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Uma das primeiras unidades da federação a decretar situação de emergência contra a dengue, o DF foi também uma das primeiras a receber o imunizante contra a doença — junto com a Bahia e Goiás. Na última quinta-feira (8) chegaram 71.702 doses — e até esta segunda-feira, segundo a Secretaria de Saúde, 7.804 crianças de 10 e 11 anos já haviam recebido a primeira dose do imunizante.
A advogada brasiliense Tatiana Vieira, mãe da Gabriela de 10 anos, tentou levar a filha nos dois primeiros dias. “Mas a fila estava imensa, demorando de 2 a 3 horas”. No domingo, aproveitou o horário de almoço e conseguiu imunizar a menina, que não teve nenhum efeito colateral. Tatiana conta que correu para vacinar a filha por medo dos sintomas da dengue.
“Eu me preocupo por que meu marido já teve, ficou ruim por cerca de um mês e minha preocupação hoje é com meus filhos, para eles não pegarem. Ou se pegarem, que seja mais fraco.”
Goiás recebeu 72.818 doses da vacina Qdenga na última quinta-feira (8), mas a imunização só está prevista para começar na próxima quinta-feira (15). Enquanto isso, o estado vive situação de emergência decretada no último dia 9, por conta da doença. Até agora já são 23.258 casos registrados — e 4 mortes, segundo o Ministério da saúde.
As 70.368 doses destinadas aos 10 municípios da Bahia que terão prioridade neste momento também já chegaram, mas a data para início da imunização não foi divulgada. Treze cidades sofrem com uma epidemia da doença, que já soma 4.068 casos notificados.
Até a primeira quinzena de março — segundo o Ministério da Saúde —, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amazonas, São Paulo e Maranhão irão receber as doses da Qdenga. O lote inicial de vacinas, com 712 mil doses, atende 60% dos 521 municípios selecionados.
O médico consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia Marcelo Daher explica como funciona a Qdenga.
“Essa é uma vacina de vírus atenuado, feita em duas doses por via subcutânea, com três meses de intervalo entre elas. Uma vacina que pretende proteger as pessoas, principalmente pelas formas graves da doença.” O médico ressalta que ela não é capaz de evitar a contaminação, mas sim, de proteger que os quadros da doença se agravem.
O médico ainda explica que, por ser feita com vírus atenuado, a vacina contém algumas contra-indicações.
“Pessoas com alguma imunodeficiência não devem tomar a vacina. Pessoas que estão fazendo uso de algum medicamento que controle ou diminua a imunidade também devem conversar com seu médico antes de tomar a vacina. O que vale também para portadores de HIV, que devem avaliar se devem ou não tomar a vacina neste momento.”
A única forma realmente eficaz de se proteger contra a dengue é eliminando os focos do mosquito Aedes Aegypti. E nesse quesito, toda a sociedade precisa colaborar. A Tatiana, que apareceu lá no começo da reportagem preocupada com a vacinação, conta que, mesmo morando em apartamento, cuida de perto dos possíveis criadouros.
“Não deixo água parada nos pratinhos das plantas e cuidam pessoalmente para não ter nenhum risco dentro de casa.”
Quem mora em casa precisa redobrar os cuidados, olhando cada canto do quintal e eliminando totalmente os focos do mosquito. Vasos de plantas, garrafas pet, caixas d'água e todo e qualquer objeto que possa acumular água fresca e limpa, deve ser eliminado.
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