• Data de publicação: 13 de Novembro de 2018, 12:12h
Por Camila Costa
Quando se fala em ergonomia, a primeira coisa que se pensa é em mesa e cadeira. Assim foi durante muito tempo, no entanto, de alguns anos para cá, o setor produtivo tem inovado no entendimento para alcançar novos e maiores resultados. Um dos esforços nesse sentido sai de Minas Gerais, mais precisamente do Centro de Inovação SESI de Ergonomia, que fica em Belo Horizonte. Apenas no ano passado foram desenvolvidas três soluções inovadoras para melhorar o entendimento da ergonomia dentro das empresas, proporcionar mais competitividade para as indústrias e, mais do que isso, aumentar a produtividade dos trabalhadores sem colocar em risco a saúde e segurança deles no serviço.
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Em Belo Horizonte, o que os técnicos e especialistas têm feito é criar soluções para estudar a saúde do trabalhador na interação com o trabalho. Seja com maior esforço físico ou cognitivo, sem discriminação de segmento ou tipo de profissão. Uma das propostas, por meio do o Sistema de Gestão em Ergonomia (SIGE), é entender a ergonomia além do padrão mesa e cadeira. “Algumas pessoas pensam que ergonomia, ao falar nesse primeiro momento, lembram logo em cadeira e mesa. E o Centro, hoje, estuda e traz soluções com outro viés. Também trabalha o esforço e a relação desse físico, mas mais focado no aspecto do desempenho humano em prol da produtividade da indústria, como que interage esses dois aspectos, como interage esse trabalhador dentro desse processo produtivo, para que consiga aumentar a competitividade da indústria, aumentar sua produtividade, sem ter nenhum ônus relacionado a sua saúde e segurança no trabalho’, explica a gerente do Centro de Inovação de Ergonomia, Carla Sirqueira.
Os segmentos que já testaram o novo formato foram os automobilísticos e de siderurgia, em Minas Gerais. Em uma das empresas, uma das melhorias foi feita no processo de embalagem de material laminado. Hoje os empregados fazem menos esforço físico na execução da amarração dos feixes e na busca de insumos. A aposta é de que o crescimento na produtividade industrial chegue até 20%. O percentual vai depender da natureza do processo produtivo e das ações ergonômicas desenvolvidas. As doenças do sistema osteomuscular são responsáveis por 34% dos afastamentos do trabalho por mais de 15 dias no Brasil. Elas perdem apenas para as lesões e traumatismos. Os dados são do Ministério da Previdência Social.
Das três soluções criadas em 2017, o Sistema de Gestão em Ergonomia já está em uso em pelo menos uma empresa. A ideia é apoiar mais empresas na gestão dos riscos ergonômicos, baseado nesse estudo mais amplo do conceito de ergonomia. A proposta trabalha indicadores diferentes para entender os problemas e propor soluções mais assertivas. Para Carla, entretanto, mais importante do que saber do problema é achar a melhor solução para ele, que motive tomadas de decisões propositivas.
“A gente mostra para a empresa que o risco ergonômico está alto em função, têm correlação com o aumento da produtividade nesse período, correlacionando aí esforço com alguns números de acidente, que está aumentando número de insatisfação do trabalhador, isso está impactando, por exemplo, na produtividade, na qualidade do seu produto, então a gente trabalha com a ergonomia dentro da empresa, mas ela interligada a todos os sistemas de todos os indicadores que ela já usa, como qualidade, saúde e segurança”, afirma. Quer ler mais sobre esse assunto, clique aqui.
As necessidades de cada indústria por tecnologia podem ser apoiadas pelos centros de inovação do SESI, ao todo, oito pelo país. Essas demandas podem ser identificadas com o apoio da plataforma SESI Viva+. Outro foco de atuação do SESI Viva+ é o apoio às empresas no atendimento a demandas legais relacionadas à SST e ao eSocial – sistema unificado do governo para envio das informações fiscais, trabalhistas e previdenciárias dos trabalhadores. A plataforma disponibiliza para a indústria um sistema para gestão dos programas legais, que reduzirão riscos de autuações por órgãos fiscalizadores. Confira mais detalhes aqui.
Segundo Emmanuel Lacerda, gerente-executivo de Saúde e Segurança na Indústria do SESI Nacional, o maior impacto esperado com o SESI Viva+ é a redução de afastamentos por acidente ou doença no trabalho. “O trabalhador que não se afasta impacta na produtividade das empresas. O trabalhador que tem melhor saúde, melhor integridade física tem, obviamente, melhor requisito de produtividade no seu trabalho”, justifica.
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