25/09/2023 01:00h

Os projetos estão distribuídos por 472 km² de terreno e compreendem 24 licenças de exploração concedidas

A empresa australiana de exploração mineral Alderan Resources assinou um acordo para comprar a Parabolic Lithium, que detém participação de 100% em sete projetos de exploração de lítio em Minas Gerais.

Os projetos abrangem 472 km² e incluem 24 licenças de exploração concedidas em sete áreas, nomeadamente Caraí, Catuji, Curral de Dentro, Governador Valadares, Itaípe, Itambacuri e Minas Novas. Todos esses projetos estão situados dentro e ao sul do Vale do Lítio.

A área abriga outros projetos em operação, como o Grota do Cirilo, de propriedade da Sigma Lithium, que mediu e indicou recursos de 77,034 milhões de toneladas (mt) com 1,43% de óxido de lítio (Li₂O). Também inclui o projeto Salinas, que é de propriedade da Latin Resources e mediu e indicou recursos de 45,2 milhões de toneladas a 1,34% Li₂O.

Como consideração inicial do acordo, a Alderan concordou em pagar  110.000 dólares australianos (US$ 70.513,30) em dinheiro e emitir 150 milhões de suas ações, a A$ 0,006 cada, após autorização dos acionistas. A contraprestação também inclui 100 milhões de opções da classe AL8OA, cada uma exercível por A$ 0,016, que expirará em setembro de 2025.

A empresa também emitirá ações, sujeitas ao cumprimento de determinados marcos. Se seis fragmentos de rocha com mais de 1% de Li₂O em pegmatitos contendo espodumênio separados no projeto forem alcançados, ele emitirá 50 milhões de ações ao preço de A$ 0,006 cada.

Se interceptações de perfuração de mais de 10 milhões forem feitas com um mínimo de 1% de Li₂O no projeto, a empresa emitirá 75 milhões de ações. Será seguido pela empresa atingindo um recurso mineral mínimo de 1% Li₂O, quando emitirá 150 milhões de ações.

Além disso, Alderan garantiu compromissos de investidores para uma colocação condicional de ações para levantar quase A$ 1,75 milhão. Sujeito à aprovação dos acionistas, emitirá 291,66 milhões de suas ações para captar recursos.

O diretor administrativo da Alderan, Scott Caithness, disse: “A aquisição do grande e altamente prospectivo pacote de arrendamento concedido da Parabolic em um distrito de lítio estabelecido no Brasil é um desenvolvimento muito emocionante para a Alderan e representa o culminar bem-sucedido da geração de projetos focados em garantir oportunidades de exploração de metais críticos de alto potencial. .

“A Parabolic tem uma equipe estabelecida no país com experiência significativa na identificação de áreas prospectivas de lítio e se ofereceu para ajudar a Alderan a acelerar suas atividades de exploração terrestre, que estão planejadas para começar no quarto trimestre de 2023.”

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25/09/2023 00:20h

Os resultados até agora indicam outra zona mineralizada suficientemente próxima do superfície e, portanto, potencialmente passível de mineração a céu aberto

A Atlas Lithium anunciou nova descoberta de pegmatito raso mineralizado, resultado da perfuração gradual a oeste do carro-chefe da empresa, de 2,3 quilômetros. Esta nova área de espodumênio contendo lítio foi chamada de Anitta 4 e está localizada dentro do Projeto Neves, um conjunto de quatro direitos minerais de lítio que fazem parte do Projeto de Lítio Minas Gerais, de propriedade 100% da Atlas Lithium, em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.

Esta nova descoberta rendeu intersecções de espodumênio mineralizado visualmente identificáveis ​​com cristais grandes e grossos, consistentes com o que geralmente é considerado de alta qualidade para processamento para produzir concentrado de lítio. A exploração futura se concentrará na delimitação de recursos de Anitta 4, que está aberta ao norte, ao sul e em profundidade, já a equipe de geologia acredita que o corpo de minério representa uma tendência maior, consistente com as características geológicas regionais vistas até o momento.

Em Anitta 4, o furo DHAB-290 cruzou o espodumênio mineralizado começando em 170 metros de profundidade com um comprimento cumulativo de interseção do espodumênio de 43,65 metros. O furo DHAB-289 rendeu um total acumulado de 18,65 metros de espodumênio mineralizado começando em apenas 70 metros de profundidade. Para as interseções acima, os ensaios estão pendentes.

Marc Fogassa, CEO e Presidente da Atlas Lithium, comentou: "Estou entusiasmado que nossos esforços tenham identificado Anitta 4, uma nova zona contendo espodumênio dentro do Projeto Neves. Os resultados até agora indicam que é outra zona mineralizada suficientemente próxima do superfície e, portanto, potencialmente passível de mineração a céu aberto."

Nick Rowley, vice-presidente de desenvolvimento de negócios, acrescentou: "O anúncio de hoje é mais um passo importante na expansão dos recursos que podem ser extraídos economicamente. Nosso objetivo é nos tornarmos um produtor de concentrado de lítio de baixo custo e alta qualidade até meados de 2025".

Sobre a empresa

A Atlas Lithium foi fundada em 2011 na Califórnia e um ano depois mudou-se para Boca Raton, Flórida (EUA). Desde janeiro deste ano está listada na Nasdaq. Marc Fogassa, criador da empresa, é o principal acionista e faz uma grande aposta no mercado global de minerais críticos. Além do lítio, foco no momento, há reservas de níquel, titânio, grafita e terras raras.

Segundo ele “O custo cash de produção do nosso projeto ficará abaixo de US$ 300 a tonelada do concentrado”. O projeto da Atlas prevê produzir 300 mil toneladas por ano de concentrado de lítio grau bateria, do mineral de espodumênio extraído de mina a céu aberto.

“Creio que o projeto da Atlas será o último com mineral aflorado com extração na superfície, no Vale do Lítio, com profundidade de até 250 metros. Os demais estão previstos com lavra subterrânea. É um diferencial de custo e de desenvolvimento do projeto”

Segundo o CEO e chairman da Atlas, testes metalúrgicos realizado por empresas especializadas em geologia apontaram teor médio de lítio de 6,04% nas amostras obtidas nas perfurações. “O mercado está apto a comprar material de lítio com teor a partir de 5,5%. Tenho recebido telefonemas de montadoras de veículos buscando informações sobre o projeto”, diz.

Os investimentos no projeto, informa o executivo, ficarão acima de US$ 100 milhões na sua instalação e teria início de produção no segundo semestre de 2025. “Com outros desembolsos requeridos pelo projeto poderá atingir US$ 200 milhões”, diz.

A tecnologia da planta de concentração do espodumênio, informa, será a que é conhecida há mais de 100 anos e agora utilizada no processo de beneficiamento de lítio – DMS (tratamento pré-químico do minério por Separação de Meio Denso). O concentrado de espodumênio, obtido de rocha dura, é considerado o melhor insumo para fabricação do Hidróxido de Lítio, insumo utilizado nas fábricas de baterias.

O porto de exportação a ser usado pela Atlas será definido no estudo entre os portos de Ilhéus (BA) e Vitória (ES), tendendo mais para o segundo. A vizinha Sigma Lithium iniciou em julho seus embarques pelo porto capixaba.

De Assis, interior de São Paulo, Marc Fogassa estudou em São Paulo e foi fazer engenharia no Instituto de Engenharia Aeronáutica (ITA). Ficou pouco tempo lá e migrou em 1985, aos 18 anos, para a universidade americana MIT. Estudou também em Harvard, onde se formou em medicina, mas buscando atuar em capital de risco na área de biotecnologia. (com informações do Valor Econômico)

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22/09/2023 17:10h

Artigo por Ana Elizabeth Neirão Reymão

O objetivo deste artigo é discutir a importância da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) nos orçamentos públicos de municípios brasileiros.

São analisados os casos de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá, no Pará, e de Itabirito, Mariana, Itabira, Congonhas e Nova Lima, em Minas Gerais. A escolha desses oito municípios se deu por estarem entre os dez que mais recolheram CFEM no Brasil em 2022. 

A pesquisa é exploratória, de abordagem qualitativa e quantitativa, pautada na revisão bibliográfica e no levantamento documental. As principais fontes de informação são os bancos de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do Finanças do Brasil (FINBRA), disponibilizado no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI), com dados sobre os orçamentos municipais.

A pesquisa mostrou que a elevada participação da cota-parte da CFEM na composição da receita pública dos municípios estudados os torna muito dependentes dessa renda mineral.

Ainda que o ingresso desses montantes aumente as disponibilidades que eles têm direito a perceber, gerando potencialmente maiores investimentos públicos, os quais podem repercutir positivamente no desenvolvimento e na elevação da qualidade de vida nessas localidades, a dependência dos orçamentos públicos municipais em relação à CFEM deve ser olhada com atenção, por se tratar de uma receita que tem como fonte a exploração de recursos naturais finitos, como os minerais.

Veja o artigo completo na edição 432 de Brasil Mineral

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Brasil Mineral
21/09/2023 00:40h

A balança comercial da indústria brasileira do alumínio registrou exportações de US$ 2,3 bilhões

De acordo com levantamento da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), o consumo de alumínio no setor elétrico cresceu 11,5% no primeiro semestre de 2023, impulsionado pelo crescimento da capacidade instalada de energia eólica e solar. Já a construção civil registrou um aumento de 7% no consumo de alumínio até junho, alavancado pelo bom desempenho do setor imobiliário nos últimos dois anos, enquanto o segmento de transportes cresceu 2,9%, por causa do comportamento da indústria automobilística e máquinas e equipamentos tiveram incremento de 1% sobre o mesmo período de 2022. “Puxado pela forte expansão das novas linhas de transmissão, o setor elétrico foi o segmento com maior crescimento no consumo de alumínio no semestre. Por conta dos novos leilões que estão previsto ainda para este ano, temos a expectativa de expansão do alumínio neste segmento”, avalia Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.

O estudo aponta ainda que os setores com desempenho negativo foram embalagens, com redução de 13,8%, reflexo principalmente do desempenho das latas de alumínio para bebidas e bens de consumo, com redução de 4,8%, resultado decorrente da diminuição na oferta de crédito e do poder de compra no período. Em relação ao consumo doméstico de produtos de alumínio, o primeiro semestre alcançou 723,8 mil toneladas, 3,6% a menos na comparação com o primeiro semestre de 2022 (751,1 mil toneladas). Desse total, 88% (639,4 mil toneladas) foram produzidos no Brasil – queda de 4,5% contra igual período do ano anterior. Já as importações cresceram 3,3% em relação a 2022 e atingiram 84,4 mil toneladas.

A balança comercial da indústria brasileira do alumínio registrou exportações de US$ 2,3 bilhões (FOB – Free On Boarding) e importações de US$ 1,02 bilhão (FOB), o que gerou superávit de US$ 1,3 bilhão no primeiro semestre de 2023. As vendas externas brasileiras de alumínio e seus produtos totalizaram 247,0 mil toneladas, com acréscimo de 8,9%, sendo Japão, Holanda e Estados Unidos os principais países de destino, com 68% do volume total. Já as importações brasileiras de alumínio e seus produtos atingiram 321,4 mil toneladas, retração de 12,9% em relação ao mesmo período de 2022. A China manteve a liderança como país de origem e respondeu por 21% do volume total, seguida do México, com 13% e da Argentina, com 9%.

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21/09/2023 00:30h

Desde 1994, cerca de 2.300 toneladas de mercúrio foram despejadas na Amazônia brasileira

Segundo levantamento realizado pelo WWF a pedido da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA), na Amazônia existem 4.114 pontos de mineração ilegal. Desde 1994, cerca de 2.300 toneladas de mercúrio foram despejadas na Amazônia brasileira. Porém este número tem crescido cada vez mais e atualmente – por meio de uma série de estudos analisados, é possível que estejam sendo despejadas 150 toneladas de mercúrio por ano na região.

As populações ribeirinhas e indígenas são as mais atingidas pela contaminação por mercúrio, pois o metal é prejudicial à saúde humana. O mercúrio tem apresentado níveis de infecção superiores ao estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil e no Equador, as comunidades ribeirinhas são as mais afetadas, com médias de concentração de 15,43 e 12,3 (ppm), respectivamente. No Peru e na Colômbia, a maior atenção deve ser dada às comunidades indígenas, que apresentam médias de concentração do metal em 27,75 e 23,01 (ppm), respectivamente.

De acordo com a nota técnica, dentre os países que fazem parte do bioma o Brasil tem os maiores valores de concentração de mercúrio encontrados nas diversas espécies de peixes: são 8,71 (ppm), seguido pela Guiana Francesa com 6,45 (ppm) e Suriname com 4,62 (ppm). Em 2023, um estudo apontou que peixes de seis estados da Amazônia brasileira apresentaram níveis de contaminação acima do limite aceitável. “O uso do mercúrio tem grande impacto tanto na saúde de quem trabalha no garimpo, como também milhares de pessoas que consomem peixes com frequência. O mercúrio é um metal pesado de natureza cumulativa, ou seja, que é concentrado em toda a cadeia alimentar. Essa realidade precisa ser abordada em um plano conjunto dos vários países amazônicos”, afirma Mauro Ruffino, coordenador do Observatório Regional Amazônico (ORA) da OTCA.

O consumo de mercúrio em peixes contaminados pode provocar danos neurológicos, do trato digestivo, sistema imunológico, pulmões e rins, além de má-formação de bebê, que podem ter paralisia motora e problemas na audição e visão. “Além do impacto que causa ao meio ambiente, o mercúrio também afeta a saúde pública - e este é um problema ainda subnotificado, que exige com urgência um plano de ação para cuidar das pessoas afetadas”, ressalta Raul do Valle, especialista em Políticas Públicas do WWF-Brasil.

Os dados apontados na nota técnica foram reunidos pelo Observatório do Mercúrio, iniciativa de compilação e georreferenciamento de informações ambientais e de contaminação por mercúrio em humanos e peixes na região Amazônica. A base de dados abrange 139 estudos, entre 1990 e 2022, para níveis de contaminação em populações humanas, e 94 estudos, de 1992 a 2022, para níveis de contaminação em peixes. A análise dos estudos disponíveis mostra que há uma disparidade de produção científica sobre o tema entre os países. O Brasil publicou 61 estudos ou cerca de 66%, seguido pelo Peru, com 13 estudos ou 9,5% e Colômbia, com 11 estudos, representando 8%. Essas disparidades no número de estudos também podem refletir nos resultados encontrados, pois os estudos cadastrados estão concentrados nos principais rios da região Amazônica e ainda há grandes vazios, especialmente na região andina e norte do bioma.

Para os autores do estudo, é fundamental uma redução e mitigação dos impactos da contaminação mercurial na Amazônia, que envolve quantificar a carga de mercúrio liberada em cada país e seu carreamento para os países vizinhos, assumir um compromisso político para redução das emissões do metal por ações antrópicas, como desmatamento, construção e funcionamento de hidrelétricas, mudanças de uso de solo e o garimpo de ouro ilegal e irregular. Por isso, eles elencam três ações principais: Controlar a cadeia produtiva do ouro e seus efeitos nas emissões ambientais de mercúrio; Identificar e medir os eventos de poluição por mercúrio, com caracterização de riscos associados; e Desenvolver e implementar medidas de redução dos riscos e impactos da contaminação por mercúrio em populações humanas expostas e vulneráveis e espécies selvagens.

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19/09/2023 00:30h

Acompanhe, a seguir, como está o cronograma de ampliação e/ou implantação de alguns dos principais projetos em execução na região.

A geodiversidade da região amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, tem motivado uma série de investimentos minerais em variadas substâncias, mas que devem observar sempre as melhores práticas para reduzir impactos ambientais e sociais e garantir sua viabilidade econômico-financeira.

Entretanto, minerar na Amazônia não é uma tarefa fácil. A logística é o principal problema, especialmente para os projetos em implantação, que precisam vencer as longas distâncias para recebimento dos equipamentos necessários. A lista segue ainda com a obtenção das licenças ambientais e do bom relacionamento entre empresas e comunidades.

Acompanhe, a seguir, como está o cronograma de ampliação e/ou implantação de alguns dos principais projetos em execução na região. 

Nova mina de cobre da Ero Brasil Tucumã

Em 2022 a Ero Brasil retomou o projeto de construção de uma nova mina de cobre no Pará, na cidade de Tucumã, que deverá entrar em operação em junho de 2024, o que permitirá dobrar a sua capacidade de produção de cobre, atingindo cerca de 110 mil toneladas por ano. Os direitos minerários do projeto Boa Esperança (hoje Projeto Tucumã) foram adquiridos da Codelco em 2007, ainda como Mineração Caraíba. Além da mina, o investimento de US$ 305 milhões envolve também uma planta de beneficiamento e as demais estruturas necessárias para a operação.

O licenciamento ambiental teve sua primeira etapa concluída em julho de 2013, com a Licença Prévia, e a segunda etapa em 2021, com o recebimento da licença de instalação – ambas emitidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) – o que permitiu o início das atividades de construção. A atualização final do estudo de viabilidade do projeto foi emitida em agosto de 2021 e as obras começaram efetivamente em março de 2022.

O projeto conta com uma mina a céu aberto e uma planta de processamento com capacidade anual de 4 milhões de toneladas. O rejeito da planta será filtrado e empilhado, evitando assim a necessidade de construção de uma barragem. A energia necessária para a operação dos equipamentos será proveniente da subestação de Tucumã, em uma linha dedicada em 138kV. 

A obra atualmente está na fase de construção das bases civis dos prédios, equipamentos e a montagem eletromecânica está em fase inicial. O cronograma mostra o início do comissionamento em janeiro de 2024 e a produção do primeiro concentrado em junho de 2024.

Para a Ero Brasil, os principais desafios para implantar um projeto na Amazônia estão relacionados ao clima e à logística. O período chuvoso é muito rigoroso, com grandes volumes de precipitações, e no período de seca o calor é escaldante. Quanto à logística, o principal problema é a distância entre a planta e o porto para escoamento do concentrado de cobre a ser produzido, para que os equipamentos e estruturas cheguem até a obra, assim como todos os insumos necessários para construção e posteriormente os reagentes para operação.

Novos platôs para ampliar vida útil da MRN

Para viabilizar a continuidade de suas operações, a Mineração Rio do Norte está investindo R$ 900 milhões no Projeto Novas Minas (PNM), que irá ampliar sua vida útil em 15 anos, de 2027 a 2042, a partir da operação de cinco novos platôs: Rebolado, Escalante, Jamari, Barone e Cruz Alta Leste. O PNM agregará mais sustentabilidade à cadeia do alumínio, pois a bauxita é a matéria-prima para produção do metal, utilizado em grande escala para segmentos essenciais à humanidade, como energia, transportes, construção civil, embalagens, dentre outros. Ressalta-se, no entanto, que o PNM não expande as operações da MRN. Isso significa dizer que a empresa manterá a produção média de 12 milhões de toneladas de bauxita. 

Dos mais de 6 mil empregos diretos e indiretos, 85% são de empregados paraenses. Além de assegurar a manutenção desses postos de trabalho, a aprovação do PNM permitirá, também, a execução de diversas iniciativas socioambientais em comunidades quilombolas e ribeirinhas, e garantirá aos municípios de Oriximiná, Terra Santa e Faro, assim como ao Estado do Pará, o recolhimento de impostos e compensações da lavra de bauxita, que são de extrema importância para o impulsionamento da economia e desenvolvimento na região. O PNM segue com as etapas de licenciamento junto aos órgãos intervenientes.

Ativos significativos da Horizonte Minerals

A empresa de níquel Horizonte Minerals está desenvolvendo dois ativos Classe 1 no Pará: o Projeto Araguaia Níquel, em Conceição do Araguaia, e o Projeto Vermelho de Níquel e Cobalto, em Canaã dos Carajás, ambos de grande escala, alto teor de níquel, baixo custo, baixa emissão de carbono e escaláveis. O Projeto Araguaia está em construção, com o primeiro metal previsto para o início de 2024. Quando estiver com as Linhas 1 e 2 em fase de produção, produzirá 29.000 toneladas de níquel por ano. Já o Projeto Vermelho está em fase de estudo de viabilidade e deve produzir 24.000 toneladas de níquel e 1.250 toneladas de cobalto por ano para abastecer o mercado de baterias de veículos elétricos.

Com a recente Autorização de Comissionamento da Atividade de Extração Mineral emitida pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (SEMAS), o Projeto Araguaia Níquel pode iniciar a extração de minério para formar estoque antes da fase de comissionamento. Uma mina a céu aberto fornecerá o minério laterítico a partir de diversas cavas por escavação mecânica, com armazenamento do solo superficial (topsoil) e reabilitação sequencial das áreas lavradas. A Cava do Pequizeiro, localizada a 750 metros da planta de processamento, será a principal fonte de minério para o Projeto Araguaia, abastecendo os dois primeiros anos de vida da mina e contribuindo com mais de 50% da produção nos primeiros dez anos.

Até maio de 2023, 58% das obras estavam concluídas e as peças para a montagem dos fornos rotativos calcinador e secador, fabricadas pela FLSmidht, na China, chegaram ao complexo após uma viagem de 135 dias. A tecnologia escolhida para o projeto é a RKEF (Rotary Kiln - Electric Furnace), ou calcinador rotativo - forno elétrico, já empregada globalmente em diversas plantas industriais.

Veja a matéria completa na edição 432 de Brasil Mineral

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17/09/2023 10:55h

No acumulado dos oito primeiros meses, as vendas externas atingiram 476.493 toneladas, um incremento de 77,8% ao mesmo período do último ano.

Segundo números do Ministério da Economia, Secex, as exportações de sucatas ferrosas somaram 64.731 toneladas em agosto de 2023, um aumento de 109,7% em relação às exportações de 30.864 toneladas no mesmo mês de 2022. No acumulado dos oito primeiros meses, as vendas externas atingiram 476.493 toneladas, um incremento de 77,8% em comparação às 267.978 toneladas do mesmo período do último ano. 

“As empresas sempre priorizam o mercado interno e exportam mais apenas quando há retração no mercado interno”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa). “As indústrias estão também aumentando a verticalização da produção, utilizando seu próprio insumo na fabricação de aço, o que desestimula o uso de materiais reciclados, coletados e vendidos por catadores e empresas recicladoras”. 

O Inesfa considera que o aumento da tarifa de importação de papel e outros resíduos para 18% a partir de agosto, determinado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), terá pouco efeito positivo no setor. “O que tem mais impacto, na verdade, é a verticalização da indústria e menor uso do insumo reciclável”, diz. A previsão é de que ocorra uma queda de pelo menos 30% na demanda interna por sucata em 2023, enquanto a exportação deve atingir patamares elevados até dezembro. “O início da queda da taxa de juros no país, determinado pelo Banco Central na reunião do Copom, e a melhoria do emprego nos últimos meses, trazem alguma esperança para o segundo semestre, principalmente na construção civil, mas continuamos pessimistas sobre a reação do nosso setor de insumos recicláveis, que só deve ocorrer em 2024”, diz Alvarenga. 

Para o presidente do Inesfa, é fundamental que haja maiores estímulos governamentais à reciclagem no âmbito federal, estaduais e municipais, uma vez que a atividade é essencial e estratégica na preservação do meio ambiente e incremento da economia circular. 

Outro ponto que prejudica o setor é a sonegação de impostos estaduais de pelo menos 30% da sucata ferrosa comercializada no Brasil. A atividade ilícita impacta os preços de mercado dos materiais posto em desuso, conforme levantamento realizado pelo S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarkets para o mercado de commodities. A previsão é que o problema seja resolvido somente após o Brasil votar no Congresso e sancionar a reforma tributária. Estima-se que, do total de 12,5 milhões de toneladas comercializado no ano passado, cerca de 4 milhões de toneladas somente de sucata ferrosa foram envolvidas em fraudes, segundo Alvarenga "Os maiores prejudicados são os governos estaduais e toda a sociedade", disse Alvarenga. "E isso está acontecendo em todos os Estados do Brasil."

Nos últimos cinco anos, a sonegação cresceu cerca de 5% no comércio interno de sucata ferrosa, para mais de 30% em um segmento que deve totalizar aproximadamente 10 milhões de toneladas neste ano, segundo estimativas da Associação dos Recicladores do Brasil.

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16/09/2023 10:51h

Empresa obteve bons resultados encontrando óxidos de terras raras e dióxido de titânio em boa concentração, e em depósito a nível superficial.

A empresa canadense Resouro anunciou resultados iniciais significativos de exploração como parte da campanha de exploração no Projeto Tiros, de titânio e terras raras, em Tiros-MG. 

O projeto, que consiste em dez concessões minerais cobrindo 152 km2 pode, conforme estudos realizados por proprietários anteriores, se tratar potencialmente de um depósito de 630 milhões de toneladas com 12% de TiO2 (dióxido de titânio), além de óxidos de terras raras.

Em 2021, o mercado global de titânio foi avaliado em 24,7 bilhões de dólares e, até 2026, prevê-se que atinja os 33,5 bilhões de dólares, com uma taxa de crescimento anual de 6,3%. O titânio, conhecido por sua incrível relação resistência-peso, resistência à corrosão e tolerância a altas temperaturas, é um material indispensável para a indústria de veículos elétricos (EV). 

Foram realizadas perfurações com trado, obtendo:

  • 11m de 7.197 ppm de óxidos totais de terras raras (1.444 ppm de NdPr) e 20,56% de TiO2 de 4m; e
  • 11m de TREO 5.253 ppm (1.056 ppm NdPr) e 15,26% de TiO2 da superfície.
  • Todos os 5 furos iniciais atingiram mineralização, com média de 5.134 ppm de óxidos totais de terras raras, com um NdPr médio de mais de 1.038 ppm, da superfície até uma profundidade máxima de 15m.

Foram perfurados 227 m no programa inicial, aguardando ensaios dos 18 furos restantes. Foi firmado um contrato de perfuração para o programa de perfuração de 12.000 m com início em meados de setembro.

Chris Eager, CEO da Resouro, comentou: "Estamos extremamente satisfeitos com os resultados do programa de perfuração de acompanhamento inicial em Tiros e esperamos receber mais resultados de ensaios deste programa atualmente em andamento no laboratório, bem como acelerar nossa campanha de perfuração no projeto. Além disso, os resultados metalúrgicos iniciais do laboratório brasileiro tem sido encorajadores e aguardamos ansiosamente os resultados de outros laboratórios na Austrália e na Alemanha para demonstrar ainda mais as características metalúrgicas do depósito em Tiros. Em ambas as frentes, esperamos atualizar o mercado à medida que os resultados se materializarem."

Progresso da perfuração e resultados iniciais do ensaio

A Resouro iniciou o seu programa inicial em Tiros em Julho. Foram concluídos 23 novos furos, num total de 227 m. Os furos com trado foram perfurados em áreas próximas à superfície da zona severamente oxidada, que fica no topo da formação Capacete. 

A formação Capacete tem em média aproximadamente 40 metros de espessura, com a perfuração limitada a um máximo de 15 metros de profundidade. Todos os furos do trado terminaram com mineralização de alto grau de TREO (acima de 3.000 ppm) e TiO2 (acima de 10%).

Amostras de mais 18 furos estão atualmente sendo analisadas na SGS Brasil. Espera-se que 203 ensaios sejam recebidos nas próximas semanas, sendo 20% dos ensaios amostras de GQ/CQ (brancos, duplicatas e padrões). O teor médio de totais de óxidos de terras raras foi de 5.134 ppm e o teor médio de Nd+Pr ox foi de 1.038 ppm.

Além disso, foram observados teores anômalos de Nióbio, com teor médio de 860 ppm de Nb nos mesmos intervalos mineralizados, com intervalos significativos acima de 1.200 ppm de Nb. A Resouro irá investigar mais a fundo, dada a proximidade da maior mina de nióbio do mundo, em Araxá, 120 km a sudoeste de Tiros.

Trabalho de teste metalúrgico

Uma amostra composta foi produzida. Amostras foram enviadas para laboratórios reconhecidos mundialmente na Austrália e na Alemanha para determinar a lixiviabilidade dos Elementos de Terras Raras. Uma amostra composta de 207 kg feita de amostras históricas de perfuração foi previamente enviada ao Laboratório Prosper no Brasil para análise de lixiviabilidade de terras raras e concentração de TiO2. 

A Resouro planeja anunciar o conjunto completo de testes metalúrgicos antes da conclusão do programa de exploração de 2023.

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13/09/2023 14:53h

O evento irá debater a necessidade de fortalecer o papel dos municípios na regulação e no desenvolvimento da atividade mineradora

A Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG) realiza nos dias 19 e 20 de setembro o V Encontro Nacional dos Municípios Mineradores, em Belo Horizonte (MG), no auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O evento reunirá prefeitos, secretários e gestores municipais, técnicos das prefeituras, representantes do setor da mineração, da sociedade civil e agentes governamentais de todo o país para debater a necessidade de fortalecer o papel dos municípios na regulação e no desenvolvimento da atividade mineradora.

Com o tema central “Mineração e Municípios: potencializando resultados e mitigando impactos”, o congresso vai abordar questões fundamentais relacionadas à mineração. “Estamos vivendo um dos momentos mais desafiadores no qual temos duas soluções: ou nos unimos para mudar este cenário, ou vamos ver o setor mineral ruir. Os municípios não estão mais dispostos a esperar apenas pela ação do Governo Federal, mas, sim, desejam assumir um papel de protagonismo”, alerta o presidente da AMIG, José Fernando Aparecido de Oliveira.

O encontro de 2023 tem uma importância significativa, uma vez que a gestão governamental relacionada à geologia mineral retrocedeu em vez de evoluir. “A intenção é trabalhar com legislações municipais e estabelecer parcerias com a Agência Nacional de Mineração (ANM), para que os municípios possam ter voz e influenciar nas decisões que afetam seus territórios. Não queremos ficar esperando que alguém regule o que acontece no nosso território. Temos que passar a desempenhar nosso papel de forma ativa”, afirma José Fernando.

Para mais informações e inscrições, acesse: www.amig.org.br

Palestrantes

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13/09/2023 13:21h

O Pará é um dos maiores produtores de minérios do País e do mundo com a produção de ferro, bauxita, cobre, caulim, manganês, níquel, ouro, calcário, entre outros

A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) lançou oficialmente na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração – Exposibram 2023 o Boletim da Mineração 2023. O documento é disponibilizado para o público no site da Fapespa (www.fapespa.pa.gov.br/publicacoes) e foi desenvolvido pela Diretoria de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural (Diepsac) da Fapespa. “Nesse trabalho anual fazemos uma análise em uma linha do tempo de como o setor mineral se comporta. É possível constatar que essa é uma cadeia produtiva muito relevante, tanto na geração da produção mineral quanto na geração de empregos. O Pará tem uma variedade de metais com alto valor agregado no mercado internacional, colocando o estado na locomotiva desse processo”, explica Márcio Ponte, diretor da Diepsac. 

O Pará tem uma mineração diversificada nas reservas minerais, o que atrai investimentos que contribuem para a geração de renda e empregos no estado. Na geração de emprego, o levantamento indica que o setor mineral paraense registrou mais de 325 mil postos de trabalho, direta e indiretamente, em 2021. Em âmbito nacional, o Pará mantém o índice de mais de 20% na participação brasileira de produção. Segundo a análise de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), em 2021, o Pará produziu 369,4 milhões de toneladas de minério, equivalente a 21,2% da participação na produção nacional, com destaque para o alumínio, que corresponde a 89,4% de tudo o que foi produzido no País. Já na produção estadual, o ferro bateu a marca de 192,3 milhões de toneladas em 2021 e é o minério mais produzido no Pará, além de representar 33,8% da produção brasileira. 

Grande parte da produção paraense é exportada e favorece a balança comercial do estado e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB). Na exportação mineral brasileira, em 2022, apenas três estados contribuíram com mais de 70% da comercialização externa do minério do País. O Pará alcançou o segundo maior valor de exportação mineral, com US$ 15 bilhões, ficando atrás só do Rio de Janeiro, com US$ 36,9 bilhões. “Se nós queremos trabalhar cada vez mais com a mineração no Pará, precisamos de dados científicos, de pesquisa. A Fapespa traz um Boletim com informações disponíveis a todo o público. Isso é importante para as empresas que querem trazer os seus investimentos para o estado e as Secretarias que trabalham diretamente com a mineração. Esse estudo vai servir como base para avançarmos nas nossas políticas públicas para o setor e chega em um momento oportuno, na Exposibram, com pessoas do restante do Brasil e do mundo”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Paulo Bengtson.

O Pará é um dos maiores produtores de minérios do País e do mundo com a produção de ferro, bauxita, cobre, caulim, manganês, níquel, ouro, calcário, entre outros, sendo que a maior parte é usada na construção civil e na indústria de base, impulsionando tanto as receitas municipais via royalties, quanto o mercado de trabalho local, além de dinamizar outros setores econômicos, como comércio e serviços. Os municípios de Canaã dos Carajás, Parauapebas e Marabá contribuem para firmar o Pará como o segundo estado que mais produziu minério em 2021: 369,4 milhões de toneladas, atrás apenas de Minas Gerais, com 588,2 milhões de toneladas. 

O Boletim da Mineração 2023 mostra também que a produção de minério gerou R$ 145 bilhões, uma marca recorde para o Pará e equivalente a 42,3% do valor referente ao País. A maior parte em razão do ferro, com R$ 119,9 bilhões. Em uma década, o minério paraense dobrou, saltando de 200 milhões para, aproximadamente, 400 milhões de toneladas produzidas ao ano. “A Fapespa tem a missão institucional de produzir estudos, produzir estudo, conhecimento, inovação. As nossas diretorias de estudo realizam uma série de pesquisas que retornam para a tomada de decisão do Estado. O Boletim da Mineração é apenas um desses. Nós ainda temos o Pará em Números, Notas Técnicas, Barômetro da Sustentabilidade, um conjunto de informação que orienta não só o gestor público, mas a população com os resultados que estamos alcançando ano a ano”, afirma o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.

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