Últimas notícias
Tweet parlamentar
Data de publicação: 16 de Julho de 2020, 00:00h, atualizado em 15 de Julho de 2020, 21:36h
LOC.: A pandemia do novo coronavírus dá sinais de desaceleração em São Paulo e no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. O número de mortes diminuiu nos três estados nas últimas semanas. No entanto, a Covid-19 avança sobre Minas Gerais, que pode passar pelo pico da curva de contaminação ainda nesta semana, de acordo com estimativa das autoridades locais.
O Brasil 61 fez um levantamento dos principais indicadores e conversou com especialistas, que apontam a situação de Minas Gerais e a interiorização da doença em solo paulista como as preocupações do momento. Em São Paulo, já são três semanas seguidas de queda no número de mortes por causa do novo coronavírus. Na última semana, foram 1.706 vítimas, 27 a menos do que nos sete dias anteriores.
No entanto, ao contrário do que ocorreu na Região Metropolitana e na capital, o interior do estado teve crescimento de 12% no número de óbitos. Segundo Valdes Roberto Bollela, professor de Infectologia da Universidade de São Paulo (USP), a Covid-19 vem se alastrando pelo interior paulista após atingir a Grande São Paulo com mais força nos meses anteriores.
TEC./SONORA: Valdes Roberto Bollela, professor de Infectologia da Universidade de São Paulo (USP)
“A gente estava vendo um grande número de casos em São Paulo e, no interior, as coisas estavam bem devagar. De repente começou a aumentar e nas últimas duas, três semanas, nós estamos com leitos de enfermaria e de CTI bem próximos do limite, inclusive porque houve abertura de vários serviços no momento em que a doença estava crescendo aqui.”
LOC.: São Paulo tem mais de 393 mil ocorrências da Covid-19 e 18.640 óbitos. Na última sexta-feira (10), o governador João Dória afirmou que o estado está entrando no platô, ou seja, na estabilização da curva de casos que antecede a diminuição das ocorrências. A taxa de ocupação de leitos para pacientes com a Covid-19 está em 65%.
A exemplo do que ocorreu em São Paulo, o Rio de Janeiro registrou queda no número de casos confirmados e no de óbitos, tanto na capital quando no interior do estado nas últimas semanas. De acordo com a Secretaria de Saúde estadual, a taxa de ocupação de leitos é de 49% em enfermaria e 35% em UTIs. Até aqui, são 134.449 casos e 11.757 mortes pela Covid-19. Há pouco mais de dois meses, esse índice chegou a bater os 90%.
Em Minas Gerais, a situação é oposta. As autoridades de saúde estaduais previam que o pico da Covid-19 ocorreria nesta quarta-feira (15). No entanto, Unaí Tupinambás, infectologista e membro do Comitê de Combate à Covid-19 em Belo Horizonte, afirma que só vai ser possível saber se o estado chegou ao pico depois que os casos se estabilizarem por alguns dias e começarem a cair.
O que pode tranquilizar os mineiros é de que, ao contrário de outros estados que enfrentaram o pico de casos menos preparados, Minas Gerais teve tempo para estruturar o sistema de saúde e fortalecer a capacidade de atendimento. Hoje, a taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 70,4%, é o que explica Unaí Tupinambás.
TEC./SONORA: Unaí Tupinambás, infectologista e membro do Comitê de Combate à Covid-19 em Belo Horizonte
“Esse tempo que nós ganhamos foi fundamental para nos prepararmos de forma mais adequada. Tanto é que Belo Horizonte é uma das capitais com menor número de mortes por 100 mil habitantes. Com certeza, a pessoa que interna hoje no CTI tem muito menos chance de morrer do que se internasse em março, por exemplo.”
LOC.: No Espírito Santo, a pandemia parece se estabilizar. A boa notícia fica por conta da quarta semana consecutiva de queda no número de mortes pela Covid-19 no estado. Se há cerca de um mês, 269 pessoas morreram por causa do coronavírus na semana epidemiológica nº 25, o informe epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES-ES) mais recente apontou 214 óbitos nos últimos sete dias.
Os hospitais do estado estão com cerca de 78% dos leitos de UTI para pacientes com o novo coronavírus ocupados. De acordo com o órgão, são 66.352 casos confirmados, dos quais 2.097 morreram.
Reportagem, Felipe Moura.