Foto: CNI/Divulgação
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Confiança do empresário industrial sobe em outubro, mas segue abaixo da linha de otimismo

Apesar da alta, indicador permanece abaixo dos 50 pontos e registra 10 meses seguidos de pessimismo entre industriais


O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subiu um ponto em outubro e chegou a 47,2 pontos. Apesar da alta, o indicador permanece abaixo da linha de 50 pontos, que separa confiança de falta de confiança. O setor acumula 10 meses seguidos de pessimismo. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (13).

Para o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, ainda não é possível afirmar que houve uma reversão do quadro. “O final do ano costuma ser o período mais favorável para a indústria, e isso costuma se refletir nas expectativas. Então é possível que tenha uma melhora, por conta até do período do ano, mas não necessariamente uma reversão dessa falta de confiança que a gente vem observando desde o início do ano”, explica.

O levantamento mostra que os dois componentes do índice melhoraram em outubro, na comparação com setembro. O Índice de Condições Atuais avançou 1,3 ponto, de 41,9 para 43,2 pontos, impulsionado por uma percepção menos negativa sobre o momento das empresas e da economia. Mesmo assim, o resultado segue abaixo dos 50 pontos, o que indica condições piores do que há seis meses.

O Índice de Expectativas teve alta de 2,9 pontos, a terceira consecutiva, e chegou a 49,1 pontos. O patamar mostra que os empresários continuam com perspectivas negativas para os próximos seis meses, embora menos pessimistas do que em setembro.

A CNI aponta que a leve melhora reflete uma visão menos desfavorável sobre o futuro da economia e mais positiva em relação às próprias empresas.

Juros 

De acordo com o economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, a falta de confiança está relacionada à taxa de juros alta, que impacta a indústria e outros setores produtivos. “Esse nível elevado dificulta investimentos, captação de capital de giro, onera demais o custo do crédito no país e isso acaba impactando a indústria, o varejo e a economia brasileira de modo geral”, detalha. 

Galhardo pontua que, embora tenham melhorado, os índices ainda estão abaixo dos 50 pontos. “Não se trata só de uma correção depois de uma queda muito forte, a principal explicação está na trajetória da economia brasileira. Se pudéssemos dizer que essa elevação da taxa de juros provocou um vale na economia brasileira, nesse momento nós estamos escalando, saindo da parte mais baixa desse vale e mais perto agora do início do ciclo de cortes de juros do que estávamos há algum tempo”, avalia.

A explicação, segundo o especialista, é a expectativa de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) inicie um ciclo de cortes de juros já na próxima reunião, em dezembro, ou no primeiro trimestre de 2026.

Em artigo publicado recentemente no jornal O Globo, o presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que os juros praticados no Brasil são uma "barreira intransponível ao desenvolvimento". "Não existe crescimento sustentável com juros estratosféricos. Não há espaço para inovação, reindustrialização e crédito acessível. O que se vê é a paralisia dos investimentos produtivos, com sequelas para toda a sociedade.", escreveu Alban. No texto, o dirigente da confederação antecipou a criação do pacto Brasil +25 — uma mobilização que reunirá empresários, trabalhadores e lideranças políticas para propor reformas e políticas de Estado voltadas a conter a escalada dos juros.

ICEI

O ICEI é uma pesquisa mensal da CNI que mede a confiança dos empresários da indústria. Nesta edição, a pesquisa ouviu 1.164 empresas entre 1º e 7 de outubro de 2025, sendo 458 de pequeno porte, 444 de médio porte e 262 de grande porte.
 

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LOC.: O Índice de Confiança do Empresário Industrial, o ICEI, subiu um ponto em outubro e chegou a QUARENTA E SETE vírgula DOIS pontos. Apesar da alta, o indicador continua abaixo da linha dos CINQUENTA pontos – o limite que separa confiança de falta de confiança.

Com isso, o setor industrial completa DEZ MESES consecutivos de pessimismo. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI, nesta segunda-feira, dia 13 de outubro.
De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o resultado não permite inferir que houve uma reversão da falta de confiança.
 

TEC./SONORA: Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI

“O período final do ano costuma ser o período mais favorável para a indústria, e isso costuma se refletir nas expectativas. Então, é possível que tenha uma melhora, por conta até do período do ano, mas não necessariamente uma reversão dessa falta de confiança que a gente vem observando desde o início do ano.”


LOC.: Já o economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, explica que a falta de confiança está relacionada à taxa de juros alta, que tem impacto direto sobre o setor produtivo.
O levantamento mostra que os dois componentes do índice melhoraram em outubro. O Índice de Condições Atuais subiu de QUARENTA E UM vírgula NOVE para QUARENTA E TRÊS vírgula DOIS pontos, reflexo de uma percepção menos negativa sobre o momento das empresas e da economia.

O Índice de Expectativas também avançou, com alta de DOIS vírgula NOVE pontos, chegando a QUARENTA E NOVE vírgula UM. Foi a terceira elevação consecutiva, mas ainda em nível considerado pessimista.

Galhardo pontua que há uma previsão do mercado de redução da taxa de juros até o primeiro trimestre de 2026, o que impacta positivamente nos índices de confiança da indústria.

TEC./SONORA: André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica
 “Existe a expectativa de que o Comitê de Política Monetária do Banco Central inicie o ciclo de cortes de juros nos próximos meses. A aposta minoritária nesse momento é que o Copom comece esse ciclo de cortes de juros na última reunião de 2025, em dezembro. No entanto, a maioria dos agentes indicam que esse ciclo de cortes de juros se iniciará apenas no primeiro trimestre de 2026.”


LOC.: O Índice de Confiança do Empresário Industrial  é uma pesquisa mensal da CNI que mede o nível de confiança dos empresários da indústria. Nesta edição, foram ouvidas MIL CENTO E SESSENTA E QUATRO empresas entre os dias 1º e 7 de outubro — QUATROCENTAS E CINQUENTA E OITO de pequeno porte, QUATROCENTAS E QUARENTA E QUATRO médias e DUZENTAS E SESSENTA E DUAS grandes.

Reportagem, Cristina Sena