Alunos goianos criam estratégias para ajudar astronautas a se manterem bem durante missão espacial

Sara Rodrigues

• Data de publicação: 27 de Fevereiro de 2019, 15:11h

Um sistema de alarmes para astronautas, um tipo de chiclete que ajuda o viajante a sentir o sabor de alimentos... Esses são exemplos de projetos desenvolvidos por estudantes de Goiânia, que vão disputar torneio nacional de robótica.
TextoTexto para rádio

Ajudar astronautas no espaço vai desde a criação de um sistema de alarmes à invenção de um tipo de chiclete que ajuda o viajante a sentir o sabor de alimentos. Esses são exemplos de projetos desenvolvidos por estudantes entre 12 e 16 anos do colégio SESI Canaã, em Goiânia. Eles fizeram pesquisas em artigos, livros e conversaram com profissionais para competir no Torneio de Robótica organizado pelo SESI, em parceria com a fabricante de brinquedos LEGO, e foram classificados para a final. 

Ao criar um sistema de alarmes para as placas de energia solar que informar se a placa for atingida por meteoro ou micrometeorito, os integrantes da equipe     “Life SESI Canaã” aprenderam na prática conteúdos de matemática, como cálculo de área e planos cartesianos. 

O técnico da equipe, professor José Júnior, explica: “como meus alunos são basicamente de sétimo e oitavo ano, eles não tinham uma vivência direta com essa matemática aplicada. A gente percebe um crescimento pessoal, emocional e intelectual neles, no sentido da pesquisa e também no crescimento e desempenho escolar”. 

Essa é a primeira vez que a equipe Life é classificada para a etapa nacional do torneio. João Victor Sodré, 14 anos, está feliz por ter chegado neste nível e torce para uma vaga na etapa mundial. “Foi bem divertido e desafiador por se tratar de um tema não tão abordado por crianças e adolescentes. Durante o ano de 2018 e 2019 tive contato com pessoas que nunca imaginei que teria, como o primeiro astronauta a participar de uma missão espacial Marcos Pontes, atual ministro de Ciência e Tecnologia”, conta o adolescente. 

A outra equipe, Gametech Canaã, da mesma escola, foi para um outro campo de estudo. Durante as pesquisas eles perceberam que, por conta da gravidade, os astronautas ficavam com as vias superiores congestionadas e não conseguiam sentir o sabor dos alimentos. Por isso, eles criaram o “chilliclete”, que é uma goma de mascar feita com componentes da pimenta. Eles explicam que é só o viajante mascar o chiclete 10 minutos antes de comer e ele conseguirá sentir o sabor do alimento. 

A estudante Ana Sofia, 14 anos, está no segundo ano do Ensino Médio. Ela gostou de aprofundar o estudo nessa área, principalmente porque ela está fazendo o curso de Tecnologia de Alimentos, no SENAI. Ela conta que já está pensando no curso de Engenharia de Alimentos para seguir carreira no futuro. 

“Eu acho que é algo muito grandioso, sabe? A gente faz pesquisa que eu nem sabia que eu dava conta de achar as informações, ter que achar artigos em outras línguas e traduzir”, conta Ana Sofia. 

Torneio de Robótica

No início de 2018, a empresa LEGO em parceria com o SESI desafiou estudantes das escolas brasileiras com o tema “Into Orbit”. A ideia era que cada equipe inscrita no torneio de robótica pudesse desenvolver alternativas que ajudassem no bem-estar de astronautas e em pesquisas espaciais. 

Entre outubro e dezembro do ano passado, foram realizadas etapas regionais para selecionar as melhores propostas e trabalhos. Os alunos escolhidos vão participar da etapa nacional entre 15 e 17 de março. Os melhores colocados podem garantir uma vaga no torneio mundial em Houston, nos Estados Unidos. 

A diretora de Educação e Tecnologia do SENAI em Goiás, Ivone Moreyra, defende que essa é uma maneira de ajudar os alunos a saírem da zona de conforto e abusar da criatividade. Para ela, “é uma ideia maravilhosa poder ver crianças e jovens pensando e organizando, a partir de pecinhas sofisticadas da LEGO (que não são essas que nós vemos nas lojas de brinquedos), a construção de robôs, equipamentos e conhecer a programação. Então eles pensam proposições e resolvem problemas”.


Quer saber mais sobre robótica? Acesse:
http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/canais/torneio-de-robotica/
 

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A etapa nacional do Torneio de Robótica organizado pelo SESI, em parceria com a fabricante de brinquedos LEGO, será no mês que vem no Rio de Janeiro. As equipes competidoras já estão se organizando para apresentar o melhor projeto e concorrer a uma vaga na etapa mundial, nos Estados Unidos. 

Em Goiânia, duas equipes da escola SESI do bairro Vila Canaã foram classificadas para a final. Com base no desafio lançado pelo edital do torneio, os alunos precisaram criar soluções para problemas enfrentados por astronautas no espaço. Os estudantes de sétimo e oitavo ano da escola formaram a equipe “Life SESI Canaã”. Eles desenvolveram um sistema de alarmes para as placas de energia solar que avisaria quando fossem atingidas por meteoros ou micrometeoritos. 

O estudante João Victor Sodré, de 14 anos, é um dos que aprendeu muito com o projeto. Ele conta que é uma experiência única por poder, também, aprender a trabalhar em equipe e melhorar o desempenho nas aulas.

“Foi bem divertido e desafiador por se tratar de um tema não tão abordado por crianças e adolescentes. Durante o ano de 2018 e 2019 tive contato com pessoas que nunca imaginei que teria, como o primeiro astronauta a participar de uma missão espacial Marcos Pontes, atual ministro de Ciência e Tecnologia”


Já a outra equipe, “Gametech Canaã”, que também foi classificada para a etapa nacional, foi para o lado das pesquisas culinárias. Os alunos descobriram que após um tempo no espaço, os astronautas paravam de sentir o gosto dos alimentos. Por isso, eles criaram o “chilliclete”, uma goma de mascar que ajuda a descongestionar as vias e a sentir o sabor da comida.

Ana Sofia, de 16 anos, está no segundo ano e faz o curso de Tecnologia de Alimentos no SENAI. Ela conta que essa pesquisa a ajudou a perceber ainda mais que quer se formar em Engenharia de Alimentos no futuro. 

“Eu acho que é algo muito grandioso, sabe? Poder participar e ter essa alegria. A gente faz pesquisa que eu nem sabia que eu dava conta de achar as informações que a gente achou, de ter que achar artigos em outras línguas e traduzir”


Durante o torneio, os estudantes também são estimulados a criarem robôs com peças LEGO. Eles precisam criar estratégias para as competições com outros robôs e serem criativos na hora de pensar na estética. A diretora de Educação e Tecnologia do SENAI em Goiás, Ivone Moreyra, foi uma das organizadoras da etapa regional, e está satisfeita com a iniciativa. 

“É uma ideia maravilhosa poder ver crianças e jovens pensando e organizando, a partir de pecinhas sofisticadas da LEGO (que não são essas que nós vemos nas lojas de brinquedos), a construção de robôs, equipamentos e conhecer a programação. Então eles pensam proposições e resolvem problemas.”


A final do torneio será entre os dias 15 e 17 de março, no Rio de Janeiro. Os alunos que forem selecionados, serão finalistas do torneio de robótica em Houston, nos Estados Unidos.

Reportagem, Sara Rodrigues