• Data de publicação: 05 de Setembro de 2019, 13:20h
LOC.: O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que permite o uso comercial da Base de Alcântara - localizada no estado do Maranhão - pelos Estados Unidos, agora tramita em caráter de urgência, na Câmara dos Deputados. O requerimento foi aprovado nesta quarta-feira (4) por 330 votos a 98. Isso significa que o Projeto de Decreto Legislativo (PDL 523/2019) pode ser aprovado diretamente em Plenário, sem precisar passar por comissões.
O presidente Jair Bolsonaro esteve com o líder norte-americano, Donald Trump, em março, e assinou o acordo, que ainda precisa de aprovação do Congresso Nacional. O texto prevê a utilização da área, que é considerada a melhor localização do mundo para explorações espaciais, levando em conta, inclusive, a economia no combustível e no lançamento de foguetes.
O acordo estabelece regras para o uso do centro de Alcântara por países que utilizam tecnologia norte-americana – presente em 80% dos componentes de foguetes e lançadores. Segundo o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (PTB-MA), a base está “pronta para começar a lançar esses foguetes”.
O parlamentar destaca que o texto atual do acordo não retira a soberania do Brasil sobre a base, como foi proposto em 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
TEC./SONORA: Deputado federal Pedro Lucas Fernandes (PTB-MA)
“Aquele acordo de 20 anos atrás tinha alguns problemas de algum efeito de soberania. A gente pulou essa fase, o debate foi extenso, há uma melhoria no texto, esses 20 anos foram necessários para que o acordo ficasse maduro.”
LOC.: Outro deputado maranhense que apoia a comercialização da Base de Alcântara é Júnior Lourenço (PL-MA). Ele acredita que a medida é importante para a região, uma vez que vai contribuir para a geração de emprego e renda.
TEC./SONORA: Deputado federal Júnior Lourenço (PL-MA)
"A proposta que foi colocada pelo governo federal tem sido discutida, e os parlamentares estão ativos e participando de tudo isso, para que a gente possa estar beneficiando o estado, o nosso país, e não desmerecendo as comunidades de Alcântara.”
LOC.: O deputado federal Edilázio Júnior (PSD-MA), na mesma linha, disse que, como maranhense, precisa que o acordo seja aprovado o quanto antes.
TEC./SONORA: Deputado federal Edilázio Júnior (PSD-MA)
“A gente precisa disso. Nosso estado precisa de investimentos que não sejam apenas do estado, da federação. Nós precisamos de investimentos de indústrias, fábricas, e um investimento americano dentro do nosso estado vai ser algo formidável.”
LOC.: Entre outros pontos o acordo estabelece que o Brasil se comprometa a não permitir o lançamento de espaçonaves ou veículos de lançamento de países que estejam sujeitos a sanções do Conselho de Segurança da ONU ou tenham governos que promovam ou promoveram apoio a atos de terrorismo internacional.
O acordo foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores e da Defesa Nacional (CREDN), em agosto, por 21 votos a 6. Se for aprovado em plenário pelos deputados, o texto segue para análise no Senado.
Reportagem, Sara Rodrigues