• Data de publicação: 04 de Junho de 2019, 12:50h
LOC.: Na Semana do Meio Ambiente um tema tem divergido opiniões ao redor do mundo: as mudanças climáticas. Ao contrário do que muitos especialistas acreditam, há climatologistas que veem o aquecimento global e a influência humana na temperatura da Terra como uma mentira.
O termo aquecimento global, popularizado na década de 1970 por Wallace Smith, não é mais utilizado pelos estudiosos da área. A engenheira ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Maria Fernanda Pelizzon, explica que em algumas partes do mundo o clima não fica mais quente, e sim esfria para o sistema manter o equilíbrio.
Pelizzon, que acredita na influência humana, explica que as mudanças climáticas acontecem naturalmente, mas expõe que com os processos industriais as alterações estão acontecendo de forma muito mais rápida.
TEC./SONORA: Maria Fernanda Pelizzon, engenheira ambiental da CETESB
“Por isso, a gente fala da grande influência humana com o aumento do consumo de combustível fóssil e o desmatamento. A gente está mudando um processo que acontecia em milhares de anos, para questão de séculos ou até meio séculos.”
LOC.: Já na década de 1980, foi criado o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU. Com a contribuição de quase 200 países, o IPCC coleta pesquisas e produz relatórios sobre as condições do clima e da temperatura da Terra.
No ano passado, o relatório afirmou que é necessário limitar o aquecimento global a 1,5 graus célsius em relação ao período pré-industrial. O Painel alertou ainda para a necessidade crítica de uma ação climática urgente.
Pesquisadores propuseram um desafio de proteger 30% do planeta, para que a natureza esteja amparada até 2030. Tudo isso, ajudando a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O meteorologista e professor de climatologia da Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Felício, não acredita nisso.
Para ele, o ser humano não é capaz de inferir na temperatura da Terra. Ele explica que clima é diferente de meio ambiente. Felício acredita que a mudança climática é uma farsa, e que prejudica populações mais carentes, porque segundo ele, a redução de emissão de gases encarece geração de energia.
TEC./SONORA: Ricardo Felício, meteorologista e professor de climatologia da USP
“Quando você encarece a geração de energia, você quebra todo um ciclo tanto de produção quanto de bem-estar social. Quando eles falam que estão prometendo tirar as pessoas da pobreza, pelo contrário, eles vão levar mais ainda as pessoas à pobreza. Porque quando você tem água limpa, potável e saneamento básico, você precisa de energia. Logo, se a energia está cara, o saneamento básico fica caro e, portanto, não é para todos”
LOC.: Por outro lado, a coordenadora de mudanças climáticas do Greenpeace Brasil, Fabiana Alves, acredita que o aumento da temperatura global, além de contribuir com extinção de espécies animais, prejudica sim as populações mais pobres.
TEC./SONORA: Fabiana Alves, coordenadora de mudanças climáticas do Greenpeace Brasil
“Quando você tem consequências de mudanças climáticas sendo vistas como o aumento de inundações causadas por chuvas mais fortes e mais concentradas e num período de tempo menor, furacões e ciclones fora do Brasil, elas vão atingir pessoas que estão em áreas mais vulneráveis e que têm menos dinheiro.”
LOC.: Desde o final do século XX, estão sendo realizadas conferências e debates sobre mudanças climáticas para encontrar soluções que ajudem a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Em 1992, foi realizada no Brasil a Rio92. Já em 1997, foi assinado protocolo de Kyoto. Em 2015, o Protocolo de Paris para limitar a temperatura da Terra.
Reportagem, Sara Rodrigues