LOC.: Em mais um capítulo da polêmica que a PEC da Segurança vem causando, agora a reação veio de um dos órgãos que mais deve ser impactado se a medida passar: a Polícia Rodoviária Federal.
Por meio de uma nota publicada na página da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários, o sistema sindical dos policiais rodoviários, composto por 26 sindicatos, se mostrou preocupado com o conteúdo do novo texto proposto pelo governo.
A nota diz que a proposta do Governo Federal além de manter um modelo de investigação "ultrapassado e ineficiente", também ameaça comprometer os esforços de inteligência da PRF e o trabalho de cooperação entre o Ministério Público e as polícias.
Uma das preocupações dos policiais, segundo a nota, está em um dos parágrafos do artigo 144 da nova minuta. O sindicato alega que esse dispositivo é um retrocesso e que contraria esforços de modernização da segurança pública no Brasil, já que ainda não adota o ciclo completo de polícia.
Para o sindicato, o modelo utilizado no restante no mundo, ajuda na desburocratização do sistema, já que, com ele, as instituições policiais podem fazer a apuração penal, além de ter uma cooperação direta com o Ministério Público e o Poder Judiciário.
O prejuízo, segundo os policiais, vai desde o combate ao crime organizado, tráfico de drogas, armas, munições, combate à exploração sexual infantil, até o roubo de cargas e veículos e combatidos pela PRF.
A nota ainda questiona a mudança de nome da Polícia Rodoviária Federal para Polícia Viária Federal. Por fim, os 26 sindicatos e a FenaPRF se colocam à disposição para o diálogo, uma negociação que traga melhorias para a segurança pública e segurança jurídica para os policiais.
Em outubro do ano passado, o presidente Lula e a equipe de segurança do governo apresentaram a primeira versão da PEC da Segurança. Entre outros pontos, o texto estabelecia que fosse criado o Sistema Único de Segurança Pública. A principal polêmica em torno da proposta foi com relação à perda de autonomia dos estados na segurança pública, o que gerou críticas entre os governadores.
Na semana passada, após muita polêmica e diversas reuniões com representantes dos estados, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, apresentou a nova PEC, que segundo o ministro, põe fim ao ponto central da discussão.
O projeto ainda será apresentado no Congresso e, para ser aprovado, precisa de 308 votos na Câmara e 49 votos no Senado em dois turnos.
Reportagem, Lívia Braz