Data de publicação: 31 de Janeiro de 2022, 03:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:35h
Os nove municípios que estão próximos à Auriflama, que estão localizados no oeste do estado de São Paulo, precisam reforçar as ações de combate à possíveis criadouros do Aedes aegypti. A incidência de dengue na microrregião é uma das maiores do Brasil: 2.032,22. Para se ter uma comparação, o Ministério da Saúde considera crítica regiões que têm resultados acima de 500. Essa medição leva em consideração o número de casos da doença comparado com o número de habitantes, que na região de Auriflama é de aproximadamente 50 mil.
Cerca de 10% da população dos nove municípios vizinhos à Auriflama foi acometida por dengue em 2021. O município de Nova Luzitânia apresenta a maior infestação. Em 2021, 260 casos de dengue e um de zika foram confirmados entre os pouco mais de 4 mil pessoas que residem na região. Auriflama vem em segundo lugar com uma incidência de 3.662,84. Foram 561 casos de dengue e um de zika confirmados em 2021 (veja dados completos no mapa)
“A circulação do vírus entre as regiões é rápida e não respeita limites geográficos, alerta o coordenador-geral de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka. O mosquito pica alguém contaminado e rapidamente espalha os vírus entre as pessoas que estão próximas.
Tereza Cristina de Souza (60), moradora de Ribeirão Preto (SP), acredita que se contaminou três vezes por dengue e uma por zika porque os moradores próximos seguem sem cuidados com a limpeza do ambiente. “Depois que adoeci pela primeira vez, recebi a visita de agentes ambientais que me orientaram sobre locais que eu nem imaginava que poderiam ser criadouros”, diz. Entre esses locais, estavam o compartimento atrás da geladeira e um cano que servia como suporte para o Varal.
Situação do País
O Brasil registrou queda 42,6% no número de casos prováveis de dengue entre 2020 e 2021. No ano passado, foram notificadas 543.647 infecções, contra 947.192 em 2020. Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Entre os casos de zika, houve uma pequena redução de 15%, passando de 7.235 notificações em 2020 para 6.143 em 2021. Já a chikungunya registrou aumento de 32,66% dos casos, com 72.584 em 2020 e 96.288 no ano passado.
O sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, Claudio Maierovitch, destaca que 2020 foi um ano de muitos casos e, por isso, não se deve relaxar com a queda de contágios em 2021. “Mesmo não tendo havido aumento de um ano para o outro, essa não é boa comparação, uma vez que o ano anterior foi de números altos”, alerta.
Dengue: mais de 70% dos casos se concentram em cerca de 200 municípios, nas demais cidades também devem agir
Cuidados necessários
Devido às altas temperaturas e às chuvas abundantes, o verão é o período do ano em que os ovos eclodem e acarretam o aumento de infecção por dengue, chikungunya e zika. Por isso, fique atento às dicas para evitar a proliferação do mosquito:
- Vire garrafas, baldes e vasilhas para não acumularem água.
- Coloque areia nos pratos e vasos de plantas.
- Feche bem os sacos e lixo.
- Guarde os pneus em locais cobertos.
- Tampe bem a caixa-d´água.
- Limpe as calhas.
Para o combate é necessário unir esforços com a sociedade para eliminar a possibilidade de locais que possam acumular água. Os ovos da fêmea do Aedes aegypti podem ficar incubados durante um ano e eclodir em apenas cinco dias quando entram em contato com a água. "É preciso manter os cuidados durante todo o ano por 365 dias”, reforça o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka.