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A situação dos municípios do Mato Grosso quanto à dengue preocupa o estado. Segundo dados da Vigilância epidemiológica estadual, em 2021, 87 dos 141 municípios apresentaram alto risco para a contaminação da dengue. Os dados fazem parte do relatório consolidado das semanas 1 a 52 de 2021, resultantes do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa).
Em Mato Grosso, a metodologia teve de sofrer adaptações por conta da pandemia. Muitos municípios desmobilizaram suas equipes de vigilância epidemiológica e ainda estão se reorganizando. Ainda assim, o último levantamento foi realizado por mais de 90% das cidades mato-grossenses.
Os municípios da região Oeste e Centro do estado, além da capital, Cuiabá, e da segunda maior cidade, Várzea Grande, apresentam altos índices de infestação pelo Aedes aegypti. Sinop, Sorriso, Marcelândia, Itaúba, Nova Ubiratã são alguns dos municípios com alta incidência de dengue. O índice é medido levando em conta o número de habitantes, a quantidade de casos notificados e a incidência de criadouros do mosquito. Como a maior parte dos municípios do Mato Grosso tem até 10 mil habitantes, muitas vezes o número absoluto de casos é baixo, o que permite uma ação pontual e focada para eliminação de focos do mosquito.
“A situação do estado pode ter se agravado por conta da Pandemia de Covid 19 e uma eventual falta de cuidado com a higiene ambiental. As pessoas ficaram mais em casa, o que gerou mais lixo, maior cultivo de plantas. Comedouros e bebedouros de animais também são reservatórios ativos e precisam de atenção”, avalia o Secretário Adjunto de vigilância e atenção à Saúde do MT, Juliano Melo.
Ele ponderou que muitos municípios do estado ainda sofrem com fatores que são agravantes para a geração de criadouros como a intermitência na rede de abastecimento de água. Essa situação acaba acarretando armazenamento inadequado de água, o que abriga os criadouros do tipo A, que são grandes recipientes, como as caixas d'água alocadas no chão. Nesses casos, é necessário cobrir bem a superfície e colocar tela de proteção. Como a maior parte dos municípios do Mato Grosso tem até 10 mil habitantes, é possível fazer o combate químico ao mosquito da dengue usando apenas a bomba costal.
Contudo o sucesso no combate à dengue depende do engajamento individual. “Muitas vezes as pessoas consideram que seu ambiente é seguro, sem fazer inspeção. Quando são registrados casos graves de dengue e a vigilância vai inspecionar in loco, em 90% dos casos há presença de criadouros dos vetores”, relata o epidemiologista Juliano Melo.
O Brasil registrou queda 42,6% no número de casos prováveis de dengue entre 2020 e 2021. No ano passado, foram notificadas 543.647 infecções, contra 947.192 em 2020. Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Entre os casos de zika, houve uma pequena redução de 15%, passando de 7.235 notificações em 2020 para 6.143 em 2021. Já a chikungunya registrou aumento de 32,66% dos casos, com 72.584 em 2020 e 96.288 no ano passado.
O sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, Claudio Maierovitch, destaca que 2020 foi um ano de muitos casos e, por isso, não se deve relaxar com a queda de contágios em 2021. “Mesmo não tendo havido aumento de um ano para o outro, essa não é boa comparação, uma vez que o ano anterior foi de números altos”, alerta.
Brasil tem queda de 42,6% nos casos de dengue entre 2020 e 2021, mas números ainda são altos
Para estimular essa prevenção mecânica, que o Ministério da Saúde desenvolveu a atual campanha de combate à dengue. É um chamado para que cada cidadão coloque em sua rotina semanal uma ronda de até 10 minutos direcionada para a eliminação de locais que possam ser foco do mosquito.
“A grande importância de combater o mosquito é que não teremos pessoas doentes. Portanto, cada um deve assumir a responsabilidade dentro de sua casa, do seu local de trabalho”, incentiva o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka. Ele lembra que o mosquito da dengue é um vetor muito adaptado ao meio urbano. Cerca de 80% dos focos do Aedes aegypti estão dentro das casas.
Devido às altas temperaturas e às chuvas abundantes, o verão é o período do ano em que os ovos eclodem e acarretam o aumento de infecção por dengue, chikungunya e zika. Por isso, fique atento às dicas para evitar a proliferação do mosquito:
Colocar areia nos pratinhos de planta é uma boa alternativa. Se precisar guardar potes e garrafas, vire-os de cabeça para baixo. É importante que ralos tenham telas de proteção ou sejam fechados quando não estiverem em uso. O lixo também deve ser bem fechado para evitar o acúmulo de água.
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