Política
19/08/2019 04:45h

Torneio será disputado em Kazan, na Rússia, entre os dias 22 e 27 de agosto. Gabrielli Kretschmer, de 18 anos, vai competir na modalidade de Logística Internacional

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A jovem Gabrielli Kretschmer, de 18 anos, será uma das 63 representantes do Brasil na WorldSkills, maior competição de educação profissional do mundo. Ela é estudante do SENAI de Novo Hamburgo desde 2016, quando começou o curso de assistente administrativa. Atualmente, estuda Logística Internacional no Instituto SENAI de Tecnologia em Calçado e Logística, no município da região metropolitana de Porto Alegre. 

A modalidade de Logística Internacional foi incluída pela primeira vez na competição em 2019 e é uma simulação que envolve diversos aspectos do transporte de cargas de um país para outro, desde a embalagem de produtos até conhecer as legislações existentes em portos. A jovem recebe instruções e precisa realizar atividades em inglês. Segundo ela, a área contém todos os princípios do comércio exterior, setor em que pretende atuar.

“A gente tem que levar a carga de um lugar, de algum país para outro, fazendo um processo da porta de um cliente até a porta de outro cliente. É algo que as pessoas não veem muito no dia a dia, mas que acontece o tempo inteiro. São navios de carga, modais aéreos, rodoviários. A gente trabalha com todo tipo de modais, documentações, embalagens e legislações para fazer desembaraço aduaneiro em cada porto e em cada aeroporto”, conta.

Gabrielli integra a delegação brasileira que disputa o torneio na Rússia a partir desta semana e se junta a estudantes de outros 10 estados e do Distrito Federal. Além dela, outros oito gaúchos competem nas modalidades Tecnologia de Mídia Impressa; Instalações Elétricas Prediais; Robótica Móvel; Cabeleireiro; Cozinha; Jardinagem e Paisagismo; e Manutenção Industrial.

Estreante na competição, a jovem gaúcha disse não temer os desafios que vai enfrentar em um país bem diferente do Brasil. “Eu estou com um conjunto de sentimentos que envolve desde a ansiedade de conhecer o lugar até em como vai ser a prova. Mas eu me sinto muito preparada e confiante para oferecer o meu melhor”, projeta Gabrielli.
Preparação

Os jovens que vão representar o Brasil em Kazan passaram por treinamento que começou em janeiro e durou seis meses. Todos os integrantes realizaram atividades voltadas para a preparação física, técnica e emocional, de acordo com sua modalidade. 

Segundo Marcelo Mendonça, líder de equipe da delegação brasileira, a WorldSkills é uma oportunidade para que os jovens brasileiros possam mostrar sua capacidade e passem por experiências que se assemelham ao que é exigido no mercado de trabalho.

“Eles se dando bem em uma competição internacional dessas já é uma grande porta aberta para eles entrarem na indústria ou na área de serviço. Então a gente motiva muito e eles sabem que o momento é esse. Estão muito empolgados e ansiosos para a competição”, pontua.

Realizada a cada dois anos, há mais de seis décadas, a WorldSkills é a maior competição de educação profissional do mundo. Neste ano, o torneio será disputado entre os dias 22 e 27 de agosto em Kazan, na Rússia. Jovens de até 25 anos de países das Américas, Europa, Ásia, África e Pacífico Sul disputam modalidades relacionadas a profissões técnicas da indústria e do setor de serviços. Os competidores precisam demonstrar habilidades individuais e coletivas para responder aos desafios de suas ocupações dentro de padrões internacionais de qualidade.

A melhor participação brasileira na história do campeonato foi em São Paulo, em 2015, com 27 medalhas conquistadas, resultado que rendeu o 1º lugar geral. Em 2017, em Abu Dhabi, a delegação manteve o país no pódio, quando terminou em segundo lugar geral com 15 medalhas.
 

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Política
07/08/2019 18:31h

Decisão é liminar e foi deliberada com o apoio de 10 dos 11 ministros

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será mantido preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). A decisão foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal, suspendendo o veredito da juíza Carolina Lebbos. A magistrada havia autorizado, na manhã desta quarta-feira (7), a transferência do ex-presidente para um estabelecimento prisional no estado de São Paulo. 

A decisão do STF é liminar, e foi deliberada com o apoio de 10 dos 11 ministros. Somente Marco Aurélio Mello votou contra. Ele entendeu que não cabia ao Supremo julgar a ação.

A Corte julgou o recurso da defesa de Lula após o presidente do STF, Dias Toffoli, receber um grupo de deputados e senadores que protestavam contra a transferência do ex-presidente para um presídio em São Paulo. Parte destes parlamentares abandonaram a sessão da Câmara que analisava os destaques ao texto da reforma da Previdência. 

A decisão do STF será mantida até que a própria Corte julgue uma ação que questiona a conduta do ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, no processo que levou Lula à prisão no caso do triplex em Guarujá (SP).

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Podcast
31/07/2019 16:37h

Os argumentos de economistas críticos ao texto reforma da Previdência

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Por que o Brasil precisa de uma reforma para a Previdência? E por que o nosso sistema é deficitário? Ele é realmente deficitário?

Essas são algumas das perguntas que foram levantadas pelo podcast Ilha de Vera Cruz. O programa debate o texto da nova Previdência em dois episódios. Na próxima semana, economistas favoráveis ao projeto apresentarão seus argumentos à mesa do Ilha. Nesta semana, porém, o podcast recebe especialistas críticos à proposta.

De acordo com o texto atual, a reforma estabelece uma idade mínima para aposentadoria, de 65 anos para homens, e 62 para mulheres. O tempo de contribuição previsto é de ao menos 15 anos para as trabalhadoras e de 20 para os trabalhadores. Em relação ao setor público, esse período será 25 anos para ambos os sexos.

Até o momento, a proposta deixa de fora a obrigação para que estados e municípios façam adequações no sistema previdenciário destinado aos seus servidores públicos, mesmo com cobrança de governadores no Congresso Nacional. As mudanças sugeridas também não atingiram os pequenos produtores e trabalhadores rurais. Outro ponto que não sofreu alterações foi o que trata do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O sistema de capitalização (poupança individual) também ficou de fora da reforma.

Crítico da proposta, o ex-diretor do Banco Central, Carlos Eduardo de Freitas afirma que até mesmo uma possível inclusão de estados e municípios na medida transgrediria o regime federativo brasileiro.

“Em um regime federativo, a União não pode impor aos Estados a reforma. Ela pode fazer a reforma dela e os estados podem seguir. O que os governadores estão querendo, é claro, é passar o ônus de fazer a caixinha dos servidores para o colega”, avaliou.

O ex-presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Júlio Miragaya considera positiva a retirada da aposentadoria rural e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) da PEC. O economista, no entanto, afirma que esses temas sequer deveriam ser discutidos dentro de uma reforma da Previdência.

“Então essa pessoa (trabalhador rural) não consegue comprovar, ao chegar aos 65 anos, sequer 15 anos de contribuição. E às vezes essa pessoa trabalha desde os 10 anos de idade. Trabalhou 55 anos e não consegue comprovar. Eles entram na assistência social. São milhões de brasileiros que recebem da Previdência, mas contribuíram muito pouco”, conclui.

As análises completas de Júlio Miragaya e Carlos Eduardo de Freitas podem ser encontradas no Spotify ou Soundcloud. Nos aplicativos, basta procurar pelo 14º episódio do Ilha de Vera Cruz.

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Podcast
30/07/2019 15:04h

Episódio 14 do podcast Ilha de Vera Cruz debate o texto da reforma da Previdência; programa recebe economistas contrários a proposta

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Nos próximos dias, com o fim do recesso legislativo, a reforma da Previdência voltará a ser discutida pelo Congresso Nacional. A proposta que altera as regras para a aposentadoria no Brasil já foi aprovada em primeiro turno pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

De acordo com o texto atual, a reforma estabelece uma idade mínima para aposentadoria, de 65 anos para homens, e 62 para mulheres. O tempo de contribuição previsto é de ao menos 15 anos para as trabalhadoras e de 20 para os trabalhadores. Em relação ao setor público, esse período será 25 anos para ambos os sexos.

Até o momento, a proposta deixa de fora a obrigação para que estados e municípios façam adequações no sistema previdenciário destinado aos seus servidores públicos. As mudanças sugeridas também não atingiram os pequenos produtores e trabalhadores rurais. Outro ponto que não sofreu alterações foi o que trata do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O sistema de capitalização (poupança individual) também ficou de fora da reforma.

O assunto que domina o debate público desde o início do governo Bolsonaro será o tema de dois episódios especiais do Ilha. No próximo episódio vamos dar voz a dois especialistas favoráveis à reforma. Porém, neste primeiro programa, trazemos a opinião de dois economistas críticos ao texto que está em discussão no Congresso Nacional Brasileiro.

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Entrevistas com os professores Júlio Flávio Gameiro Miragaya e Carlos Eduardo de Freitas.

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Roteiro e apresentação: João Paulo Machado e Bruna Goularte; apresentação especial Marquezan Araújo

Produção: Raphael Costa

Trabalhos técnicos: Lucas Rodrigues

Capa: Sabrine Cruz

Produto: Agência do Rádio Brasileiro

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Podcast
17/07/2019 14:44h

Episódio 13 do podcast Ilha de Vera Cruz debate a revolução da comunicação e como o governo se adapta a tudo isso

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Qual o poder de influência da propaganda sobre a mente das pessoas? Como governos podem utilizar a publicidade para motivar, persuadir, e, até mesmo, controlar a população?

A propaganda é e sempre foi uma das principais armas utilizadas por políticos e governantes para manter a própria popularidade diante da opinião pública. O marketing, pelo menos desde o início do século XX, tem sido utilizado como o método mais eficaz para o controle de uma narrativa política.

Exemplos não faltam. Eles vão desde Adolf Hitler, com Joseph Goebbels, em seu ministério da propaganda, da Alemanha Nazista, passando por regimes como os de Mussolini, na Itália Fascista, e dos líderes comunistas, Lenin e Stalin, da União Soviética.

No Brasil, a lista também é extensa. Tivemos o DIP, o Departamento de Imprensa e Propaganda, no governo Getúlio Vargas, as propagandas nacionalistas, no regime militar, e assim por diante.

Mas a publicidade estatal não serve apenas para o mal. Também existe o outro lado. O governo precisa, sim, utilizar a comunicação para divulgar ações de políticas públicas, como campanhas de saúde, segurança e educação. Mas não apenas isso. O governo deve prestar contas ao cidadão. É através da comunicação que os governantes informam quais ações estão sendo desenvolvidas, quais obras estão em andamento, entre outras coisas.

Mas hoje, em um mundo cada vez mais segmentado, onde os veículos de massa, como Rádio e TV, perdem força para a internet, a comunicação estatal, ou mesmo política, se vê diante de um dilema.

Como chegar ao cidadão comum, como levar uma mensagem ao um número maior de pessoas em um ambiente onde os nichos de interesses são infinitos.

O poder da comunicação sobre a mente das pessoas, e o dilema da propaganda política em um mundo digitalizado são os assuntos desta semana no décimo terceiro episódio do Ilha de Vera Cruz.
 

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O programa conta com as participações do jornalista e professor do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Sérgio Euclides; do jornalista e professor da ESPM e da Uerj, Fábio Vasconcellos; e do professor de comunicação e marketing político Marcelo Vitorino.

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Roteiro e apresentação: João Paulo Machado e Bruna Goularte

Produção: Raphael Costa

Trabalhos técnicos: Lucas Rodrigues

Capa: Sabrine Cruz

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Economia
15/07/2019 04:00h

Tratado poderá trazer ganhos de R$ 500 bilhões em 10 anos para o PIB brasileiro, segundo ministério da Economia

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Os efeitos positivos do acordo econômico entre os países do Mercosul e da União Europeia serão sentidos pelo Brasil em um prazo de até três anos. A avaliação é do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara de Deputados.

“Esse acordo vai começar a produzir seus resultados daqui a dois, três anos, porque precisa passar por um processo aqui, no Brasil, que se chama ‘internalização’. Ao ser aprovado pelo Congresso Nacional, o acordo começa a produzir os seus efeitos na economia”, explicou o deputado.

Estimativas apresentadas no início de julho pelo Ministério da Economia apontam que o tratado comercial poderá trazer ganhos de R$ 500 bilhões em dez anos para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Assinado no último mês pelos dois blocos econômicos, o pacto ainda precisa passar por uma revisão jurídica de todos os países envolvidos. Em seguida, o documento será traduzido para todas as línguas, e, somente após esse processo, a redação poderá ser aprovada pelo parlamento de cada um dos 31 países pertencentes aos dois blocos.

“Quando isso acontecer, o que vai ocorrer: para chegar na Europa, vários produtos brasileiros vão ter a sua alíquota reduzida, ou seja, o nosso produto, lá na Europa, vai ser mais competitivo, principalmente do nosso agronegócio”, afirmou Eduardo.

O deputado federal lembra que o acordo entre Mercosul e União Europeia representa 25% do PIB mundial em um mercado com mais de 750 milhões de pessoas.

“São economias que se complementam. O Mercosul sempre foi criticado por ser um bloco fechado e, agora, graças ao presidente Bolsonaro, o Brasil está modernizando o Mercosul e isso vai gerar mais emprego aqui. Pode ter certeza disso”, completou.

Entenda

O acordo que levou mais de 20 anos para ser costurado prevê a eliminação de tarifas em prazos que variam de 10 a 15 anos.

No caso da indústria, por exemplo, a União Europeia vai zerar suas tarifas em produtos do Mercosul em até 10 anos. Por outro lado, o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai vai liberalizar 91% de suas linhas tarifárias com os europeus.

Na agricultura, a UE prometeu zerar a tarifa para oito em cada 10 produtos (81,2) do Mercosul, que, por sua vez, deverá acabar com impostos para 67,4% dos produtos europeus.

O consultor em comércio internacional Welber Barral considera que o setor automobilístico também será um dos maiores beneficiados. Quando o acordo entrar em vigor, haverá redução da taxa de importações de 35% para 17,5%, com cota anual de 50 mil veículos para o Mercosul – mais da metade para o Brasil. “Há setores em que o Mercosul será mais competitivo, há setores em que a Europa será mais competitiva”, lembra.

Sobre as críticas de que o Brasil e o Mercosul fizeram muitas concessões, o especialista ressaltou que esse tipo de acordo é uma “via de mão dupla”. “Em todo acordo negociado, é preciso fazer concessão. O Mercosul, não só o Brasil, mas também a Argentina, fez muitas concessões nos últimos anos, principalmente no último ano, para poder fechar o acordo. Apesar disso, eu diria que o acordo é relativamente equilibrado”, completa.

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Política
11/07/2019 17:40h

Para que a aprovação seja finalizada até sábado, a Câmara precisa analisar destaques e votar a PEC em segundo turno no Plenário

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou, nesta quinta-feira (11), que o Plenário da Casa concluirá a votação da reforma da Previdência, com a análise do texto em segundo turno, ainda nesta semana.

“Eu sou otimista. Acho que votaremos tudo nesta semana. O resultado de quarta-feira é uma demonstração de uma grande maioria: 74% da Casa a favor da reforma. É importante encerrarmos esse assunto”, afirmou.

Aprovado em primeiro turno, o texto da reforma da Previdência contou com o apoio de 379 parlamentares e a oposição de outros 131. Foram 71 votos a mais do que o mínimo necessário, de 308 votos. O resultado alcançado na noite desta quarta-feira (10) foi considerado expressivo pelo presidente da Câmara. E, por isso, os parlamentares favoráveis à reforma apostam todas as fichas na aprovação do texto até o final desta semana.

“É possível votar tudo essa semana ainda. Esse é o plano”, disse a líder do governo no Congresso, deputada Joice Halssemann (PSL-SP).

“Estamos com um quórum super elevado. Todo mundo está aqui para fazer o que tem que fazer. Vamos liquidar essa fatura nesta semana. Não tem por que empurrar para a semana que vem. Se precisar invadir a sexta-feira (12) de madrugada, a gente invade. Se precisar ir no sábado (13), trabalhamos no sábado. É muito melhor resolver agora”, completou a parlamentar.

Para que a aprovação seja concluída ainda nesta semana, a Câmara precisa finalizar a análise dos destaques, que são as propostas de alteração a trechos do texto principal. Depois a PEC volta para análise da comissão especial da Câmara, onde deverá ser aprovada a redação para o segundo turno de votação. No Plenário mais uma vez, o texto da reforma da Previdência vai precisar de 308 votos favoráveis para, então, seguir ao Senado Federal.

Entre as principais mudanças previstas na reforma, estão o estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria, de 65 anos para homens, e 62 para mulheres. O tempo de contribuição previsto é de ao menos 15 anos para as trabalhadoras e de 20 para os trabalhadores. Em relação ao setor público, esse período será 25 anos para ambos os sexos.

A proposta, porém, não atinge os pequenos produtores e trabalhadores rurais. Outro ponto que não sofreu alterações foi o que trata do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O sistema de capitalização (poupança individual) também ficou de fora da reforma.
 
 

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Podcast
04/07/2019 18:10h

Episódio 12 do podcast Ilha de Vera Cruz debate os 6 primeiros meses do governo Bolsonaro e a relação do Executivo com os demais poderes

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Os mais novinhos talvez não saibam, mas em 21 de abril de 1993, os brasileiros foram às urnas para decidir qual seria o sistema de governo do país. Os eleitores tiveram de escolher entre o parlamentarismo, o presidencialismo ou optar pela restauração da monarquia. Venceu o regime presidencialista. Dos 67 milhões de eleitores que foram às urnas, 37,1 milhões escolheram o modelo presidencial como o ideal para ser adotado no Brasil.

Desde então o país passou por sete eleições. Foram seis presidentes diferentes, sendo que dois deles assumiram o cargo após a destituição do titular. Em todos os casos, sem exceção, os chefes do Executivo tiveram de enfrentar o “dilema institucional brasileiro”, como diagnosticou o escritor Sérgio Abranches, no célebre artigo em que cunhou o conceito de ‘presidencialismo de coalizão’.

No Brasil, para um presidente governar é necessário que ele consiga costurar a ampla maioria dos votos no parlamento. Na República tupiniquim, onde a fragmentação partidária é gigantesca - são mais de 30 legendas - esses acordos precisam ser realizados com siglas que, em muitos casos, encapam bandeiras contraditórias em relação ao programa do partido no poder.

Do plebiscito de 1993 até aqui, todos os presidentes usaram desse expediente para conseguir governar. Aliás, esse mecanismo político está registrado na vida do país em diversos momentos de nossa República.

Em 2019, porém, o chefe do Executivo decidiu quebrar todo esse histórico. Eleito com um discurso anti-establishment, com promessas de renovação política - de forma que impusesse o fim do chamado toma lá, dá cá, Bolsonaro não tem aceitado dividir o poder com o parlamento.

O presidente apostava na própria força popular como fórmula para pressionar o Congresso. O problema é que o discurso beligerante atrapalhou o governo na formação de uma base parlamentar sólida. Diante de algumas derrotas na Câmara e no Senado, Bolsonaro viu nascer a discussão sobre a implantação de um chamado “parlamentarismo branco”, onde o Executivo seria escanteado pelo Congresso, perdendo o protagonismo dos principais projetos.

Na última semana, Bolsonaro reagiu publicamente a situação - "Querem me deixar como a rainha da Inglaterra?", perguntou.

E é diante deste cenário que o Ilha de Vera Cruz desta semana debate o enfraquecimento do governo perante o parlamento. Neste episódio, tentaremos entender se essa história de parlamentarismo branco tem mesmo força para ir adiante.

O programa conta com a participação de Creomar de Souza, analista político e professor de Relações Internacionais na Universidade Católica de Brasília.




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Roteiro e apresentação: João Paulo Machado e Bruna Goularte

Produção: Raphael Costa

Trabalhos técnicos: Lucas Rodrigues

Capa: Sabrine Cruz

Produto: Agência do Rádio Brasileiro

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Entre em contato! Mande um e-mail para: [email protected].

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Política
04/07/2019 18:00h

O tema é controverso e gera muita discussão. Para alguns, a CPMI poderia se tornar um mecanismo de censura para controlar manifestações e cercear a liberdade de opinião e expressão.

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Enquanto as atenções políticas estavam todas voltadas para a reforma da Previdência, o Congresso Nacional, sem tanto alarde, deu prosseguimento ao debate de um assunto polêmico nesta quarta-feira (3).

Em sessão conjunta da Câmara e do Senado, o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, leu no Plenário do Parlamento o requerimento que prevê a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a disseminação de notícias falsas, as chamadas “Fake News”, durante as eleições de 2018.

“Precisamos tornar atos virtuais em consequências reais”, disse Davi Alcolumbre.

O tema é controverso e gera muita discussão. Para alguns, a CPMI poderia se tornar um mecanismo de censura para controlar manifestações e cercear a liberdade de opinião e expressão.

Neste ano, situação similar já foi vivenciada pelo país com a abertura de um inquérito para apurar notícias falsas e ofensas à membros do Supremo Tribunal Federal. A investigação resultou na censura à uma reportagem da revista Crusoé que tinha o presidente da Corte, Dias Toffolli, como personagem principal.

O caso não deixa de ser um indicativo do que pode, ou não, se tornar a CPMI das Fake News.

Fique ligado!


Andou, mesmo que pouco... Praticamente parado desde que chegou ao Congresso, o pacote anticrime do ministro Sergio Moro finalmente teve uma movimentação.

Na Câmara, o relator da proposta, deputado Capitão Augusto (PL-SP), apresentou seu parecer ao grupo de trabalho que analisa o projeto. No Senado, que discute a medida em paralelo, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) começou a avaliar a proposta que torna crime o uso de caixa dois nas eleições.

Os estados de fora... Não houve acordo e as Unidades da Federação (UF) não entraram no relatório do deputado Samuel Moreira, que emitiu seu voto complementar na noite desta quarta, na Comissão Especial da Câmara.

Agora, para serem incluídos no texto, estados e municípios dependerão da votação de uma emenda à PEC da reforma durante votação em Plenário.

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Política
03/07/2019 04:15h

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Pela segunda vez em menos de 30 dias, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, esteve no Congresso Nacional para explicar o conteúdo das mensagens entre ele e membros da força-tarefa da operação Lava Jato, vazadas pelo site The Intercept Brasil. Moro, mais uma vez, se saiu bem.

A sessão, desta vez na Câmara dos Deputados, foi um pouco mais conturbada que a realizada no Senado. Moro foi duramente criticado por parlamentares do PT, PSOL e REDE. Por outro lado, outros partidos de oposição, como o PSB, evitaram um confronto direto com o ex-juiz federal, realizando considerações mais moderadas.

O clima na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde Moro foi ouvido, esteve quente desde os primeiros momentos. Para se ter uma ideia, o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), irritado com a agitação dos parlamentares, comparou o colegiado à ‘Escolinha do Prof. Raimundo’, referindo-se ao programa de televisão criado pelo humorista Chico Anysio.

Um segundo tumulto ocorreu quando Paulo Pimenta (PT-RS), pediu para que Moro assinasse uma declaração abrindo mão do sigilo dos seus dados bancários e de seu celular. O petista foi interrompido por Eduardo Bolsonaro. O filho do presidente da República chamou Paulo Pimenta pelo codinome ‘Montanha’, suposto apelido do deputado nas planilhas da empreiteira Odebrecht.

Mesmo se mantendo de fora da polêmica entre os parlamentares, Moro respondeu ao questionamento de Pimenta. O pedido do petista para que o ex-juiz abrisse mão de seu sigilo foi, inclusive, repetido por outros parlamentares. 

“Quanto à declaração, desculpe. É puro teatro. Nós já falamos aqui: o celular foi apresentado, foi entregue à Polícia Federal. Essas mensagens não existem mais na nuvem, elas desaparecem em seis meses. Então, esse teatro não faz sentido”, criticou Moro.

O ministro da Justiça, mais uma vez, manteve postura serena e se saiu bem diante dos questionamentos da oposição. Entre as diversas perguntas, respondeu o porquê de ter aceitado fazer parte do governo Bolsonaro.

“A minha compreensão foi que assumindo uma posição forte dentro do poder Executivo, eu estaria em melhores condições de barrar qualquer espécie de tentativa de retrocesso. E mais, eu não quero barrar o retrocesso, eu quero avançar. E nós temos avançado. Não só contra a corrupção, mas contra o crime organizado e o crime violento”, afirmou.

Mesmo com respostas tranquilas e explicações razoavelmente satisfatórias, Moro teve de assistir cenas constrangedoras proporcionadas até por apoiadores. Na maior delas, o deputado Boca Aberta (PROS-PR) levou um troféu para o ex-juiz. Embaraçado com a situação, Moro recebeu a homenagem e prontamente a entregou para um assessor.

O encerramento da sessão, porém, foi ainda mais constrangedor. O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), ofendeu o ministro, classificando Moro como "juiz ladrão". A reprovável postura do parlamentar causou revolta em apoiadores do ministro, provocando o fim da audiência 

Fique ligado!

Estados e municípios de fora! As tentativas de acordo articuladas por Rodrigo Maia (DEM-RJ) falharam e as unidades da federação não foram incluídas no relatório da reforma da Previdência, apresentado nesta terça-feira (2) pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), na Comissão Especial da Câmara. 

Se nada for alterado até a votação do parecer pelo colegiado, estados e municípios só poderão ser incluídos na proposta por emendas apresentadas durante a votação no Plenário da Câmara.

Presos pagando as próprias despesas. Ainda não... Ficou para a próxima semana a votação do PLS 580/2015, que obriga presidiários a pagarem as próprias despesas durante o período em que estiverem na cadeia.

A proposta, que está sendo discutida pelo Senado Federal, volta à pauta no Plenário na próxima terça-feira (9).

Bolsonaro no clássico... A presença do presidente Jair Bolsonaro em estádios de futebol está se tornando um costume. Nesta terça (2), ao lado de outros 9 ministros, ele acompanhou o jogo do Brasil com a Argentina no Mineirão, em Belo Horizonte. Foi aplaudido pela maioria dos torcedores e vaiado por alguns poucos.


 

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