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O mercado livre de energia bateu recorde, em 2021, com potência instalada de mais de 3 gigawatts (GW). Além disso, 75% das novas usinas implantadas no ano passado foram eólicas e fotovoltaicas, consideradas energias limpas. As informações são do Ministério de Minas e Energia.
O professor de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Ivan Camargo explica que o mercado livre de energia é um espaço onde os grandes consumidores podem negociar livremente a compra de eletricidade. Ele foi criado na década de 90 com o nome de Mercado Atacadista de Energia e hoje se chama Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Segundo Ivan Camargo, a expansão do mercado livre de energia é uma tendência.
“No início ele foi feito apenas para os grandes consumidores, que tinham uma carga da ordem de três megawatts. Hoje já são muito mais consumidores que têm essa possibilidade de comprar energia de quem quiser, não apenas da sua distribuidora. E a tendência já aponta que, em pouco tempo, todos nós seremos consumidores livres, ou seja, em vez de comprar energia da nossa distribuidora, poderemos escolher quem será o fornecedor de energia para nossa casa.”
Ivan Camargo explica que o projeto do marco legal do setor elétrico (PL 414/2021) que tramita no Congresso Nacional pode contribuir para a expansão do mercado livre de energia.
“Ele faz isso diminuindo a carga mínima que o consumidor tem que ter para poder escolher o seu fornecedor de energia. Eram três megawatts; foi caindo. Hoje quem tem uma instalação de um painel solar na sua casa já pode definir que vai consumir energia de seu painel solar. Isso beneficia muito o consumidor, porque aumenta a competitividade e faz com que a energia elétrica caminhe para um preço de mercado, um preço mais justo.”
O deputado federal Paulo Ganime (NOVO-RJ) avalia que o marco trará maior competitividade para o setor elétrico.
“O marco trata de mais liberdade para o consumidor, não só os grandes consumidores, que hoje já têm essa possibilidade, como também os menores consumidores. Isso faz com que a pessoa possa escolher de quem comprar, consequentemente, isso aumenta a demanda, a disputa por uma oferta mais barata, mais sustentável também, mais próxima do mercado do consumidor.”
Atualmente, o PL 414/2021 aguarda despacho do presidente da Câmara dos Deputados.
A Geração Distribuída também bateu recordes. Até o final de 2018, a potência instalada era de 680 megawatts (MW), com 88 mil unidades consumidoras. Hoje, a potência instalada passa dos 13 GW, com mais de um milhão de unidades consumidoras, principalmente de fontes limpas, renováveis e não poluentes, como eólica, solar e biomassa. Atualmente, 98% da Geração Distribuída no Brasil é solar.
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“O aumento da potência instalada de Geração Distribuída faz parte dessa grande expansão do setor. O preço da energia solar no Brasil caiu muito. O preço da energia eólica também caiu muito. Portanto, ela vai continuar crescendo e esse aumento gera uma energia mais limpa, o que é muito bom e indispensável para que consigamos fazer uma transição energética que não agrida tanto ao meio ambiente”, aponta Ivan Camargo.
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