Foto: Arquivo/EBC
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Reforma Tributária: atual sistema de cobrança de impostos dificulta crescimento de empresas e do Brasil

Segundo o senador Luiz do Carmo, o volume de normas e a complexidade delas impede que os brasileiros saibam exatamente o que pagam de impostos

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Entre janeiro e abril de 2021, o estado de Goiás arrecadou um total de R$ 8,35 bilhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O total representa uma variação positiva de 35,73% frente ao mesmo período do ano passado. Em 2020, a Unidade da Federação coletou R$ 6,15 bilhões referentes ao tributo. Os números são do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

Mesmo com esse quadro, o senador Luiz do Carmo (MDB-GO) reforça a necessidade de o Congresso Nacional aprovar a Reforma Tributária, e de forma ampla. Segundo o parlamentar, o volume e a complexidade do atual sistema de cobrança de impostos dificultam o andamento da economia em todas as cadeias.

“O Brasil tem imposto demais. Existem empresas que contratam contadores para ver a legislação todos os dias. Por isso também o Brasil precisa dessa reforma. Isso é urgente. Não tem como como o Brasil ter tantos impostos da forma como é. Nós não sabemos nem quais impostos pagamos. A maioria dos brasileiros não sabe. Então, essa reforma é importante para o Brasil e ela precisa vir rápido”, avalia.

O atual sistema tributário brasileiro é o responsável pela baixa competitividade do País, pelo quadro de estagnação da economia e pela perda da posição relativa da indústria no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Inclusive Goiás pode ser afetado. O estado possui, atualmente, PIB industrial de R$ 36,1 bilhões, equivalente a 2,7% da indústria brasileira. Ao todo, o setor emprega 318.276 trabalhadores na indústria. Os dados dão da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Diante disso, o professor de Direito Tributário do Ibmec Brasília, Thiago Sorrentino, acredita que somente uma reforma tributária ampla, com inclusão de impostos cobrados pela União, estados e municípios, será capaz de colocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento, com geração de emprego e renda.

“A reforma tributária tem que ser ampla. Não adianta fazê-la de forma pontual, nem fatiada. O Brasil é um dos países que têm a maior carga para se obedecer a legislação tributária. Não me refiro nem ao custo do tributo em si, mas o custo para se saber como pagar corretamente esse tributo. Ele é muito alto e chega à casa de 1.500 horas por ano para uma empresa média”, considera.

Vantagens

Dados que englobam pesquisas de profissionais renomados – que fazem parte de instituições como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a LCA Consultores e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) – apontam que a Reforma Tributária Ampla pode aumentar em até 20% o ritmo de crescimento do PIB do Brasil nos próximos 15 anos.

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Esse resultado será consequência de ganhos de competitividade da produção nacional em relação aos competidores externos e da melhor alocação dos recursos produtivos.

De acordo com o IPEA, por exemplo, com as alterações na forma de se cobrar impostos no Brasil, a pressão dos tributos poderá sofrer uma queda para o cidadão de menor renda, contribuindo para a diminuição das desigualdades sociais.

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