A novidade pode impulsionar a mineração estadual que é o sexto maior produtor de minérios do Brasil
O secretário-adjunto de Mineração de Mato Grosso, Paulo Leite, confirmou a descoberta de uma grande mina de mármore de Carrara na Serra das Araras, região do município de Cáceres. A novidade pode impulsionar a mineração estadual que é o sexto maior produtor de minérios do Brasil.
O anúncio foi feito durante o podcast Minera MT. “É uma mina astronômica e todos os estudos e pesquisas indicam isso. Eu vi blocos de 30 toneladas, com dureza espetacular. Algumas informações indicam que é de uma das melhores qualidades do mundo”, afirma. Não foi divulgado o tamanho da mina, mas estão sendo realizados estudos. O mármore de Carrara é usado na construção civil principalmente para acabamentos de alto padrão a preços que podem chegar a R$ 900 o metro quadrado.
Paulo Leite comentou que o potencial da jazida só será completamente explorado se houver o beneficiamento feito em Mato Grosso. “É bom para Mato Grosso se for beneficiado aqui, porque se for só explorado e levado para o Espírito Santo ou Bahia para beneficiar, qual o interesse? Vai ser recolhida uma taxa para a Sedec (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico), mas nós temos uma Zona de Processamento ao lado da mina, a menos de 40 km. Nós precisamos incentivar para essa mineradora beneficiar as pedras”, afirma.
A inauguração da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres, que deve ocorrer em setembro deste ano, poderá possibilitar esse beneficiamento. “Não é só o emprego que a mineradora traz. Ela traz conhecimento, técnicos de qualidade, pessoas que conhecem o mercado internacional de pedras ornamentais e uma série de outras coisas. Nós temos o minério e tem um custo de exploração dele, o custo ambiental, mas tem que ter também o retorno. Isso deve ser discutido. Tem muita coisa a ser feita”, conclui.
As exportações brasileiras renderam US$ 427,3 milhões nos cinco primeiros meses de 2023
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (Abirochas), as exportações brasileiras renderam US$ 427,3 milhões nos cinco primeiros meses de 2023, uma queda de 12,3% sobre o mesmo período do último ano. Em volume, as vendas externas somaram 703,8 mil toneladas, uma retração de 16,5% sobre o mesmo período de 2022.
As vendas de rochas carbonáticas brutas totalizaram US$ 9,7 milhões e 18,6 mil toneladas, o que representa decréscimos de 27,9% e 25,8%, respectivamente, no período considerado. Já a comercialização de rochas silicáticas e silicosas brutas, por sua vez, somou US$ 84,2 milhões e 295,7 mil toneladas, com quedas de respectivamente 22,5% e 22,2% frente a 2022. As exportações de rochas processadas simples, especiais e produtos acabados somaram US$ 333,4 milhões e 389,5 mil toneladas, representando 78% do faturamento e 55,4% do volume físico do total exportado entre janeiro e maio de 2023.
Tanto o faturamento quanto o volume físico das exportações caíram 8,7% e 11,1%, respectivamente, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em termos de faturamento, a queda do volume físico de alguns produtos exportados foi parcialmente compensada pelo incremento de seu preço médio, como no caso dos blocos de quartzito, ardósias trabalhadas, pedra-sabão e, menos expressivamente, chapas de mármore. O aumento da participação de rochas processadas nas exportações, de 75% para 78% no faturamento, e de 52% para 55% em peso, resultou na elevação de 5% do preço.
Já as importações de rochas ornamentais e de revestimento somaram US$ 10,9 milhões e 21,9 mil toneladas até maio, um crescimento de 3,3% e 0,6%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2022. Essas importações são principalmente concentradas em rochas carbonáticas, brutas e processadas, pelas posições. As importações de pedra Hijau, procedentes da Indonésia, foram expressivas, além das rochas carbonáticas (sem acabamento de face) e não blocos.
A retração do faturamento e do volume físico das exportações brasileiras de rochas até maio de 2023 foi impactada pela variação negativa do valor das exportações para EUA (-14,3%) e China (-28,7%). O desaquecimento dos EUA teve maior influência na queda do faturamento e, da China, no volume físico das exportações em 2023. A expectativa é de que tenha uma recuperação das vendas externas para 2023, pois algumas dificuldades ligadas à economia global e particularmente dos EUA e China (principais clientes), não deverão ser superadas em curto e médio prazos. No mercado de revestimentos dos EUA continuará havendo forte pressão das importações e da produção interna de rochas artificiais e, sobretudo de porcelanatos, com deslocamento dos materiais rochosos naturais. Os materiais artificiais e porcelanatos estão ocupando cada vez mais o espaço dos naturais para countertops.
Na China, por sua vez, as taxas baixas de crescimento da economia e da construção civil não devem voltar aos patamares de anos recentes, limitando as importações chinesas de rochas ornamentais e também abrindo espaço para a crescente produção interna de rochas artificiais e porcelanatos.
A Abirochas considera essa nova condição de mercado como uma oportunidade para o Brasil se programar para a comercialização internacional de produtos acabados para o atendimento de obras, sobretudo no mercado dos EUA e do Oriente Médio, através de exportações diretas ou de offshore trading. Segundo a associação, a Itália está aperfeiçoando a produção de porcelanatos com estética semelhante à das rochas exóticas brasileiras, inclusive criados por Inteligência Artificial.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou decreto, publicado no Diário Oficial em 23 de agosto, que determina alíquota unificada de 1% do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente sobre os itens destinados à pavimentação ou revestimento, com origem de rochas ornamentais e cerâmicas.
O resultado é fruto de duas décadas de trabalho do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas) que, nos últimos anos, buscou apoio do deputado federal, Evair de Melo, do líder da bancada capixaba, Josias da Vitória e da Federação das Indústrias Capixaba (Findes), tanto na gestão do ex-presidente Léo de Castro, quanto na atual, de Cris Samorini.
“Há 20 anos o Sindirochas luta por um tratamento igualitário entre os setores de revestimento”, afirmou o ex-presidente do Sindirochas, Tales Machado, que encerrou seu mandato à frente da entidade há poucas semanas.
“O caminho percorrido foi extenso e contou com diversas audiências no Ministério da Economia ao longo de todo período. O setor manteve o diálogo com o Ministro Paulo Guedes e sua equipe técnica, além de aproximação com o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que, após convite do deputado Evair de Melo, visitou o Espírito Santo, maior estado produtor e exportador do segmento de rochas, em maio deste ano. Na ocasião, o ministro conheceu de perto as jazidas de extração, as empresas de beneficiamento e exportação e contribuiu para reforçar a relevância de toda contribuição do setor para a economia do Brasil, e hoje podemos comemorar essa grande conquista, que só trará bons resultados econômicos de geração de emprego e renda,” enfatizou Tales.
O presidente do Sindirochas, Ed Martins, comemorou a isonomia conquistada pelo segmento. “É um presente da gestão passada que, com certeza, trará frutos importantíssimos para o segmento capixaba. Dentre eles, destaco o tratamento igualitário entre os setores concorrentes e a própria redução tributária em si que contribuirá para o aumento da competitividade dos produtos em todo o Brasil”, afirmou.
Desde 2001, o setor luta pela isonomia do IPI. Na época era de 10% e o percentual caiu para 5% em dezembro de 2002. Atílio Travaglia, empresário do setor e ex-presidente do Sindirochas, diz que finalmente o setor conseguiu a isonomia tributária. “Tenho convicção de que os ganhos para o setor e para a população na geração de emprego e renda, que é o que nosso país mais precisa hoje, só vão melhorar com essa notícia”, complementou o empresário.
O Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas) assinou convênio setorial com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para promoção das rochas brasileiras no mercado internacional. A medida visa impulsionar mais ainda o bom desempenho do setor, que no primeiro semestre de 2021 obteve faturamento de US$ 572 milhões – o melhor resultado nos últimos cinco anos.
Se consideramos apenas os três últimos anos, do período pré-pandemia aos dias atuais, o segmento registrou alta. Em 2019, o Brasil fechou o primeiro semestre com faturamento de US$ 489 milhões. Em 2020, no auge pandemia e indefinição dos mercados, o faturamento caiu para US$ 397 milhões. No entanto, de janeiro a junho deste ano, ainda com restrições, mas com a economia dando sinais de recuperação, o setor registrou alta de quase 17% no faturamento com as exportações.
Os principais destinos das rochas ornamentais brasileiras são os mercados dos Estados Unidos, China e Itália. Entre esses países, o mercado americano consome prioritariamente rochas manufaturas (chapas), enquanto no mercado chinês e italiano as rochas brutas (blocos) são as preferidas.
No Brasil, a região Sudeste responde por 93% das exportações nacionais. Espírito Santo (82%) e Minas Gerais (11%) se destacam entre os maiores estados exportadores, seguidos pelo Ceará (2%) e Bahia (1%).
Nos últimos dois anos, considerando o faturamento com as exportações no primeiro semestre, o Ceará computou aumento de 35% referente ao envio de rochas ornamentais para o mercado internacional. Em 2019, o estado obteve receita de US$ 10 milhões contra US$ 14 milhões neste ano.
No mesmo período, o Espírito Santo, maior produtor e exportador e que conta com atuação mais consolidada no mercado mundial, viu seu faturamento subir 17% (foram US$ 399 milhões em 2019, contra US$ 471 em 2021).
Já Minas Gerais contabilizou alta de 15% (U$S 54 milhões em 2019 e US$ 63 milhões em 2021).
De acordo com as projeções apontadas no convênio setorial It’s Natural – Brazilian Natural Stone, firmado entre o Centrorochas e a Apex-Brasil, o setor de rochas brasileiro espera crescer 4,2% em 2021 em relação ao ano passado. Segundo dados do Secex (fevereiro/2021), o segmento registrou US$ 987 milhões em faturamento em 2020 e espera, com base nas projeções, fechar 2021 com um montante de US$ 1,029 bilhão.
O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, conheceu o setor de rochas ornamentais do Espírito Santo a convite do deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES). A expectativa é que seja firmado um acordo da ordem de R$ 30 milhões para estimular as exportações brasileiras do segmento no mercado internacional. O presidente do Centrorochas, Frederico Robison, acompanhou toda a agenda que contou com visita a empresas nos municípios de Castelo e Cachoeiro de Itapemirim. “A Apex-Brasil está finalizando um projeto para incentivar, para aumentar, as exportações do setor de pedras ornamentais, não só diversificando, mas também agregando valor aos produtos que saem do Espírito Santo. Eu acho que isso é muito importante, mostra que o setor é reconhecido, valorizado e tem uma grande capacidade de gerar emprego, renda e riqueza para o país”, afirmou Albuquerque.
Empresários do setor destacaram a importância da visita do ministro, motivo de satisfação, haja vista que este gesto demonstra o reconhecimento do Governo Federal quanto à pujança e importância do setor, salientando ser esta a primeira vez que um Ministro de Minas e Energia visita empresas do setor de rochas ornamentais.
As exportações brasileiras de rochas ornamentais apresentaram, no primeiro quadrimestre deste ano, um crescimento de 28,5% no faturamento em relação ao mesmo período de 2020. As exportações capixabas também tiveram crescimento de aproximadamente 28%. Os dados foram divulgados pelo Centrorochas e Sindirochas, entidades representantes do setor.