Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Setor privado deve investir cerca de R$ 23 bilhões na indústria da saúde até 2026

Com a parceria do setor privado, governo espera fortalecer a área da saúde e reduzir dependência externa de insumos e equipamentos


O setor privado pretende investir cerca de R$ 23 bilhões na área da saúde até 2026. A estimativa é do governo federal, que espera que as parcerias público-privadas possam fortalecer a produção interna de matérias-primas para o setor. 

O presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, defende os investimentos para o crescimento do setor industrial da saúde no país.

“Se nós temos uma nova indústria, se nós falamos na neoindustrialização, nós precisaremos de uma nova CNI para dar margem, dar acompanhamento e dar as respostas e as entregas necessárias para o desenvolvimento da indústria nesse país. Ela precisa cada vez mais se desenvolver e ter a sua importância relativa dentro do universo da economia. E a saúde certamente é uma prioridade nossa”, ressalta.

Na opinião do economista Jose Luis Oreiro, a demanda por insumos farmacêuticos para a produção de vacinas, por exemplo, é muito grande e substituir as importações desses materiais para investir na produção interna pode trazer vantagens econômicas que vão muito além da simples redução do valor das importações.

“A indústria farmacêutica é uma indústria de média e alta tecnologia. Quando você substitui a importação de insumos farmacêuticos e passa a produzi-los em território nacional, você cria no país empregos de alta qualidade, ou seja, empregos que pagam bons salários”, avalia. 

O especialista diz ainda que, quando se passa a produzir no Brasil insumos farmacêuticos, o país também ajuda a desenvolver a cadeia de fornecedores para a produção das matérias-primas. “Novas indústrias vão ser criadas em função das indústrias que vão ser introduzidas para a produção de insumos farmacêuticos”, pontua.

Para o deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), integrante da Frente Parlamentar Mista da Indústria de Máquinas e Equipamentos e da Frente Parlamentar da Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, investir na produção interna de insumos, pesquisa e inovação aumentará a visibilidade do Brasil.

“Quanto mais você se torna um país menos vulnerável, mais independente, mais importante você fica no mundo inteiro. A autonomia na produção desses produtos para nós é uma garantia de sustentabilidade e independência com relação aos mercados mundiais”, salienta.

Complexo Econômico-Industrial da Saúde

O governo federal pretende investir, até 2026, R$ 42 bilhões na política industrial brasileira voltada para a área da saúde. O decreto que institui a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde foi assinado na última terça-feira (26).

Ao todo, serão seis programas estruturantes com o propósito de expandir a produção nacional de itens prioritários para o SUS e reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde estrangeiros. 

Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, essa estratégia dentro da política da nova industrialização deve ser ampliada, com o fortalecimento das parcerias público-privadas.

“Precisamos criar um ambiente institucional que favoreça o investimento, a inovação, a capacitação e a geração de empregos. São 20 milhões de empregos qualificados no setor (...) precisamos impulsionar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação”, destaca.

De acordo com o governo, ainda existem R$ 9 bilhões previstos pelo Novo PAC; a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com R$ 6 bilhões; e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com outros R$ 4 bilhões. Dessa forma, o Ministério da Saúde espera suprir o SUS com produção e tecnologia locais, além de frear o crescimento do déficit comercial do saúde em 80% no prazo de 10 anos. 

Um levantamento do Ministério da Saúde revela que mais de 90% da matéria-prima usada no Brasil, para produção de insumos como vacinas e medicamentos, é importada. Na área de equipamentos médicos, a produção nacional atende 50%. Em medicamentos prontos, o percentual é de cerca de 60% e, em vacinas, um pouco acima. Com o apoio do setor privado, o governo espera atingir a meta de 70% de produção local no setor.

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LOC.: O setor privado pretende investir cerca de 23 bilhões de reais na área da saúde, até 2026. A estimativa é do governo federal, que espera que as parcerias público-privadas possam fortalecer a produção interna de matérias-primas para o setor. 

O presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, Ricardo Alban, defende os investimentos para o crescimento do setor industrial da saúde no país.

TEC./SONORA: novo presidente da Confederação Nacional da Indústria, Ricardo Alban

“Se nós temos uma nova indústria, se nós falamos na neoindustrialização, nós precisaremos de uma nova CNI para dar margem, dar acompanhamento e dar as respostas e as entregas necessárias para o desenvolvimento da indústria nesse país. Ela precisa cada vez mais se desenvolver e ter a sua importância relativa dentro do universo da economia. E a saúde certamente é uma prioridade nossa”


LOC.: Na opinião do economista Jose Luis Oreiro, a demanda por insumos farmacêuticos para a produção de vacinas, por exemplo, é muito grande e substituir as importações desses materiais para investir na produção interna pode trazer vantagens econômicas que vão muito além da simples redução do valor das importações.

TEC./SONORA:  economista Jose Luis Oreiro

“A indústria farmacêutica é uma indústria de média e alta tecnologia. Quando você substitui a importação de insumos farmacêuticos e passa a produzi-los em território nacional, você cria no país empregos de alta qualidade, ou seja, empregos que pagam bons salários.”


LOC.: O deputado federal Alceu Moreira, do MDB do Rio Grande do Sul é integrante da Frente Parlamentar Mista da Indústria de Máquinas e Equipamentos e da Frente Parlamentar da Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação. Para ele, investir na produção interna de insumos vai aumentar a visibilidade do Brasil.

TEC./SONORA: deputado federal, Alceu Moreira (MDB-RS)

“Quanto mais você se torna um país menos vulnerável, mais independente, mais importante você fica no mundo inteiro. A autonomia na produção desses produtos para nós é uma garantia de sustentabilidade e independência com relação aos mercados mundiais”


LOC.: O governo federal pretende investir, até 2026, 42 bilhões de reais na política industrial brasileira voltada para a área da saúde. O decreto que institui a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde foi assinado na última terça-feira (26). Com o apoio do setor privado, o governo espera atingir a meta de 70% de produção local no setor.

Reportagem, Lívia Azevedo