LOC.: O presidente Jair Bolsonaro editou um decreto que reduz o Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI, em 25% para a maioria dos produtos. A medida preocupa os gestores municipais, que recebem valores do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM. Por meio de nota, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) relatou descontentamento com a decisão do Governo Federal. De acordo com a entidade, a medida pegou os gestores municipais de surpresa, com perdas estimadas em aproximadamente R$ 5 bilhões.
Isso ocorre porque o fundo é composto por 22,5% do total arrecadado pelo Imposto de Renda e pelo IPI. Para a prefeita de Abaetetuba (PA), Francineti Maria Rodrigues, a redução do IPI representa um risco. Segundo ela, a decisão pode comprometer o orçamento local e a realização das políticas públicas do município.
TEC./SONORA: Francineti Maria Rodrigues, prefeita de Abaetetuba (PA)
“O FPM é fundamental não só para Abaetetuba, mas para grande parte dos municípios paraenses, porque dependemos muito desse repasse constitucional. O nosso município não tem grandes indústrias. Vivemos do comércio, da pesca e da agricultura. Então, dependemos muito desse recurso financeiro.”
LOC.: Na avaliação do especialista em Orçamento Público Cesar Lima, de fato, haverá um impacto na receita dos municípios. Mas ele ressalta que, apesar de ser importante, o IPI é, proporcionalmente, a menor parte dos recursos que compõem o FPM.
TEC./SONORA: Cesar Lima, especialista em Orçamento Público
“Para se ter uma ideia, esse decêndio que será pago no dia 10, o IR correspondeu a quatro vezes mais, em termos de arrecadação, do que o IPI. Então, podemos dizer que de cada R$ 100,00 repassados aos municípios, R$ 75,00 seriam provenientes da arrecadação do IR e R$ 25,00 do IPI.”
LOC.: Para este decêndio, o valor que vai ser repassado aos municípios brasileiros é de R$ 4,8 bilhões.
Reportagem, Marquezan Araújo