LOC.: A Proposta de Emenda Constitucional da Segurança Pública, a chamada PEC da Segurança, começou 2025 com mudanças. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, garantiu que o novo texto resolve a principal polêmica: a possível perda de autonomia dos estados. Ele afirmou que as dúvidas foram resolvidas após cinco reuniões entre o governo federal e os estados.
A PEC altera artigos sobre as competências da União e dos estados, municípios e do Distrito Federal. Além disso, prevê que o Sistema Único de Segurança Pública, o Susp, passe a ser incluído na Constituição. Também quer dar status constitucional ao Fundo Nacional de Segurança Pública e ao Fundo Penitenciário, que hoje são regulados por leis separadas.
Mesmo com as mudanças, a proposta enfrenta resistência. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, voltou a criticar o texto. Ele afirmou, em entrevista à CNN, que a PEC é inconstitucional e que vai trabalhar no Congresso para barrar a aprovação.
Para o presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil e coronel da reserva da PM de São Paulo, Elias Miler da Silva, faltou diálogo na elaboração da PEC, o que deve dificultar a passagem dela pelo Congresso.
TEC/SONORA: Elias Miler da Silva, presidente da Associação dos Militares Estaduais do Brasil (AMEBRASIL) e coronel da reserva da PM de São Paulo
“Uma falha democrática antes de apresentar essa proposta, tinha que chamar as entidades nacionais, das várias instituições que vão operar essa proposta, ´para que elas pudessem debater e apresentar propostas, para não ficar gerando desgastes políticos desnecessários.”
LOC.: Além das mudanças na PEC, o Ministro da Justiça também assinou na última sexta-feira (17) três portarias que regulamentam as regras para o uso da força por policiais de todo o país, previstas no decreto do presidente Lula de 24 de dezembro de 2024.
O governador Caiado usou as redes sociais para criticar as medidas e levantou três pontos principais. Entre eles a criação de um comitê para discutir com vários membros como ser feito o combate da criminalidade no país; a preferência pelo uso de armas não letais nos confrontos; e a avaliação do uso de algemas.
TEC/SONORA: Ronaldo caiado - governador de Goiás
“Com portarias como essas, a conivência e a leniência do governo com a criminalidade, fica mais do que clara. Nós precisamos de medidas enérgicas capazes de fazer valer a presença do Estado e não a submissão do Estado aos faccionados e ao crime do Brasil como hoje é uma realidade, exceção ao meu estado de Goiás.”
LOC.: Segundo Caiado, as portarias teriam sido baseadas em decretos internacionais e que não têm como base a realidade da segurança pública que vivemos no país hoje.
Reportagem, Livia Braz