LOC.: A taxa de desocupação divulgada esta semana pelo IBGE ficou em 7,9% no primeiro trimestre de 2024 — 0,5 ponto percentual mais alta que a registrada no último trimestre de 2023. Apesar da alta recente na taxa de desemprego, o número é menor do que os 8,8% de desempregados que apareceram na pesquisa feita no mesmo período de 2023.
A chamada “população desocupada” foi o que puxou a alta, segundo a Pesquisa Nacional por amostra de Domicílios, a PNAD-contínua. Essa parcela da população cresceu 6,7% em relação a dezembro de 2023, contabilizando 542 mil brasileiros à procura de trabalho. É que entre novembro e fevereiro aumentam os postos de trabalho temporários e quando este período acaba, os postos temporários reduzem.
Apesar do aumento recente, na comparação com o último trimestre a taxa de desocupação registrada agora foi a menor para o período desde 2014. O economista chefe da Análise Econômica, André Galhardo, explica que boa parte desta evolução pode ser explicada pela força do setor de serviços, que continua sendo o que mais emprega no Brasil, mas também a força adicional de outros setores.
TEC/SONORA: André Galhardo - economista
“A indústria gerou um volume positivo um número bem razoável de vagas de trabalho no mês de março, segundo dados do Caged. A gente tem também a força do comércio varejista. A economia brasileira vive um bom momento neste primeiro trimestre de 2024 e isso tem fortalecido o mercado de trabalho.”
LOC.: Para a professora de economia da FGV Carla Beni, o item mais relevante da pesquisa é o rendimento médio mensal real — já que o ‘real’ trata-se de um ganho acima da inflação. Na média dos três primeiros meses deste ano, o rendimento médio do trabalhador teve alta de 4% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
TEC/SONORA: Carla Beni, professora de economia da FGV
“Isso é algo muito importante porque você tem um aumento da massa salarial e do rendimento em todos os trabalhos. Esse ponto só foi possível por conta do retorno da recuperação do aumento do salário mínimo, com regaste do PIB na fórmula.”
LOC.: A correção do salário mínimo, agora com aumento real, aumenta a perspectiva econômica para o trabalhador — o que é visto como positivo pela economista.
Reportagem, Lívia Braz