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RS: Mais de 68% das indústrias do estado têm a intenção de investir em 2021

No auge da crise, percentual era de 26%; queda da produção industrial gaúcha no acumulado até setembro, no entanto, é superior à média nacional

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Após meses de projeções pessimistas, as perspectivas dos industriais gaúchos para os próximos seis meses são positivas. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), 68,7% das indústrias têm a intenção de investir em 2021. No auge da crise, em abril, esse percentual era de 26,3%. 

O cenário de otimismo também pode ser observado em outros segmentos da atividade industrial. Pouco mais de 51% projetam aumentar as compras, 55% esperam aumento da demanda, 31,5% das empresas que exportam pretendem aumentar as vendas externas e 29% projetam aumentar o quadro de funcionários. O desempenho da indústria gaúcha vem em curva crescente desde maio. No acumulado até setembro, o setor teve crescimento de 59%. 

Para o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, a indústria de transformação é a principal responsável pela melhora das atividades do setor. “Na recuperação do PIB industrial no terceiro trimestre, a indústria de transformação cresceu 23%. Esse segmento é o mais rápido que leva ao crescimento do nosso país. Esperamos que isso faça com que o próximo trimestre e o ano que vem tenha uma recuperação efetiva”, destaca. 

Na conjuntura macroeconômica do estado, no entanto, a FIERGS estima que o PIB estadual apresentará retração mais intensa do que a nacional por conta da estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul neste ano, o que aumentou os custos no setor. Segundo a federação, a soja teve queda de 41,4% na produção, seguida pelo milho (-31,8%). 

“Olhando para o Rio Grande do Sul, teremos uma queda maior por conta da estiagem. A queda no PIB deve ser de 6,8%. Agropecuária vai ter redução no PIB de 26,4%. A grande questão do estado para 2021 é se teremos uma nova estiagem ou não. A gente, por enquanto, utiliza o prognóstico da safra do IBGE, que mostra uma recuperação parcial do PIB agropecuário. Teria um crescimento no Rio Grande do Sul maior do que no Brasil”, diz o economista-chefe da FIERGS, André Nunes.

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Pandemia e inflação

A FIERGS também divulgou os impactos da pandemia na inflação em território nacional. A alimentação teve variação de 18,4% no acumulado do ano e lidera o ranking dos segmentos mais afetados pela mudança de preços. O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) teve variação de 3,2% neste ano e o índice acumulado em 12 meses deve continuar avançando até o meio de 2021. Segundo a FIERGS, três variáveis devem pesar para o controle: desemprego, finanças públicas e taxa de câmbio.

“Estamos em casa, consumindo mais. O perfil do consumo mudou e a alimentação tem apresentado um crescimento muito grande. Ao longo dos próximos meses, vamos ver essa contaminação do atacado no consumidor, vamos ter um pico de inflação no acumulado de cerca de 6,2% na metade do ano de 2021”, explica Nunes. 

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