LOC: Pesquisa da FGV Projetos, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) sobre os impactos da pandemia mostrou que 66% dos pequenos negócios têm dívidas. Entre os Microempreendedores Individuais (MEI), 61% estão endividados. Já entre as Micro e Pequenas Empresas (MPE), 74% têm dívidas. O mesmo estudo mostrou queda na inadimplência no setor, com redução de 31% para 28% na comparação entre a 13ª edição do relatório e a anterior.
Entre as principais dívidas das empresas, muitas vezes estão impostos. O empresário que deixa de pagar os impostos pode responder por crime contra a ordem tributária. Além da multa, em alguns casos, o débito também pode resultar em prisão entre seis meses e dois anos. A pena ganhou espaço após decisão do STF tratando do recolhimento do ICMS. Mas para o especialista em direito público Eliseu Silveira, essa situação pode colocar o empreendedorismo em risco.
TEC./SONORA: Eliseu Silveira, especialista em Direito Público.
“O que nós precisamos agora é ter meio termo. Não deixar que a pena afugente o empreendedor de ser um empresário”
LOC: Em casos de crises econômicas e perda de receitas, o empresário que fica com dificuldade em honrar seus impostos, se vê ainda em uma situação mais delicada. Para tentar sanar essas assimetrias, o deputado Alexis Fonteyne (Novo/SP) propôs um projeto de lei que altera o entendimento sobre que tipo de atraso pode ser considerado crime tributário.
TEC./SONORA: Alexis Fonteyne, deputado pelo Novo de São Paulo
“A importância do PL é tirar uma ferramenta de coação da Receita Federal e das secretarias de fazenda dos estados contra o cidadão. Hoje qualquer cidadão que apurou os impostos, mas não pagou porque está sem caixa, pode receber imediatamente uma acusação de crime contra a ordem tributária e começar a ter uma pressão extra para pagar os seus impostos de forma muito opressiva. É uma ferramenta desproporcional do estado”
LOC: O projeto está parado na Comissão de Constituição de Justiça, a CCJ, da Câmara dos Deputados. A última movimentação foi em 2019. Atualmente, o tema está à espera da designação de um relator na CCJ. Depois de apreciada pela Comissão, a proposta precisa ser votada em Plenário.
Reportagem, Angélica Cordova