

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Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a tripulação foi submetida a testes rápidos antes do desembarque, e não apresenta sintomas da Covid-19. Eles também passaram por testes antes de embarcar na Índia e de fazer escala em Cuba. Todas as testagens deram negativo. 

De acordo com o estudo feito pela prefeitura, até a última segunda-feira (14), não havia registro de circulação da variante indiana (B.1.617) na capital paulista. Os tripulantes serão monitorados até o próximo sábado (19), quando está previsto o retorno à Índia. 

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