LOC.: O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou o afastamento por 90 dias do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Segundo a decisão do ministro, o chefe do Executivo distrital teria sido conivente com as invasões e depredações dos prédios públicos, como Palácio do Planalto, Congresso Nacional e o próprio STF, por manifestantes no último domingo (8).
O cientista político e diretor da Acrópole, André Rosa, comenta que o afastamento de chefes do Executivo não se dá apenas em caso de impeachment ou de improbidade administrativa.
TÉC./SONORA: André Rosa, cientista político e diretor da Acrópole.
“Quando um governador, um chefe de Estado, mesmo tendo à disposição todos os recursos disponíveis para se proteger contra atentados, não o faz ou retarda, ou o faz com pouca intensidade, é considerado como motivo para afastamento. Ou seja, o afastamento não se dá apenas em questões de impeachment ou questões envolvendo improbidade.”
LOC.: O cientista político Nauê Bernardo analisa que é importante, nas investigações sobre o ocorrido, entender como o fato chegou a tal ponto para atribuir responsabilidades.
TÉC./SONORA: Nauê Bernardo, cientista político.
“É preciso entender como que chegou nesse ponto, porque neste momento ele [Ibaneis Rocha] está sendo quase que exclusivamente responsabilizado por uma falha que é sistêmica.”
LOC.: Na noite de domingo, o presidente Lula decretou intervenção federal no DF até 31 de janeiro sob o comando de Ricardo Capelli. Ele é secretário-executivo do Ministério da Justiça, jornalista e especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ainda no domingo, Ibaneis Rocha publicou um vídeo em suas redes sociais pedindo desculpas pelo que ocorreu no último domingo.
TÉC./SONORA: Ibaneis Rocha, governador do DF afastado.
“Todos sabem da minha origem democrática, todos sabem da minha atuação na Ordem dos Advogados, na defesa da democracia do nosso país. E o que aconteceu na nossa cidade foi inaceitável.”
LOC.: Quem assume o governo do DF de forma interina é a vice-governadora, Celina Leão, do PP. Até o fechamento desta edição, ela não havia se pronunciado sobre o afastamento de Ibaneis Rocha. Mas o Palácio do Buriti, em nota, informa que “o GDF vai continuar trabalhando normalmente mantendo as agendas previamente acertadas, com lançamentos de obras e entregas”. Um gabinete de crise também foi criado pelo GDF para apurar os últimos fatos.
Reportagem, Ana Luísa Santos.