Doe Orgãos

18/10/2023 14:15h

O transplante renal teve o maior crescimento, de 64 para 93 procedimentos. Além disso, em 2023, ocorreram 21 transplantes de coração, 81 de fígado e 135 de medula

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Até agosto de 2023, foram realizados no Distrito Federal, 213 transplantes de córnea e 93 de rim, representando um aumento em relação ao mesmo período de 2022, quando foram contabilizados um total de 501 transplantes entre órgãos, medula óssea e córnea. O transplante renal teve o maior crescimento, de 64 para 93 procedimentos. Além disso, em 2023, ocorreram 21 transplantes de coração, 81 de fígado e 135 de medula. 

Isabela Pereira Rodrigues, enfermeira chefe do Banco de Órgãos e Tecidos do DF, explica que como o tecido ocular não necessita de compatibilidade, a doação de córneas tem uma abrangência e uma possibilidade de ter o maior número de doadores de córneas e, portanto, aumenta o número de transplantes.

“O rim, considerando também ser órgão duplo, ele é também elevado o seu número de transplantes, porque ele pode ajudar dois receptores diferentes, apesar de que a doação de órgãos já demanda outras especificidades, que é a necessidade da compatibilidade, não só sanguínea, mas de outros aspectos genéticos também”, explica.

A enfermeira afirma que em 2022 o Brasil teve 17 doadores efetivos por unidade de milhão de habitantes. “No Distrito Federal, nós tivemos um total de doadores efetivos de 14,2 por milhão de população. Em 2023, no primeiro semestre, o Brasil já obteve 19 doadores efetivos por unidade de milhão de habitantes e o DF já alcançou 9,2 por milhão de pessoas”, avalia.

Isabela destaca que houve um aumento na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes ao longo dos últimos dois anos. Em 2022, a lista contabilizava 54.172 pacientes aguardando por um órgão ou tecido. Já no primeiro semestre de 2023, esse número subiu para 58.522 em todo Brasil. No Distrito Federal, a lista também aumentou. Enquanto em 2022 havia 537 pacientes cadastrados na lista de espera, no primeiro semestre de 2023 esse número praticamente dobrou, chegando a 1.083 pacientes aguardando por um órgão ou tecido.

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05/10/2023 17:45h

Segundo a Secretaria de Saúde, entre janeiro e agosto deste ano foram realizados 134 procedimentos

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Cerca de 300 pessoas estão na fila de transplante de córneas no Mato Grosso, segundo a Secretaria  de Saúde do estado.  De acordo com a secretaria, entre janeiro e agosto deste ano foram realizadas 138 captações do órgão no estado —  e 134 transplantes foram executados. Desde o início do serviço, já foram realizados mais de 3000 procedimentos dentro do estado.

De acordo com a secretária adjunta do Complexo Regulador da SES-MT, Fabiana Bardi, a doação de órgãos ainda esbarra na falta de informação e na resistência familiar.

“O nosso principal desafio ainda é a conscientização da população quanto à necessidade de se conversar sobre a intenção em ser um doador ainda em vida. É muito mais difícil convencer uma família que está passando por um momento da perda do seu ente querido em dar continuidade”, afirma.

Segundo a secretaria, a pasta está buscando ampliar o número de captação de órgãos no estado.  “Nós tivemos agora em setembro uma intensificação nessas campanhas no sentido de levar informação, de conscientizar a população sobre a importância em ser um doador de órgãos”, diz.

A doação de órgãos é livre e deve ser muito bem alinhada entre o doador e os familiares. O neurocirurgião Bruno Burjaili, explica que existem dois tipos de doadores: o doador vivo e do doador falecido.

“Quem quer ser um doador de órgãos tem que simplesmente expressar desejo claramente para os seus familiares. Existem alguns órgãos que podem ser doados em vida, por exemplo, doar um rim para alguém que precisa. E outras situações em que a pessoa, na verdade, vai doar depois do seu falecimento. Ela pode expressar esse desejo para a família, mas é a família que vai definir quando ocorrer o óbito, se vai ter a doação”, explica.

Em Mato Grosso são realizados somente os transplantes de córneas e tecidos. De acordo com a Secretaria  de Saúde, “os pacientes que precisam de transplante de outros órgãos são encaminhados pelo serviço de Tratamento Fora Domicílio para serem transplantados em outros estados". Os gastos com locomoção e a ajuda de custo para estadia e alimentação do paciente e acompanhante são pagos pela SES-MT”, diz em nota.

Ainda em nota, a secretaria informou que “o serviço de transplante de rim em Mato Grosso passa por uma reestruturação das unidades de referência e que o governo está em tratativas para retomar integralmente os serviços”.

Transplantes no Brasil

No Brasil, existe uma lista de espera única para transplante de órgãos. Para receber um órgão, o potencial receptor e o doador devem estar inscritos na lista vinculados a critérios de urgência e compatibilidade.

Segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), no primeiro semestre de 2023 foram realizados 7,810 transplantes de córneas no Brasil. O número é 15% maior do que os realizados no mesmo período do ano passado.

Já a fila de espera do transplante de córneas ocupa a segunda posição com maiores pedidos. Atualmente são 25.941 solicitações de transplantes, ficando atrás somente das 37.082 pessoas que estão atualmente à espera de um rim. 

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02/10/2023 00:10h

A fila para o transplante de rim é a que possui mais potenciais receptores, com 1.591, seguida pela espera para o recebimento de córnea — com 1.114

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Em Pernambuco, 2.911 pessoas estão na lista de espera por um transplante de órgão. A fila para o transplante de rim é a que possui mais potenciais receptores, com 1.591, seguida pela espera para o recebimento de córnea  —  com 1.114. Segundo Melissa Moura, coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, 12 pacientes aguardam por um transplante de coração e outros 149 por um de fígado.

A coordenadora explica que muitas vezes os pacientes que aguardam pelo transplante de coração e fígado, entram em critério de prioridade porque são transplantes que necessitam de urgência.

“Nós temos receptores de todos os municípios do Estado e também muitas vezes como Pernambuco é uma referência no Nordeste, também recebemos pacientes de estados circunvizinhos, como pacientes de fígado, de Alagoas, de Sergipe, da Paraíba, da Bahia, que alguns desses estados não exercem a atividade transplantadora”, avalia.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Pernambuco realizou 727 transplantes de janeiro a junho de 2023, ficando em 7° lugar entre os estados da federação.

Melissa Moura enfatiza que o estado apresentou um crescimento de 13% em relação ao mesmo período de 2022. “Coração nós apresentamos crescimento de 26,1%; córnea 13,5%, medula óssea 1,1%; fígado 8,2% e rim 24,9%”, comenta.

Muitas vezes, o transplante de órgãos é a única chance de sobrevivência ou a oportunidade para um novo começo àqueles que necessitam de um órgão. A coordenadora reforça que é vital que a sociedade compreenda que o ato de doar pode ser a diferença entre a vida e a morte, proporcionando uma renovação na qualidade de vida do receptor.
 

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29/09/2023 02:10h

Os órgãos com maior demanda no estado são córneas, rins e fígado

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Entre janeiro e agosto de 2023, foram realizados 5.875 transplantes de órgão no estado de São Paulo, um crescimento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com Marcelo Alexandre do Nascimento, assistente da Coordenação da Central de Transplantes do Estado de São Paulo, os órgãos com maior demanda no estado são córneas, rins e fígado.

“Os transplantes de córnea lideram a lista desses procedimentos, com 3.956 no total; seguidos pelos rins com 1.281. Já o fígado, foram os que apresentaram maior crescimento no período, aumentando 30,4% em 2023, com 90 procedimentos”, informa Nascimento.

O estado também registrou um aumento de 8% no número de transplantes de coração. Além disso, o número de doadores de órgãos cresceu e atingiu níveis equivalentes aos anos anteriores ao início da pandemia de Covid-19.

Apesar do crescimento, Nascimento destaca que é sempre importante falar sobre a doação. Ele explica que a doação de órgãos é importante porque impacta diretamente na vida das pessoas. “Precisamos derrubar barreiras dentro da sua casa, junto com seus familiares. É importante deixar registrado junto à sua família a sua intenção. Você, no seu último ato, ainda vai beneficiar pessoas, muitas vidas vão te agradecer”

Como doar?

Elber Rocha, médico nefrologista e coordenador do Programa de Transplantes do Hospital Santa Lúcia, explica que no Brasil, existem duas possibilidades de doação de órgãos. A primeira é a doação entre vivos, ou seja, entre familiares de até terceiro grau e cônjuges; mas também é possível fazer a doação entre pessoas vivas com autorização judicial.

“Nós temos essa possibilidade e a gente tem outra situação, que é o doador falecido. É quando a gente tem como doador, um paciente que evolui com critérios diagnósticos de morte encefálica. Dessa forma, tem a possibilidade da gente utilizar esses órgãos para outros pacientes”, explica Rocha.

De acordo com ele, no caso de doadores falecidos, a legislação define que a família do doador precisa entrar em concordância para que a doação dos órgãos seja realizada.

Rocha ainda explica que o Sistema Nacional de Transplante é responsável pela regulamentação da lista de transplantes. “Pode levar em consideração critérios de gravidade, de complexidade da doença, já que pacientes mais graves e complexos têm uma perspectiva de espera menor. Também tem critério de antiguidade na lista e de compatibilidade”, destaca. O critério de compatibilidade imunológica é importante para que haja um maior sucesso com o transplante de órgão. 

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02/09/2023 00:22h

Segundo o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), o Brasil registrou mais de 1,9 mil doadores efetivos de órgãos e realizou mais de 4,3 mil transplantes entre janeiro e junho

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O Brasil registrou mais um recorde no setor da saúde. De acordo com dados do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), o país registrou 1,9 mil doadores efetivos de órgãos entre janeiro e junho de 2023. O número é 16% superior ao contabilizado no mesmo período de 2022 e o maior dos últimos 10 anos. Com o avanço, foi possível a realização de mais de 4,3 mil transplantes no primeiro semestre.

Segundo dados do SNT, os órgãos mais transplantados durante o período foram rins e fígado com 2,9 mil e 1,1 mil respectivamente. Foram realizados também 206 transplantes de coração, 47 de pâncreas e rins, 37 de pulmão, 13 de pâncreas e 1 multivisceral.

O levantamento ainda indicou um aumento de 30% no número de transplantes de pâncreas  —  20% nos transplantes renais, 16% nos transplantes de coração e 9% nos transplantes de fígado. Em relação aos transplantes de córneas, no primeiro semestre de 2023, foram realizados 7.810 procedimentos, 15% a mais do que no mesmo período do ano passado. Para os transplantes de células-tronco hematopoéticas (médula óssea) houve realização de 1.838 procedimentos  — 6% de aumento.

No Brasil, o direito à vida está previsto na Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997. O texto institui a legalidade sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento, caso seja de livre vontade e autorizada pelo doador ou seu familiar responsável.

A doação de órgãos é livre e deve ser muito bem alinhada entre o doador e os familiares, como explica o neurocirurgião Bruno Burjaili.

“Quem quer ser um doador de órgãos tem que simplesmente expressar desejo claramente para os seus familiares. Existem alguns órgãos que podem ser doados em vida, por exemplo, doar um rim para alguém que precisa. E outras situações em que a pessoa, na verdade, vai doar depois do seu falecimento. Ela pode expressar esse desejo para a família, mas é a família que vai definir quando ocorrer o óbito, se vai ter a doação”, explica.

Lista de Espera

No Brasil, existe uma lista de espera única para transplante de órgãos. A advogada especialista em Direito da Saúde Nycolle Soares explica que para receber um órgão, o potencial receptor deve estar inscrito na lista.

“Cada doador e cada receptor fica vinculado a esta fila por critérios de urgência e compatibilidade independente do órgão em si. Até porque você precisa de uma segmentação dos tipos de órgão, por que você faz os procedimentos em estruturas separadas, mas o que delimita como é feita essa fila é justamente o critério de necessidade do ponto de vista do tempo em compatibilidade”, afirma

A especialista ainda afirma que todo o processo de doação de órgãos é realizado de forma transparente e igualitária.

“O Brasil inclusive é referência no mundo com relação à estrutura de doação de órgãos, então ainda que as pessoas questionem, há transparência e é um procedimento realizado com muita regularidade diante dessa necessidade de igualdade entre os receptores. Os critérios são de fato técnicos — e isso é feito há muitos anos de uma maneira muito regular”, diz.

Quantas pessoas aguardam na fila de transplantes no Brasil?

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil conta com 66.250 pessoas na fila de espera para transplante de órgãos. Desse total, 37.082 pessoas estão atualmente à espera de um rim. Logo em seguida, aparecem os transplantes de córnea, com 25.941 pedidos, e de fígado, com 2.228 solicitações. No caso do coração, são 386.

Para a especialista em direito da saúde, o baixo número de doadores ainda é a principal dificuldade do processo de doação de órgãos no Brasil.

“Se você for analisar os números pelo quantitativo de pessoas que poderiam ser doadoras, a gente ainda tem uma baixa adesão a esse movimento da doação de órgãos. Por questões culturais, questões relacionadas à informação, mas possivelmente essa é uma das maiores, senão a maior dificuldade”, diz.

O médico neurocirurgião Bruno Burjaili destaca a importância de estimular a doação de órgãos. “Todos temos que pensar que podemos precisar de órgãos, ao longo da nossa vida e que gostaríamos muito de receber doações de outras pessoas nessa circunstância. Então por que não doarmos? Existem questões, pessoais, filosóficas, religiosas que podem motivar a pessoa a doar ou não doar e tem que ser absolutamente respeitado, mas esse raciocínio humanitário, solitário é muito válido”, finaliza.

Dados do Ministério da Saúde ainda indicam que todos os anos, cerca de 20 mil transplantes de órgãos são realizados. Mais de 90% pela rede pública, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). 

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12/06/2023 19:15h

A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Irecê Miranda, esclarece que o estado do Pará teve o melhor quadrimestre da história em relação ao número de doadores de órgãos e de córneas

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De janeiro a abril de 2023, foram realizados no estado do Pará 190 transplantes, sendo 3 de fígado, 24 de rim e 163 de córnea. O registro foi feito pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Central Estadual de Transplantes do Pará (CET-PA). Nesses 4 meses, 100 famílias paraenses autorizam a doação de órgãos e com isso foram captados 222 órgãos e tecidos, o que resultou em 190 transplantes, superando a marca do mesmo período dos últimos dois anos.

Durante os primeiros quatro meses de 2021, apenas 3 doações foram registradas no estado do Pará e em 2022 esse número aumentou para 13. Porém, o aumento mais significativo ocorreu este ano, quando o total de doações chegou a 87. É importante lembrar que um único doador pode contribuir com mais de um órgão.

Ierecê Miranda, coordenadora da Central Estadual de Transplantes, avalia que sem a doação de órgãos, não é possível realizar transplantes e diante disto, a Sespa elaborou algumas estratégias para aumentar as doações que foram prejudicadas durante a pandemia. E um dos projetos foi a criação da Comissão de Doação de Órgãos em todos os hospitais regionais. 

“Então agora todo o hospital regional é obrigado a ter uma equipe de profissionais para trabalhar para e atuar na doação de órgãos dentro do hospital. Essas comissões nós chamamos de CIHDOTT, que são as Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos. As comissões são formadas por profissionais do próprio hospital e são responsáveis por notificar os óbitos para a central de transplante”, explica.

A coordenadora explica que após a notificação à central de transplante, os profissionais da CIHDOTT, acolhem a família que perdeu um ente querido e fornece informações sobre a doação de órgãos. Após isso, as famílias podem decidir se querem ou não realizar a doação desses órgãos. 

Irecê Miranda esclarece que o estado do Pará teve o melhor quadrimestre da história em relação ao número de doadores de órgãos e de córneas. Nos últimos dois anos, o índice cresceu 72%, passando de 28 para 101 doadores e em 4 meses de 2023 foi registrado o mesmo número de doadores alcançado ao longo dos 12 meses do ano passado.

Fabíola Gavioli Marazato, médica oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos, explica ser importante a conscientização da doação de órgãos e dá ênfase ao transplante de córnea, no qual a grande maioria dos pacientes que vieram a óbito são elegíveis para o transplante. 

“É a visão de alguém que você vai estar ajudando a restaurar. Então é importante ter essa consciência de doação, de ajuda, de pensar que pessoas serão beneficiadas com esse tecido”, argumenta.

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28/09/2022 12:30h

Mais de 59 mil pessoas estão na fila de espera de transplante. Ministério da Saúde lança Campanha para Conscientização e Incentivo à Doação de Órgãos

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Mais de 59 mil pessoas estão na fila de espera de transplante de órgãos. Mas, somente em 2022, mais de 45% das famílias com casos de morte encefálica não concordaram com a doação dos órgãos do paciente. Na comemoração do Dia Nacional da Doação de Órgãos, o Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (27), a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos de 2022. 

Com o lema “Amor para superar, amor para recomeçar”, a pasta visa convencer a população sobre a importância da doação de órgãos e conscientizar os profissionais de saúde que lidam com essa situação delicada para as famílias.

O secretário executivo da pasta, Bruno Dalcolmo, que está como ministro substituto, destacou a amplitude e o longo trabalho realizado no progrma. "Ter um programa de referência, como é o do Brasil, talvez o principal programa de transplantes do mundo não é algo trivial. É algo que foi construído ao longo de décadas, ao longo de muitos anos, de muito esforço e de um conjunto muito grande de pessoas, tanto na sociedade civil quanto no poder público e, obviamente, também das empresas privadas”, frisou.  

Segundo o gestor, o papel da iniciativa privada é vital, uma vez que as companhias, com destaque para o setor aéreo, “têm contribuído cada vez mais com a promoção, a divulgação e, nesse caso aqui concretamente, com o transporte de algo que é tão sensível e de tamanha importância".

Em números absolutos, o Brasil lidera o ranking mundial de doação e transplantes de órgãos e tecidos dentre todos os países que possuem sistema público de saúde no mundo, segundo dados do Observatório Mundial em Doação e Transplante. No entanto, o número de doações vem caindo no país. 

Brasil tem apenas 16 doadores de órgãos a cada milhão de pessoas

"Nós tínhamos um quadro de 18.1 [doadores por milhão da população] em 2019, caímos para 15.8 durante a pandemia e persiste ainda em 15.1 em 2021. Já observamos a melhora em 2022, mas ainda com algumas diferenças importantes, regionais”, comentou a secretária de Atenção Especializada à Saúde, Maíra Botelho.

Para reverter esse cenário, a campanha será veiculada em TV, rádio, mídia exterior – como outdoors –,  em lugares de grande circulação de pessoas, em sites na internet, bem como nas redes sociais. A decisão quanto à doação de órgãos, nos casos de pessoas com morte encefálica, cabe aos familiares, e é por isso que o foco da ação também vai ser em mostrar a importância de conversar e manifestar o desejo da doação para os familiares. "Melhorar a recusa familiar, aprimorar a abordagem familiar para a gente conseguir avançar na doação efetiva", é o que a gestora avalia ser a forma mais eficaz para rever a situação.

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Relatos de transplantados

O evento, realizado no auditório do Ministério da Saúde, também contou com a participação de duas pessoas diretamente envolvidas com a doação de órgãos. Eduardo da Costa Oliveira, de 27 anos, teve um coração transplantado há 10 anos e comentou o que mudou na sua vida depois de ter recebido o “sim” de uma família doadora, após dois anos na fila de espera. 

“Quando eu recebi alta, eu pude fazer o que eu nunca pude fazer antes, que é a questão da infância, eu sair na rua, tomar banho, andar, correr. Então, o transplante, graças à doação de órgãos, eu pude fazer tudo isso". Para o jovem, doação de órgãos se resume a uma palavra: vida. "Eu que pensava que antes ia morrer a qualquer hora, hoje em dia, a cada dia, eu tô muito melhor e fazendo coisas que eu pensava que eu nunca ia fazer antes", completou.

Vida também é o que a doação representa para a paraense Elaísa Leão Machado. Quando seu filho mais velho tinha 19 anos, se envolveu num acidente e teve morte encefálica. A ideia de doar os órgãos, segundo ela, surgiu do filho mais novo. “Eu perdi o meu filho, mas seis mães ganharam os delas, e isso me conforta". 

Em seu depoimento, Elaísa ainda confessou ter tido a oportunidade de conhecer o rapaz que recebeu o coração do filho. “Foi o dia da minha aceitação. Foi o dia que eu fiquei feliz e resolvi dar continuidade na vida", finalizou.

Transporte de órgãos

A cerimônia também marcou a assinatura da renovação do acordo de cooperação para o transporte gratuito de órgãos, tecidos e equipe de transplantes. Firmaram o termo o ministro substituto da Saúde, Bruno Dalcolmo, os representantes das companhias aéreas da aviação civil (Latam, Gol e Azul), o Comando da Aeronáutica, a Secretaria de Aviação Civil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e os aeroportos brasileiros.

Dalcolmo reservou um espaço na sua fala para enaltecer o perfil colaborativo das companhias aéreas. “As empresas aéreas têm sido muito parceiras do poder público, em diversos momentos, e têm aparecido de maior estresse nacional”, disse o secretário, fazendo alusão também ao transporte de vacinas pelas organizações durante a pandemia de Covid-19. Para Dalcolmo, essa postura é um dos motivos que fazem do Brasil “referência internacional” no quesito de transplante de órgãos e tecidos.

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27/09/2021 19:40h

Campanha do Ministério da Saúde destaca que doadores de órgãos devem expressar o desejo da doação aos entes mais próximos

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Entre as mais de 2 mil famílias que perderam entes próximos em 2021, 38% recusaram a doação de órgãos. Os dados são do Ministério da Saúde, que aproveitou o Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado no dia 27 de setembro, para lançar a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos. A ideia é conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto.

Presente na coletiva, o ministro substituto da Saúde, Rodrigo Cruz, se declarou como um doador de órgãos e destacou a importância de se ter uma conversa aberta com a família sobre esse desejo:

“A legislação brasileira determina que a palavra final da doação de órgãos é da família, a campanha vem nesse sentido. Porque é importante destacar que, não basta você externar a sua vontade, é importante que a família dê o sim na hora da doação dos órgãos. Então, sim, sou doador de órgãos e já estendi essa vontade e já conversei com a minha família”, destacou Cruz.

Entre os motivos que podem levar a essa alta taxa de recusa no Brasil e no mundo são: incompreensão da morte encefálica, falta de preparo da equipe para fazer a comunicação sobre a morte e religião. As informações são de estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Atualmente, o Brasil tem o maior sistema público de saúde do mundo em números de transplantes. O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com 648 hospitais habilitados e mais de 1,6 mil equipes de profissionais especializados pelo país. Nos últimos 20 anos, mais de 412 mil transplantes foram realizados em todas as modalidades, sendo a maioria de rim, córnea e medula óssea.

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Continuidade à vida

“Deixa o mundo todo saber, deixa a vida continuar”. As palavras são cantadas pela cantora Naiara Azevedo em vídeo de divulgação da campanha.

Gabriela Gonçalves passou por um transplante de rim em 2014, após passar três anos na hemodiálise e à espera de um órgão. Para ela, o fato de ser uma transplantada não define o modo que leva a sua vida. Desde o transplante, ela encontrou na atividade física e na corrida uma forma de se manter saudável.

“O transplante é eficaz, eu sou a maior prova de que o transplante traz qualidade de vida para o paciente. Chega de gente falando do transplantado como coitadinho. Nós somos saudáveis, nós podemos dar continuidade ao transplante e manter que ele seja vivo, mas sempre com alegria”, declarou.

Gabriela ainda ressalta a importância de acabar com a polêmica sobre o assunto: “Quando tem alguém doente, a família também adoece. Mas quando o paciente recebe o transplante e recupera a saúde, a família também recupera. Cuidar do órgão transplantado é uma forma de agradecer a família e também ao doador.”

Pandemia

Apesar dos impactos da pandemia de Covid-19, o Brasil registrou menor queda na realização de transplantes de órgãos quando comparado a alguns países europeus como França, Espanha, Croácia e Portugal.

Atualmente, 53.218 pacientes aguardam por um transplante no Brasil. Entre os principais órgãos necessitados estão o rim, fígado e pâncreas. Até o momento, neste ano, foram realizados 5.626 transplantes no País, segundo dados do Sistema Nacional de Transplantes.

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Saúde
15/11/2019 05:25h

O número de transplantes poderia ser maior, se mais familiares de pacientes com morte encefálica autorizassem a doação.

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Aos oito meses de idade, João Gabriel já enfrenta uma luta pela vida. Ele tem Atresia Biliar e sofre com infecções no fígado. Mesmo após ter passado por operação para tratar a doença, o bebê precisa de um transplante do órgão. Há dois meses, veio a boa notícia: o pai do pequeno é compatível e pode doar parte do próprio fígado. Agora, os dois passam por exames pré-operatórios. A mãe da criança, a enfermeira cearense Maria Carina Dantas, de 29 anos, relata a apreensão pela qual toda família passa.  

“Estamos muito ansiosos e apreensivos para chegar logo esse transplante, porque é a vida dele... Para ele melhorar. Pois, a cada dia que passa, ele fica mais debilitado, a situação se agrava mais”, afirma.

Milhares de pacientes vivem a mesma angústia da família do João. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 45 mil possíveis receptores compõem a lista de espera, no país. A maioria aguarda por transplante de rim (29 mil) e fígado (1,8 mil). Há, ainda, demanda por pulmão, pâncreas, coração e intestino, e para tecidos como as córneas.   

A professora Simone Oliveira, de 43 anos, enfrentou o drama da espera por duas vezes. A moradora de São Luís (MA) recebeu metade do fígado da própria irmã. Mas o órgão transplantado foi comprometido por uma trombose e ela precisou de um novo transplante. Para a “sorte” de Simone, um doador compatível foi identificado e o procedimento foi realizado.  “Doar órgãos é fundamental para salvar vidas de crianças, de mulheres, de homens, idosos, de pessoas que ainda podem viver. Esta conscientização tem que ser permanente. Tive a sorte de não esperar tanto e de que tinha alguém para doar. Mas tem pessoas que aguardam há anos e acabam morrendo”, avalia.

O número de transplantes poderia ser maior, se mais familiares de pacientes com morte encefálica autorizassem a doação. No Brasil, quatro entre 10 famílias recusam o procedimento. O relato de profissionais da área é de que ainda há o desconhecimento se o familiar falecido tinha ou não interesse em doar. Outro fator que impede mais operações é o tempo prolongado entre a autorização e a retirada dos órgãos. Por isso, o diálogo entre as famílias sobre o desejo de ser doador é fundamental.

O médico do Núcleo de Organização de Procura de Órgãos da Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal, Weber de Almeida, explica que os órgãos de apenas um doador podem ser aproveitados por mais de cinco receptores. “Ilumina a vida dos receptores. Para quem recebe – que iria ter uma condição de vida péssima ou até morrer – representa a salvação", diz. 

Para doar, não é necessário registro em qualquer documento ou em cartório. Basta informar o desejo aos familiares. Já as doações entre pessoas vivas são autorizadas somente para cônjuge ou parentes até 4º grau – pais, irmãos, netos, avós, tios, sobrinhos e primos.

O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203.

No país, os pacientes recebem assistência integral pelo SUS, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante. 

A vida continua. Doe órgãos, converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
 

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Saúde
14/11/2019 15:29h

No Amazonas, oito potenciais receptores fazem parte da lista de espera estadual.

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Doar órgãos pode salvar a vida de quem espera por um transplante. Atualmente, mais de 45 mil pessoas esperam por um transplante no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. No Amazonas, oito potenciais receptores fazem parte da lista de espera estadual.

Esses pacientes aguardam por transplante de córneas, o único procedimento realizado no estado. Os pacientes que precisam de TX de órgãos, como rins, fígado, pâncreas, coração e pulmão são encaminhados para outras Unidades da Federação por meio de TFD (Tratamento Fora de Domicilio) onde são inscritos.

O coordenador da Central Estadual de Transplantes do Amazonas, Marcos Lins de Albuquerque, relata que as maiores demandas dos pacientes do estado são para transplantes de rim, fígado e coração. A secretaria estadual de Saúde negocia o credenciamento do Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte para a realização de transplantes renais.    

E o estado tem o desafio de diminuir a taxa de recusa familiar. Seis em cada 10 famílias amazonenses (63%) se recusam a doar órgãos de parentes com morte encefálica. Esse fator, na avaliação de Marcos Lins de Albuquerque, influencia diretamente no número de transplantes. 

“Hoje, indicações de transplante estão aumentando, por ser um método efetivo. Então, a porta de entrada está aumentando, ou seja, vários novos doentes estão precisando de transplante, Mas a escassez de órgãos continua a ser um gargalo.”

Fabíola de Almeida Cordeiro Pinto, de 30 anos, precisou fazer transplante de córnea, após um ceratocone ter rompido o tecido. A engenheira moradora de Manaus faz um apelo para que todos se conscientizem em prol da doação de órgãos. 

“Graças a Deus, todos nós temos dois olhos. Por mais que estivesse com um olho ruim, eu tinha o outro bom que me permitiu, por exemplo, tirar a primeira habilitação, concluir uma faculdade... Mas, e se fosse um coração, um fígado, órgãos vitais que não podem ser substituídos e viver só com um?”

O Brasil manteve o número de transplantes realizados no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018. Foram 13.263 transplantes neste ano, contra 13.291 do ano passado. O balanço do período apontou crescimento de transplantes considerados mais complexos. Os de medula óssea aumentaram 26,8%, passando de 1.404 para 1.780. Já os de coração cresceram 6,3%, passando de 191 para 203. Também tiveram aumento os de pâncreas rim (45,7%), passando de 46 para 67; e pâncreas isolado (26,7%), que cresceu de 15 para 19 transplantes. 

Se você vive no estado e quer saber como ser um doador ou tirar dúvidas, acesse o site doeorgaos.am.gov.br, ou ligue para o número (92)3643-6340. Repetindo: (92)3643-6340. A Central de Transplantes fica no endereço Av. André Araujo nº 701, Bairro Aleixo, e funciona 24 horas.

Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Os pacientes recebem assistência integral pelo SUS, incluindo os exames preparatórios, a cirurgia, o acompanhamento e os medicamentos pós-transplante. A vida continua. Doe órgãos. Converse com sua família. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/doacaodeorgaos.
 

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