Voltar• Data de publicação: 27 de Agosto de 2018, 05:45h
Agricultura, maior atividade econômica do estado, é afetada pelos 485 quilômetros de estradas com problemas
Por Clara Sasse
A agricultura é o principal setor que movimenta a economia de Roraima. Em 2016, a atividade gerou quase meio milhão de reais, segundos dados do estado. A condição das rodovias que servem os roraimenses, porém, dificulta o avanço do setor.
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De acordo com estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 485 quilômetro das rodovias do estado, o que representa quase 50% do total, são apenas regular e apresentam algum problema. A classificação ótima apareceu para apenas 0,1% das estradas e quase 29% é ruim.
A BR 174, por exemplo, é incluída nesses números e é o único acesso por terra entre Brasil e Venezuela. A estrada passa, também, por Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. O último ponto está localizado no estado roraimense, no município de Pacaraima.
A coordenadora técnica da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER), Karen Telles, afirma que já foram identificadas no estado deficiências na capacidade das rodovias para escoamento da produção. Ela destaca que a baixa qualidade das estradas implica, ainda, no aumento do frete por parte das empresas.
“A gente sente falta de ações permanentes em relação aos procedimentos de manutenção, recuperação e, também, de construção de novas rodovias. A gente tem uma demanda, inclusive, que precisa sair do papel que passa pela BR-210, visando chegar até o estado do Pará. Isso nos colocaria mais uma possibilidade tanto para escoar produção quanto para receber insumos, fluxos de passageiros, para não ficarmos tão dependente do modal aéreo”, avaliou.
Ainda segundo a CNT, foram identificados no país 363 trechos de rodovias com pontos críticos. Ou seja, situações atípicas como queda de barreira, ponte caída, erosão na pista e buraco grande. Esse último foi o que apresentou mais problemas, com 238 ocorrências.
De acordo com o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log), da Universidade de São Paulo (USP), João Vicente Caixeta Filho, 80% do transporte de carga agrícola do país é feito por rodovias. Para ele, a solução, muitas vezes, esbarra em questões políticas.
“O tempo de maturação para a obra ferroviária é mais longo, ultrapassa os mandatos políticos. Então, deve fazer parte de uma agenda mínima de estado e o estado extrapola governo e partido politico, e nós precisamos de projeto de estado onde, de fato, possa ter uma capilaridade adequada para movimentar as cargas de uma maneira geral, particularmente as cargas agrícolas", analisou.
Em ano eleitoral, presidenciáveis já se posicionaram em relação à investimentos que precisam ser feitos no setor de infraestrutura. Candidato pelo MDB, Henrique Meirelles apontou a extensa possibilidade hidroviária do país para movimentação da agricultura.
“Temos que explorar também a grande vantagem do Brasil que é a hidrovia que é o sistema mais barato que existe de transporte. Algumas obras pontuais, por exemplo, eliminando algumas rochas no Tocantins, Araguaia pode viabilizar o grande escoamento de toda essa região”, prometeu.
O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, disse que é preciso aumentar o investimento estatal na área, que hoje corresponde a apenas 2% do PIB. Já Marina Silva, da Rede, defende um projeto econômico que esteja atento às mudanças nas formas de produção mundial.
O tucano Geraldo Alckmin aponta a necessidade de ajuste fiscal para retomada da economia, o que, consequentemente, aumentaria os investimentos no país, incluindo na infraestrutura. Ciro Gomes, do PDT, disse que, para garantir investimentos em todas as áreas, incluindo infraestrutura, é preciso revogar a PEC do teto de gastos, aprovada pelo governo de Michel Temer, que, segundo ele, congela gastos com saúde, educação e investimentos.
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