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As máquinas e equipamentos utilizados pela indústria brasileira possuem 14 anos de idade, em média. Além disso, quatro em cada dez equipamentos das empresas industriais estão próximos ou ultrapassaram o ciclo de vida previsto pelo fabricante. É o que aponta uma pesquisa inédita divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento mostra que 12% do parque industrial ainda é herança das décadas de 1980 e 1990, anos anteriores à ampla disponibilidade da internet no Brasil. De acordo com a pesquisa, máquinas e equipamentos com idade avançada prejudicam a competitividade da indústria brasileira, como explica a gerente de Estratégia e Competitividade da CNI, Maria Carolina Correia Marques.
“E, adicionalmente, máquinas e equipamentos mais antigos tendem a ter um custo de manutenção maior, tendem a quebrar, paralisando a produção em momentos não esperados pela indústria e trazendo dificuldades de reposição de partes e peças, por exemplo, que acabam saindo do mercado. Tudo isso faz com que uma indústria com o parque industrial mais antigo tenha um custo maior frente às concorrentes internacionais”, pontua.
Os dados consideram as máquinas usadas na indústria extrativa e na indústria de transformação, sem contar os materiais de escritório e os equipamentos de transporte. A gerente afirma que a idade média de máquinas e equipamentos traz informações importantes sobre três aspectos: a capacidade da indústria de descarbonizar; a incorporação de tecnologias da indústria 4.0 para aumentar a produtividade; e os custos das indústrias brasileiras em comparação a outros países.
A pesquisa aponta que a utilização de máquinas e equipamentos industriais antigos afeta também a eficiência energética. Quanto maior a idade, maior a quantidade de emissões de gases do efeito estufa do setor industrial. No Acordo de Paris, o Brasil formalizou o compromisso de reduzir em 37% suas emissões de gases de efeito estufa até 2025; e em 50% até 2030; além de atingir a neutralidade climática até 2050. Maria Carolina Correia Marques defende políticas públicas favoráveis ao setor.
“A nossa expectativa é que o governo, ao elaborar políticas de descarbonização, de digitalização contemple essa variável do parque industrial antigo e preveja condições favoráveis para o investimento da indústria. Isso significa um ambiente macroeconômico estável e previsível, que permita às indústrias antecipar que a sua demanda vai continuar firme, para que elas possam fazer empréstimos para comprar essas máquinas, equipamentos novos e, principalmente, condições favoráveis de financiamento, para que as indústrias possam adquirir essas máquinas e substituir as antigas”, destaca.
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O governo federal anunciou um investimento que pode chegar a R$ 15 bilhões nos próximos anos para modernizar o parque industrial brasileiro. Os ministros do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e da Fazenda, Fernando Haddad, afirmam que o programa deve começar em 2024. Segundo Haddad, os valores liberados para o investimento dependerão do espaço orçamentário que o Congresso Nacional dará ao Executivo.
A modernização será feita por meio da “depreciação acelerada”. Segundo o Ministério da Desenvolvimento, trata-se de um mecanismo de política pública “ligado à aquisição e ao envelhecimento das máquinas usadas na produção. Toda vez que adquire um bem de capital, o empresário pode abater seu valor na declaração do IRPJ e da CSLL. Em condições normais, esse abatimento é paulatino, feito ano a ano, conforme o bem vai se depreciando. A depreciação acelerada permite que ele antecipe o abatimento”.
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