• Data de publicação: 29 de Fevereiro de 2020, 03:58h
LOC.: Depois da confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, as informações falsas, as chamadas fake news, têm se espalhado pelas redes sociais. O material falso é disseminado em formato de textos, imagens e vídeos, e leva informações erradas, segundo as autoridades em saúde, sobre a prevenção ao COVID-19 e, até mesmo, dão receitas mirabolantes de cura da infecção, o que a ciência mundial ainda não conseguiu chegar.
Entre os dias 22 de janeiro e 27 de fevereiro, cerca de 6,5 mil falsas chegaram no Ministério da Saúde. Dessas, 90% eram sobre o coronavírus e 85% são falsas.
As Fake News propagadas, principalmente por smartphones, prometem, entre tantas medidas absurdas, cura do coronavírus por meio de chás, água de alho, bebidas alcoólicas, sucos e, inclusive, com combinações que tenham, até, fígado bovino. O infectologista, Werciley Júnior, explica que nenhuma dessas ações surte efeito e não têm nenhum fundamento científico comprovado.
“O que a gente tem até hoje, não existe nenhum tratamento efetivo para o coronavírus, não existe um remédio. Essas medidas caseiras, vitamina C, chá de erva doce são lendas que, na prática, a gente não tem nenhuma comprovação. Isso é uma fake news mesmo. Não existe um remédio específico para o tratamento e sim o suporte, ou seja, os cuidados para evitar o agravamento da doença”.
LOC.: Em um vídeo que circula pelas redes sociais, por exemplo, um homem, autointitulado de químico autodidata, proclama que o álcool em gel, fundamental na prevenção da propagação de virais, como a gripe, não mata vírus e bactérias. O homem vai além e diz que o produto é ineficaz para prevenir a infecção pelo coronavírus e aconselha o abandono do uso do álcool em gel. "É mais perigoso do que não passar nada”, diz ele no vídeo.
O problema é que nesse vídeo o autor recomenda o uso de vinagre em substituição ao álcool em gel, uma informação que, segundo especialistas, é absurda.
O Conselho Federal de Química (CFQ) divulgou, inclusive, nota para esclarecer os boatos em torno da eficácia do álcool em gel na higiene das mãos. A publicação afirma que a substância é “eficiente desinfetante de superfícies/objetos e anti séptico de pele”. O CFQ enfatizou que não considera válida a autodenominação de “químico autodidata” e que o álcool em gel “propicia a destruição do microrganismo”, ou seja, do coronavírus.
De acordo com o Ministério da Saúde, também estão sendo disseminadas nas redes sociais mensagens de cunho conspiratório, vídeos e fotos de pessoas caindo nas ruas da China, números exagerados sobre os casos confirmados no Brasil, entre outros. O infectologista do Instituto Emílio Ribas Francisco Ivanildo alerta que as pessoas devem ser cuidadosas ao receber conteúdos e não compartilhar informações sem checar se são ou não verdadeiras.
“Não é porque foi a sua mãe, o seu amigo, a sua esposa que mandou aquilo dali pelo Facebook ou compartilhou pelo Whatsapp que aquilo é verdadeiro. É muito importante a gente procurar checar a veracidade de um vídeo que a gente recebe pelas redes sociais, antes de mandar aquela informação para frente".
LOC.: O Ministério da Saúde recomenda que a melhor forma de prevenir o novo coronavírus é a partir de uma boa etiqueta respiratória. Ou seja, cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço descartável; evitar tocar nos olhos, boca e nariz com as mãos não lavadas. Além disso, o órgão orienta as pessoas a limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência e a evitar o contato com pessoas doentes.
Para saber qual informação é ou não verdadeira, acesse: saude.gov.br/coronavirus.
Reportagem, Felipe Moura.