Um dos principais eixos rodoviários do país, a BR-101 — que atravessa o país e começa no município de Touros (RN) e termina em São José do Norte (RS) — tem mais de 4,6 mil quilômetros de extensão e a fama a que faz jus, de rodovia da morte. Só no primeiro semestre deste ano, nos trechos de maior número de ocorrências da rodovia, foram registrados 943 feridos em acidentes, que acabaram em 22 mortes.
Um balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra que entre janeiro e junho deste ano foram registrados 35,2 mil acidentes em todas as rodovias federais do país. Sinistros que acabaram com 40.560 pessoas feridas e 2.908 mortas.
Quando comparamos com o mesmo período do ano passado, houve aumento em todos os números, desde de acidentes a mortos.
O especialista em mobilidade professor Carlos Penna Brescianini tem uma explicação para a quantidade de acidentes nesta rodovia.
“Todas as estradas que inicialmente foram feitas ligando as capitais brasileiras que ficavam no litoral, terminaram sendo interligadas e fazendo parte do que é hoje a BR-101. Uma rodovia que tem um tráfego muito grande de veículos. Com essa utilização maior no número de automóveis, aumentou também a quantidade de acidentes.”
O desconhecimento das leis de trânsito e das regras de sinalização são grandes causadores de acidentes, explica o chefe da Coordenação de Prevenção e Atendimento de Sinistros da Polícia Rodoviária Federal, Paulo Guedes.
“Todo o sistema viário é construído pensando em dar segurança para o condutor. Se ele tenta fazer uma ultrapassagem onde é proibido e há faixa contínua, é porque ele não tem visibilidade suficiente. E ele vai causar um sinistro de colisão frontal, altamente mortal.”
Minas Gerais, o estado com a maior malha viária do país, registrou nos seis primeiros meses deste ano 4.439 acidentes, seguido por Santa Catarina com 4.134 ocorrências. No Paraná, 3.592 acidentes foram registrados entre veículos.
O estado mineiro também lidera o número de acidentes que acabaram em mortes: 354 pessoas perderam a vida no primeiro semestre deste ano em rodovias de Minas Gerais. A Bahia vem em segundo lugar, com 329 mortes em estradas federais que cortam o estado e o Paraná ficou em terceiro, com 274 mortes.
Para o coordenador da PRF, Paulo Guedes, muitos desses acidentes graves tem explicação.
“Nós temos muitos sinistros graves causados por veículos que adentram a via sem observar a presença de outros veículos, ou seja, é pura falta de atenção.” Celular e conversas com passageiros podem estar entre os motivos dessa desatenção, alerta Guedes.
Um dos principais eixos rodoviários do país, a BR-101 — que atravessa o país e começa no município de Touros (RN) e termina em São José do Norte (RS) — tem mais de 4,6 mil quilômetros de extensão e a fama a que faz jus, de rodovia da morte. Só no primeiro semestre deste ano, nos trechos de maior número de ocorrências da rodovia, foram registrados 943 feridos em acidentes, que acabaram em 22 mortes.
Um balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra que entre janeiro e junho deste ano foram registrados 35,2 mil acidentes em todas as rodovias federais do país. Sinistros que acabaram com 40.560 pessoas feridas e 2.908 mortas.
Quando comparamos com o mesmo período do ano passado, houve aumento em todos os números, desde de acidentes a mortos.
O especialista em mobilidade professor Carlos Penna Brescianini tem uma explicação para a quantidade de acidentes nesta rodovia.
“Todas as estradas que inicialmente foram feitas ligando as capitais brasileiras que ficavam no litoral, terminaram sendo interligadas e fazendo parte do que é hoje a BR-101. Uma rodovia que tem um tráfego muito grande de veículos. Com essa utilização maior no número de automóveis, aumentou também a quantidade de acidentes.”
O desconhecimento das leis de trânsito e das regras de sinalização são grandes causadores de acidentes, explica o chefe da Coordenação de Prevenção e Atendimento de Sinistros da Polícia Rodoviária Federal, Paulo Guedes.
“Todo o sistema viário é construído pensando em dar segurança para o condutor. Se ele tenta fazer uma ultrapassagem onde é proibido e há faixa contínua, é porque ele não tem visibilidade suficiente. E ele vai causar um sinistro de colisão frontal, altamente mortal.”
Minas Gerais, o estado com a maior malha viária do país, registrou nos seis primeiros meses deste ano 4.439 acidentes, seguido por Santa Catarina com 4.134 ocorrências. No Paraná, 3.592 acidentes foram registrados entre veículos.
O estado mineiro também lidera o número de acidentes que acabaram em mortes: 354 pessoas perderam a vida no primeiro semestre deste ano em rodovias de Minas Gerais. A Bahia vem em segundo lugar, com 329 mortes em estradas federais que cortam o estado e o Paraná ficou em terceiro, com 274 mortes.
Para o coordenador da PRF, Paulo Guedes, muitos desses acidentes graves tem explicação.
“Nós temos muitos sinistros graves causados por veículos que adentram a via sem observar a presença de outros veículos, ou seja, é pura falta de atenção.” Celular e conversas com passageiros podem estar entre os motivos dessa desatenção, alerta Guedes.
O estado mais populoso do país tem também o trânsito mais violento: só nos cinco primeiros meses deste ano — janeiro a maio — foram registradas 2.441 mortes por acidentes de trânsito no estado. O número é o maior para o período desde 2015. Os motociclistas estão entre as maiores vítimas: foram 1.011 desde o começo de 2024.
O advogado e professor de direito do Trânsito Marcelo Araújo explica que, nos últimos anos, a mudança no modal de transportes, sobretudo nas grandes cidades, pode ter uma relação direta com esse aumento dos acidentes — e consequentes mortes. Com a pandemia, o hábito das entregas se intensificou, o número de motos nas ruas cresceu e os acidentes envolvendo esses veículos também.
E o especialista vai além: “A forma da condução se tornou bastante ousada, seja pelo tempo da entrega, seja para que o trabalhador venha ter maior renda. Mas são motivos que por consequência acabam impactando num fator de risco que envolve o ser humano — o comportamento — e a característica do veículo que tem menos elementos de proteção.”
São Paulo se destaca entre os estados brasileiros, mas o aumento da violência no trânsito acontece em todo o país. Pelo menos é o que aponta um estudo divulgado em 2023 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Brasil registrou entre 2010 e 2019, um aumento de 13,5% nas mortes (em números absolutos) no trânsito, em relação à década anterior, o que fez com que a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes tivesse crescido 2,3% neste período.
Mas o Ministério dos Transportes, por meio da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) , traz números mais recentes que mostram uma redução das mortes de 2019 para cá.
Em nota, o Ministério informou que atua ativamente na prevenção de mortes no trânsito de diversas formas, com investimentos distribuídos em educação no trânsito, manutenção de rodovias e sinalização, construção de anéis viários, contornos e áreas de escape, implantação de Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiros e fiscalização, entre outras medidas.
Outro dado levantado pelo Ministério é que 20% das mortes no trânsito acontecem nas rodovias federais e 80% estão nas cidades ou rodovias estaduais.
A pesquisa do Ipea e os dados do Infosiga (https://www.infosiga.sp.gov.br/ ), plataforma de estatísticas de trânsito do governo de São Paulo, apontam que os motociclistas estão entre as principais vítimas. Acidentes com motocicleta dobraram entre as duas décadas analisadas.
O diretor-presidente do Sindicato dos Motoboys e Motoentregadores de São Paulo (SindiMotos) , Gilberto Almeida, acompanha o dia a dia sobre duas rodas e aponta as principais causas para esse aumento.
“Vai desde o comportamento do motociclista, passando pela melhoria das vias, com a sinalização correta, velocidade regulada, conscientização para reduzir a velocidade e também a regulação da remuneração por parte desses trabalhadores que sobrevivem em cima da moto. Eles não podem ser submetidos a um sistema que empurra eles para uma roleta russa.”
Mas o diretor-presidente avalia que o problema é ainda maior, já que há subnotificação no número de acidentes, de motociclistas afastados do trabalho e de pessoas que acabam com sequelas irreversíveis por conta desses acidentes.
Segundo o Departamento de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), desde o início de 2023, foram feitas 14 campanhas educativas para aumentar a segurança viária e conscientizar a população. Os valores arrecadados com multas são revertidos em ações e compra de equipamentos, além de policiamento ostensivo e preventivo do trânsito. Em 2023, foram R$ 364,5 milhões do Fundo para educação, conscientização, fiscalização e melhorias da segurança viária. A arrecadação é também repassada para melhorias de segurança viária dos municípios, por meio do programa Respeito à Vida, atualmente em 586 cidades.
Além disso, o Detran-SP esclarece que faz operações de prevenção e conscientização contra direção perigosa combinada ao consumo de álcool — ações que tiveram um aumento de 99,3% das abordagens nos últimos seis meses, comparado ao mesmo período de 2023, com 201.298 veículos fiscalizados em todo o estado.
Foram 34.650 acidentes em rodovias sob gestão pública e 30.526 em estradas sob concessão
Em 2023, o risco de acidentes em rodovias federais sob gestão pública no Brasil foi 3,2 vezes maior em comparação com aquelas concedidas à iniciativa privada, em relação ao ano anterior. As informações são do estudo da Fundação Dom Cabral (FDC), feito com base em dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). O balanço ainda mostra que no ano passado, foram notificados 65.176 acidentes, sendo 34.650 ocorridos em rodovias sob gestão pública e 30.526 em estradas sob concessão.
Antônio Henrique Monteiro, advogado especialista em administração pública, explica que existem várias razões pelas quais uma infraestrutura rodoviária pode contribuir para um menor índice de acidentes.
"Primeiro, estradas bem pavimentadas reduzem o risco de acidentes ao proporcionar uma superfície de condução uniforme. Buracos e irregularidades no pavimento podem causar perda de controle dos veículos, especialmente em alta velocidade", aponta.
Ele informa que uma boa sinalização horizontal (pintura das linhas no asfalto e placas de trânsito) e uma iluminação adequada são essenciais para guiar os motoristas, especialmente à noite ou durante condições climáticas adversas, evitando que as pessoas se confundam.
O especialista recomenda que os motoristas respeitem os limites de velocidade, que são calculados por engenheiros e outros profissionais, a fim de evitar acidentes graves. Ele também explica que manter uma distância segura em relação ao veículo da frente é importante para o motorista reagir, em caso de uma frenagem brusca.
Monteiro ainda dá outras dicas para que os motoristas evitem acidentes.
"Evitar o uso de aparelhos celulares e outras distrações que possam desviar a atenção do motorista. Sinalizar manobras, às vezes uma ultrapassagem sem seta, parar na estrada no acostamento tem que colocar o triângulo. E ele deve ser colocado longe do veículo, não adianta colocar o triângulo em cima do veículo, porque isso também não vai evitar possíveis acidentes", completa.
BR-116: primeiro lugar no ranking dos trechos com maior número de acidentes no final de 2023
Segundo os dados, em 2018, foram registrados 28.845 acidentes nas rodovias concedidas. No ano passado, esse número subiu para 30.526, representando um aumento de 5,8%. Enquanto isso, na malha sob gestão pública, os acidentes diminuíram de 36.880 para 34.650, o que correspondeu a uma queda de 6%.
Quando se analisa a gravidade dos acidentes ocorridos entre 2022 e 2023, foi constatado um aumento de 12,6% na taxa de casos com feridos. Por outro lado, o estudo revelou uma redução de 9,1% nos acidentes com mortes.
Cerca de 3,4 milhões de motoristas das categorias C, D e E ainda não fizeram o exame
Os condutores de veículos das categorias C, D e E , que ainda não fizeram o exame toxicológico junto à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), precisam se apressar. Termina nesta terça-feira (30) o prazo para regularizar a situação. Quem não fizer o exame dentro do prazo legal, corre o risco de pagar multa de R$ 1.467,35 — e ainda perder sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A não realização do exame dentro do período estabelecido é considerada infração gravíssima, conforme a Lei 14.599/2023.
Para o advogado especialista em trânsito Marcelo Araújo, a ingestão de substâncias que alterem a percepção psicomotora da pessoa pode ser determinante na ocorrência de sinistro.
“A partir do momento que você começa a usar métodos para minimizar esses riscos, logicamente você está preservando a segurança de trânsito. Então o objetivo principal — e aí logicamente nós devemos nos curvar a essas ações —, elas são justamente para isso, para assegurar, na medida do possível, a segurança do trânsito”, ressalta.
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A Secretaria Nacional de Trânsito tem enviado alertas via aplicativo da Carteira Digital de Trânsito (CDT). Cerca de 3,4 milhões de condutores das categorias para quem o teste é obrigatório ainda não o fizeram.
O advogado Armando de Souza, que também é especialista em direito do trânsito, explica que a regularização desse exame, além de manter em dia os compromissos com o que está previsto em lei, também é uma forma de preservação da vida.
“A importância desse exame toxicológico é a proteção da vida, maior patrimônio de um ser humano. Essa proteção da vida é um objetivo do Código de Trânsito Brasileiro — o CTB, hoje vigente”, reforça.
Para saber se é necessário ou não fazer o exame toxicológico basta acessar a página do Portal de Serviços da Senatran e seguir os seguintes passos:
Quem não realizar o exame pode ser punido com multa e sete pontos na carteira
Os condutores que não realizarem o exame toxicológico serão multados mesmo se não estiverem dirigindo, segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). Os condutores das categorias C, D e E têm até o dia 31 de março para regularizar a situação, nos casos em que o vencimento da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) seja entre janeiro e junho. Para os motoristas com CNH vencendo entre julho e dezembro, o prazo para fazer o teste é até 30 de abril.
A multa será aplicada após 30 dias do vencimento do exame no valor de R$ 1.467,35, além de sete pontos na CNH. O advogado especialista em direito do trânsito Marcelo Araújo explica que realizar o exame é importante não apenas pelo vencimento do prazo. Ele argumenta que a ingestão de substâncias que alterem a percepção psicomotora da pessoa pode ser determinante na ocorrência de acidentes no trânsito.
“A partir do momento que você começa a usar métodos para minimizar esses riscos, logicamente você está preservando a segurança do trânsito. Então o objetivo principal — e aí logicamente nós devemos nos curvar a essas ações — elas são justamente para isso, para assegurar, na medida do possível, a segurança do trânsito”, ressalta.
O advogado especialista em direito do trânsito Armando de Souza concorda. “A importância desse exame toxicológico é a proteção da vida, maior patrimônio de um ser humano. Essa proteção da vida é um objetivo do Código de Trânsito Brasileiro, o CTB, hoje vigente”, reforça.
De acordo com a Senatran, 2,4 milhões de motoristas das categorias C, D e E, com CNHs válidas e vencidas, ainda não realizaram o exame toxicológico em todo o território nacional.
Conta de luz: consumidores devem pagar R$ 37 bi em subsídios em 2024
Em seis dias de fiscalização, a Policia Rodoviária Federal identificou um número maior de autuações por excesso de velocidade nas rodovias durante a Operação Carnaval. De acordo com o relatório, foram 41.633 registros. Um aumento de 9%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Na opinião do escritor e jurista Yure Melo, o número ainda preocupa. Ele acredita que os motoristas estão mais confiantes na evolução tecnológica dos veículos e acabam depositando muita confiança no carro quando estão na direção.
“Os carros brasileiros já melhoraram bastante, principalmente porque nós temos carros hoje que são obrigatórios saírem das fábricas com freio ABS. Isso já fez uma diferença muito grande na questão dos acidentes pelo Brasil e ainda o uso obrigatório de cintos de segurança, além dos carros que já vêm com airbags”, analisa.
Em sentido contrário, as infrações por alcoolemia, prisões por recusa nos testes e ultrapassagem indevida registraram queda em comparação ao ano passado, conforme levantamento da PRF.
De acordo com o especialista Yure Melo, mesmo com a conscientização dos motoristas, ainda se faz necessário investir mais do que já está sendo feito para manter a conservação das rodovias brasileiras.
“Acho que o governo federal deve continuar investindo com seriedade, com respeito ao cidadão brasileiro, Só assim, acredito que podemos reduzir isso a valores bastante significativos”, ressalta.
As ações da Polícia Rodoviária Federal incluem a fiscalização de condutas irregulares de motoristas — que podem representar riscos a outros usuários das rodovias — como a mistura álcool e direção, excesso de velocidade e ultrapassagem indevida.
Os dados da PRF mostram que, ao todo, 1.867 motoristas foram autuados por consumir álcool e dirigir ou por se recusar a fazer o teste de alcoolemia e 107 acabaram presos por dirigirem embriagados ou apresentarem sinais de alteração da capacidade psicomotora provocada pelo consumo de álcool. Além disso, também foram registradas 7.926 ultrapassagens indevidas e 41.633 veículos trafegando acima da velocidade estabelecida para as rodovias.
Apesar da Operação Carnaval mostrar uma queda nas infrações relacionadas a alcoolemia, em comparação ao ano passado, o presidente do Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito (IST) e doutor em Segurança de Trânsito pela ULB, da Bélgica, David Duarte, avalia que o carnaval foi marcado por imprudências e excessos. Segundo ele, com relação a ingestão de bebida alcoólica, por exemplo, não são todas as pessoas que sabem que ainda existe risco de ser pego pelas autoridades dirigindo após beber, mesmo no dia seguinte.
“A cada hora e meia, o fígado elimina cerca de 10 gramas de álcool por litro de sangue. Isso significa o seguinte, que uma latinha de cerveja, se a pessoa tomou 10 latinhas de cerveja no churrasco, ela vai demorar cerca de 15 horas para ter alcoolemia zerada. E as pessoas não sabem disso. Às vezes pegam o carro no dia seguinte, saem pra dirigir e aí são flagrados numa blitz da lei seca”, explica.
Foram 1.223 ocorrências em comparação ao ano passado que registrou 1.112 casos
Os casos de sinistro — ocorrências que resultam em dano material, lesão corporal ou morte no trânsito — cresceram em 2024 com relação ao mesmo período do ano passado. A Operação Carnaval, realizada pela Polícia Rodoviária Federal entre os dias 9 e 14 de fevereiro, contabilizou 1.223 sinistros nas rodovias federais, com 85 mortes e 1.370 feridos. De acordo com o diretor do Portal do Trânsito Celso Mariano, é necessário ter consciência de que, nos últimos anos, houve sim melhoras até consistentes, segundo ele, mas acredita que estamos muito longe de viver num país cujo trânsito, transporte, mobilidade é realmente seguro.
“Nós podemos, é claro, levar esses dados em conta para ajustar as próximas ações, as próximas políticas ou as modificações das políticas que temos mas não podemos fazer isso sem levar em conta a perspectiva de longo prazo, senão continuaremos nos enganando, continuaremos pensando que campanha é capaz de fazer o papel da educação.
Para ele, o panorama só mostra que ainda existem motoristas que dirigem com falta de atenção e educação no trânsito.
“Quando nós estamos numa via, nós nunca sabemos com quem vamos cruzar. E nós dependemos totalmente, porque o sistema de trânsito é assim, do comportamento do outro. É uma fé que depositamos compulsoriamente, às vezes inconscientemente, que o outro também vai seguir a regra.” Mariano ainda acrescenta.
“Veja como o trânsito cria armadilhas situacionais das quais só é possível se gerenciar nível de segurança se houver efetivamente, de forma ampla, consistente, programas que garantam que as pessoas estejam recebendo educação para o trânsito”, ressalta.
O levantamento da PRF mostra que, em 2024, os registros de sinistros aumentaram 10% com relação ao ano passado. Foram 1.223 ocorrências este ano e 1.112 no ano anterior. Na contramão, os sinistros graves tiveram uma redução de 1%, com 284 casos em 2024 e 286 em 2023. No mesmo sentido estão os casos de mortes (85), com redução de 6% e feridos com queda de 1%, passando de 1.386 para 1.370.
O advogado especialista em trânsito Marcelo Araújo acredita que, após a pandemia, a circulação de carros nas rodovias tiveram um aumento signifcativo na movimentação nas rodovias.
“A pandemia, ela carretou uma mudança no trânsito, ou seja, menos pessoas circulando, aglomerações em relação ao carnaval, viagens nessa época do ano nos últimos três anos houve uma diminuição e agora a gente pode dizer que, a partir de 2023, agora 2024, teria retornado aquela situação anterior à pandemia de movimento, de aglomeração, de viagem das pessoas utilizando as rodovias”, avalia.
Durante os seis dias de operação, o enfrentamento à criminalidade também foi mantido. Ao realizar as fiscalizações, os agentes apreenderam 2.264 kg de maconha, 1.269 kg de cocaína e 20 armas de fogo. No total, 144 pessoas foram detidas por crimes diversos e encaminhadas à polícia judiciária.
A polícia rodoviária federal realiza um levantamento que inclui as operações Natal, Ano Novo e Carnaval. Neste período, os agentes intensificaram a fiscalização e realizaram ações educativas e preventivas, para conscientizar os motoristas sobre a importância do respeito às normas de trânsito. A ideia é reduzir o número de sinistros, mortes e feridos nas rodovias federais.
Os dias chuvosos exigem cuidado redobrado na volta para a casa após o carnaval. A chuva continua em boa parte do país, com alerta de tempestades para a região Sul, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Além dos cuidados com a direção, o motorista também tem que se preparar para pegar a estrada, como explica o diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra.
“Nessa volta do carnaval, é preciso termos um cuidado redobrado: todo motorista deve descansar. O motorista que não dorme ou que estende a folia até mais tarde certamente terá um momento de direção muito perigosa podendo colocar em risco a sua vida e a de todos os ocupantes.”
A Operação Carnaval 2024 da Polícia Rodoviária Federal (PRF) termina às 23h59min desta quarta-feira de cinzas (14). O movimento nas rodovias brasileiras é intenso no final do feriado de carnaval, principalmente na terça-feira, segundo o inspetor Newton Morais, porta-voz da PRF em Goiás.
“O carnaval é muito motivado pela euforia, principalmente nessas viagens mais longas. Então, é confusão por conta de bebida alcoólica, excesso de velocidade, lotação e nesse ano nós temos um agravante que é boa parte do país o tempo está chuvoso. Essa combinação, se não tiver motoristas conscientes e responsáveis, pode ser ruim para quem vai pegar a estrada”, alerta o inspetor.
O especialista Alysson Coimbra explica que o álcool leva um tempo para ser metabolizado pelo organismo, então é preciso interromper o consumo por pelo menos 7 a 8 horas antes do horário de acordar para voltar para casa.
“E que possamos também, assim, evitar aquela famosa ressaca. A ressaca é um processo que altera a nossa capacidade de reação, de julgamento, e que nesse momento em diante, a partir da interrupção do uso do álcool, nós iniciemos a hidratação, com líquidos de variadas naturezas, sucos, água, enfim, quanto mais hidratado o corpo para uma noite de sono, melhor será o despertar no dia seguinte.”
Coimbra acrescenta que a alimentação também deve ser mais leve, para garantir um sono tranquilo.
Durante a operação do carnaval do ano passado foram registrados 1.085 acidentes, com 73 mortes e 260 feridos graves. Dos 7 mil motoristas submetidos ao teste de embriaguez, 2.371 haviam bebido antes de dirigir.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná foram os estados que mais registraram acidentes durante o carnaval de 2023.
A Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra) reuniu orientações para quem vai pegar a estrada e quer fazer a viagem com segurança. Confira:
Dicas para dirigir em segurança
Como transportar crianças
Como transportar pets
Como dirigir em segurança na chuva
Durante o carnaval é comum o movimento intenso nas estradas do país, seja de foliões em busca das cidades mais agitadas ou de quem quer fugir da folia e encontrar tranquilidade. Para evitar acidentes e problemas nas rodovias, que costumam aumentar no período, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou nesta sexta-feira (9) a Operação Carnaval 2024, que segue até às 23h59min da quarta-feira de cinzas (14) e tem como objetivo intensificar a fiscalização nas estradas brasileiras.
De acordo com o inspetor Newton Morais, porta-voz da PRF em Goiás, os dias de maior movimento são sexta, sábado pela manhã e a terça-feira de carnaval. “O carnaval é muito motivado pela euforia, principalmente nessas viagens mais longas. Então, é confusão por conta de bebida alcoólica, excesso de velocidade, lotação e nesse ano nós temos um agravante que é boa parte do país o tempo está chuvoso. Essa combinação, se não tiver motoristas conscientes e responsáveis, pode ser ruim para quem vai pegar a estrada”, analisa.
Além da fiscalização de alcoolemia, outras ações também serão alvo da fiscalização, como ultrapassagens proibidas e o desrespeito aos limites de velocidade das vias. Os itens obrigatórios nos veículos, como cinto de segurança, estado de conservação dos pneus, funcionamento do sistema de iluminação também serão observados pelos agentes.
A assessora parlamentar Larissa Nogueira, de 29 anos, mora em Brasília e vai até o Rio de Janeiro de carro para curtir o carnaval. Apesar de conhecer o caminho, que faz há pelo menos 5 anos, ela sempre descansa antes de sair e faz questão de seguir as orientações para uma viagem segura.
“Fiz a segunda revisão do carro e toda a questão de manutenção, fora as preventivas, pastilhas de freio, limpador. Os cuidados que eu tomo, eu sempre vejo a rota e tenho meus pontos de apoio, então não paro fora desses lugares, e postos policiais mais próximos. Como eu já conheço, tenho esses pontos como referência para qualquer tipo de situação que eu possa precisar”, conta.
Durante a operação do carnaval do ano passado, foram registrados 1.085 acidentes, com 73 mortes e 260 feridos graves. Dos 7.000 motoristas submetidos ao teste de embriaguez, 2.371 haviam bebido antes de dirigir.
Segundo a PRF, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná foram os estados que mais registraram acidentes durante o carnaval de 2023.
A operação encerra o calendário do Programa Rodovida 2023/2024 da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), no dia 18 de fevereiro. O programa contou com um conjunto de ações voltadas à segurança viária e redução dos sinistros de trânsito.