
LOC.: Os gastos municipais com saúde ultrapassam em 7,27% o percentual mínimo obrigatório — que é de 15%. Um estudo feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que cerca de 1.500 cidades aplicam percentuais acima de 25%.
Esse é um dos fatores que levou mais de dois mil prefeitos a Brasília, nos dias 3 e 4 de outubro. A mobilização tem o objetivo de pressionar o governo federal a melhorar os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), entre outras fontes que ajudem no custeio das despesas municipais.
Para dar força ao movimento, Valdeci de Souza, prefeito de Jauru, no Mato Grosso, se juntou a outros gestores na capital federal. Na cidade de pouco mais de oito mil habitantes, o gasto com saúde ultrapassa os 22%. Com a queda na arrecadação e o aumento dos gastos, a conta não fecha e o impacto, quem sente, é a população.
TEC/SONORA: Valdeci de Souza, prefeito de Jauru (MT)
"A gente tem vontade de fazer um bom trabalho para o município, mas com essa queda e com os preços subindo, o prefeito não consegue fazer o seu trabalho, porque não tem dinheiro para trabalhar. A população fica sem os serviços, têm que dispensar funcionários, senão não fecha a folha."
LOC.: O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, diz que a visita foi proveitosa e que os municípios vão conseguir a liberação de emendas — o que vai desafogar um pouco a situação fiscal.
TEC/SONORA: Paulo Ziulkoski,presidente da CNM
"No momento em que se chega ao conhecimento dos órgãos superiores, alguém começa a se preocupar e a pressão que a gente exerce, começa a pauta a andar. As idas na CGU, No TCU, ao Congresso e com o governo, tendem a começar a aflorar e a encontrar soluções."
LOC.: No encontro em Brasília, o secretário adjunto de Assuntos Federativos André Ceciliano, do governo federal, afirmou que vai debater com os representantes dos municípios todas as pautas propostas para aumento da arrecadação. Ele ainda prometeu pagar até o fim de outubro a compensação do FPM, caso seja aprovada ainda na primeira quinzena deste mês.
Reportagem, Livia Braz